segunda-feira, 27 de abril de 2020

Savaot



Savaot (tradução creio que do macedônio pra Tsebaoth - Guerra ou Exército em hebraico) foi uma banda raríssima de metal cristão da Macedônia (ou Macedônia do Norte). Surgiu em 1993 e era formada por Chopi - (guitarra, vocal), Richy - (baixo), Keljo - (bateria) e Zoc - (guitarra solo, vocal). Em 1999 lançaram a primeira demo e era mais voltada pro thrash metal. Já no ano seguinte a banda mudou sua sonoridade e passou a enfocar mais em temáticas do folclore macedônio, na língua macedônia e uma pegada mais folk. Depois disso pouco se sabe da banda.

OBS: A review vai ser muito baseada na minha memória, já que não acho mais em lugar nenhum material da demo audível. Sorry.


Lord of Hosts (demo, 1999)


01 - Prophecy
02 - Sing Praises
03 - God Will Fight for Us
04 - John 3:16
05 - Confessing
06 - Salvation
07 - Alpha & Omega



Thrash metal interessante, não tão bem executado, mas audível. A produção é um pouco suja demais, mas sendo uma demo, dá pra relevar. Sing Praises é uma das mais diferentonas, com um refrão meio "viking metal" (aqueles cânticos entoados como declamação), o que meio que dá um indicativo do que viria a ser posteriormente o som da banda.

KILLER TRACKS: Prophecy


Glas od Makedonija (Voice from Macedonia) (2000)

01 - Isus Gospod E (Jesus é o Senhor)
02 - Macedonia
03 - Aleluja
04 - Prezren i otfrlen (Desprezo e Glamour)
05 - Hristos se rodi (Cristo Nasceu)
06 - Psalm
07 - Oche nash (Pai Celestial)
08 - Slava na Bog (Louve ao Senhor)


Bem mais voltado pro folk metal, com um andamento musical guiado por violões e instrumentos de sopro e percussão locais (o uso de uma zurna - instrumento também usado pela banda polonesa 2TM 2,3 - em faixas como Macedonia e Aleluja, e de um davul em alguns trechos mostra bem esse lado mais folk). Os vocais bem mais limpos e bem construídos que os da era thrash da banda ficam aqui evidentes. A beleza do som é evidente, mesmo pra alguém como eu que nem curto muito folk metal.

KILLER TRACKS: Isus Gospod E, Aleluja e principalmente a faixa Macedonia (ou Makedonija), que tem um clima que me faz imaginar como é estar numa roda musical típica da região.

Curiosidade: Não sei porque, mas o Google Tradutor não traduziu do macedônio e sim do BÚLGARO os títulos das músicas. Vai entender kkkkk

sábado, 25 de abril de 2020

Grafite



Esse post aqui vai ser um bocado diferente, primeiro porque a review não vai ser do disco inteiro (até porque infelizmente nunca achei em lugar nenhum), e segundo porque essa banda é um dos casos mais inusitados da música cristã.

Pra começar a conversa, Grafite surgiu em 1982, em plena efervescência do BRock (o Rock Nacional), sempre na liderança do Chico Donghia (voz, teclado e guitarra), que junto aos irmãos Paulo de Tarso Donghia e Humberto Donghia "Tuca" e mais outros músicos, dentre eles as cantoras Claudia Diniz e Sônia Mattos. Faziam uma sonoridade que fundia elementos do hard rock, new wave e pop rock, bem na linha da época, executado por bandas como Gang 90, Blitz e Brylho. Lançaram sucessos seculares, dentre eles o maior de todos, "Mamma Maria" em 1984. Foram presença constante em programas como Cassino do Chacrinha, Programa da Hebe Camargo, Perdidos na Noite (como Fausto Silva, o Faustão), Programa Raul Gil, Viva a Noite (com o saudoso apresentador Gugu Liberato), dentre outros.


Nos anos 90 entretanto a banda sofreu uma mudança radical, em especial na vida do Chico, que se converteu ao Evangelho e tornou-se pastor. Então em 1993 ele lançou o pouco valorizado até mesmo pela cena gospel "Nínive". Esse disco contou com, entre outras músicas, "A Paz do Senhor", letra de Lucas Ribeiro que outrora tinha sido sucesso com a banda Rebanhão em 1985, "Glória", "O Filho Pródigo" e "Nínive (a jornada do profeta Jonas)", essas todas de autoria de Chico Donghia. Nessa época a banda chegou até a dar uma entrevista revelando a transformação lírica da banda e tudo o mais. Entretanto ainda em 1996 a banda acabou retornando ao mercado secular, curiosamente com a entrada do baixista Murilo Kardia Braga (que é mais conhecido por seu trabalho na banda cristã de rock Complexo J). Não tenho informações sobre a vida do Chico desde então (mas creio que a fé mantém-se em sua vida), isso creio que fica claro já que no site da banda, embora faltem alguns trabalhos dos anos 1990, o NÍNIVE está lá, além dessa matéria acima sobre essa mudança da banda.

Para ouvir as quatro faixas aqui relatadas, vide três delas NESSE LINK e a faixa Nínive NESSE LINK.



sábado, 18 de abril de 2020

Saint



Uma das primeironas bandas de heavy metal puro cristãs, nascida em Salem, Oregon, EUA, em 1989 com o nome Power Faith, seguindo até 1982 com o nome The Gentiles (com o qual gravaram uma demo em 1981) e finalmente em 1982 mudaram de nome pra Saint. O fundador principal foi o baixista Richard Lynch (nenhum parentesco com o guitarrista George Lynch das seculares Dokken, Lynch Mob e do projeto Sweet/Lynch com o vocalista Michael Sweet da Stryper). Na formação original incluía o baterista Jim Maxwell (da já comentada aqui no blog banda Valor). John Mahan (guitarras) assumiu os vocais junto com Max Clark, até que em 1982 a banda mudou de nome pra Saint e assumiu o vocalista mais famoso da banda, Josh Kramer. Os vocais dele muito lembram o vocal do Rob Halford (das seculares Judas Priest, Halford, Fight e 2wo), o que fez com que a banda fosse sempre comparada com o Judas Priest (o estilo mais heavy/speed metal da banda também ajudou a essa comparação). Posteriormente Dee Harrington (ex-Holy Danger, banda onde Guy Ritter e Gary Lenaire começaram a carreira) faria parte do time. Por algum motivo que nem no site antigo da banda explicaram (o atual a bio é minúscula e ainda contém erros, como dizer que a banda surgiu em 1984. Quem contratou esse estagiário?), em 1989, após o lançamento do segundo álbum a banda parou suas atividades. Em 1998 decidiram voltar com uma pegada um pouco mais moderna junto ao baterista/vocalista Tim Lamberson, mas não foi bem aceito. Em 2003 houve o retorno de John Kramer, e a banda seguiu com vários lançamentos até a saída deste em 2012 para sua nova banda, Ghostemple, e a partir daí a banda ainda continuou em atividade, com Brian Miller e posteriormente Dave Nelson nos vocais.

