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sexta-feira, 22 de maio de 2020

Tourniquet



Formação clássica, com Guy Ritter, Gary Lenaire, Ted Kirkpatrick, Erik Mendez e Victor Macias


Tourniquet (ou Tournica pros íntimos daqui do Brasil) é uma banda formada em 1989 na Califórnia, por Ted Kirkpatrick (bateria), Guy Ritter (vocais, tbm da Holy Danger e Echo Hollow) e Gary Lenaire (guitarra e vocais, também advindo da Holy Danger e posteriormente da Echo Hollow). Seu estilo musical principal é o Thrash Metal, sendo uma das mais lendárias bandas do gênero na música cristã, mas sempre juntam influências de outros estilos como o doom metal, o hard rock, o power metal, o metalcore e até a música clássica e uns flertes com o rap. Tiveram algumas mudanças ao longo dos anos de integrantes, sendo a mais sintomática a troca de Guy Ritter por Luke Easter e de Gary Lenaire por Aaron Guerra, mas uma coisa jamais mudou: as letras, sempre trazendo uma linguagem cristã bem elaborada, com elementos de contos de Edgar Allan Poe (!), terminologia médica (o próprio nome Tourniquet é um tipo de técnica de socorro emergencial que paralisa uma hemorragia grave) e letras em defesa da natureza e dos direitos animais (algo bem incomum na verdade dentro da música cristã). Ark of Suffering, o maior hino a respeito desse último assunto, chegou a ser indicado a dois Dove (prêmio de música cristã americana) e a revista Heaven's Metal elegeu por DEZ VEZES SEGUIDAS Ted como o maior compositor do metal cristão.

Curiosidade (bem besta): Se o Vengeance Rising inaugurou guitarra e baixista tocando sem camisa no rock cristão, Ted Kirkpatrick foi o primeiro baterista cristão a tocar sem camisa, inspirando também um contemporâneo seu do Brasil, Flavio Amorim da Fruto Sagrado. Como eu avisei, essa curiosidade era besta, segue o artigo kkkkk

Agradeço Márllon Matos pela Errata.

Leia esse artigo ouvindo os discos NO SPOTIFY!


Versão de 2001
"Stop the Bleeding" (1990)

01 - The Test for Leprosy
02 - Ready or Not
03 - Ark of Suffering
04 - Tears of Korah
05 - The Threshing Floor
06 - You Get What You Pray For
07 - Swarming Spirits
08 - Whitewashed Tomb
09 - Somnambulism
10 - Harlot Widow And The Virgin Bride

Bônus 2001
11 - Ark Of Suffering [Live 2000]
12 - The Test For Leprosy [Live 2000]
13 - Whitewashed Tomb [Demo 1990]
14 - Tears Of Korah [Demo 1990]
15 - Ark Of Suffering [Demo 1990]
16 - Concert Intro [1999]

Um clássico de trinta anos que parece não envelhecer nunca. Stop the Bleeding conta com uma produção incrível, letras usando passagens do Antigo Concerto como The Test for Leprosy pra mostrar nossa impureza e Tears of Korah a falar da impureza humana, mas também letras do Novo Concerto, como Whitewashed Tomb (instrumental, mas com referência óbvia aos "sepulcros caiados" que Cristo denunciava - os fariseus e saduceus). Mas a óbvia pérola lírica e mais famosa canção desse disco é Ark of Suffering, um grito contra a exploração estúpida de animais em circos, para fazer casacos de pele caríssimos, experimentos científicos desnecessários, dentre outras formas que destruímos a natureza que Deus nos deu para dela cuidarmos e não a devorarmos. O vocal do Guy nesse disco muitas vezes mostra as influências óbvias do King Diamond (Kim Bendix Petersen, o cantor secular dinamarquês famoso pelas tenebrosas - porém musicalmente incríveis - bandas Mercyful Fate e sua banda solo), com agudos insanos, em especial nas faixas Ready or Not e the Threshing Floor. Já o vocal grave de Gary Lenaire se faz presente principalmente em Ark of Suffering e You Get What You Pray For (onde o Guy também mostra um vocal mais grave, um verdadeiro mutante vocal!). "The Harlot Widow..." tem uma pegada meio doom, remetendo à banda Trouble (que Ted nunca negou ser muito fã - chegando até em determinado momento a tocar na banda). Difícil dizer quais arranjos aqui são mais brutais e incríveis. Disco impecável. A segunda guitarra na gravação estava a cargo de Mark Lewis, já o baixo com Erik Jan James (esse último não creditado).  (na verdade ele já tinha saído da banda antes das gravações). Acredito que só foram músicos de estúdio,

A versão de 2001 tem uma melhora significativa na capa, mostrando muito mais sangue escorrendo (HAHAHA muito bom mesmo, sem zoeira!) e a serpente nas duas versões representando o aprisionamento da antiga serpente (o diabo). Além de faixas bônus, como duas canções do disco sendo executadas pela formação de 2000 da banda, uma peça intro instrumental dos shows de 1999, e três demos de 1990.

KILLER TRACKS: O disco todo, pelamor de Deus!


