sexta-feira, 31 de maio de 2019

Whitecross






Whitecross é uma banda de Waukegan, Illinois, EUA, tocando um hard rock com influências de bandas como Rez Band e a mais óbvia influência, Ratt. Mas, além dos vocais raspados de Scott Wenzel lembrarem bastante os de Stephen Pearcy, de resto a banda segue um estilo bem próprio, com as guitarras potentes de Rex Carroll, considerado um dos maiores guitarristas dos EUA (chegou a ficar em terceiro lugar numa competição nacional pela revista Guitar Player em 2004!). Entre os anos 1980 e 1990 teve uma discografia bem significativa, mas dos anos 2000 pra cá suas contribuições em discos diminuíram significativamente, já que seu último lançamento foi o disco ao vivo "Triumphant Comeback" de 2008. Mas apesar disso eles representam uma das melhores bandas da cena cristã de metal de todos os tempos.



Whitecross (1987)

01 - Who Will You Follow?
02 - Enough is Enough
03 - He is the Rock
04 - Lookin' for a Reason
05 - You're Mine
06 - No Way I'm Going Down
07 - Seein' Is Belivin'
08 - All I Need
09 - Nagasake
10 - Signs of the End


Hard rock de primeira linha, meio até hard'n'heavy, trazendo uma banda novata, mas com ares de veterana, pois o disco é extremamente bem produzido, com letras impressionantes e sonoridade fortíssima. Não a toa a HM Magazine elegeu ele em 2010 como o número 29 no seu Top 100 melhores discos de Rock da história. O flete com o metal é mais notório em "He is the Rock", já as outras faixas apresentam uma pegada mais hard, incluindo a famosíssima Enough is Enough, que lembra bastante Round and Round do álbum debut do Ratt. O solo de Nagasake é impressionante, mostrando o poder de Rex nas guitarras de maneira limpa e forte. "You're Mine" é o ponto mais frágil desse disco, uma balada eu diria até bem fraquinha. De resto é um álbum impressionante e obrigatório.

Curiosidade: No início da faixa Nagasake a banda incluiu uma mensagem subliminar com a frase "trust in the Lord, trust in the Lord" (creia no Senhor, creia no Senhor) de trás pra frente, uma ideia curiosa, visivelmente pra confrontar aqueles famosos "caçadores de subliminares".


Love on the Line (1988)

01 - Love on the Line
02 - I Believe
03 - No Way I'm Going Down
04 - Enough is Enough







Vendido por $ 6,98 (inclusive estampando isso em algumas capas do disco com o título "Love on the Line: The $ 6,98 EP), a obra mais curta da banda possui duas faixas até então inéditas e raras (embora apareçam a primeira em várias compilações e a segunda como bônus da versão japa de "In the Kingdom"). Love on the Line possui uma letra forte e instrumental bem calcado no hard 'n' heavy. Já I Believe lembra um pouco mais um som meio blueseiro, e é a uma das poucas faixa cantada totalmente pelo Rex Carroll na história da banda! As outras duas faixas são somente faixas extraídas do disco de estreia da banda. EP muito legal de ouvir, em especial pelas faixas inéditas. A capa é perfeita pra camisas (sem dúvida).


Hammer & Nail (1988)

01 - Living on the Edge
02 - When the Walls Tumble Down
03 - The Hammer and the Nail
04 - Take it to the Limit
05 - Walk With Me
06 - Because of Jesus
07 - When the Clock Strikes
08 - Resist Him
09 - Living in a Lost World
10 - Top of the World


Seguindo a mesma linha do álbum anterior - o que é uma coisa bem comum e louvável ao Whitecross por manter em geral uma constância em seus trabalhos -, Hammer and Nail traz um lançamento ainda mais consistente e genial que o anterior. Até a balada desse disco, "Walk with Me" é mais agradável de se ouvir. A quantidade de faixas fantásticas inclusas aqui é de arrebentar. Living on the Edge, When the Walls Tumble Down, Take it to the Limit, Because of Jesus e When the Clock Strikes são os melhores momentos, além do instrumental da vez, uma peça fantástica por nome "Hammer and Nail", com um som de fundo que remete à crucificação de Cristo. A simplicidade da capa, que invés de dizer o nome do disco em letras garrafais coloca o símbolo de um martelo cruzado com uma estaca, funciona muito bem.


Triumphant Return (1989)

01 - Attention Please
02 - Red Light
03 - Straight Through the Heart
04 - Down
05 - Behold
06 - Shakedown
07 - Flashpoint
08 - Simple Man
09 - Over the Top
10 - Heaven's Calling Tonight


Simplesmente um dos melhores discos da banda, já começa com um petardo de nome "Attention Please" e segue seu poder de fogo em "Red Light" e seu refrão extremamente grudento, muito próximo de músicas como In Your Direction ou Round and Round do Ratt. Mais um solo irado de Rex Carroll em "Flashpoint" continuam a mostrar a qualidade impressionante desse cara. A capa desse disco é outro achado a parte, com o escudo representando o Leão de Judá e os símbolos do Alfa e Ômega. Uma óbvia referência ao futuro (mas cada dia mais próximo) retorno triunfal do nosso Rei dos reis Jesus Cristo. Aliás... acho que vi anos depois uma certa banda pernambucana fazer uma música de nome bem parecido, não é mesmo Implement? haha. Com esse disco a banda venceu seu primeiro Dove Awards em 1990 como "álbum de metal do ano".


In The Kingdom (1991)

01 - No Second Chances
02 - You Know What's Right
03 - In the Kingdom
04 - In His Hands
05 - Good Enough
06 - Love is Our Weapon
07 - The Eternal Fire
08 - You Will Find it There
09 - If He Goes Before Me
10 - Tell Me the Time
11 - Holy War


O álbum mais famoso da banda. A produção acurada de Dez Dickerson (ex-Prince) deixou esse disco o mais belo, porém também o mais comercial da banda. Bem mais light, mais pop metal, "In the Kingdom" marcou também pela quantidade de material promocional envolvido. A participação da banda no documentário Metal Mission por exemplo levou a banda a seus primeiros videoclipes, e o de No Second Chances ganhou o Headbangers's Ball da MTV Americana (versão original do nosso saudoso Fúria Metal com Gastão Moreira). Enfim, foi sem dúvidas o disco mais importante da carreira da banda, até hoje "In the Kingdom" é uma das minhas baladas prediletas (fora a beleza do videoclipe, o primeiro que vi da banda na vida, acho que em 2001, numa transmissão da TV Gospel lá na saudosa Renascer Boa Viagem da Rua dos Navegantes nº 1401), e rendeu até uma VHS curta (que falarei um pouco logo mais). The Eternal Fire é mais um dos solos incríveis de Rex, mais uma assinatura de sua capacidade incrível. Holy War tem a participação de Alton Hood do D.O.C. (Disciples of Christ, grupo de hip hop cristão que anos depois faria com o Bride um cover de "God Gave Rock'n'Roll to You), na que acredito que foi a primeira vez que um grupo cristão fez um "Walk this Way" cristão.

Esse disco rendeu o segundo Dove pra banda, em 1992, novamente como melhor álbum de metal cristão do ano.


At Their Best, compilação de 1991 com músicas
dos três primeiros discos da banda. Nenhuma faixa bônus,
só o som deles clássico mesmo.



The Reign Goes On (1992)
Documentário de um pouco mais de 45 min
com a turnê de In The Kingdom

High Gear (1992)

01 - High Gear
02 - Dancin' in Heaven
03 - In America
04 - Overdrive
05 - Without Your Love
06 - Coming Home
07 - My Love
08 - I'm Asking You Today
09 - Gonna Keep On
10 - I Shout
11 - Long Road to Walk


Pop Metal em todos os sentidos, High Gear também representa o fim de uma era, sendo o último disco da banda gravado com o guitarrista Rex Carroll por muitos anos, pois que ele sairia da banda em busca de um novo projeto - o que ele conseguiria com o King James. Entretanto, nesse o trabalho continua bem feito pra caramba, o que é possível de se comprovar inclusive com mais um solo, "Overdrive" (o último em muitos anos do Rex na banda). É irado ouvir hard rocks suaves como "Dancin' in Heaven" e outros mais agitados como a faixa título. In America é um apelo pelo país deles, EUA. "My Love" é uma música romântica, um caso raro na história da banda. A faixa final
é muito boa também, mas meio que indica que a banda iria seguir em frente, ainda que pudesse passar por mudanças - uma indicação do que estava por vir.

Foi ainda na turnê desse disco que a banda chegou pelo Brasil pela primeira vez em 1993, tocando no em RJ no Gospel Power Festival, e no ano seguinte tocaram no SOS da Vida em SP, sendo essa última um dos últimos shows do Rex na banda.


To The Limit (1993)

01 - It's My Life (canção nova)
02 - Enough is Enough
03 - In the Kingdom
04 - No Second Chances
05 - When the Walls Trumble Down
06 - In America
07 - You're My Lord (canção nova)
08 - Shakedown
09 - Walk With Me
10 - Because of Jesus
11 - Dancing in Heaven
12 - Simple Man


To The Limit - The Best of  Whitecross é pra mim a melhor das coletâneas que a banda lançou (não foram poucas viu... tanto é que outras coletâneas só citarei praticamente aqui a seguir. Já essa reuniu músicas fantásticas de todos os discos com o Rex Carroll na banda, além de duas faixas exclusivas. Uma seleção tão boa que ainda assim eu acho que poderiam trocar Walk With Me por "He is the Rock" por exemplo. Mas de resto, a melhor coletânea da banda. As faixas inéditas ficaram muito boas, uma continuidade do que já tinha sido feito no High Gear, e foi o canto de cisne de Rex na banda - até meados dos anos 2000.


Unveiled (1994)

01 - Frank (intro)
02 - If You Believe
03 - Home in Heaven
04 - Goodbye Cruel World
05 - Angel's Disguise
06 - I Keep Praying
07 - Come Into the Light
08 - Groove
09 - King of Angels
10 - Salt City
11 - Right Before Your Eyes
12 - No Other Love


Sem Rex Carroll, nova gravadora e sonoridade ainda mais "pop", esse é o Whitecross "desvendado" (trocadilho com o nome do disco) para o novo público, como sugere a introdução. É um disco interessante de rock melódico, com bons momentos, como "If You Believe", "Home in Heaven", "Angel's Disguise" e a que virou clipe, "Come Into the Light", clipe que vi muito em programas cristãos do gênero (e que venceu o terceiro e último Dove da banda, como melhor canção de hard rock do ano em 1995). Pra mim é o último bom disco da banda e o único dessa fase sem o Rex que eu dou valor, apesar que até o solo (sim, esse disco não tem Rex, mas tem solo) não é mais a mesma coisa, já que Groove é só um solo não de guitarra e sim de bateria e baixo (nada contra entretanto o Mike Feighan e o estreante baixista Tracy Ferrie - ex-Seraiah e futuro membro da Stryper e atualmente da secular Boston - mas é que não é a mesma coisa né...). Bom disco, sem dúvidas, mas em definitivo Barry Graul (da banda MercyMe) não é um guitarrista a altura do Rex Carroll.