Não confundir com a banda homônima de Chicago que tinha uma vocal feminina e era secular - porém muito boa viu!

Curiosidade bizarra: Existe uma lenda urbana que Saint e a secular Armored Saint tiveram um desentendimento nos anos 1980, por conta de nome e aparência similares (o Saint, tal como o Armored Saint, curtiam usar um figurino de "armadura de couro"), mas não há provas concretas de que realmente rolou essa rivalidade.

Pra ouvir a banda no Spotify enquanto lê a review, CLIQUE AQUI!


The Gentiles - Demo (1981)

01 - Abyss
02 - Worrying World
03 - Self-Made Man
04 - Space Cruiser

Ah, o belo e épico heavy metal tradicional! Sem dúvidas entretanto fica aquele ar de estranheza pros habituados com o som da Saint tradicional que não tinham sido expostos a essa demo antes (não é meu caso: ouvi ela e o EP Warriors of the Son antes de todos outros discos da banda, e deu pra entender o diferencial de cara). A pegada deles já era entretanto a que somos mais acostumados, só o vocal de Max Clark parece-nos diferente, o que não necessariamente é ruim, na verdade torna essa demo a mais diferenciada positivamente da banda, que posteriormente iria ficar mais na linha Priestiana mesmo com a entrada do Josh Kramer. Duas músicas dessa demo voltariam pra carreira da banda com letras modificadas: Abyss e Space Cruiser.

KILLER TRACKS: Abyss principalmente, mas a demo em si é muito boa


Capa original, reutilizada em
relançamentos posteriores
Versão da Rotton Records
Warriors of the Son (EP, 1984)


01 - Plan II
02 - Legions of the Dead
03 - Abyss
04 - Warriors of the Son
05 - Vicars of Fate
06 - Time's Wasting
Bônus de 2001 em diante:
07 - Abyss (demo)
08 - Worriyng World (demo)
09 - Self-Made Man (demo)
10 - Space Cruiser (demo)


Entra Josh Kramer e Saint mostra seu lado mais clássico. Já nessa EP é impossível não notar que as influências mais heavy clássico e speed metal presentes. Letras fortes e que batem de frente com o sistema do diabo e também com as escolhas erradas da sociedade e o final trágico e infernal que elas conduzem. Ótimo EP apresentando bem a banda (meu primeiro contato com eles foi na versão de 2001 "Warriors of the Son and the Gentiles Demo" e não larguei mais), e pra se ver o quanto o disco marcou no metal cristão, em 2008 a música Plan II ganhou uma versão iradíssima da banda de blackned death Frost Like Ashes.

KILLER TRACKS: Abyss, Plan II, Time's Wasting (que até ganhou um clipe, mas infelizmente não tô achando no Youtube =/ )


Exemplar do meu amigo Scott Waters (Ultimatum e Once Dead)

Time's End (1986)

01 - In the Night
02 - Island Prisioner
03 - Space Cruiser
04 - Through You
05 - Time's End
06 - Primed and Ready
07 - Destroyers
08 - Phantom of the Galaxy
09 - Steel Killer

(Versão de 2001 da M8 inclui faixas bônus ao vivo da apresentação da banda no Cornerstone 1986).

Um clássico absoluto do metal cristão, "Time's End" tem também uma das mais cabulosas capas da música cristã (baseada em Apocalipse 13 sobre a besta que sairá do mar - o anticristo), e que literalmente trazia muito a linguagem apocalíptica e até meio negativista no universo lírico da Saint. Um heavy/speed rapidíssimo, fundindo bem influências de bandas de heavy clássicas como Black Sabbath, Judas Priest, Budgie e Scorpions fase setentista. O álbum foi eleito o 67º melhor disco do metal cristão pela Heaven's Metal, e merecia até posição maior, já que o peso e os riffs geniais, além do vocal fantástico de Kramer se mostrava sem dúvidas genial.

KILLER TRACKS: In The Night (suprema, uma das melhores músicas deles ever), Island Prisioner, Space Cruiser, Through You, Time's End (dark pra caramba!), Steel Killer, mas o disco todo é recomendado do início ao fim.


Too Late for Living (1988)

01 - Too Late for Living
02 - Star Pilot
03 - Accuser
04 - The Rock
05 - On the Street
06 - Returning (instrumental)
07 - The Path
08 - Through the Sky
09 - The War is Over


Provavelmente o disco mais clássico da banda (tanto que foi considerado pela extinta coluna Christian's Voice no Whiplash o 15º melhor disco de metal cristão.). Tão clássico que "Too Late for Living", a faixa-título, ganhou uma versão iradíssima pelo grupo Treasure Seeker. Uma verdadeira paulada de heavy/speed metal. Até hoje o único que tenho original na minha coleção, fantástico. Difícil dizer qual música é mais "chiclete" (embora Too Late for Living seja bem mais conhecida que as outras), porque a velocidade e agressividade de faixas como "Star Pilot" e "Accuser" deixa tudo mais legal, além da instrumental iradíssima "Returning".

Curiosidade mórbida: Procurei pra caramba em vão quem foi essa pobre Sue R. Later que viveu apenas 17 anos de vida e aparece na capa, mas enfim, devem ter criado ela na hora só pra aproveitar o sobrenome "Later" (atrasado, tardio) com o título do disco, "Too Late for Living" (muito tarde pra viver).

KILLER TRACKS: O disco todo!


Saint (coletânea, 2CDs, 1997)
Contém o EP Warriors of the Son e os dois LPs.