Ark of Suffering (VHS Clip, 1990)
Não estou bem certo, mas parece que nem a MTV americana teve coragem de transmitir esse videoclipe kkkk
Cenas fortes, mas verdadeiras, da crueldade humana contra os seres que Deus criou também pro Seu louvor
O clipe também saiu na coletânea em vídeo Hot Metal IV de 1991





Versão de 2001, já com o nome
"Psychosurgery" tudo junto
Psycho Surgery (ou Psychosurgery) (1991)

01 - Psycho Surgery / Psychosurgery (em 2001)
02 - A Dog's Breakfast
03 - Viento Borrascoso (Devasting Wind)
04 - Vitals Fading
05 - Spineless
06 - Dysfunctional Domicile
07 - Broken Chromosomes
08 - Stereotaxic Atrocities
09 - Officium Defuctorum

Bônus 2001
10 - A Dog's Breakfast (live 2000)
11 - Broken Chromosomes (live 2000)
12 - Stereotaxic Atrocities (demo 1991)
13 - A Dog's Breakfast (demo 1991)
14 - Concert Intro 2000

O início erudito da faixa título é muito sintomática no poder de fogo e experimentalismo que esse disco traz, juntando com a formação épica da banda. Unido a isso letras fortes, como a épica Dog's Breakfast (denunciando as heresias do russelianismo/testemunhas de jeová, mormonismo, cientologia (dianética), nova era e principalmente o "movimento da fé" (heresia que deu origem à confissão positiva e à teologia da prosperidade, que entre outras blasfêmias faladas por Kenneth Hagin, Benny Himn e cia, ensinava a possibilidade do homem tornar-se um "minideus"). Vitals Fading tem o Victor Macias fazendo vocais em espanhol em certas partes da música (conectando-se à instrumental Viento Borrascoso com perfeição), Spineless é a "Bring the Noise" cristã, por assim dizer, com a participação dos rappers cristãos da P.I.D.. Broken Chromosomes está entre minhas prediletas aí, falando do desprezo que muitos pais têm dos filhos com síndrome de Down e outras síndromes cromossômicas similares a esta, Dysfunctional Domicile também tratando de problemas familiares pros jovens fãs da Tourniquet compreenderem, e Stereotaxic Atrocities mais um grito contra a exploração terrível dos animais.

O nome do disco e da faixa título na primeira versão aparece como duas palavras, porém de acordo com o Ted Kirkpatrick no relançamento de 2001, sempre deveria ser unicamente Psychosurgery, uma palavra só.

As faixas bônus seguem a mesma regra do relançamento do disco anterior. Já a capa não sofreu muitas modificações da primeira pra segunda versão.

KILLER TRACKS: Todas novamente!


Versão de 2001
Pathogenic Ocular Dissonance (1992)

01 - Impending Embolism
02 - Pathogenic Ocular Dissonance
03 - Phantom Limb
04 - Rumiating Virulence
05 - Spectrophobic Dementia
06 - Gelatinous Tubercles of Purulent Ossification
07 - Incommensurate
08 - Exoskeletons
09 - Theodicy on Trial
10 - Descent into the Maelstrom
11 - En Hakkore
12 - The Skeezix Dilemma (part I, à época não nomeada assim)

Versão Metal Blade (1994)

13 - The Tempter (cover da Trouble) (live)

2001 Extras
Pathogenic Ocular Dissonance (live)
Bearing Gruesome Cargo / Drum solo (live)

Versão LP duplo (2015)

13 - The Skeezix Dilemma Part II

Esse disco tem uma fusão muito irada de thrash metal com doom metal, bem na linha de bandas de thrash metal inglesas como Seventh Angel e as seculares Onslaught e Xentrix. Phantom Limb é sem dúvidas a que mais deixa claro essa pegada. Entretanto em vários momentos, como na incrível Incommensurate eles mostram o lado mais thrash sem dó. E esse disco também é o campeão de músicas com títulos complicados e referências à medicina mais fortes de todos. Aliás, uma música como "Gelatinous Tubercles of Purulent Ossification" tem o título perfeito pra uma música de goregrind sem dúvidas, mas musicalmente tá mais pra um thrash metal com vocais robóticos em certas partes (muito experimental mesmo!). Gary Lenaire investe mais nos vocais aqui, tendo uma das melhores participações dele num disco da banda sem dúvidas. Tragicamente o último disco da formação clássica da banda, que perderia o Guy Ritter pouco após lançar esse disco.

KILLER TRACKS: Tudo, pode ter certeza!