O disco foi relançado em 2005, com a inclusão de duas demos do primeiro disco: "Lookin' For a Reason" e "He is the Rock", mostrando que a banda continuava de algum modo conectado com o Rex Carroll.


By Demand (1995). O legal dessa coletânea
é ter músicas que não apareceram na To The Limit.

Equilibrium (1995)

01 - Faraway Places
02 - Rubberneck
03 - Collide
04 - This One
05 - Fallen
06 - The Balance
07 - Plowed Me Down
08 - Now
09 - Full Crucifixion
10 - Windows


Embora eu curta um pouco o som grunge/alternativo, em geral eu curto isso em bandas que já nasceram com esse som ou que o desenvolveram gradualmente (tanto que curto até hoje o Big Four do Grunge - Soundgarden, Alice in Chains, Nirvana e Pearl Jam), mas quando bandas que eu curto por serem hard rock decidem cair na ideia de tentar seguir tendências da época, em geral o resultado me decepciona, porque é um notório material desajeitado, de uma banda que foi de alguma forma forçada a mudar de rumos. Equilibrium, em minha opinião, é um ponto bem baixo na discografia da banda. A faixa "Fallen" é talvez a mais próxima das que eu achei legais, apesar de ser tipo ouvir "Sign of the Times" da Queensrÿche e tentar ignorar tudo o que eles fizeram antes. No fim, é uma outra banda, não o Whitecross, e funcionaria talvez bem melhor se fosse um disco lançado como um projeto separado invés de como Whitecross. Tragicamente, Whitecross seguiu uma tendência terrível que bandas de hard rock seculares (como a própria Ratt, Mötley Crüe, Poison, Queensrÿche, Def Leppard e outras) e cristãs (Bride, Holy Soldier, Petra, Guardian, Stryper - essa nos anos 2000 -, Saint, dentre outras) acabaram descambando pra manter-se "relevantes" (a que preço esse tipo de relevância comercial acaba custando pra própria identidade, qualidade e moral da banda é algo que ainda vale pensar...). Sério, esse disco é tão fraquinho que NEM SOLO TEM DESSA VEZ!

(P.S.: É sério o que vou falar, já tava tão deprê ouvindo a faixa "Windows" que fui logo ouvir não o Flytrap, mas o disco "Eternally Haunt" da Possession pra reanimar hahahahaha).


Flytrap (1996)

01 - Get Real
02 - Amazing Love
03 - Refuse to Lose
04 - Eye to Eye
05 - End of the Line
06 - Say a Prayer
07 - Already Done
08 - Rev. (Apocalipse) 7
09 - When He Comes
10 - To my Surprise


Armadilha de mosca... de mosca confusa, claro! Mais um daqueles discos "nome denuncia o que vem por aí", Flytrap é um bocado chatinho, nem parece em definitivo um disco do Whitecross, mesmo com o vocal do Scott Wenzel ou a participação do guitarrista Quinton Gibson e o baixista Tracy Ferrie (ex-Seraiah, um projeto puramente hard rock) e com a produção do David Zaffiro (ex-Bloodgood), ainda assim é um disco que passa longe de ser um Whitecross. Não, não é um disco ruim, mas... mano, tem até uma fala de Apocalipse 7 em forma de hip-hop como abertura de "When He Comes"... Nossa...

A capa do disco define o disco: Uma das capas mais feias que eu já vi na vida. Só isso. Por favor, PAREM DE TENTAR SE MODERNIZAR SEM SABER NEM COMO FAZ ISSO!!!!!!!!!!

One More Encore (1998)
Coletânea com a maior parte das músicas da fase "grunge"
Única "novidade" é uma versão exclusiva de No Second Chances

Mega 3 Collection (2002)
Com os discos Equilibrium, One More Encore
(por que uma coletânea invés do Flytrap?) e Unveiled na íntegra
Só o fato de incluir uma coletânea invés do último álbum da
fase grunge já mostra que essa coletânea é bizarríssima!
Light Records, vocês costumam errar muito em coletâneas, viu?


Nineteen Eighty Seven (2005)

01 - Who Will You Follow
02 - Enough is Enough
03 - He is the Rock
04 - Lookin' for a Reason
05 - No Way I'm Going Down
06 - Seein' is Believin'
07 - All I Need
08 - Nagasake
09 - Signs of the End
10 - Love on the Line
11 - Re:Animate

Bônus:

12 - Enough is Enough (instrumental)
13 - No Way I'm Going Down (instrumental)
14 - Love on the Line (instrumental)
15 - Scott's Ramble


A alegria nos ouvidos e no sorriso de quem ouviu esse disco a uns anos atrás logo que saiu, depois de ter tido a má experiência de ouvir um pouco da fase grunge da banda e ver que eles decidiram voltar às origens A VERA. Voltaram de tal forma que trouxeram de volta Rex Carroll nas guitarras. Scott, depois de anos fora do circuito musical engajado em missões no Paraguai, e vez por outra alguns shows já junto com o Rex, como o Cornerstone de 2000 (quando a banda foi reformada oficialmente), em 2005 eles decidem lançar o - até o momento - último disco de estúdio da banda. Se a voz do Scott parece mais limpa e menos forte que no passado, ele ainda tá mandando muito bem, e o retorno de Michael Feighan na bateria, mais a entrada do baixista Benny Ramos (que também toca nas bandas King James, Rex Carroll Band e The Royal Guard) e fizeram uma releitura do seu primeiro disco. Com alguns toques modernos e uma produção mais apurada e limpa, é muito bom ouvir versões atualizadas dos velhos clássicos e que felicidade ver que eles NÃO REGRAVARAM You're Mine (kkkkkkkk, sim, eu sei que essa balada tem um ar meio saudoso pra alguns, mas ela era bem enjoadinha, desculpa kkkkkkk). Love on the Line também ganhou sua regravação, e ficou tão animal quanto as outras. As mudanças de arranjos foram leves e sutis, em nada danificando a qualidade do som das músicas. Re:Animate é uma faixa muito boa, uma peça instrumental que poderia facilmente aparecer nos discos clássicos da banda dos anos 1980.

As faixas bônus são mais para fãs, haja vista conterem apenas versões outtake que não foram utilizadas de instrumentais de faixas, além de uma brincadeira de estúdio do Scott no final. Isso em nada inviabiliza o resultado final, um dos discos de revival mais impressionantes da história, antecipando em muitos anos por exemplo o Second Coming da Stryper.

Curiosidade: No final do outtake de Love on the Line (faixa 14) tem um trechinho dos riffs iniciais de Iron Man do Black Sabbath e uma risadinha do Scott (kkkkkkkkkkk).

Very Best of Whitecross (2006)
Tal qual fez com a Bride no mesmo ano, a Star Song
lançou também uma coletânea (mais uma?) da Whitecross.
Embora nada de novo, a escolha de músicas é muito boa,
considero essa a segunda melhor coletânea da banda,
atrás somente de "To The Limit".


Triumphant Comeback (2008)

01 - Introduction
02 - Who Will You Follow
03 - Living on the Edge
04 - Down
05 - Drum Solo
06 - We Know What's Right
07 - Guitar Solo (incluse Nagasaki)
08 - Good Enough
09 - You Will Find it There
10 - No Way I'm Going Down
11 - Enough is Enough
12 - In The Kingdom

Depois de anos de gravações ao vivo puramente bootlegs (incluíndo aí uma do show de RJ de 1993 que vez por outra rola por aí), finalmente em 2008 no evento Legends of Rock eles lançam um disco oficial ao vivo. Não há muito o que dizer. Embora Scott Wenzel esteja um pouco abaixo do potencial vocal que ele tinha anos atrás, ele continua fazendo muito estrago nesse disco. Quanto ao Rex, não há o que falar, o cara é um animal na guitarra. Com um repertório bem variado, focado em faixas dos álbuns 1987, Hammer & Nail, Triumphant Return e In the Kingdom (esse último com maior ênfase até), é um prazer incrível ouvir esse disco fantástico. Lastimavelmente é o último trabalho lançado pela banda até os dias de hoje, muito embora continuem a tocar por aí afora (chegaram a tocar por aqui em maio de 2014) e em 2017 Rex e Mike juntaram-se a David Bach e Jamie Rowe do Guardian para fazer um projeto em conjunto das duas bandas, chamado Revival (mais detalhes no post desse projeto).

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Ver também

Guardian + Whitecross
Scott Wenzel
Rex Carroll Band
King James
Fierce Heart
Eden
Seraiah
Stryper
Dez Dickerson

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Candelabro



Banda de hard e heavy rock pernambucana surgida em 1992 por Cauê Cury (guitarra) e os irmãos Felipe (voz e baixo) e Marcos Baía (bateria). Já no ano de estreia lançaram a demo-tape Rebelião e com a faixa-título ganharam o festival Art-Contato 92 como a melhor composição (disputando com várias bandas de rock seculares de Recife, inclusive membros de grandes bandas como a de thrash metal Cruor). Em 1993 foram mais longe: ganharam o festival Art-Contato 93 como a MELHOR BANDA. Seguiram na ativa até a segunda metade dos anos 2000, sendo que em 2000 a banda passou por sua maior mudança de formação, com a entrada de Wendell Francel nos vocais (e posteriormente também no baixo), Hugo Leonardo na bateria e Léo Teixeira nos teclados, gravariam seu único disco full, "Candelabro", em 2005. Foi uma das precursoras da cena pernambucana juntamente com Heaven e Cavaleiros do Rei/Tempero, numa época em que na região poucas bandas tinham se aventurado a tocar rock cristão até então, como Embaixadores de Sião.

Cauê Cury continua sendo um dos maiores guitarristas de Pernambuco e do Nordeste, já tendo ganho várias vezes o prêmio de maior guitarrista da região e atualmente toca com o músico de forró Nando Cordel. Esse sucesso todo levou a banda a ser figura fácil em diversos festivais de Pernambuco e até em outros estados do Nordeste e do Brasil. Em 2013 foram uma das poucas bandas cristãs - juntamente com a pouco conhecida Anno Domini do vocalista Daniel Pinho (das seculares Silent Moon e Terra Prima) a a serem citadas no livro PEsado, do escritor e músico Wilfred Gadelha (um cara declaradamente anti-"white" metal), dando todo devido respeito ao talento dos caras.