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The Perfect Life (EP, 1999)



01 - The Runner
02 - Raise Your Hands
03 - Show His Love
04 - To Live Forever
05 - The Perfect Life
06 - Deceived


Em 1998 Dee Harrington e Richard Lynch decidiram ressuscitar a Saint, que a quase dez anos simplesmente saiu de cena sem mais nem menos. Lynch e Harrington fizeram então um power trio com o vocalista/baterista Tim Lamberson (que continuaria a acompanhar a banda só na bateria por mais alguns anos). O resultado foi o EP "The Perfect Life", que foi meu segundo contato com a banda, e aqui sim posso dizer que fiquei meio "confuso". Além de um outro vocalista, é notório que a banda não fez um som tão clássico como nos discos dos anos 1980. A verdade é que o som da banda em alguns momentos parecia tentar dar uma pegada meio noventista (perceptível em faixas como Raise Your Hands e sua pegada meio grunge, Show His Love e a faixa-título). O vocal de Lamberson é OK, mas não chega nem perto da qualidade de Kramer. Foi um retorno meio "perdido", que me remete muito ao retorno do Stryper por exemplo com o "fora de lógica" Reborn. Ainda bem que pouco depois a banda decidiu reestruturar-se e voltar aos velhos tempos, com Kramer à frente.


KILLER TRACKS: Só To Live Forever e um pouco The Runner. É sério, esse EP é bem deslocado na carreira da banda.


Saint Collection 1984-1999 (coletânea, 2CDs, 2003)
Todos os lançamentos com o nome Saint até então nessa collection


Warriors of the Son 2004 (2004)

01 - Plan II
02 - Legions of the Dead
03 - Abyss
04 - Warriors of the Son
05 - Vicars of Fate
06 - Time's Wasting
07 - Killers and Destroyers
08 - The Reaper



Não, isso não é um disco de relançamento + duas faixas bônus novas ou perdidas no tempo, e sim uma total regravação da EP "Warriors of the Son" e duas faixas novas. Marcando o retorno de Josh Kramer, a regravação foi fantástica, já que não teve uma mudança gritante nos arranjos clássicos, o que realmente ficou legal foi a produção mais apurada. As faixas novas também tão show de bola. Pelo que soube ambas originalmente deveriam ter constado no disco ou até foram lançadas em alguma gravação original de 1984, mas até então não tinham sido oficialmente lançadas.

KILLER TRACKS: O disco todo - mas é difícil pacas achar na internet kkkkkkk essa review minha é toda baseada em lembranças de uma audição passada.



Basement Tapes (coletânea, 2004)

01 - Steve Hook (intro)
02 - In the Night / Warriors of the Son
03 - The Reaper
04 - The Killers & The Destroyers
05 - Abyss
06 - Selfmade Man
07 - Space Cruzer
08 - Worrying Man
09 - Like a Vision
10 - Shadows of the Night
11 - Let Us Pray
12 - Star Pilot 2
13 - Time's Wasting
14 - Stand & Fight
15 - Vicar of Fate



Coletânea contendo algumas demos (incluíndo aí a "The Gentiles" entre as faixas 5-8), alguns outtakes (erros de gravação) e gravações de ensaio, algumas inéditas como "Like a Vision", "Shadows of the Night" e "Let us Pray". Uma das mais curiosas é o medley de In the Night e Warriors of the Son. A forma de escrita de algumas das músicas é provavelmente a forma que nomeavam elas na época, antes de um lançamento oficial ou relançamento. Não chega a ser um disco muito valioso, apesar de conter as versões originais de Reaper (que me lembra muito The Ripper do Judas Priest sempre) e Killers and the Destroyers, mas por serem gravações raras tem aquele abafado de fitas K7 antigas. Uma exceção boa aqui é a demo The Gentiles, que ficou muito mais limpa a produção, a remasterização aqui deu certo demais.

KILLER TRACKS: O disco é mais pra colecionador, nada tão essencialmente memorável, mas pra curiosos vale a escutada.


Versão da Retroactive (2010)
In The Battle (2004)

01 - In The Battle
02 - Star Pilot's Return
03 - Here We Are
04 - Sacrifice
05 - Holy Rollin'
06 - Ryders
07 - The Choice
08 - When
09 - Acid Rain/Armor On (ou Full Armor)
(Na versão de 2010 as duas últimas faixas estão separadas)

Três discos em um só ano! Coragem viu! Hahaha, mas esse sim com inéditas, e esse sim um RETORNO digno da banda. O disco mantém a qualidade e sonoridade da banda desde os anos 1980, com um novo guitarrista (Jerry Johnson) e uma produção apurada, mas mantendo um pouco do clima oitentista. Legal pacas a continuação de Star Pilot. A capa original não é lá muito legal, mas ao menos a Retroactive melhorou muito em 2010 em seu relançamento (tanto que em 2018, quando o selo da banda, Armor, relançou de novo, usou a arte inteira da Retroactive, só alterando um pouco o tamanho da logo da banda e a fonte do nome do disco).

KILLER TRACKS: Difícil escolher só algumas, esse disco é fantástico. Mas In The Battle, Star Pilot's Return, Here We Are, Holy Rollin' e Full Armor estão entre as melhores do disco.


Live '05 (2005)



01 - Sacrifice
02 - Vicars of Fate
03 - In the Battle
04 - Holy Rollin'
05 - The Path
06 - In The Night
07 - Warriors of the Son
08 - Here We Are
09 - Too Late for Living
10 - Primed and Ready
11 - Ryders
12 - Full Armor
13 - Plan 2



Primeiro e único realmente oficial disco da Saint ao vivo, gravado no X-Fest em 03/09/2005. A qualidade de gravação não ficou tão boa, mas é bem legal ver que o Kramer cantava bem pacas ao vivo, afora a qualidade da banda em tocar tanto músicas do disco mais recente deles, como velhos sucessos como Vicars of Fate, In the Night, Too Late for Living, entre outros.

(Devido a qualidade mais bootleg do disco, não tem killer tracks).


Josh Kramer of Saint Live in Germany: Headbanger's Night 2 (bootleg?, 2006)
Gravado em 22 de outubro de 2005, em Nanzdietschweiler, Alemanha.
Curiosamente somente o Josh está presente da banda, os outros músicos
são das bandas Ivory Night e Adorned Graves.