Video Biopsy (VHS/DVD, 1992)
Com apresentações ao vivo de Ark of Suffering e Viento Borrascoso
além de interviews e bastidores, e footages de alguns shows da banda

Intense Live Series Vol. 2 (1993)




01 - Phantom Limb
02 - Ark of Suffering/Stereotaxic Atrocities
03 - in studio
04 - Whitewashed Tomb
05 - The Skeezix Dilemma
06 - The Tempter (Trouble cover)
07 - in studio 2
08 - The Messiah (Bloodgood cover)

Segundo dos cinco discos "ao vivo em estúdio" da Intense Records, também chamados de Intense Records Presents Recorded Live (já falei dos discos da Deliverance e da Mortal, logo logo sairão os do Randy Rose e da Die Happy), contou com a formação clássica sem Guy Ritter. No seu lugar fazendo os vocais mais agudos recrutaram o genial Les Carlsen (Bloodgood), que fez um trampo muito irado aqui. Os covers de Tempter e Messiah ficaram muito bons, homenagens incríveis (a segunda em especial, à época a Bloodgood estava próxima de dar uma parada de vários anos, e podemos dizer que essa gravação, junto com o "To Germany with Love" da Bloodgood ainda desse ano também foram como despedidas da banda pro público - ao menos até 2002). O medley de Ark e Stereotaxic, junto à épica The Skeezix Dilemma, são os pontos mais altos desse disco, que seria o último com Erik Mendez, desfazendo em definitivo a formação clássica (Victor Macias e Gary Lenaire ainda continuariam com a banda até 1996).

Em 30/01/2010 a banda relançou no seu Bandcamp esse disco com o nome "Tourniquet Recorded Live". Antes, em 1998, chegou a ser relançado como um split com o ILS 1 (da Deliverance) e o ILS 4 (da Die Happy).


Versão de 2004 (10 anos)
Vanishing Lessons (1994)

01 - Bearing Gruesome Cargo
02 - Pecking Order
03 - Drowning Machine
04 - Pushin' Broom
05 - Vanishing Lessons
06 - My Promise
07 - Acidhead
08 - K517 (Sonata in D Minor 517 de Domenico Scarlatti)
09 - Twilight
10 - Your Take
11 - Sola Christus

Bônus 2004:
Ted, Vic, Gary, Luke e Erik (que sairia antes das gravações
do Vanishing Lessons)


12 - HHS2 (Handel Harpsichord Suite #2)
13 - Acidhead [Live 2000]
14 - Pecking Order [Live Cornerstone 2002]
15 - Vanishing Lessons [Live Cornerstone 2002]
16 - Drowning Machine [Demo 1994]
17 - Twilight [Demo 1994]


Luke Easter foi nessa época pro Tourniquet o que o John Bush foi pra secular Anthrax, uma fase mais groove metal/hard rock. Nesse disco essa pegada hard rock ainda não tá tão construída, a despeito da faixa de abertura seguir bem nessa linha. O vocal de Luke consegue fundir um pouco os graves do Gary Lenaire (que nesse disco com a banda limitou-se à guitarra) e um pouco do agudo do Guy Ritter, sendo portanto uma ótima escolha pra substituir o vocalista clássico (em alguns momentos, como em Sola Christus, ele soa parecendo o Ozzy Osbourne da clássica Black Sabbath - outra banda que Ted é fã e homenagearia anos mais tarde). Arranjos bem elaborados e um baixo insano do Vic Macias (em especial na intro de Drowning Machine) deixam ainda melhor tudo que o disco trouxe de bom. Sendo um disco de transição, por pouco não contou com as guitarras do Erik Mendez junto (mas ele saiu pouco antes da gravação do disco, não sei os motivos entretanto). No fim é um disco que tem seus amantes e detratores, por um tempo eu não era lá muito fã desse, porém o tempo me fez rever como esse disco é genial, não tão bom como os antecessores, mas ainda um grande disco. Minhas partes prediletas são justamente os experimentalismos instrumentais K517 e - na versão de 2004 - a HHS2. Ted aqui já dando os primeiros passos de algo que ele faria muito em sua carreira solo: tributos à música clássica unido à bateria.

Curiosidade pessoal: essa capa me dá medo kkkkkkkkkkkk

KILLER TRACKS: Twilight, Vanishing Lessons, as peças instrumentais, Bearing Gruesome Cargo, Acidhead, Drowning Machine, Sola Christus.


Tourniquet/Mortification Collector's Edition CD Single (split, 1994)
Não, não é um CD duplo com o Vanishing e o Blood World, apenas três faixas de cada
e mais algumas interviews com as bandas, sendo que a Tournica tem mais material aí
que a Mortifa (por isso esse destaque aqui)


Carry the Wounded (EP, 1995)
01 - Carry the Wounded
02 - When the Love is Right
03 - Oh Well (Fleetwood Mac cover)
04 - My Promise
05 - Heads You Win, Tails You Lose

Controvérsias de mudança sonora a parte, Carry the Wounded é um ótimo EP. Muitos fãs da época tiveram dificuldades de assimilar essa pegada bem mais melódica que tudo que a banda havia feito antes (incluíndo aí a balada romântica - isso mesmo! - When the Love is Right). A faixa título ganharia dois anos mais tarde um cover fantástico da banda brasileira Rosa de Saron chamada "Carregue os Feridos". Esse é o disco de estreia de Aaron Guerra nas guitarras, ainda dividindo elas com o clássico Gary Lenaire. Jim Cox (que anos mais tarde tocaria com Ozzy Osbourne) tocaria teclado na faixa 2, Paul McIntire tocaria violino e Rick Rekedal violoncello na faixa 4. Infelizmente marcou também o fim da participação de Gary e Vic Macias da banda, restando somente o líder Ted da formação clássica na banda.