Rebelião (1992)

01 - Rebelião
02 - Vivendo pelo Amor
03 - Mateus XXII - XVI (22.16)
04 - Filho de Jesus








Enquanto a cena de SP e RJ bandas como Oficina G3, Resgate, Fruto Sagrado, Calvário e Kletos faziam um hard rock e os primórdios do heavy metal no Brasil, em Pernambuco o Candelabro já fazia um hard'n'heavy impressionante e consistente. "Rebelião", que fala da queda de satã, é a mais pesada do disco, um heavy metal na linha do Bride oitentista. Já as três outras faixas remetem mais ao hard'n'heavy de bandas como Whitecross e Fruto Sagrado nos primórdios. Letras bem direcionadas ao evangelismo e também ao amor de Cristo. Essa demo levou a banda a aparecer no número final (10) da saudosa zine White Metal Detonation, de junho de 1994, coordenada pelo pastor Sandro Baggio (Refúgio do Rock e atual Projeto 242), levando a banda a ser conhecida nacionalmente.


Cada Manhã (Videoclipe, 1995)

Não tenho esse videoclipe, sei entretanto que ele chegou a ser veiculado no país inteiro via Rede Gospel de TV (na época transmitia seu programa Clip Gospel na extinta TV Manchete).


Capa bootleg. Se tiver uma arte
real da capa, mande pra mim ;)
Histórias, Sonhos e Lamentos (1996)

01 - Tocou-me (Procura)
02 - Filho
03 - Estevão
04 - Sonhos Evaporam (Artecristã/MILAD cover)
05 - (Larga) O Jugo
06 - Perdoado
07 - Ver Você Chegar
08 - Superman
09 - A Porta
10 - Desfocalize-se
11 - O Profeta e a Meretriz



Segunda demo da banda, nessa eles decidiram amenizar um pouco mais a sonoridade, colocando alguns elementos de pop/rock, apesar de manter algumas faixas mais pesadas, como as clássicas "Larga o Jugo", "Desfocalize-se" e "Estevão", música mais clássica da história da banda. A sonoridade fundiu elementos do hard rock com o britpop, lembrando muito o que o Resgate faria no ano seguinte em seu quarto álbum, o auto-nomeado Resgate, isso pode ser observado na faixa "A Porta" ou no cover de "Sonhos Evaporam". Essa sonoridade mais hard pop seria adotada pela banda a partir daí, em seus próximos (e poucos) lançamentos seguintes. As letras continuam sendo geniais, como a faixa final, baseada na vida do profeta Oséias, que representava a relação de Deus com seu povo. Isso sem falar no megassucesso "Estevão".


Single 1998 (1998)

Não sei muitas informações desse primeiro single, sei que ele após a gravação aqui foi mixado nos EUA pelo produtor Ed Cash. Continha 3 faixas, incluindo... Estevão. Sim, ela aqui, numa melhor produção, estourou em rádios e em programas de TV locais com as aparições da Candelabro.


60 (Single, 2001)

01 - 60
02 - Estevão
03 - Procura








Depois de Felipe Baía sair da banda pra se dedicar mais ao ministério pastoral, a banda passou por uma enorme reformulação, sendo a mais notória a entrada de Wendell Francel nos vocais. Em janeiro de 2001 gravaram seu segundo single, "60", dessa vez não em formato videoclipe e sim em CD-R. 60 tem uma pegada meio hard blues e fala de uma verdade baseada no Salmos 90.10 (apesar que Moisés citava aí 70 anos e não 60) e a futilidade de uma vida vivida só pra nós. As outras faixas foram regravações da demo: Estevão ganhou no final um rap/rock na linha da banda Juízo Final:

"Estevão, diácono, servo de Deus
Fala a verdade para os fariseus
Pois nem as pedras puderam sua voz calar
Pois a Verdade fala por si só
Não precisa ninguém provar
Agora entendo o que Cristo diz
Negue-se a si, negue-se a si
Tome a sua cruz e SIGA-ME!"

Já a faixa "Procura" (originalmente chamada "Tocou-me") ficou ainda mais agitada, e sua letra continua fantástica demais. Basicamente uma crítica aos mais diversos tipos de caminhos (incluindo aí os de religiosidade "pseudocristã") pra se chegar a Deus, quando o melhor de todos é realmente deixar Ele nos tocar naturalmente.

CURIOSIDADE: A banda chegou a distribuir esse single como promo, inclusive o disponibilizando pra download no finado site deles (www.candelabro.net).


Candelabro (2005)

01 - Candelabro
02 - O Jugo
03 - O que Sou
04 - 60
05 - Não Há
06 - Procura
07 - Tua Graça
08 - O Profeta e a Meretriz
09 - Histórias, Sonhos e Lamentos
10 - Liberdade
11 - Estevão


Uma coletânea praticamente, com algumas das melhores canções que a banda já tinha feito, como "O Jugo", "60", "Procura", "O Profeta e a Meretriz" e "Estevão". Curiosamente "Cada Manhã" não apareceu aqui, bem como nenhuma canção da antológica primeira demo (talvez pela proposta sonora lá ser bem mais pesada). De todo modo, essa formação da banda conseguiu fazer o trabalho mais consistente, com uma baita pegada que funde o hard rock e o pop/rock na linha do Oficina G3 e Virtud. Faixas inéditas, como a "Candelabro", "O que sou", "Não Há", "Tua Graça", "Liberdade" e a enfim criada "Histórias, Sonhos e Lamentos" seguem a linguagem eficaz, poética e bíblica, mostrando também as lutas internas de cada um de nós. As regravações ganharam uma roupagem muito boa, poucas mudanças de arranjos pontuais, mas que deram um gás novo e mais vívido pras faixas. Felipe Baía faz o rap no final de Estevão nessa versão. O disco vendeu bastante aqui em Pernambuco, lembro quando lançou o quanto espalhavam cartazes em lojas cristãs e pelo centro do Recife, além de anúncios na rádio Evangélica FM 100,7, mostrando o quando a banda havia conquistado o respeito na cena, sendo fácil ser convidada em eventos como o finado Recifeliz com Jesus e a Marcha para Jesus Recife (onde os vi ao vivo pela primeira vez, creio que em 2002 ou 2003, e pirei na hora. Eles e a Calvário D.C. foram sem dúvidas as bandas daquele dia no show - isso porque eu não tinha chegado mais cedo pra ver a Alta Cúpula hahaha). Essa banda definitivamente faz muita falta, uma clássica banda que poderia fazer aí qualquer dia desses uns shows comemorativos, por que não?

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Cauê Cury chegou a gravar junto com os caras da Acesso Livre. Confiram depois na review da banda.


terça-feira, 14 de maio de 2019

Bride







Bride é uma banda surgida em Louisville, Kentucky, nos EUA, em 1981, sob o nome de Matrix. Com esse nome, os irmãos Thompson (Dale, vocais, e Troy, guitarras) faziam um heavy metal clássico com uma pegada setentista, e lentamente seguindo para um som mais oitentista. Lançaram quatro demos com esse nome, quando em 1986 foram obrigados a mudar de nome, pois o nome Matrix já pertencia a uma outra banda (mais conhecida como Matrixx) de power metal americano de Ohio. Assinando com a gravadora Pure Rock Records mudaram o nome pra Bride e assim seguiram com várias mudanças de sonoridade e formações, passando do heavy/speed metal pro hard rock/pop metal, posteriormente pro hard acústico/blues, pro grunge/alternativo, rapcore/nu metal e pro hard'n'heavy revival, sendo portanto uma das bandas mais inventivas da cena, apesar de nem sempre todas essas mudanças terem agradado todos os fãs (eu incluso). Embora tenha feito um indiscutível sucesso nos EUA e em diversos países, foi no BRASIL que a banda conseguiu seu maior fã-clube, o Bride Forever, graças principalmente às suas diversas vindas pro Brasil, em especial nos SOS da Vida promovidos pela Renascer em Cristo. Foi a primeira banda de metal cristão que ouvi e a primeira banda estrangeira que eu vi ao vivo na vida em 2005 no Recife Agosto de Rock VI. Todo esse amor do Brasil pelo Bride e do Bride pelo Brasil rendeu vários VHSs e DVDs de shows, além da recente inclusão dos músicos brasileiros Nenel Lucena (daqui de Pernambuco, guitarrista da secular Evocati e baixista da também cristã com o Dale No Other God) e Alexandre Aposan (sim, ele mesmo, o ex-baterista do Oficina G3 e também membro do No Other God). Dale e Troy chegaram a ganhar por anos no Dove Awards como maiores cantor e guitarrista do rock cristão respectivamente, uma notória indicação do talento incrível de ambos, até hoje, diga-se de passagem.

Steve Osbourne, ex-guitarrista do Bride em dois discos da banda, tristemente cometeu suicídio em 16/11/2011 =(

Curiosidade: Pra vocês terem uma ideia do quanto Bride me inspirou, dois projetos de bandas que eu tentei fazer tinham nomes inspirados na banda: Bride of Christ e To Die For Me. Só Mortification deve ter tido mais relevância nesse sentido, já que essa eu cheguei a me inspirar em nomes como Death Requiem, Terminate Damnation e Brutal Warfare.



Matrix - PG-13 (1983)

01 - We Got Rhythm
02 - Who Killed the Rock Hero?
03 - Get Away
04 - What's the Point?
05 - Good Rock 'n' Roll (só na versão CD-R)
06 - Stand Up and Shout
07 - West of the Moon
08 - Spell House
09 - To Make You Think it's Real
10 - Missing Children
Versão original em K7



Com uma pegada bem heavy clássica, influências diretas de bandas como as bandas de NWOBHM e algumas mais antigas como Judas Priest e Motörhead, PG-13 (referência à classificação etária dos cinemas e programas de TV americanos de programação para maiores de 13 anos - provavelmente um trocadilho de que o som deles não era um som pra crianças, vai saber jajajshajshas) é uma demo consistente, onde já é possível ouvir os vocais impressionantes do Dale Thompson. A demo tem faixas mais calmas, como Spell House (com uns efeitos eletrônicos curiosos de um Mr. Speak and Spell no final), mas também heavy metal bem speed como "Who Killed the Rock Hero?" e "Stand Up and Shout", sendo um prato cheio para amantes de raridades de heavy clássico. Essa demo saiu em dois discos compilação de maneira completa: no 1983-1984 de 1994 e no The Matrix Years/The Lost Years I de 2001.