The Mark (2006)

01 - The Spirit
02 - The Vision
03 - Ride to Kill
04 - He Reigns
05 - On and On
06 - The 7th Trumpet
07 - The Mark
08 - Bowls of Wrath
09 - Babylon the Great
10 - Reaping the Flesh
11 - Gog & Magog (instrumental - só aparece na versão The Revelation)
12 - Alpha & Omega



Sem dúvidas o disco mais apocalíptico da banda que já era habituada à temática apocalíptica, "The Mark" é baseado no livro de Apocalipse (Revelação) completamente, quase um disco conceitual do modo Saint de ser. E sem dúvidas esse disco, exceto pela balada "He Reigns", é sem dúvidas uma aula de heavy metal pesado como ele deve ser. Eu diria até que é o disco mais porrada da banda, já pela sombria capa do diabo sendo engolido pelo inferno já deixa claro isso. Com uma pegada que mescla bem as influências de Judas Priest com a de bandas como Accept, esse álbum é perfeito pra fãs de speed metal de primeira. Se duvida, pode pegar pra ouvir Ride to Kill ou a mais porrada de toda a carreira da banda, The 7th Trumpet, um som que até nos vocais remete a "Painkiller" do Judas Priest. Posteriormente o disco seria relançado com o nome The Revelation.

KILLER TRACKS: Basicamente o disco todo, mas as mais viciantes sem dúvidas são The Spirit, Ride to Kill, The 7th Trumpet, The Mark e Babylon the Great.

Curiosidade mórbida: Uma das piores reviews que já li na vida curiosamente foi feita pelo costumeiramente técnico Ricardo Seelig pra esse disco. Não só deu nota 2 (OLOCO!) como disse que as músicas eram "repetições" umas das outras. Ah tá, [ironia]com certeza He Reigns é IDÊNTICA a 7th Trumpet[/ironia] kkkkkkkkk só consigo pensar que titio Ricardo estava com muita preguiça pra ouvir o disco direito, ou muito chapado quando o ouviu e resenhou. Fazer o que, todo mundo erra uma ou várias vezes na vida, até os melhores resenhistas (SIM, eu falei ERRA, porque eu sei bem que resenhas como as minhas tem a parada de "opinião", mas a afirmação de que o Saint só fez "repetir a fórmula nas doze músicas do The Mark" é sim um ERRO que qualquer acéfalo que começou na música ontem saberia perceber).


Crime Scene Earth (2008)

01 - The Conquest (intro) / Half is a Time Measure
02 - Terror in the Sky
03 - Everlasting God
04 - Crime Scene Earth
05 - The Judas in Me
06 - Too Many
07 - Invader (Judas Priest cover)
08 - Bended Knee
09 - Lost


Disco cabuloso! Unindo não só o vocal impetuoso e velho conhecido do Josh Kramer (que foi o vocal principal da gritada "Half a Time's Measure", "Crime Scene Earth" e o incrível cover de Invader), mas também o Richard Lynch, que decidiu arriscar nos vocais. O vocal dele tem uma pegada bem mais grave, embora remeta um pouco aos vocais mais simples do Kramer. Nada mau pro Lynch. A única coisa que esse disco ficou devendo mesmo não foi na qualidade musical ou lírica (as letras continuam fantásticas), mas na produção, que ficou um pouco abafada. E nem adianta dizer que é algo estético, porque os dois últimos discos de estúdio, que adotaram uma produção meio "oitentista", foi bem mais limpa que essa. Enfim, um ótimo disco, porém pecou um bocado nisso.

KILLER TRACKS: Crime Scene Earth, Half is a Time Measure, The Judas in Me, Terror in the Sky, Invader.


Crime Scene Earth 2.0 (2009)

01 - The Conquest (intro)
02 - Half is a Time Measure
03 - Terror in the Sky
04 - Everlasting God
05 - Crime Scene Earth
06 - The Judas in Me
07 - Too Many
08 - Invader (Judas Priest cover)
09 - Bended Knee
10 - Lost

Não há dúvidas que Crime Scene Earth é um discaço, porém pecou muito na produção. Pensando nisso, a própria banda decidiu no ano seguinte regravar o disco completamente. Além de uma produção mais apurada, decidiram também deixar os vocais só a cargo do Kramer. Sob certos aspectos isso até deu uma melhorada mesmo no disco. No fim, vai de cada um optar qual a melhor versão. A capa nova ficou massa, mas ainda prefiro a original, tem mais a ver com o conceito da faixa-título.

KILLER TRACKS: As mesmas da versão 1.0

Curiosidade: A mão da foto é do Scott Waters (da banda Ultimatum).


Hell Blade (2009)

01 - The Ascent (intro)
02 - The Blade
03 - To The Cross
04 - Crying in the Night
05 - Hell Train
06 - Endless Night
07 - You & Me
08 - New World Order
09 - Sinner Peace
10 - Hell Blade


Que disco! Um petardo atrás do outro. Conseguir unir elementos de heavy metal clássico e speed metal com uma produção bem atual, tornou esse disco indubitavelmente o 46º melhor disco de metal cristão na lista da Heaven's Metal. Pra uma banda com trinta anos de estrada (a despeito de quase uma década parados), esse disco mostra uma banda muito em forma. Simplesmente um festival de metal clássico/NWOBHM e Speed Metal.

KILLER TRACKS: TODO O DISCO!

Curiosidade pessoal: Minha segunda matéria escrita pro site Whiplash foi sobre o lançamento desse disco.


Alive Forever (DVD, 2010)
Show gravado no Live at the Grand, e que contém também
vídeos de gravações do Hell Blade, além de material bônus dos seguintes shows:
"Masonic Temple 1985," Huntington Beach 1985," Cornerstone Festival 1986," "TOMfest 2005," "Xfest 2005."