Pushin' Broom (VHS clip, 1995)
A despeito do nome ser da faixa Pushin' Broom, o videoclipe aqui é de Bearing Gruesome Cargo
Mas possui também alguns footages e interviews


The Collected Works of Tourniquet (compilação, 1996)
De novidade aqui só as fantásticas faixas Perfect Night for a Hanging e The Hand Tembler
A capa é um bocadin estranha, mas dá pra levar kkkk
De resto, só canções clássicas de todos discos anteriores
Uma boa compilação, marcando também a última aparição de Gary (cantando na "Perfect Night..."!)
e Vic na banda em sons de estúdio.


Live in Concert 1996 (bootleg, 1996)
Sei pouquíssimo desse lançamento não oficial


Versão de 2009
Crawl to China (1997)

01 - White Knucklin' The Rosary
02 - Going, Going... Gone
03 - Proprioception: The Line Knives Syndrome
04 - Crawl to China
05 - If I Was There
06 - Tire Kicking
07 - If Pigs Could Fly
08 - Stumblefoot
09 - Enveloped In Python
10 - The Tell-Tale Heart
11 - Bats
12 - Crank the Knife
13 - Claustrospelunker
14 - Imaginary Friend
15 - America
Bônus 2009: If I Was There (instrumental)

Hora da polêmica: Esse disco não é ruim coisa nenhuma.

Pronto, acabou a polêmica kkkkk

Não é obviamente um ótimo disco, e Bill Metoyer, lenda da produção musical no metal, passa longe de seus melhores momentos como produtor aqui, mas dizer que esse disco é ruim, aí já acho forçado. Algumas faixas trazem um hard rock consistente, como "Proprioception", outras um heavy como "White Knucklin'", outras meio rapcore, como a faixa título, afora a fantástica If I Was There, pra mim a melhor do disco. Agora, sem dúvidas é um disco bagunçado, uma colcha de retalhos com algumas músicas que eu não consigo nem ouvir totalmente, como "Going, Going... Gone" e seu estilo meio industrial forçado. Tim Gaines (Stryper, King James, Sin Dizzy) faz uma participação especial tocando baixo sem trastes na faixa um.

Curiosidade: De todos os discos relançados que mudaram sua capa, esse aqui sem dúvidas foi o caso mais curioso, porque mudou totalmente a capa tipo 100%, nada de uma capa lembra a outra kkkkk

KILLER TRACKS: If I Was There, Proprioception, Crawl to China, "White Knucklin'...", Tire Kicking.


Guitar Instructional Video (VHS, 1997)
Solos de Ted e Aaron pra, como o nome diz, ensinar a galera
Amei a capa do Paganini haha


The Unreleased Drum Solos of Ted Kirkpatrick (VHS, 1997)
Aqui é só o Ted mesmo kkkk


Live in California (VHS e DVD, 1998)
Show grandioso, com o baixista Vince Dennis (da secular Steel Prophet)
Seria relançado como CD em 2010, posteriormente mando a capa aqui.

Acoustic Archives (1998)

01 - Viento Borrascoso
02 - Vanishing Lessons
03 - Claustrospelunker
04 - Bearing Gruesome Cargo
05 - Phantom Limb
06 - Bats
07 - Heads I Win, Tails You Lose
08 - Twilight
09 - If Pigs Could Fly
10 - Trivializing The Momentous, Complicating The Obvious

Pro momento que a banda vivia, no estilo mais hard rock, um disco acústico nem foi uma má ideia, aliás eu diria que esse disco tem uma qualidade muito melhor em várias das músicas rearranjadas aqui pra um formato acústico, do que algumas das versões originais, em especial músicas do disco Crawl to China. Sério mesmo. Bom é que nenhuma música aqui faz parte da fase clássica, a exceção de Viento Borrascoso que já na versão original era acústica, então coube bem, e Phantom Limb (e essa sim eu não viajei nada ter virado um blues bem fora do estilo original da música). De resto, incluíndo a novata "Trvializing the Momentous" (que até destoa do disco por não ser acústica!), são boas pedidas.

Curiosidade mórbida: Sem dúvidas essa capa é a PIOR CAPA de rock cristão que já vi na vida. Nem aquelas capas com fotos estranhas de músicos superam essa capa estranhíssima (bem, pensando bem, a versão original da capa do disco de estreia da banda Eternal Decision tá pau a pau viu...)


Microscopic View of a Telescopic Realm (2000)

01 - Besprinkled in Scarlet Horror
02 - Drinking from the Poisoned Well
03 - Microscopic View of a Telescopic Realm
04 - The Tomb of Gilgamesh
05 - Servant of the Bones
06 - Erratic Palpitations of the Human Spirit
07 - Martyr's Pose
08 - Immunity Vector
09 - Indulgence by Proxy
10 - Caixa de Raiva
11 - The Skeezix Dillema II (The Improbable Testimony of the Pipsisewah)


Ted, Aaron e Luke
De volta ao velho estilo. Ou quase isso. Tourniquet volta a suas raízes metálicas com um disco que funde thrash com power metal de maneira magistral (e alguns elementos de música clássica, como sempre). E alegorias geniais estão de volta aqui também, como a incrível Microscopic View of a Telescopic Realm, mostrando o quão pequenos somos e nossa visão tão limitada acerca da infinitude divina. Curioso nessa música é falar até mesmo dos lendários monstro do lago Ness e do Yeti (Abominável Homem das Neves, Sasquasch, Pé Grande, o nome que quiser dar kkkk) pra mostrar que se esses existirem ou existiram de fato, foi Deus quem os criou, como a tudo na natureza e no universo.