Matrix - Monkey See, Monkey Do (1984)

01 - Hero's (Heroes)
02 - Fright (Now he is Gone)
03 - Remember Me
04 - Now You See Me, Now You Don't
05 - All Hallows Eve
06 - Slippin' into the Light
07 - We Are Going to Make It
08 - Look at me Now (Forever in Darkness)
09 - He's a Flyer
10 - What Must I Do (Follow Your Heart)

Versão original em K7



Seguindo em frente na sonoridade mais heavy metal, Matrix comete o "Monkey See, Monkey Do" (outra referência meio críptica, é uma expressão americana que se referencia a um conhecimento puramente imitativo, algo que devemos fazer em relação a nosso Cristo, pois tudo que Ele fez devemos também fazer) traz um pouco mais de peso, com elementos de speed metal mais fortemente presentes aqui. "Hero's" posteriormente foi regravada no disco Live to Die e "All Hallow's Eve" no álbum Silence is Madness. Boa parte dessa demo reapareceu em relançamentos do Show no Mercy, além de "Look at me Now" ter aparecido numa coletânea rara chamada Bringing Back the Rock (não sei bem a procedência dessa). Também reapareceu nas já citadas coletâneas 1983-1984 e The Matrix Years - Lost Years I. Uma curiosidade é que o nome das músicas costuma mudar em alguns relançamentos, e em alguns casos é possível saber também versões antigas de canções como Now he is Gone, Follow Your Heart e Forever in Darkness.

Matrix - Silent Madness (1985)

01 - What Must I Do
02 - Fright
03 - Rebel on the Run
04 - Song Master
05 - Look At Me Now
06 - Mirror Mirror
07 - Child of Dreams
08 - Fly Away
09 - Melissa
10 - The First will be Last



Demo raríssima da banda, não sei muito dessa, exceto que algumas faixas reapareceram no disco Show no Mercy em versão regravada, além de "Melissa" reaparecer na coletânea The Matrix Years - Lost Years I. O nome dessa demo depois foi reaproveitado no disco "Silence is Madness", e eu acredito que alguma das faixas dele poderia ser uma versão antiga dessa música (ou não).

Matrix - Studio Junkie (1985)

01 - Evil that Men Do
02 - Show no Mercy
03 - I will Be with You
04 - I Can Fly Now
05 - Child of Hell
06 - Butterfly
07 - Studio Junkie
08 - Good Rock'n'roll

Sei pouco também dessa demo. Algumas faixas seriam regravadas no disco seguinte, já como Bride. "I Can Fly Now" reapareceu na coletânea The Matrix Years - The Lost Years I e algumas faixas reapareceram em relançamentos de Show no Mercy. Uma curiosidade é que Child of Hell, Butterfly e Studio Junkie também foram parte de uma rara demo de Dale Thompson solo, chamada His Love is Everywhere, quando ele começou o que futuramente seria seu projeto solo mais voltado pro blues.


Show No Mercy (1986)

01 - Evil that Men Do
02 - Now he is Gone
03 - Fly Away
04 - Forever in Darkness
05 - Follow Your Heart
06 - Show No Mercy
07 - I Will Be With You
08 - Thunder in the City
09 - No Matter the Price
10 - The First Will Be Last

Versão de relançamento da M8 de 1999
Faixas bônus: I Can Fly Now, Welcome/What Must I Do, Butterfly, Missing Children, Fright, Look at me Now, No Matter the Price (demo).

Heavy Metal de primeira linha, com muitas influências da NWOBHM, mas com um vocal animal de Dale Thompson, "Show No Mercy" impressiona até aos dias de hoje. Não conheço muitos que façam os vocais finais de Evil That Men Do (nada a ver com uma faixa de nome similar tocada dois anos depois pela Iron Maiden). Já vi gente besta (lá daquele sitezinho inimigo do rock cristão, o do Terry Watkins) dizendo que a faixa "Forever is Darkness" é a prova que a banda é do mal, porque cantam como o diabo em primeira pessoa - como se dizer do estado desgraçado do inimigo de nossas almas fosse algo muito legal pra ele, com certeza viu... Os vocais computadorizados em certa repetição do refrão de Thunder in the City se encaixaram bem na música. Minha faixa predileta desse disco é justamente a que dá nome ao álbum, uma pauleira mais speed metal que o resto das faixas do disco.

Algumas versões de relançamento resgatam um ou outro som que o Bride fez ainda na fase Matrix, além de algumas demos perdidas, como No Matter the Price e a I Can Fly Now, que foi gravada nas mesmas sessões de Show no Mercy, mas ficara perdida sem ter sido originalmente publicada no disco.

Curiosidade: A arte de capa é de Gustave Doré, pintor francês (1832 - 1883) que ilustrou muitos livros. Essa ilustração se chama "The Destruction of Leviathan" (1865). Muitas capas de bandas cristãs usaram ilustrações dele.


Live to Die  (1988)

01 - Metal Might
02 - Hell No
03 - In the Dark
04 - Out for Blood
05 - Live to Die
06 - Fire and Brimestone
07 - Whiskey Seed
08 - Here Comes the Bride
09 - Heroes

Numa década tomada por bandas de hard e heavy cristãs melódicas como Stryper, Bloodgood, Guardian e Barren Cross, o Bride decide mandar o seu disco mais pesado, e um dos meus prediletos da banda. Live to Die é um registro de speed metal pesado, por vezes flertando com o thrash metal, na época em que bandas como Vengeance Rising, Believer e Deliverance ainda estavam começando e precursoras como Have Mercy, Heaven's Force, Stone Vengeance e Tempest sequer conseguiam ainda passar de bandas cult. "Here Comes the Bride" é a faixa mais rápida e pesada da história da banda, um thrash metal puro e simples. Ficou famosa como um quase hino da banda ("Lá vem a noiva!"). A primeira entrevista que li deles, em 2001, na saudosa Revista Gospel, trazia essa frase como título. Infelizmente não tenho mais essa revista =( ; Várias outras faixas tornaram esse um dos meus discos prediletos, como Metal Might, Hell No, Out for Blood, Live to Die e Fire and Brimestone, minha predileta do disco. "Heroes" tornou-se um hino eterno da banda, já tendo sido regravada por várias bandas como Treasure Seeker, Sabbatariam, Dynasty e diversas outras. Já Hell No ganhou uma versão especial da banda Saint Spirit. A parte final da música causa arrepios em mim até hoje com aqueles gritos medonhos no final haeuehuaeh. Não destaco nenhuma regravação aqui porque até a versão de 2008 da M8 ficou bem fraquinha, as duas faixas bônus advém do show "Live at Cornestone 2001", que já havia saído a pouco tempo em CD, sendo portanto inclusões meio "er... ok né...".

Curiosidade: Na verdade é um pedido, alguém sabe a origem da pintura da capa desse disco? Eu amo essa capa!  OBRIGADO MÁRLLON, a ilustração também é do Gustave Doré.

Silence is Madness (1989)

01 - Fool me Once
02 - Hot Down South Tonight
03 - Silence is Madness
04 - Until the End We Rock
05 - Evil Dreams
06 - Under the Influence
07 - All Hallow's Eve
08 - No More Nightmares
09 - Rock Those Blues Away

(Faixas-bônus: Everybody Knows My Name (demo), Same Old Sinner (demo), Military Halo, Child of Hell, Butterfly, His Love is Everywhere, Studio Junkie, Lost in His Love).

Um recuo ao estilo do primeiro disco, Silence is Madness diminiu a pegada mais speed/thrash do último disco, embora a faixa de abertura, Fool Me Once, ainda tenha uma pegada mais speed, as outras faixas são mais próximas do disco debut. Mas esse disco traz sim umas novidades. Logo na faixa seguinte, traz uma pegada mais hard rock, meio que antecipando os passos que viriam a seguir (Evil Dreams com sua parte meio rap no meio da música, a lá Aerosmith e Rum-DMC, também seguem um pouco a ideia do que viria a seguir). A faixa título com sua narração no início já dá um calafrio na espinha hahahah. Curiosamente tem duas faixas com títulos meio um continuação do outro (Evil Dreams e No More Nightmares). Outra coisa curiosa é que nesse disco as letras fugiram mais da parada mais evangelística e com linguagem cristã direta, assumindo um pouco mais de falas acerca de outras coisas da vida, como a solidão e a depressão (a faixa título), o rock'n'roll propriamente dito (Until the End...), vício em álcool e drogas (Under the Influence), contra o halloween (All Hallow's Eve), idolatria e religiosidade falsa (Fool me Once), enfim, o Bride a partir desse disco iria ter um caráter bem mais amplo para mostrar que a mensagem divina atinge todos os aspectos da vida humana - apesar de muita gente achar que isso é "se vender". Não a toa, esse é um dos meus três discos que mais gosto da banda, junto com o Live to Die e um que logo irá aparecer. Rock Those Blues Away é uma faixa curiosa no fim do disco, com uma pegada mais blueseira, meio que também antecipando uma das tendências que a banda faria - bem como o vocal faria em sua carreira-solo.

A M8 no relançamento dela de 2000 incluiu duas versões demo de faixas que sairiam na coletânea "End of the Age" de 1990, além da demo "His Love is Everywhere" (ou "Lost in His Love") do Dale Thompson, de 1993. Apesar de ambas inclusões serem talvez meio "anacrônicas" em relação a esse disco, vale a pena ouvir.

Dois shows da banda gravados nessa fase original, bootlegs raríssimos e valiosos

End of the Age - Best of Bride (1990)

01 - Everybody Knows My Name
02 - Hell No (Live to Die)
03 - Hot Down South (Silence is Madness)
04 - Forever in Darkness (Show no Mercy)
05 - Heroes (Live to Die)
06 - Same Ol' Sinner
07 - Thunder in the City (Show no Mercy)
08 - Fire and Brimstone (Live to Die)
09 - Evil that Men Do (Show no Mercy)
10 - All Hallows Eve (Silence is Madness)


Poucas coletâneas realmente resumem uma fase de uma banda (e mais, abrem as portas pra fase seguinte) como End of the Age. Nome perfeito, definindo bem o que ficou pra trás, essa coletânea reúne algumas das melhores faixas dos três primeiros discos da banda, além de apresentar as novas Everybody Knows My Name (que reapareceria no disco de estúdio seguinte) e Same Ol' Sinner (que ficaria praticamente apenas em coletâneas, apesar de seu som enérgico e fantástico). Essas faixas apresentam uma pegada bem mais hard rock, mais comercial pop, na linha de bandas como Aerosmith e Guns N' Roses. Isso seria aprofundado no lançamento seguinte da banda. Já as faixas selecionadas de outros discos (notoriamente com uma prevalência de Live to Die sobre os outros dois discos da banda) me pareceu bem justa, uma das melhores seleções de faixas que já vi na vida - apesar de faltar na minha opinião a faixa Show No Mercy, além da Silence is Madness também.