The Revelation (2011)
Basicamente é o The Mark com nova mixagem e masterização

Desperate Night (2012)

01 - The Crucible (intro)
02 - Crucified
03 - The Key
04 - End of the World
05 - Let it Rock
06 - The Fray
07 - Inside Out
08 - Desperate Night
09 - Zombie Shuffle
10 - Jugdement Day
11 - To Live Forever (versão 2012)
12 - Escape from the Fire
13 - Crucible (reprise)

Saint é, ao longo dos anos, uma prova viva que esse papo de "repetição de fórmula é cansativo e desgasta" é papo furado. Um disco superinspirado como sempre, trazendo a linguagem setentista dos pais do heavy metal muito bem presentes aqui. Legal é que nesse disco tivemos três vocalistas! Josh, que estava se despedindo da banda após anos de ótimo serviço, seu sucessor Brian Phyll Miller (que canta a faixa-título) e o Richard Lynch novamente arriscando nos vocais (como visto em "The Key"). Além do Josh Kramer tocando guitarra na faixa 9 (pois é, um disco de experimentalismo nas alturas kkkk). Brian canta muito bem, uma substituição digna, eu diria, uns falsetes muito bem colocados, mas a voz "sem firulas" dele também é bem apurada, com uma agressividade interessante, não tentando emular ninguém, nem o Rob Halford (como alguns acusam erroneamente o Josh de ter feito - nota-se que o Josh sempre ostentou vocais mais graves, mesmo em seus falsetes), nem o Kramer, nem nenhum outro vocal que passou pela Saint, o que é mais que ótimo. Lynch continua com seu tom mais grave e rasgado, mas fantástico igualmente. E Kramer em sua despedida mantem-se genial como sempre. Legal demais ouvir a melhor música da EP "The Perfect Life" de 1999 ressurgindo nesse disco com os vocais do Kramer e uma pegada mais tradicional do que a original (que ainda assim era uma das poucas que mantinham um quê de Saint clássico naquele EP). A capa é muito irada, tenho acho até hoje um broche feito baseado nessa capa, e detalhe pra "Hell Blade" na mão de um dos cavaleiros, uma continuidade óbvia da capa do disco Hell Blade, seu antecessor de estúdio imediato, algo que me lembra muito o que o Judas Priest mesmo faz em algumas de suas capas reutilizando elementos de outras (o Stryper também tem feito isso, e aliás é uma prática legal que dá pra achar em diversas bandas cristãs e seculares, e divertido também!)

KILLER TRACKS: O disco é todo recomendável, mas minhas prediletas aí são "Crucified", "The Key", "End of the World", "Desperate Night" e "To Live Forever". "Let it Rock" também vale pra caramba a ouvida pela pegada cheia de variações.


Broad is the Gate (2014)

01 - Broad is the Gate
02 - Hero
03 - We All Stand
04 - Demon Pill
05 - We All Fight
06 - Who you Are
07 - Reach the Sky
08 - Never Same
09 - Metal Cross (instrumental)



Nova era, velha Saint (tá, tinha um novo vocal no meio que mostrava a nova era em questão, o Brian Phyll Miller). Richard Lynch mostra-se um líder (e único membro remanescente da formação clássica) consistente, muito embora nesse disco hajam uns elementos mais "novos" aqui e acolá, até um flete com o hard rock em faixas como Never Same. Esse disco rendeu inclusive um fantástico clipe pra "We All Fight", definitivamente colocando a nova era da Saint bem marcada. O disco tem ótimos momentos, mas curiosamente é bem curto, só nove músicas (tá que os clássicos da banda tudo tinham só isso, mas furou o padrão de mais músicas que já tinha até então).

KILLER TRACKS: Broad is the Gate, We All Stand, We All Fight, Never Same, Metal Cross


The Calf (2019)

01 - The Calf
02 - Another Day
03 - Psalm 23
04 - Rise
05 - Fine Line
06 - Storm Night
07 - Fragile
08 - Hell to Pay
09 - The Fall
10 - God is Good



Uma banda que segue firme na missão. Assim a Saint designa-se atualmente em seu site oficial. E é bom ouvir uma banda que não para de fazer aquilo que sabe fazer melhor, um heavy metal tradicional como se deve ser. Com mais uma mudança nos vocais (Dave Nelson é a nova voz da banda), é legal perceber que esse vocal mantém a tradição vocal setentista do metal, com uma agressividade e um timbre que muito me remete a Biff Byford da secular Saxon. Sem dúvidas mais um ótimo disco da Saint, com letras como sempre bem críticas, duras e pesadíssimas, como a da faixa-título, que remete ao episódio de Êxodo 32 quando o povo de Israel trai ao Senhor o trocando por um bezerro de ouro (situação que se repete até hoje, só troque "bezerro de ouro" por "políticos", "ideologias", "cantores gospel", "pastores", "doutrina e ministério", "teologia" e outros ídolos menos "dourados"). Vale muito a pena sacar mesmo esse disco da banda, sem sombra de dúvidas!

KILLER TRACKS: The Calf, Another Day, Fine Line, Stormy Night, Hell to Pay

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Stauros




Nascida como Saraterra em 1995, em Itajaí, Santa Catarina, ainda nesse ano a banda dos irmãos Alessandro (guitarra, também na Percussax) e Renatinho Lucindo (guitarra) mudou de nome pra Stauros (cruz em grego), e largou o pop/rock e os covers que estavam se propondo a fazer por um heavy metal mais próximo do power metal e do progressivo. Com a entrada de Celso de Freyn (Maestah, Seven Horizons, Power Praise, Vox Heaven) em 1996 nos vocais a banda tornar-se-ia, junto com a católica Eterna, referência no cenário power/prog cristão com seu clássico "O Sentido da Vida" de 1997. Após um período investindo em letras em inglês com Carlos César (Criva) nos vocais, o grupo chegou a retornar com Celso, mas posteriormente passariam anos inativos, de 2005 a 2008. Um breve retorno um tanto questionado pela mudança muito grande na proposta do som da banda (bem pop/rock) entre 2008 a 2012 foi interrompido, mas em 2013, com o retorno definitivo de Celso de Freyn pra banda, eles seguiram em frente e continuam na ativa até hoje.

OBS: Não confundir com bandas homônimas de Costa Rica nem da Grécia.

PRA ACOMPANHAR A REVIEW COMIGO, OUÇA-OS NO SPOTIFY.


Relançamento pela RV Gospel
(embora há fontes que dizem que também
saiu pela Gospel Records)
Vento Forte (1995)

01 - Vento Forte
02 - Nas Mãos do Amanhã
03 - Teorias
04 - Sinal Vermelho
05 - Canção de Nick
06 - Último Sacrifício
07 - Disfarces
08 - Sobre as Nuvens (instrumental)
09 - To Everyone Who Believes
10 - Raça Humana
11 - Kairós

(OBS: A tracklist apresentada aqui é do relançamento. Na versão original "To Everyone Who Believes" é a faixa 7 e de "Disfarces" pra baixo segue a sequência)

Nesse disco de estreia, com os irmãos Lucindo assumindo os vocais, a banda ainda fazia uma transição básica de heavy/prog metal com uma pitada de rock mais AOR, sendo ainda um som mais primitivo, mas não sem trazer grandes clássicos como a faixa-título, "Teorias" (que tem uma letra genial sobre o que será após a morte), "Último Sacrifício", "Disfarces" e a minha predileta, a primeira música da banda Stauros que eu virei fã, "Raça Humana" (embora eu já tivesse ouvido outros discos como "O Sentido da Vida" e "Seaquake" no programa do CMF, só muitos anos depois vim curtir de verdade a banda). Uma crítica básica é que em alguns momentos, e estou certo que não é só comigo isso, você tem uma leve impressão que Zezé Di Camargo e Luciano decidiram cantar heavy metal (kkkkk), ao menos em faixas como "Nas Mãos do Amanhã" dá pra ficar com essa impressão estranha kkkkk (desculpa aí manos, sei que vocês fizeram realmente o que podiam e fizeram bem sim).