"Ele é o Criador deles - tanto o doador da Vida, quanto o extintor de conflitos
Da primeira célula divisível do mundo aos bairros mais solitários do inferno"

Sem dúvidas é um ótimo retorno, difícil escolher músicas pra dizer que são killer tracks porque são iradíssimas.

Curiosidade: Sim, você não leu errado, tem uma faixa com título em português (na verdade em espanhol, mas o signigicado é o mesmo). Caixa de Raiva entretanto é cantada em inglês. É, não foi dessa vez kkkkkk

KILLER TRACKS: Todas


Circadian Rhythms - The Drumming World of Ted Kirkpatrick (DVD, 2003)
Mais uma aula de bateria do mestre Ted, já apontando pra sua carreira solo em 2010


Ocular Digital (DVD, 2003)
Coleção de shows, um de 2001 e o outro de 1991, que provavelmente foi o primeiro da banda.
Contém também o clipe de Ark of Suffering original de 1991.


Where Moth and Rust Destroy (2003)

01 - Where Moth and Rust Destroy
02 - Restoring The Locust Years
03 - Drawn And Quartered
04 - A Ghost at the Wheel
05 - Architeutis
06 - Melting The Golden Calf
07 - Convoluted Absolutes
08 - Healing Waters Of The Tigris
09 - In Death We Rise


Mais um brutal lançamento da terceira fase do Tourniquet. Difícil dizer o quão esse disco é fantástico. Finalmente a trinca Ted/Aaron/Luke dupla Ted/Luke (Aaron tinha saído da banda à época, só voltando bem depois) mandou um lançamento irado já no antecessor desse disco, e esse segue esse conceito. Power/Thrash/Doom e alguns elementos de música clássica (como em Drawn and Quartered). A construção e produção desse disco é ainda mais sólida que a do seu antecessor, apesar de músicas bem longas (maioria delas acima dos 6 minutos e meio), o que deu um ar meio progressivo a esse disco. Aliás, a participação dos lendários Bruce Franklin (Trouble, Supershine) e Marty Friedman (Megadeth, Cacophony) nas guitarras tornaram esse trabalho ainda mais icônico.

KILLER TRACKS: Difícil escolher algumas de novo kkkkkkkkkkk muito bom o disco todo.

Till Sverige Med Kärlek (DVD, 2006)
Show gravado ao vivo em 12 de março de 2006 em Linkoping, Suécia
Faixas de diversas eras da banda aqui presentes



Live in California (CD ao vivo, 2010)
O mesmo show de 1998


E a versão em DVD, de 2012


Antiseptic Bloodbath (2012)

01 - Chart of the Elements (Lincchostbllis)
02 - Antiseptic Bloodbath
03 - The Maiden Who Slept in the Glass Coffin
04 - Chamunda Temple Stampede
05 - Flowering Cadaver
06 - 86 Bullets
07 - Duplicitous Endeavor
08 - Lost Language of the Andamans
09 - Carried Away On Uncertain Wings
10 - Fed By Ravens, Eaten By Vultures

Disco muito bom, dono de uma daquelas capas controversas, mas bem genial. Último disco com Luke Easter como membro oficial da banda, traz um thrash metal bem elaborado como sempre, letras mais uma vez fora de série, com muitas influências do power metal e do heavy clássico. As letras mencionam os problemas de povos como os de Sumatra, Havaí e ilhas Andaman, além de casos de abusos que esses povos por vezes fazem com a natureza. Entre as participações desse disco, Marty Friedman mais uma vez abrilhanta aqui, Bruce Franklin novamente aqui, Karl Sanders (da secular Nile) também nas guitarras, o guitarra venezuelano Santiago Dobles (que tocou nas seculares Cynic e Pestilence), além da orquestração de Neil Kernon (que tocou com, entre outros, Queensrÿche, Massacre, Flotsam and Jetsam e November's Doom, além da dupla Darril Hall & John Oates) e narração do grande pastor Bob Beeman (da Sanctuary International, primeira igreja underground pra bangers e punks do mundo).

Curiosidade: Em 2013 o disco foi lançado numa versão só instrumental, com o nome Antiseptic Bloodbath: Voiceless.



KILLER TRACKS: Chart of the Elements, Antiseptic Bloodbath, Flowering Cadaver, 86 Bullets, Lost Language of the Andamans, Fed by Ravens Eaten by Vultures.