Curiosidades: O quadro da capa é provavelmente uma representação do Juízo Final, só não sei o autor e data (se você souber pode dizer hahaahah agradecerei). A forma como o "E" tá escrito nessa capa uma vez fez um amigo meu achar que o nome da banda era BRIDA (nome de um dos livros mais famosos do escritor ocultista e roqueiro Paulo Coelho, que chegou a virar uma malfadada novela da extinta Rede Manchete). Convencer ele do erro custou viu heuhaeuhea

Kinetic Faith (1991)

01 - Troubled Times
02 - Hired Gun
03 - Ever Fallen In Love
04 - Mountain
05 - Ski Mask
06 - Everybody Knows my Name
07 - Young Love
08 - Kiss the Train
09 - Crimes Against Humanity
10 - Sweet Louise


As guitarras mais gordas, com o timbre característico de uma velha Gibson Les Paul, logo no início de Troubled Times, já anunciam que o Bride entrou nos anos 1990 chutando tudo pela frente. "Pop" Metal, mas ainda bem metálico, esse disco tem uma capa icônica, foi o primeiro da banda que vi (mas não o primeiro que ouvi, já já falo desse hehehe), tem clássicos como Troubled Times (inspirado no famoso discurso/pregação de Martin Luther King - "I dreamed a dream"), Hired Gun, Ever Fallen in Love, a já conhecida Everybody Knows my Name (com uma mudança sutil nos arranjos) e o sucesso radiofônico Sweet Louise, esse provavelmente responsável por a banda embarcar de vez no comercialismo. Não que isso seja ruim, mas para os fãs antigos da banda iria representar uma grande perda na autenticidade e peso que a banda faziam. Pra mim, que os conheci fazendo esse som, nada demais, foi simplesmente um disco muito bom.

Snakes in the Playground (1992)

01 - Rattlesnake
02 - Would You Die for Me?
03 - Psychedelic Super Jesus
04 - Fallout
05 - Saltriver Shuffle (intro)
06 - Dust Through a Fan
07 - I Miss the Rain
08 - Untitled Intro
09 - Don't Use Me
10 - Picture Perfect
CD especial bônus de colecionador,
com uma entrevista, além de uma versão
rara de Hired Gun acústica.
11 - Love, Money
12 - Some Things Never Change
13 - Untitled Intro 2
14 - Goodbye

O maior sucesso da banda, o mais vendido disco, e sem dúvidas pra muitos o melhor disco deles (pra mim é só um dos três), tem o som mais polido e definitivamente inspirado em Aerosmith e Guns 'n' Roses que seja possível imaginar (uma banda cristã que também fazia um som meio Guns, Blood 'n' Fire, passa a léguas de distância da qualidade que esse disco imprimiu). Conheci a banda por essa belezura, e sem dúvidas esse disco mudou minha vida. Foi por causa desse disco que eu nunca mais larguei o metal cristão, afinal foi o que deu origem ao meu amor pelo gênero. Faixas como Rattlesnake, Would You Die for Me, Psychedelic Super Jesus, Dust Throught a Fan, Don't Use Me e as balada imortais I Miss the Rain e Goodbye, viraram minha cabeça. Um dos projetos de banda fracassados que tive inclusive tinha o nome To Die For Me, inspirado justamente na segunda faixa desse disco - infelizmente o projeto naufragou porque o guitarrista saiu da fé e nunca mais voltou, que Deus possa resgatá-lo, meu amigo!

Foi na turnê desse disco que a banda deu as caras pela primeira vez ao Brasil em 1993 e construiu sua relação de amor com o país. Inclusive o disco foi o primeiro a ser lançado por aqui, num curioso formato LP, já que nos EUA ele só saira em CD e K7. Tenho gravado em um DVD um dos shows que eles fizeram aqui em 1993, simplesmente alucinante.

OBS: Até onde vi, todas as versões do disco não listaram as duas intros sem nome, o que causa as vezes uns bugs na contagem de faixas em reviews e no Windows Media Player também xD


Snakes Alive (1992/2005)

01 - Picture Perfect
02 - Even Fallen in Love
03 - Young Love
04 - Hired Gun
05 - Troubed Times
06 - Would You Die for Me
07 - Same Ol' Sinner
08 - Under the Influence
09 - Dust Through a Fan
10 - Psychedelic Super Jesus
11 - Everybody Knows my Name
12 - Hell No
13 - Testimony

Gravado na primeira apresentação da banda no festival Cornerstone em 1992, tem uma curiosidade muito forte: nesse tempo Dale Thompson era sondado para substituir Michael Sweet em definitivo na banda Stryper - ele chegou até a fazer alguns shows com a banda. A verdade é que Deus não permitiu e ele seguiu seu rumo no Bride, onde está até hoje. O testemunho de Dale no final do disco é muito belo e impactante, mas o show em si é muito valioso, pois não só está focado no disco Snakes in the Playground, mas contém faixas de outros álbuns da banda, algo muito positivo, provando que eles não tinham - pelo menos até então - abandonado o passado mais pesado da banda. Recomendo muito. Oficialmente esse disco só saiu em 2005 lançado pela Retroactive Records.

Under the Gun - Live in Brazil 1993 (CD e DVD, 1993/2004-5)

(17/09)

01 - Hallelujah, Praise Jesus (intro)
02 - Rattlesnake
03 - Would You Die for Me
04 - Psychedelic Super Jesus
05 - Hired Gun
06 - Troubled Times
07 - Under the Influence / Bullet the Blue Sky (incidental do U2)
08 - Fallout
09 - Everybody Knows my Name
DVD lançado em 2004


(19/10)

10 - Hell No
11 - Would You Die for Me
12 - Psychedelic Super Jesus
13 - Hired Gun
14 - Fallout

Gravado em duas apresentações que a banda fez aqui no Brasil, na época do 3º SOS da Vida, só saiu muitos anos depois oficialmente. Entretanto capta bem a energia da banda nessa fase e também sua interação com o público brasileiro. Não a toa seria apenas a primeira de MUITAS apresentações da banda, inclusive gravadas, aqui no Brasil.


God Gave Rock and Roll to You (Single, 1993)


01 - God Gave Rock and Roll to You (feat. D.O.C.)
02 - Rattlesnake
03 - Dust Through a Fan






Com a corda toda (e com a bola toda também), Bride comete essa single - que também saiu em videoclipe - com uma versão da clássica música do Argent (que já tinha ganho uma versão cristã famosíssima com o Petra e uma versão "não-cristã" com a Kiss). Essa versão, com a ajuda dos rappers da D.O.C., virou tipo a "Walk this Way" cristã, pois evocou demais a canção que o Run-D.M.C. cantou com os hard rockers do Aerosmith nos anos 1980. Imitação? Talvez não exatamente, vamos ver isso como uma homenagem genial. No fim, ficou muito bem gravada, e dá pra curtir bastante - léguas de distância do que a banda ainda faria em sua polêmica fase nu metal. As outras duas faixas são apenas faixas tiradas do disco Snakes in the Playground, mas ao menos são boas faixas desse disco - na verdade, qual desse disco que era ruim?

Curiosidade: Essa single jamais saiu em quaisquer coletâneas ou lançamentos/relançamentos do Bride. Estranho não?


Scarecrow Messiah (1994)

01 - Beast
02 - Place
03 - Murder
04 - Scarecrow
05 - Crazy
06 - Time
07 - One
08 - Doubt
09 - DadMom
10 - Thorns
11 - Questions


Último disco da banda pela Pure Metal/Star Song, também representou o fim de uma era, tal qual "Silence is Madness" representou o fim da fase heavy metal da banda. Mas ao contrário deste último citado, Scarecrow Messiah passou longe de ser uma unanimidade. As músicas e a sonoridade foram quase, em certos termos, uma cópia carbono do disco anterior, só que sem a qualidade marcante do Snakes in the Playground. Algumas faixas como Beast, Place, Scarecrow e Time ainda são boas faixas e ficam marcadas na cabeça da gente, mas de resto parece realmente um terrível "mais do mesmo" do disco anterior. Não que isso torne o disco ruim - e a julgar pelo o que virá a seguir de discos de estúdio da banda, isso é bem verdade -, mas definitivamente quando ouço "Murder" por exemplo não vejo nada tão marcante que me faça recordar tanto da música (apesar dos efeitos no refrão, por exemplo). No mais, é um bom disco, mas nada tão memorável quanto seus antecessores. Uma novidade aqui é o retorno de letras mais "cristãs", com várias referências à Palavra e ao Senhor Jesus, algo que desde Silence is Madness meio que havia sido substituído por letras mais "abertas". "Scarecrow" causou pela comparação de Jesus com um espantalho (o que na realidade faz sentido no sentido do Cristo crucificado - de aparência feia e sem nenhuma formosura [Isaías 53], mas capaz de espantar todo o mal de nossas vidas). A faixa mais diferentona do disco, "Questions", um monte de questões de nossas vidas, meio declamadas invés de cantadas, numa sonoridade alternativa, meio que apontavam os rumos que a banda tomaria dali por diante. A última faixa também possui uma faixa escondida que eu chamo de "Scarecrow (Reprise)", por ser uma repetição do nome da faixa título num acompanhamento instrumental a lá filme de super-herói (kkkkk).

Curiosidade: Todos títulos de faixas da banda são formados por uma única palavra, até mesmo a faixa DadMom (em que as palavras PapaiMamãe formaram uma só).

Matrix - 1983-1984 (1994)

01 - We Got Rhythm
02 - Who Killed the Rock Hero
03 - Get Away
04 - What's the Point
05 - Stand up and Shout
06 - West of Moon
07 - Spell House
08 - To Make You Think It's Real
09 - Heroes
10 - Now He is Gone
Relançamento de 2014 pela
Retroactive Records
11 - Remember Me
12 - Now You See Me
13 - All Hallow's Eve
14 - Slliping Into the Light
15 - We Are Going to Make it
16 - Forever in Darkness
17 - He's the Flyer
18 - Follow Your Heart
19 - I Can Fly Now
20 - Melissa

Basicamente uma coletânea com faixas das duas primeiras demos da banda ainda como Matrix, além de uma faixa de cada uma das demos seguintes. Na época de seu lançamento foi importantíssima para conhecer a fase clássica da banda, numa época que era difícil obter as demos originais (apesar que os dois primeiros demo-K7s acabariam sendo republicados nos anos 1990 em formato CD-R).