KILLER TRACKS: Vento Forte, Disfarces, Último Sacrifício, Raça Humana, Sobre as Nuvens


O Sentido da Vida (1997)

01 - A Guerra Final
02 - Multidão
03 - Portais Eternos
04 - Viagem pro Céu
05 - Novo Dia
06 - Pacto com Deus
07 - Toda Dor
08 - The Moment (instrumental)
09 - O Preço da Liberdade
10 - Eternal Fountain
11 - Via Escarlate

Entra Celso de Freyn nos vocais e o contrato com a Gospel Records (à época ainda pelo subselo da gravadora, "Todo Som") e o primeiro disco de metal evangélico "profissional" numa gravadora "major" cristã (até então bandas como Calvário, The Joke? e a própria Stauros só haviam conseguido lançar seus materiais de maneira independente ou em gravadoras seculares - no máximo um selo gospel de pouca relevância). E que belo trabalho, diga-se de passagem. Um heavy/power metal de qualidade incrível. Os vocais de Celso estão entre os melhores - senão o melhor - do rock/metal cristão brasileiro. Não é qualquer um que consegue executar os agudos insanos de "Toda Dor". Aqui a banda assumiu a formação da foto acima, considerada como formação clássica (além de Celso e dos Lucindo, Venâncio Domingos no baixo e Alessandro "Alê" Werner na bateria). Na turnê desse álbum a banda passou por diversos lugares do Brasil, inclusive por Belém do Pará, onde gravaram um show bootleg. Em 1999 ainda gravaram o raro "Ensaio Acústico I" (que nem a banda deve ter mais kkkk - apesar que achei esse trechinho no Youtube só o áudio) e que teria sido o show de despedida de Celso da banda. Voltando ao disco, esse álbum contém muito mais elementos de heavy metal, sem a pegada "pop/rock" presente no antecessor, tendo apenas uma balada meio romântica, "Novo Dia", mas de resto é só metal puro, mesmo na mais "calminha" O Preço da Liberdade. "The Moment", tal qual "Sobre as Nuvens" do disco anterior, é um instrumental virtuoso que visivelmente remete a uma das maiores influências confessas de Renatinho, Rex Carroll (Whitecross, Fierce Heart, King James). O disco teve reconhecimento inclusive no exterior, tendo faixas lançadas inclusive em uma das compilações da revista americana Heaven's Metal. Também foi escolhido como o 59º melhor disco cristão da década de 1990 pelo site Supergospel.

Curiosidade: Desde 2014 a banda tem feito campanha junto à Gospel Records pra ceder a matriz do disco, já que a gravadora faliu desde 2010 e o disco está fora do mercado a anos (bem como o Seaquake). Um dos maiores problemas do fim abrupto da GR foi essa desassistência a alguns dos músicos que fizeram parte do seu cast, infelizmente.

KILLER TRACKS: O disco inteiro!


Seaquake (2000)

01 - Seaquake
02 - Rusty Machine
03 - The First Mile
04 - The Second Mile
05 - Victory Act
06 - Without Truces
07 - Vital Blood
08 - Love in Vain
09 - Friendly Hand
10 - Dance of the Seeds
11 - Every Pain II
12 - Inside of the Eyes
13 - Faith in the Arena (in four parts: Arena of Lions/Winner Face/Momentary Darkness/The Great Preaching)

Alê, Renatinho, Cezar, Alessandro e Vê

Carlos Cezar já acompanhava a Stauros como músico convidado nos teclados e back-vocais desde 1998, e acabou sendo a escolha lógica para substituir Celso de Freyn. Embora não alcançando os agudos impressionantes do antecessor, podemos dizer que essa mudança acabou também lançando a banda em um aprofundamento sonoro dentro do prog metal, algo só sugerido nos discos anteriores (em especial a faixa "Via Escarlate" do disco anterior).

Já na faixa título você é levado pelo maremoto (foi mal o trocadilho proposital kkkkk) que a banda alcançou no quesito sonoridade. O timbre das guitarras mais grave imprimiu um peso que faz a banda tornar-se uma cruza genial de um Queensrÿche ou um Fates Warning com uma Metal Church. As letras em inglês também trouxeram aquele quê de banda mais "profissional" (é que né, pra boa parte da turma do metal, só fica legal cantando em inglês, aff.... mas confesso que o Stauros se saiu bem no idioma anglo-saxão). Bem, e as letras trouxeram também um algo a mais, se nos dois primeiros discos a temática cristã e evangelística era "bem na cara" mesmo, aqui é mais fácil de se notar em canções como "Victory Act", "Without Truces", "Vital Blood", "Friendly Hand", "Every Pain II" (continuação da antológica "Toda Dor", só que sem os agudos loucos da clássica) e "Faith in the Arena" (épico que remete aos tempos de perseguição da Igreja pelo império romano). Mas por todo disco, tanto nas mais claras declarações sobre Deus até em faixas mais reflexivas como "Rusty Machine" e "Seaquake" há verdadeiras canções de louvor a Deus e de demonstração do Seu poder. Sem falar nos arranjos absurdamente fantásticos. Não a toa foi eleito o 79º melhor disco cristão brasileiro pelo site Supergospel, e as faixas "Seaquake", "The First Mile", "Dance of the Seeds" e "Vital Blood" apareceram na coletânea "Southern Extremeties: Brasillian Metal Compilation" de 2001 pela Rowe Productions, a primeira experiência do Steve Rowe com bandas brasileiras (nessa compilação ainda vieram a Völlig Heilig - futura Belica - e a Lighthammer, e salvo engano planejavam chamar mais bandas, mas acabou que não rolou e ficou só essas três mesmo, explorando nosso lado mais power e melodic metal mundo afora (como já conquistado pelas seculares Viper, Angra, Shaman, Symbols, Almah e outras tantas).