Onward to Freedom (single, 2014)


Ted Kirkpatrick's Tourniquet - Onward to Freedom (2014)

01 - Prelude
02 - Onward to Freedom (feat. Michael Sweet & Mattie Montgomery)
03 - The Slave Ring (feat. Mattie Montgomery, Nick Villars & Chris Poland)
04 - The Noble Case for Mercy (feat. Ed Asner)
05 - Let the Wild Just Be Wild (feat. Gabbie Rae, Nick Villars & Rex Carroll)
06 - No Soul (feat. Dug Pinnick & Bruce Franklin)
07 - If I Had to Do the Killing (feat. Kevin Young & Aaron Guerra)
08 - Virtual Embryo
09 - Stereotaxic Atrocities (feat. Luke Easter & Marty Friedman)
10 - Animal Crossing At the Rainbow Bridge
11 - Drowning in Air (feat. Blake Suddath, Nick Villars & Tony Palacios)
12 - Cage 23 (feat. Gabbie Rae & Ashley Argota)

"Ted Kirkpatrick's Tourniquet"? Sim, porque esse disco é basicamente um disco solo do Ted, com diversos músicos, como os ex-Megadeth Chris Poland e Marty Friedman, Doug Pinnick (King's X, Supershine, Poundhound), Michael Sweet (Stryper, Sweet/Lynch), Tony Palacios (Guardian), Rex Carroll (Whitecross, King James), Mattie Montgomery (For Today), Bruce Franklin (Trouble, Supershine), Kevin Young (Disciple), Gabbie Rae, o ator Ed Asner fazendo narração, Ashley Argota, Nick Villars (The Great American Beast, Sleep Star Ignition) e Blake Suddath (Your Memorial), além de Luke Easter e Aaron Guerra, todos fazendo participação. E aqui podemos considerar, se considerarmos este um disco da Tourniquet, o disco mais variado da história da banda - tá, do Ted, porque banda banda não tem aqui. É um disco com pontos muito bons, outros bem bizarros (como a faixa 4). Elementos do metalcore e do heavy metal estão bem presentes aqui também (tem até espaço pra um pop na faixa 12). É um disco no mínimo interessante, um bom projeto, mas que de fato deveria ser considerado unicamente um disco solo do Ted, nada mais.

KILLER TRACKS: Onward to Freedom, The Slave Ring, Let the Wild Just Be Wild, No Soul, If I Had to Do the Killing, Stereotaxic Atrocities, Drowning in Air.

Em 2016 esse disco também ganhou sua versão Voiceless:




Gazing at Medusa (2018)

01 - Sinister Scherzo
02 - Longing For Gondwanaland
03 - Memento Mori
04 - All Good Things Died Here
05 - The Crushing Weight Of Eternity
06 - The Peaceful Beauty Of Brutal Justice
07 - Can't Make me Hate You
08 - One Foot in Forever
09 - Gazing At Medusa [feat. Deen Castronovo]


Uma das formações mais iradas do Tourniquet se fez presente aqui: Além de Ted e Aaron Guerra, Chris Poland tá aqui de novo na guitarra, e o vocal insano de Tim "Ripper" Owens (famoso principalmente por ter substituído por algum tempo o Rob Halford na Judas Priest, além do Iced Earth e da banda de Yngwie Malmsteen). O resultado foi um disco muito consistente, com uma sonoridade bem construída, produção muito boa, letras como sempre fantásticas. Além da formação aí citada, ainda tivemos participação especial do baterista Deen Castronovo (famoso por tocar com a Cacophony, cantando na última faixa) e uma narração de Jonathan Guerra (filho do Aaron) na faixa All Good Things Died Here. Uma porrada atrás da outra sem dó nem piedade. Disco recomendadíssimo.

KILLER TRACKS: TUDO, sem dúvidas um dos melhores discos lançados em 2018!


The Epic Tracks (compilação, 2019)
O melhor do Tourniquet em cada um de seus discos.

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Bruce Cockburn


Man of a Thousand Faces
Bruce Douglas Cockburn (nascido a 27 de maio de 1945 em Ottawa, Canadá) é sem dúvidas um dos mais, senão o mais criativo e genial cantor de rock cristão da geração do Movimento de Jesus... pera, eu falei rock cristão? Pois bem, Bruce diversas vezes ultrapassou essa fronteira, sendo um dos precursores a fazer um som "para todo mundo", o que o garantiu ser uma lenda musical no Canadá, sua terra natal, bem com em vários países (infelizmente no Brasil até tem uma galera que conhece, mas a maioria da turma mais nova nem faz ideia de quem ele seja - ainda que tenha assistido a versão cinematográfica de "A Cabana", onde ele é citado, e uma de suas canções também). Tanto assim foi que ele é um dignatário da Ordem do Canadá, o segundo maior mérito que um cidadão lá pode receber, abaixo apenas da Ordem do Mérito britânica. Seria mais ou menos o correspondente a virar um "Cavaleiro da Ordem Canadense", fazendo um paralelo com os "sir" britânicos. Além dessa honraria, ele já foi inserido no Hall da Fama Canadense de música (nesse recebendo testemunhos de gratidão de gente como Bono Vox do U2, Margo Timmins da Cowboy Junkies e Peter Garrett da Midnight Oil), no de compositores canadenses e no de Broadcast (de rádio), treze Juno Awards (prêmio musical canadense), a medalha do Jubileu de Diamante da rainha Elizabeth II, entre outras honrarias.