Across the Border (1994)

01 - Would You Die for Me?
02 - Scarecrow
03 - Psychedelic Super Jesus
04 - Hired Gun
05 - Under the Influence/Bullet the Blue Sky (incidental)
06 - Thorns
07 - Everybody Knows My Name
08 - Hell No
09 - Murder
10 - Troubed Times
11 - How Long (Unplugged)
12 - I Miss the Rain (Unplugged)

Show gravado na Suíça (as dez primeiras faixas) e em Wurzburg, Alemanha (as faixas acústicas, inclusive um acústico de Sweet Louise que acabou não saíndo no disco), ambos shows da turnê de despedida de Rick Foley (baixo). Nesse momento a banda estava no seu auge, e esse foi o primeiro disco ao vivo oficialmente lançado por eles em cópias limitadas numeradas a mão. A qualidade de gravação tá até considerável, e a seleção de músicas do show é legal, talvez não pela escolha das faixas de Scarecrow Messiah, que a única mais memorável aí incluída é a faixa título. De resto, são boas faixas e seleções de uma das melhores formações e fases da banda e que estava se despedindo nesse ano. As duas últimas faixas, acústicas, meio que foram o spoiler do que estava por vir...


The Lost Reels I (1994)

01 - How Long
02 - Fine Line
03 - Only Hurts When I Laugh
04 - Lisa
05 - Let the Son Shine
06 - I Don't Get It
07 - Hollywood
08 - Sugar
09 - I am the Devil
10 - Good Rock 'n' Roll
Relançamento de 2013

11 - Dirty
12 - 18
13 - Help
14 - Could You Live in My World
15 - Think About Your Future
16 - Sleepy Southern Town
17 - Pyramid
18 - Echoes of Mercy
19 - I Miss Dancing with You
20 - It's the Devil


Algumas canções perdidas em sessões da banda nos anos de 1988 (faixas 10-12), 1989 (6-9), 1992 (13-20) e 1993 (1-5). A maioria nunca foi reutilizada em gravações da banda posteriores, mas curiosamente uma faixa de 1989 merece destaque: I Am the Devil, que reapareceria no disco de estúdio da banda de 1995, Drop (Help, de 1993, também apareceria nesse disco). No geral são músicas na linha do hard rock, com pouca influência de metal (exceto pelas faixas de 1988, que são um pouco mais pesadas), pegando bem o que foi essa época da banda bem profícua, e que desde os anos 1980 eles já projetavam a mudança do heavy mais pesado pro hard rock. Boa coletânea.

Curiosidade: As letras aparecem em tres diferentes fontes na capa original: Arial, Webdings e em grego (não lembro agora a fonte que deixa tudo em grego kkkkk).

The Lost Reels II (1994)

01 - Scarecrow
02 - Place
03 - Beast
04 - Some Things Never Change
05 - I Miss the Rain
06 - Kiss the Train
07 - Everybody Know my Name
08 - Same old Sinner
Relançamento de 2013

09 - Hired Gun
10 - Ever Fallen in Love
11 - Young Love
12 - Sweet Louise
13 - Rattlesnakes
14 - Would You Die for Me
15 - We Don't Need no Color Code* (bônus de relançamento)





Músicas dos álbuns Kinetic Faith, Snakes in the Playground e Scarecrow Messiah em suas versões demo. Algumas tiveram mudanças significativas em arranjos, como a parte final de "Place", ou o refrão inteiro de "I Miss the Rain" por exemplo. Mudanças de nome, como "Same Old Sinner" (Same Ol' Sinner) ou Everybody Know My Name ("Knows"), tudo isso traz a esse disco o devido valor histórico dele, mostrando o desenvolvimento das músicas e tudo o mais. Inclusive a gaita de Same Old Sinner, com tudo o mais, tornou pra mim essa versão até melhor do que a que ficou mais famosa.

A faixa bônus advém da coletânea "I Predicted a Clone", em tributo ao Steve Taylor.

Curiosidade: Já essa capa original parece só um caça palavras aleatório haeuhaeuhae

Bride Returns to Brazil (1995), uma coletânea com três shows
da banda aqui no Brasil (17, 18 e 19/09/1994), na segunda
vinda deles ao país.


"Ou casa ou leva bala!" kkkkk
Shotgun Weeding (... 11 #1 Hits & Mrs.) (1995)

01 - Psychedelic Super Jesus (The Buzzsaw mix)
02 - Would You Die for Me
03 - Everybody Knows my Name
04 - Place
05 - Fallout
06 - Same 'Ol Sinner
07 - Time (The 12 Guage mix)
08 - Rattlesnake
09 - Troubed Times
10 - Beast
11 - Hired Gun (The Anvil mix)



Marcando outro "fim de era", Shotgun Weeding traz uma bela coleção de algumas das melhores músicas da fase hard rock da banda. Três delas remixadas, o que torna o trampo realmente indispensável para colecionadores. Foi o disco final da parceria Bride/Pure Metal e Star Song (à época a Pure Metal já estava integrando a Star Song completamente). Depois de anos fazendo um som irado para fãs de heavy metal e hard rock, o Bride estava deixando essa sonoridade pra trás, e entrando de cabeça numa fase bem... diferentona...

Drop (1995)

01 - Personal Savior
02 - Mamma
03 - You Never Know Me
04 - Life is the Blues
05 - Help
06 - Only Hurts when I Laugh
07 - Thrill a Minute
08 - How Long
09 - Have You Made It?
10 - Nobodies Here
11 - I'm the Devil
12 - Jesus Came Back (via Jesus In A Pawn Shop)

Quem diria que veríamos um Bride mais blueseiro. Pois bem, esse disco é mais na linha blues acústico (as guitarras elétricas até existem, mas numa medida bem menor). Similar ao Guardian no álbum Swing Swang Swung, aqui o Bride tentou seguir a pegada mais suave, bem diferente de tudo que eles já haviam feito até então - só Personal Savior lembra vagamente o som clássico da banda. Na minha opinião é um disco interessante, não chega a ser um ótimo disco, mas também não é um disco ruim. Tem bons momentos, como a faixa de abertura, Life is the Blues (que recebeu um cover experimental da banda Discipulator para um disco tributo que nunca saiu), Only Hurts when I Laugh e I'm the Devil. Mas de resto é um disco que nunca me encheu tanto os ouvidos. Entretanto, comparado com os três próximos discos de estúdio, esse é um disco bem audível, remetendo ao projeto solo do Dale Thompson contemporâneo a esse disco.

Live in Brazil III (1996), com shows de dezembro de 1995.

Versão de 1996

Versão em DVD de 2004





















(Os dois vídeos acima resumem as quatro primeiras vindas da banda ao Brasil, entre 1993 e 1996, participando das quatro edições do SOS da Vida que aconteceram nesse período).

Ultimate Bride Video (1997), meio
registro de shows, meio documentário,
um registro raro da banda.



The Jesus Experience (1997)

01 - I Love You
02 - The Worm
03 - End
04 - I Live in You
05 - Follow Me
06 - Tell Me
07 - Love Hate
08 - Human Race
09 - I Hear a Word
10 - Cosmic Christ
11 - The World I Know

Suposta capa alternativa nunca usada
do disco. Existe uma prensagem rara do
álbum com Jesus sentado numa cadeira
elétrica (!)

Em meados dos anos 1990, a maioria das grandes bandas cristãs de metal clássico e hard rock oitentistas tinham saído de circulação. Bandas como Stryper, Saint, Barren Cross, Neon Cross, Sacred Warrior e outras tantas pararam. As poucas que sobreviveram, como Guardian, Whitecross e, aos trancos e barrancos, Holy Soldier, tiveram a ingrata ideia de adaptarem-se aos novos tempos e inserirem - tardiamente, diga-se de passagem - elementos da onda grunge/alternative. De todas, a que melhor se saiu - pelo menos nesse disco - foi a Bride. "The Jesus Experience", se não é um clássico como outros discos anteriores da banda, ao menos mantém uma sonoridade consistente, seja nas faixas mais grunges, como o clássico eterno "The Worm", seja em faixas que resgatam um pouco o som clássico da banda, como "End". Mas é indubitável que pros fãs clássicos da banda esse álbum passou longe do que um dia o Bride fora. Não a toa não são poucos que consideram esse disco o primeiro "disco ruim" da discografia (ou o Drop, seu antecessor). De fato, o Drop é bem abaixo dos padrões, mas esse não chega, a meu ver, a ser um disco ruim. Talvez não seja um disco DO BRIDE, mas não é um disco ruim. Troy mantém em suas guitarras o seu timbre característico hard rock em meio a uma levada mais grunge, e os vocais do Dale continuam se encaixando bem por aqui, apesar da estranheza que é as vezes ouvi-lo cantar músicas como "Follow Me", "Human Race" e "Cosmic Christ".

A banda pernambucana Implement fez uma música inspirada em The Worm, chamada Worm in my Brain, pode ser conferida no disco "Bleeding Alone" (2019).


The Lost Reels III (1997)
Relançamento de 2013

01 - Guilty
02 - One?
03 - Break my Spine
04 - Cosmic Christ
05 - Cover Dry Bones
06 - What Am I Supposed to Do?
07 - I Believe
08 - Days of Shame
09 - I'm Trying to Tell You
10 - What are We?
11 - I'm Not Alone
12 - Alive


Sessões demo perdidas do disco The Jesus Experience. Vale mais pela coleção, apesar de algumas faixas, como Guilty, tem uma pegada meio hard rock ainda, diferenciando do resto do som, que é bem mais grunge. Enfim, só "Cosmic Christ" que eu me lembre acabou indo pro álbum. "Alive" acabou aparecendo na compilação Heaven's Metal Hard Music Compilation Vol. 1 da revista Heaven's Metal (atual HM Magazine), com o título "I'm Alive".

Oddities (1998)

01 - Intro
02 - I Ain't Coming Down
03 - Why Won't He Break
04 - If I Told You It Was The End Of The World
05 - I Found God
06 - Closer to the Center of the Earth
07 - Tomorrow Makes No Sense
08 - Day by Day
09 - Spirit
10 - It Is Ony When I'm Left Alone
11 - God's Human Oddities
12 - Under the Blood
13 - Die a Little Bit Every Day
14 - Restore Me

Eu tenho uma teoria meio doida sobre que muitas bandas parecem ser autoconscientes do nível de ruindade de alguns de seus discos, logo deixam isso claro nos títulos deles. Oddities (Esquisitisses) é um desses casos. Sem dúvidas o disco mais fraco da discografia inteira, é literalmente um disco de rock alternativo, aos moldes de bandas como R.E.M., Alanis Morrisete e The Cranberries, ou num espectro cristão, uma The Throes ou uma Jacob's Trouble da vida. Se isso é ruim? Bem, eu até gosto um pouco desse estilo, mas pra um Bride, isso é o mais distante que poderíamos imaginar da banda. Eu nem consigo destacar uma só música que eu realmente gostei desse disco (talvez I Found God?). E sabe o pior? É que os caras, antes do lançamento, estavam vendendo a ideia de que o disco ia ser um "retorno às origens" (aquele velho papo que normalmente mostra-se uma piada de mau gosto quando o resultado final aparece). Antes que digam "mas Johnnÿ, vc tá dizendo isso pq num curte alternativo", sim, eu gosto, mas o Bride passou longe de obter um bom resultado com esse estilo. Infelizmente.