KILLER TRACKS: Seaquake, Dance of the Seeds, Rusty Machine, Every Pain II, Faith in the Arena

Curiosidade: Vê Domingos chegou a lançar em 2019 um livro contando a história do disco, sua concepção, a "SeaTur", dentre outras conquistas desse disco (você pode adquirir AQUI esse livro). Inclusive foi na SeaTur que a banda veio pela primeira vez pra Pernambuco, tocando no saudoso Dokas (em 2001 ainda participariam de um festival incrível que contou também com Trino e Antidemon no estádio do Sport Clube do Recife).





Adrift (2001)


01 - Adrift
02 - Sacred Blow
03 - Our Scream
04 - Running Again
05 - Images Away
06 - Defibulator
07 - Mercy (instrumental)
08 - BullFighter
09 - A New Chance


Mais uma vez independentes, a banda deu sequência ao que vinha fazendo no álbum anterior, inserindo elementos cada vez mais complexos ao seu som. É possível ver influências até mesmo do thrash metal em alguns riffs de "Our Scream" por exemplo, além de um instrumental fora de série de "Mercy". O vocal continua entretanto sendo o ponto de discórdia, haja vista que Carlos Cezar, a despeito de cantar bem, não consegue ter o impacto do timbre de Celso (essa comparação infelizmente nunca vai acabar, pode ter certeza kkkk). Isso entretanto não remove o brilho desse disco, que possui muitos bons momentos, como as já citadas acima, a faixa-título e as incríveis BullFighter e Defibulator (essa última me lembrando muito "Stop the Madness" da Believer pela crueza como lida com o assunto drogas), além da balada "Running Again" (em que Cezar divide os vocais com o Renatinho). O disco foi colocado no 83º lugar na lista dos cem melhores discos de metal cristão pelo colunista Maurício Gomes Angelo da saudosa coluna Christian's Voice do site Whiplash. Esse disco marcou o fim de uma era, já que foi o último disco completo dessa formação do grupo (que só se reuniria novamente em 2012, porém só lançaria duas singles). Cezar, Vê e Alê Werner formariam a banda Criva após uma divergência de pensamentos com os irmãos Lucindo.

KILLER TRACKS: Defibulator, BullFighter, Our Scream, Adrift, Mercy


Ensaio Acústico II (bootleg, 2002)

01 - Friendly Hand
02 - Dance of the Seeds
03 - The First Mile
04 - Teorias
05 - Inside of the Eyes
06 - Novo Dia (part. Celso de Freyn)
07 - Viagem pro Céu (part. Celso de Freyn)
08 - Victory Act
09 - Seaquake
10 - Na Praia do Futuro
11 - Love in Vain
12 - Vital Blood
13 - Rusty Machine

Originalmente um bootleg, foi recentemente disponibilizado oficialmente pela banda nas plataformas digitais, após anos rolando pela internet afora. Uma das coisas mais legais desse ensaio acústico é a inédita "Na Praia do Futuro", além de músicas clássicas como "Teorias", "Novo Dia" e "Viagem pro Céu" (as duas últimas com a participação especialíssima de Celso de Freyn). Aliás, em Novo Dia fica beeeem claro como os vocais de Cezar e Celso são diferentes, já que na primeira parte Cezar canta (e visivelmente tem dificuldades pra alcançar certas notas), ao passo que Celso quando entra acerta em cheio nos vocais. Curioso que essa "participação especial" acabou por tornar-se meio que um prelúdio de seu breve retorno ainda naquele ano de 2002.

KILLER TRACKS: Não se aplica em bootlegs, sorry kkkk mas boa parte aí tá muito boa


Versão de 2014
Marcas de um Tempo (EP, 2003) 



01 - Conflitos Mortais
02 - Cidade Sem Luz
03 - Marcas de um Tempo
04 - Além do Véu





O curto retorno de Celso (não seria o último entretanto) acabou sendo registrado num pequeno EP de quatro faixas. Entretanto essas quatro faixas são fantásticas. Um retorno ao power clássico de "O Sentido da Vida", com alguns elementos progressivos. A acústica faixa título é sem dúvidas um clássico eterno, bem como as pesadas Conflitos Mortais e Cidade Sem Luz, e, obviamente, a poderosa "Além do Véu". Lembro que tinha um grupo chamado Methal Allado que tirava um cover irado e bem espiritual dessa música. Em 2009 cheguei a tirar também um cover dessa e de "Marcas de um Tempo" com a Moldagem. Enfim, um pequeno EP e que vale muito a pena ouvir. Infelizmente Celso saiu novamente do grupo em 2005, chegando a morar por um tempo na Itália (onde participou do Seven Horizons) e o grupo encerrou as atividades, após quase dez anos de atividade a serviço do Reino. Vale como nota citar que o baixista nesse EP é Elias Vasconcelos, da clássica banda de thrash cristã brasileira Deliver.

KILLER TRACKS: Todo o disco!



Praise EP (2008)
01 - Em Ti
02 - Me Entregar (Cruz)
Depois de três longos anos de inatividade, Stauros voltou, novamente com o vocal de Renatinho, mas agora Alessandro Lucindo assume com maior ênfase os vocais. Elias Vasconcellos também está de volta, e Ulisses completa a formação na bateria. Algo curioso foi que a banda decidiu literalmente usar o nome "Stauros Praise" pra se designar. O EP dividiu opiniões, fãs antigos como eu pavonearam esse lançamento, entretanto a banda conquistou alguns fãs novos (final da década de 2000 era a época das bandas de "louvor jovem" e "worship & praise" já). Talvez isso tenha motivado uma mudança tão brusca, já que a banda passou a soar muito mais próximo de bandas como Tempus, Contato Vital e Filhos do Homem. Reouvindo o EP, não soa mal, mas definitivamente não soa como Stauros (não pra menos terem mudado pro nome "Stauros Praise", uma tentativa de dizer que não era bem a Stauros... mas no fim não creio ter convencido os fãs antigos...).

Curiosidade: O final de "Cruz" contém um momento de humor entre os músicos.