Desde jovem se uniu com a música, tendo começado a aprender piano e teoria musical com um organista chamado Peter Hall, que fazia parte da mesma igreja onde ele começou sua vida cristã, a Westboro United Church (que não tem nenhuma relação com a Batista de Westboro americana tá!). Antes ele havia recebido algumas aulas de violão com outro professor que ficou chocado por ele tocar um modelo de violão que esse professor achava "impraticável". Entre 1864 a 66 estudou na famosa Berklee School of Music em Boston (onde todos os membros originais do Dream Theater se conheceram anos mais tarde) e a partir de 1967 começou a tocar com algumas bandas, mas em 1970 decidiu começar sua carreira solo, extremamente criativa e elogiada, transitando entre o folk rock, o jazz, reggae, rock, entre outros ritmos num cadinho incrível, além de letras sempre fortes e criativas, levando muitos a pensarem bastante. Todo esse talento foi reconhecido pela revista americana CCM Magazine, que elencou "Humans" (28º) e "Dancing in the Dragon's Jaws" (42º) na sua lista de 100 maiores discos da música cristã contemporânea em 2013.

Esse post é pra comemorar os cinquenta anos de sua carreira solo, iniciada em 7 de abril de 1970 com o lançamento de seu álbum homônimo, e também pra que o público brasileiro possa conhecer melhor esse grande artista criativo e desafiador para os cristãos do mundo todo.

Pra conhecer mais da carreira dele, vejam esse site totalmente dedicado à sua carreira.

Curiosidade: No mesmo ano que começou sua carreira solo, Bruce gravou a trilha sonora do filme canadense "Goin' Down the Road", porém nunca a lançou comercialmente por considerar ela parte da experiência de quem tá assistindo ao filme, naquele momento.




Leia esse artigo o ouvindo, clique AQUI!

Bruce Cockburn (1970)

01 - Going to the Country
02 - Thoughts of a Rainy Afternoon
03 - Together Alone
04 - Bicycle Trip
05 - The 13th Mountain
06 - Musical Friends
07 - Change Your Mind
08 - Man of a Thousand Faces
09 - Spring Song
10 - Keep it Open

Folk rock fantástico, que embora não faça muito meu estilo, traz consigo de cara os elementos básicos da poesia de Cockburn, com diversas demonstrações da beleza da natureza, como relatar os sentimentos em uma tarde chuvosa, um som de primavera, entre outros. Alegorias como em "Man of a Thousand Faces" é uma das mais fantásticas para falar do poder de Deus. Anne Murray fez cover pra Musical Friends. Capa fantástica, alegoria da porta do céu disponível para sairmos das trevas. Pena que posteriormente tenham usado mais fotos nos álbuns seguintes (o que, entretanto, não diminuiu a beleza de algumas capas, como a do sucessor desse álbum, mas cortou um pouco daquele lado mais artes plásticas). Só anos mais tarde capas assim voltariam a aparecer nos discos do Bruce.

KILLER TRACKS: Man of a Thousand Faces, Thoughts of a Rainy Afternoon, Going to the Country, Change your Mind.



High Winds White Sky (1971)

01 - Happy Good Mourning Blues
02 - Let Us Go Laughing
03 - Love Song
04 - One Day I Walk
05 - Golden Serpent Blues
06 - High Wings White Sky
07 - You Point to the Sky
08 - Life's Mistress
09 - Ting/The Cauldron
10 - Shining Mountain

Ainda mais folk que o antecessor (apesar de ter um blues irado no meio), tem uma pegada simples e genial, apesar de definitivamente não ser muito feita pra mim, confesso kkkk. A despeito disso, possui um clássico eterno, "One Day I Walk", que já recebeu versões de k. d. lang, Anne Murray, The Rankin Family e Tom Rush.

KILLER TRACKS: One Day I Walk, Golden Serpent Blues, High Wings White Sky


Sunwheel Dance (1971)

01 - My Lady and My Lord
02 - Feet Fall on the Road
03 - Fall
04 - Sunwheel Dance
05 - Up on the Hillside
06 - Life will Open
07 - It's Going Down Slow
08 - When the Sun Falls
09 - He Came from the Mountain
10 - Dialogue with the Devil
11 - For the Birds

Um clima soturno e bem oeste, com muito mais poesia genial, até uma música dialogando com o diabo! Um diálogo bem interessante e desafiador diga-se de passagem. Nesse disco ele começa a inserir elementos mais elétricos em sua música, já transpassando as barreiras do simples folk rock. Aqui também surge pela primeira vez uma letra mais crítica, "It's Going Down Slow", uma canção antiguerra sem nenhum medo.

KILLER TRACKS: It's Going Down Slow, Dialogue with the Devil, When the Sun Falls, Up on the Hillside, Sunwheel Dance, He Came from the Mountain


Night Vision (1973)

01 - Foxglove
02 - You Don't Have to Play the Horses
03 - The Blues Got the World...
04 - Mama Just Wants the Barrelhouse All Night Long
05 - Islands in a Black Sky
06 - Clocks Don't Bring Tomorrow / Knives Don't Bring Good News
07 - When the Sun Goes Nova
08 - Déjà Vu
09 - Lightstorm
10 - God Bless the Children

Mais variado que seus antecessores (muito mais jazz que folk), Night Vision mostra um Bruce Cockburn amadurecendo bastante na sua musicalidade, sem perder em nenhum momento a qualidade de suas letras incríveis, como a genial "You Don't Have to..." com uma mensagem genial sobre a necessidade de Deus pra guiar nossos passos nos desertos da vida, ou "When the Sun Goes Nova", uma canção semi-apocalíptica muito bem feita.