Curiosidade: Under the Blood me relembra a produtora pernambucana Underblood Produções. Um dia vou perguntar aos meus pastores se procede huaehueh

Não sei do que se trata, se show e clipes ou somente show,
mas essa VHS chamada Oddities Video (1998) traz em sua
maior parte músicas do disco Oddities, além de outras faixas.
Acredito que possui músicas que aparecem também no Bride Live!



Bride Live! (The Jesus Experience and Oddities Live!) (1999)

01 - Intro
02 - I Ain't Coming Down
03 - If I Told You It Was The End Of The World
04 - The Worm
05 - I Found God
06 - Under the Blood
07 - Day by Day
08 - If I Live for You
09 - Why Won't He Break
10 - End
11 - No Drugs
12 - It's Only When I'm Left Alone
13 - He Never Changes
14 - I Love You
15 - Amazing Grace
16 - The Big Block Motor
17 - Jesus on the Mainline
18 - I Have Decided
19 - Dale's Sermon

Bride é aquela banda que consegue, ao vivo, imprimir bem até o que os piores discos de estúdio deles não conseguem. Se "The Jesus Experience" e em especial o "Oddities" não conseguem passar de discos modernosos que até contém um ou outro bom momento, mas nada além disso, no álbum da turnê desses dois discos a banda coloca uma energia que torna as faixas absurdamente boas. Acredito que ao vivo o hard rock no sangue da banda acaba falando mais alto e até faixas relativamente chatas como "If I Live for You" ficam fora de série. Eles também cantaram diversas faixas tradicionais, como Amazing Grace, Jesus on the Mainline e I Have Decided, provando algo que li numa entrevista com o Dale anos atrás: "Onde estivermos, cantaremos o que for possível, mas tudo pra glória de Deus!"

Mencionar cada fonte do disco:

- Faixas 1-9: Christmas Rock Night Festival na Alemanha (1998)
- Faixas 10-14: SOS da Vida VII, Brasil (1998)
- Faixas 15-18: King's Place, Colombus, Ohio (21/11/1998)
- Faixa final: Sermão no festival Cornerstone (1997)

Curiosidade: A faixa 11 é um grito contra as drogas, falado em inglês e em português (não tenho certeza quem é o tradutor, mas a voz me lembra Zé Bruno da banda Resgate).


Bride Live vol. II (Acoustic) (2000)

01 - Everybody Knows My Name
02 - Knockin' On the Heaven's Door (Bob Dylan cover)
03 - Hired Gun
04 - Sweet Louise
05 - Show Them
06 - Political Statement
07 - Hell No
08 - Christian Rock Statement
09 - Same Ol' Sinner
10 - Rock of Ages
11 - Kiss the Train
12 - Help
13 - Young Love
14 - Hollywood

Coleção de faixas gravadas ao vivo em momentos acústicos da banda. Na época em que esse gênero tava fazendo sucesso (discos acústicos ao vivo), foi uma boa pedida sem dúvidas, em especial por conter faixas de várias fases da banda, como da fase mais heavy (Hell No), da fase mais hard rock, da fase mais recente (Help), algumas faixas perdidas, como Hollywood, e até covers de canções cristãs clássicas como Rock of Ages e um cover fantástico para Knockin' on the Heaven's Door do Bob Dylan (na época mais conhecida pelo cover feito pelo Guns N' Roses - mas que diferença pros que viviam dizendo que o Bride tinha virado um GNR crente, o vocal de Dale é infinitamente superior ao do Axl, e olha que quem tá dizendo isso é fã doente do Guns hein!). "Political Statement" é um daqueles discursos que eu acho bem desnecessários de muitas bandas cristãs - e não-cristãs também, vide Roger Waters recentemente no Brasil - fazerem: discurso político contra um candidato (no caso, Bill Clinton, democrata) e a favor de outro (Ross Perot, só não sei se em 1992 como candidato independente ou em 1996 já no nanico Partido Reformado). Esse tipo de atitude comum dos americanos - e cada vez mais se alastrando aqui no Brasil - pra mim só infecta a música de bobagens desnecessárias, dissensões e similares. OK, não tenho nada contra você em um show falar de sua preferência política ou contra uma ou outra que seja, mas transformar o palco em palanque é irritante demais. Já o "Christian Rock Statement" é mais legal, sem dúvidas, uma declaração da banda sobre a fé e o rock'n'roll.

The Best of Bride (2000)

01 - I Ain't Coming Down
02 - I Found God
03 - If I Told You It Was the End of the World
04 - Under the Blood
05 - Why Won't He Break
06 - End
07 - I Live for You
08 - I Love You
09 - Worm
10 - Ain't No Devil
11 - Road Less Traveled


Mais um fim de uma era, mais uma compilação. Poderia chamar esse disco de "The Organic Years", mas esse é o nome de uma outra compilação, juntando os dois discos da banda pela gravadora Organic. Basicamente são as melhores (?) dos dois discos da Bride pela gravadora, mais algumas de um projeto solo do Dale Thompson lançado por lá, chamado "Dale Thompson and the Kentucky Cadillacs - Testemony", mais voltado pro blues (o que esse danado tá fazendo aí não me pergunte...).

"The Organic Years" (2002), contém os discos
The Jesus Experience e Oddities completos.

The Matrix Years (2001)

01 - We Got Rhythm
02 - Who Killed the Rock Hero
03 - Get Away
04 - What's the Point
05 - Good Ol' Rock'n'Roll
06 - Stand Up and Shout
07 - West of the Moon
08 - Spell House
09 - To Make You Think It's Real
10 - Missing Children
11 - Hero's
12 - Fright
13 - Remember Me
14 - Now You See Me
15 - All Hallows Eve
16 - Slippin' into the Light
17 - We Are Going to Make It
18 - Look at me Now
19 - He's the Flyer
20 - What Must I Do

(Disco 2: The Lost Reels I)

Uma coisa que eu elogio muito a Millenium Eight durante o tempo que existiu foram alguns de seus relançamentos, em especial as coletâneas de materiais antigos. Várias bandas antigas como Haven, Soldier, Philadelphia e Guardian (da sua fase Gardian/Fusion) tiveram materiais clássicos republicados, em alguns casos em versões limitadas, como foi o caso desse material aqui, remetendo ao tempo clássico do Bride como Matrix. Basicamente o disco I contém as duas primeiras demos da Matrix completas, e o disco 2, como complemento, o material The Lost Reels I, com muitas demos perdidas da banda (já comentado anteriormente). Para quem não localizou materiais dessa época, é uma boa pedida (apesar que recentemente a Retroactive Records relançou o "1983-1984" com um novo título e arte de capa "Into the Matrix", e é mais fácil de encontrar, além de mais completo).

Fist Full of Bees (2001)

01 - Too Tired
02 - White House
03 - Beginning of the End
04 - Dog the Nine
05 - God
06 - Bitter End
07 - War
08 - Never thought about going back
09 - Soul Winner
10 - Jesus in Me
11 - California Sunshine
12 - Rollin'

O disco da treta! Amado por alguns, odiado por muitos, definitivamente "Fist Full of Bees" é o resultado de "botar a mão num vespeiro". Eu acho um ótimo disco, com letras impactantes e uma sonoridade irada de rapcore/nu metal. OK, era mais uma vez o Bride tentando ir "na crista da onda", sim, sem dúvidas. E talvez pra muitos essa pegada a lá P.O.D., Rodox ou Rage Against the Machine e Linkin Park não combine com a imagem do Bride - e não combina mesmo, muito menos ver na contracapa isso:

Caramba Dale, também não precisava botar dreadlooks, meu amigo!
Mas afora esses percalços, acho um disco muitas vezes superior aos três discos de estúdio anteriores. A pegada insana desse disco é fora de série, como disse o Dale numa entrevista daquele ano "tudo isso terá sempre a assinatura Bride" - inclusive o disco contém momentos que remetem ainda ao hard rock, como a faixa "War". Mas admito que pros fãs antigos esse disco foi a gota d'água de uma fuga de padrões da banda. Não a toa esse foi o único dessa "empreitada" rumo ao new metal/mallcore (definitivamente ouvir Dale rappear não ajudou muito). Assim, a banda passaria alguns anos sem lançar nada novo em estúdio, preparando material novo.

Suposta capa do disco que nunca foi usada.

Live at Cornerstone (2001)

01 - Intro
02 - Same Ol' Sinner
03 - Fool me Once
04 - Preaching about drinking
05 - Whiskey Seed
06 - First Will Be Last
07 - Thunder in the City
08 - Until the End We Rock
09 - Hell No
10 - I Saw the Light
11 - Under the Influence
12 - Amazing Grace (bonus)
13 - Jesus in the Mainline (bonus)
14 - I Have Decided (bonus)

Outra coisa que vou agradecer até o resto da minha vida a M8 (e nos céus quero encontrar o dono dessa gravadora e agradecer muitão) foi ter a maravilhosa ideia de uma 80's Metal Retro Night no festival Cornerstone. Esse festival reuniu bandas a muito paradas, como Daniel Band, Trytan, Recon e Sacred Warrior, além de três bandas em plena atividade (Deliverance, Guardian e, claro, Bride) pra tocar alguns de seus clássicos dessa década. Das que ainda estavam em plena atividade ao longo da década de 1990, Bride foi a que fez o show mais realmente anos 80, ao tocar somente músicas dos três primeiros discos, além de Same Ol' Sinner e uma que não sei a origem, chamada "I Saw the Light". Incrível, pra uma banda que em meio ao show estava se vangloriando de sua mudança de direção tão bizarra pro nu metal/mallcore, eles tocaram um heavy metal consistente, fazendo desse na minha opinião o melhor disco do show - aliás, é bom saber que mais de uma década depois, o Dale conseguia ainda mandar ver nessas músicas, que até então só tinham ganho versões ao vivo através de bootlegs.

Entretanto... as falas do Dale Thompson em shows continuam me deixando meio "por que mano?" Se vangloriar da mudança estúpida de estilo da banda ou antes de Whiskey Seed sair metendo o pau em todos que porventura bebam um pouco de álcool como se isso fosse algo diabólico (quando a Bíblia em nenhum momento condena o uso de bebidas alcoólicas e sim condena o vício nelas - aliás, nunca é ruim lembrar, o primeiro milagre de Jesus na Terra foi transformar água em vinho e usou esse mesmo vinho como símbolo de Seu Redentor Sangue na Santa Ceia), descer o pau na própria produção do Cornerstone (!), enfim, em certos momentos Dale meio que é bem desnecessário. Mas eu dou o braço a torcer, eu também falo muita asneira até hoje - e provavelmente vou continuar a falar, se pá inclusive aqui já falei uma pá de bobagens kkkkkkkk. Enfim, voltando ao que interessa, esse show é animal demais. "Until the End We Rock" sem dúvidas é o melhor momento do show, bom demais ouvir Dale fazer o que faz de melhor: cantar com seus potentosos agudos!