KILLER TRACK: Em Ti


Praise (2009)

01 - Cria em Mim
02 - Atrai
03 - Levante-se
04 - Como o Som
05 - Sonhos
06 - Em Ti
07 - Neste Lugar
08 - Nova Vida
09 - Me Entregar
10 - Vem
11 - Alto Preço (instrumental)


Hard Pop Rock interessante, com uma linguagem sonora e lírica voltada mais pra adoração (praise), e foi realmente o disco mais diferenciado da história da banda. Embora faixas como "Cria em mim" e "Em Ti" tivesse um lado mais hard, músicas como "Levante-se", "Sonhos" e "Como o som" passam bem longe do estilo clássico da banda. Esse disco me incomoda muito. O conceito de discos "praise" de bandas de rock, embora insiram elementos de worship & praise e até pop, não costumam descaracterizar tanto o som de bandas que os fazem (vide os Praises e o Revival do Petra ou o Resgate Praise). Aqui literalmente parece que estamos ouvindo uma banda completamente diferente, um projeto deslocado da banda de hard/heavy de "Vento Forte", de power tradicional de "O Sentido da Vida" e "Marcas de um Tempo" ou o progressivo elaborado de "Seaquake" e "Adrift". Até o "Ensaio Acústico II" soa mais metálico que esse disco. A voz de Luiz Fernando (que canta na maioria das faixas) se encaixa bem com o trabalho feito nesse período, mas sem dúvidas, em comparação a todos os antecessores, é o mais fraco que passou pela banda. As vezes me soa até meio um PG mais desajeitado.

A despeito disso, o disco foi um sucesso de vendas entre um público mais "atual" e fã de worship & praise (como já mencionei na análise do EP, essa já era a tendência né). A renda do disco foi toda revertida pra um orfanato de acordo com o próprio Renatinho numa entrevista pro finado site Rock Grafia.

KILLER TRACKS: Cria em Mim, Nova Vida, Em Ti (e só, sorry...). Tá, o solo de Alto Preço também é massa.


Distante (single, 2012)
Anunciada como "o retorno da formação Seaquake/Adrift".
O som parece uma fusão do trabalho da Criva com o Stauros Praise
Não me remete muito à era Seaquake/Adrift...
Entretanto não é uma single ruim pra época que a Stauros tava
Antes disponível no Face da banda, só é possível encontrar agora
em alguns canais de fãs, como AQUI

Quem (Single, 2012)
Segundo e último single desse revival, esse sim mais prog metal
O legal é ouvir em gravação oficial, como em "Distante", essa formação
cantando em português. Infelizmente (ou não pra alguns) houve novamente
dificuldades de agenda e o grupo se separou de novo
Dá pra ouvir essa música AQUI


Marcas da Desilusão (EP, 2014)



01 - Não Desista
02 - Estrada de Sangue
03 - Esperando em Ti
04 - Marcas da Desilusão
05 - Toda Dor (nova versão)




Celso is back! E agora pra valer! Depois de muitas idas e voltas, em 2013 a banda voltou a vera as atividades e finalmente voltou também ao velho estilo. Com o EP "Marcas da Desilusão", lançado no início de 2014, o grupo fundiu a pegada mais progressiva da fase Seaquake/Adrift com os vocais incomparáveis de Celso de Freyn (um sonho realizado - só faltou as músicas serem tudo em inglês, o Celso já mostrou que sabe fazer isso, não só na própria Stauros como em projetos como a Seven Horizons). Mas enfim, em português e bem feito, eis o som que todo mundo curte da Stauros. Desde a pesada Estrada de Sangue, a balada Esperando em Ti (tem que ter uma bela balada sempre né!) até a versão atualizada da clássica "Toda Dor", esse EP mostra que a banda realmente ainda tinha muito gás pra gastar. As participações do baixo de Raphael Dafras (da secular - apesar que tem que diz que não é secular não kkkkk um dia confirmo com Edu Falaschi - Almah e das cristãs Harmony, Seven Horizons, Auryah e No Other God) na faixa título e do teclado de Riccardo Oneto (da Seven Horizons) em Toda Dor apenas coroam essa nova fase da banda. A nova versão de Toda Dor mantém a qualidade da original, apesar do andamento mais cadenciado. Que que eu posso fazer, o Celso continua dando uns agudos inalcançáveis kkkkk

KILLER TRACKS: Todo o EP, mas em especial Marcas da Desilusão e Estrada de Sangue


Vale das Sombras (2014)

01 - Vale das Sombras
02 - Indiferentes
03 - Ainda Há Tempo
04 - Cidade de Refúgio
05 - Estrada de Sangue
06 - Apostasia
07 - Tudo o que Eu Preciso
08 - Não Desista
09 - Marcas da Desilusão
10 - Esperando em Ti
11 - City of Refuge


Que baita retorno! Sem dúvidas o mais técnico e bem gravado disco da banda até hoje, Vale das Sombras funde com genialidade elementos de power metal e progressive metal, sendo portanto o disco que melhor equilibrou os elementos básicos que sempre foram influências da banda. Raphael Dafras tem maior participação nesse disco, junto ao batera Lucas Fontana. Uma pegada que me lembra muito bandas como Sacred Warrior, Jacobs Dream (na fase Chaz Bond) e Harmony, é fascinante ver que os anos fizeram bem, e que realmente a banda voltou com tudo. O vocal de Celso é algo fora do normal, um cara conseguir quase vinte anos depois de "O Sentido da Vida" ainda apresentar um vocal tão fantástico como esse é de espantar muito. Afora obviamente o trabalho virtuoso dos Lucindo que continua afiado nos riffs, bem como nos solos de Ricardinho. Cada ouvida desse disco é um fascínio novo. As letras evoluíram muito, incluindo um lado mais crítico e até auto-crítico, como dá pra ver em "Marcas da Desilusão".

Foi na turnê desse disco que eles fizeram um dos shows mais irados deles, abrindo para o Stryper aqui em Recife. Brother, quem tava lá sabe que os caras arrasaram muito.

KILLER TRACKS: Apostasia, Vale das Sombras, Marcas da Desilusão, Estraa de Sangue, Cidade de Refúgio.



Vale das Sombras ao Vivo (DVD, 2015)
Pode ser adquirido pra stream AQUI
Ótima mostra do poder musical da banda
Contém músicas do último disco, bem como dos EPs
"Marcas de um Tempo" e "Marcas da Desilusão"
(uma pena não ter nada do Seaquake/Adrift, nem dos dois primeiros...)
Participação entre outros de JT (Metal Nobre) na música Estrada de Sangue