As faixas bônus advém do disco Live! Vol. 1, são da apresentação deles cantando músicas mais tradicionais.

Welcome to the Show (2001), VHS com os clipes que
a banda já havia feito até então.

Bride World Tour and Home Movies (2001)
Algumas gravações dos seus shows pelo mundo
(viu o Cristo Redentor na capa? Ainda duvida do amor da banda pelo Brasil?)


This is It (2003)

01 - Blow It All Away
02 - To the Sky
03 - More than Human
04 - Drop D
05 - Head Looking For A Bullet
06 - Best To Expect I Do
Versão de 2006
07 - Evil Genious
08 - Revolution
09 - Barren River Blues
10 - Microphone
11 - Short Time In The Grave
12 - Universe
13 - White Elephant

(Bônus: Demos de Blow It All Away, Is This the Now, Bring Me Down e Burning Love, tiradas do disco demo Raw)


Depois de uma pá de bolas fora ao longo de quase uma década, Dale Thompson decidiu fazer uma coisa que qualquer líder com bom senso deveria fazer: perguntou aos fãs como queriam que a banda soasse. O resultado: This is It! Um disco que resgata bastante a sonoridade que a banda fazia em seus álbuns de maior sucesso, no início da década de 1990. Musicalmente é um disco muito bom, como a muito tempo a banda não fazia. Liricamente algumas faixas causam uma certa estranheza porque, a essa altura, Dale tinha tornado-se adepto da doutrina bizarra do universalismo, e algumas faixas, como Universe e Best to Expect I Do eles colocam essas ideias. Sei que no meu blog eu foco diversas bandas que colocam algumas ideias bizarras de cristianismo, e por isso nem vou reclamar desses aspectos (hahahaha), só oro mesmo pra que isso não afete a vida dele nem sua relação com Deus. Enfim, voltando ao som, é um hard rock irado, com um pouco de lances modernos, é verdade, mas isso deu uma renovação necessária, um hard revival, como preferir (como várias bandas que vieram no mundo afora, como Crashdïet, Crazy Lixx, CrossRock e Sunroad, dentre outras). É bom demais ouvir o Bride soar como Bride de novo!

Suposta capa não utilizada pela banda e postada pelo Dale.
É, os caras realmente amam o Brasil <3


Disco demo lançado pra mostrar o som que a banda
estava fazendo pro This is It e financiar o disco.

Bride Acoustic (2004)
DVD com shows da banda de 1993 e 1998, todos acústicos.

Bride Metal (2004)
DVD com shows da banda em 1988 e 1990, na fase metal

Bride Rock (2004)
Show gravado na Alemanha em 1994, na fase hard rock
(Em 2005 Bride participou de um split vídeo gravado aqui em Pernambuco chamado Recife Agosto de Rock. Falarei mais na seção de coletâneas).


Versão de 2013
Skin for Skin (2006)

01 - The Calm
02 - Skin for Skin
03 - End of Days
04 - Take the Medication
05 - Inside Ourselves
06 - Hard to Kick
07 - Fuel and Fire
08 - Breathless
09 - Prodigous Savant
10 - Bang Goodbye
11 - Rise Above
12 - The Government
13 - Super Ego Star
14 - Hang On

(Bônus: I Want to Know You e Kid)

Hard'n'heavy de primeira, pra mim um dos melhores dessa fase nova da banda. Um verdadeiro peso pesado, e embora os vocais do Dale tenham dado uma queda de rendimento, é ainda um discaço. Marcou o retorno - ainda que somente nesse disco - do excelente guitarrista Steve Osbourne (R.I.P.), que já havia tocado com eles no Live to Die, e assim o hard rock groove continuou firme e forte, ainda melhor que o disco anterior - muito disso pela produção mais esmerada desse álbum. Como o anterior, tem umas pegadas meio modernas, a faixa Rise Above mesmo tem uma pegada bem anos 2000, o que mostra que eles souberam usar bem as ideias mais atuais com o som clássico REAL da banda. Pra mim esse disco é impossível não curtir. A não ser, claro, se você tiver problemas em ouvir uma letra como "End of Days" e suas ideias universalistas (urgh!).

Na versão de relançamento de 2013 ainda incluem I Want to Know You, meio blueseira, meio garage rock, como a banda não mais tinha feito, e Kid, mais hard rock puro.

Suposta capa nunca usada, mas aparece na capa do DVD
"Making Skin for Skin" de 2006 também
Esse DVD. Com trechos da tour brasileira em 2005.
Não estou bem certo se rolou também do show daqui que eu estava lá.
Um dia se eu achar esse material confiro haha.

Very Best of Bride (2006)

01 - Hell No
02 - Same Ol' Sinner
03 - Everybody Knows My Name
04 - Troubed Times
05 - Hired Gun
06 - Rattlesnake
07 - Would You Die for Me
08 - Psychedelic Super Jesus
09 - Fallout
10 - Beast
11 - Place
12 - One


Disco de compilação que as bandas são sem dúvidas algumas das melhores da banda - inclusive só música pauleira, sem baladas. Mas ainda assim, senti falta de várias faixas dos três primeiros discos, além de faixas recentes boas, como Personal Savior, The Worm, I Found God, White House, Blow It All Away e Skin for Skin. Pra um "very best", esse aí tá bem curtinho. Mas decerto muitos fãs já ficam felizes o suficiente só com esses, e eu me incluo aí haha.


In Your Face - Unplugged (2009)
Coletânea da M8 que não sei bem a procedência,
mas provém de três shows acústicos da banda.

Tsar Bomba (2009)

01 - Industrial Christ
02 - All We Are
03 - Prokofiev
04 - Love Shine
05 - 1973
06 - We Are Together
07 - Never
08 - Separate
09 - Nothing Means Anything
10 - Bach Minuet
11 - Last Thing That I Feel
12 - Chopin Nocturne in Eflat
13 - Downward
14 - Look in my Head
15 - When I Was a Kid
16 - Rhapsodie für eine Gitarre
17 - We Are the People

Bomba RDS-220, "Ivan", Tsar Bomba. A mais potente bomba nuclear já detonada na Terra, lançada em 30 de outubro de 1961 em Nova Zembia, ilha do oceano Artico pela União Soviética. Teoricamente o que deveria ser o último disco da Bride, pelo menos era o propagandeado pelo Dale. Um disco bruto, uma mistura interessante de hard rock, groove e rock moderno, além de elementos de música clássica (sério?) como Bach Minuet e Chopin Nocturne, além do curioso som Rhapsodie für eine Gitarre, uma homenagem acústica a Bohemiah Rhapsody de Queen. "Never" é minha predileta desse disco, com sua pegada bem comparável ao que a banda fizera em Fallout. Pode não ter sido o último disco, mas se fosse, seria um ótimo disco pra encerrar a carreira.

Incorruptible (2013)

01 - Unbelievers
02 - Darker Days
03 - Darker
04 - We Lie
05 - Serenade
06 - All the Kids Are Gone
07 - Melting
08 - Free
09 - Religion
10 - I Can't Imagine
11 - I Want it All
12 - 2nd Suite for Children
13 - Where You Want to Go
14 - Sleep On
15 - Uke
16 - Something I Need to Know
17 - I Choose You

Depois de um bom tempo sumidos, Bride lança o seu segundo último disco (!) da carreira. E dessa vez eles não estavam brincando - ou pelo menos assim pareceu até 2017, claro. Mais um hard revival, sem tirar a identidade da banda, mas mantendo o compromisso de um som mais atual. Sem mais alcançar os vocais irados do início da carreira, Dale ainda mantém uma afinação impecável em suas limitações. "Unbelievers" mesmo já me deixa besta com a sonoridade e agressividade, isso ainda na primeira música! Troy inova ao mandar ver não só nas guitarras e violões, mas também nos teclados, violoncello (que ele já havia experimentado desde o Skin for Skin) e até ukulele (é, essa praga atingiu até o hard rock americano!) . É um disco bem variado, podendo dizer que mescla um pouco de tudo que a banda fizera, até mesmo um heavy metal potente em Religion, remetendo aos primeiros anos de carreira da banda. Sem dúvidas um disco bom para resumir a carreira da banda, vale a pena curtir do início ao fim.

Snake Eyes (2018)

01 - Intro
02 - Fake News
03 - Famous When I’m Dead
04 - John the Baptist
05 - Think I’ll Build a Bomb
06 - The Real Jesus
07 - Lost in a Song
08 - Laughter of It All
09 - The Painter
10 - Call
11 - Suicide
12 - There’s Always Tomorrow


Depois de um tempão desaparecidos da cena... em 2017 Dale e Troy surpreendem o mundo anunciando a volta da Bride e um novo disco que iria remeter diretamente ao sucesso absoluto "Snakes in the Playground". E é IMPRESSIONANTE COMO ELES FALAVAM SÉRIO! A intro já traz de volta aquela intro "Jesus is knockin' on the door of your heart today!" (Jesus bate na porta do seu coração hoje!) e o sininho de "Rattlesnake" e os trechos das músicas do premiadíssimo álbum, você já sente a intensidade do que vem pela frente. Tendo junto com os irmãos Thompson dois músicos brasileiros (!), o baixista Nenel Lucena (produtor de discos de bandas como Implement e Angel's Fire) e o baterista Alexandre Aposan (ex-Oficina G3), ambos fãs inegáveis do trabalho clássico da banda, tudo isso tornou o Snake Eyes simplesmente o melhor disco da banda desde seu retorno às raízes em 2003 com o This is It. É louco demais ouvir faixas como Fake News e Famous When I'm Dead (duas faixas que falam muito dos tempos atuais de notícias falsas e da síndrome de fama post-mortem), ainda vem com o supersucesso "John the Baptist" (e seu videoclipe divertidíssimo). Com um começo assim você só pode esperar o melhor. Impressionante que, a despeito das limitações que a idade lhe impoe ao vocal, Dale ainda mantém com uma voz fortíssima, que torna esse disco realmente o verdadeiro sucessor espiritual do Snakes in the Playground (perdão a você que é fã do Scarecrow Messiah). Se esse foi realmente o disco final (a banda esse ano deu uma parada) não sabemos, mas sendo, é um final digno, e muito digno, pra essa bandaça. Aí vem a noiva!


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Bride apareceu em diversas compilações e splits, conferir posteriormente na seção de coletâneas.

Ver também:

Dale Thompson
Perpetual Paranoia
No Other God
White Ray/Killed by Cain
Oficina G3
Angel's Fire