Curiosidades: A capa original, como mostrado acima, não tem nenhuma indicação do nome do disco nem do cantor, porém há versões com essa informação na parte superior esquerda. Algo que me intrigou e eu não sei responder é porque havia uma separação das faixas "Déjà Vu, Lightstorm e God Bless..." das outras no site Discogs. Talvez sejam músicas originarias de singles e quiseram destacar, vai saber...

KILLER TRACKS: Foxglove, You Don't Have to Play the Horses, When the Sun Goes Nova, The Blues Got the World..., Islands in a Black Sky, "Mama Just Wants...", Déjà Vu.



Salt, Sun and Time (1974)

01 - All the Diamonds in the World
02 - Salt, Sun and Time
03 - Don't Have to Tell Why
04 - Stained Glass
05 - Rouler Sa Bousse
06 - Never So Free
07 - Seeds on the Wind
08 - It Won't Be Long
09 - Christmas Song


Mais um álbum fantástico de folk rock de Bruce, com mais letras envoltas em muita poesia e alegorias fantásticas do amor de Deus para nossas vidas, como é possível notar em Stained Glass.

KILLER TRACKS: Stained Glass, Seeds on the Wind, Rouler Sa Bousse, All the Diamonds in the World, Never So Free


Joy Will Find a Way (1975)

01 - Hand-Dancing
02 - January in the Halifax Airport Lounge
03 - Starwheel
04 - Lament for the Last Days
05 - Joy Will Find a Way (A Song About Dying)
06 - Burn
07 - Skylarking
08 - A Long-Time-Love-Song
09 - A Life Story
10 - Arrows of Light

Capa parece ter sido feita por uma criança, mas não tá nada ruim, tá bem subliminar, em sintonia com letras como "Lament for the Last Days" e a faixa-título, que trazem consigo o futuro de todos nós que temos fé segura em Cristo, o Paraíso. Musicalmente é um disco mais etéreo também, com um clima ambiente fantástico, incluindo até um quê de música oriental na faixa que dá nome ao álbum, sendo uma ótima pedida pros que não são tão iniciados em Bruce escutar (não necessariamente comece com esse, mas se você quer ouvir um pouco da fase mais folk dele, vale a pena).

KILLER TRACKS: Lament for the Last Days, January in the Halifax..., Joy Will Find a Way, Hand-Dancing, A Life Story, Arrows of Light, A Long-Time-Love-Song



In the Falling Dark (1976)

01 - Lord of the Starfields
02 - Vagabondage
03 - In The Falling Dark
04 - Little Seahorse
05 - Water into Vine
06 - Silver Wheels
07 - Giftbearer
08 - Gavin's Woodpile
09 - I'm Gonna Fly Someday
10 - Festival of Friends

Provavelmente o disco que catapultou de vez Bruce Cockburn no mundo da música, e o mais conhecido inclusive nos dias atuais, muito graças a um certo livro de William P. Young (canadense, isso deve ter ajudado na escolha kkkk), "A Cabana", e a citação da faixa "Lord of the Starfields" na boca do personagem de Mamãe (Deus) e a surpresa de Mike ao saber que o Senhor é "fã" do Bruce e considera ele um de seus preferidos. Mas vamos ser sinceros, não é pra menos né, essa faixa aqui no blog eu elegi com uma das 100 maiores faixas do rock cristão e não é exagero. Mas obviamente In the Falling Dark não se resume à faixa de abertura, o disco possuí uma sonoridade fantástica, sendo o primeiro disco dele a fugir do minimalismo dos seus álbuns anteriores, colocando muita bateria, percussão, flautas (ouça-as em "Vagabondage" e sinta o clima), piccolo, flugel, baixo (a faixa-título tem um solinho de baixo que vou te contar viu!), trompete, backvocais, enfim, esse disco eu recomendo como o ponto de partida pra quem não conhece nada dele mesmo, é uma ótima pedida sem sombra de dúvidas.

A banda Starfield tem seu nome baseado na música "Lord of Starfields".

KILLER TRACKS: Lord of the Starfields, In the Falling Dark, Little Seahorse, Vagabondage... cara, acho que esse vale ouvir todo, mas essas quatro do começo são insuperáveis.


Circles in the Stream (Disco ao vivo, 1977)

01 - The Pipes, The Pipes
02 - Starwheel
03 - Never So Free
04 - Deer Dancing Round a Broken Mirror
05 - Homme Brulant
06 - Free to Be
07 - Mama Just Wants to Barrelhouse All Night Long
08 - Cader Idris
09 - Arrows of Light
10 - One Day I Walk
11 - Love Song
12 - Red Brother Red Sister
13 - Lord of the Starfields
14 - All the Diamonds in the World
15 - Dialogue with the Devil
16 - Joy Will Find a Way (A Song About Dying)
17 - God, Bless the Children

Fantástico, simplesmente fantástico. Reunindo alguns dos melhores sons de Bruce, mais algumas canções e arranjos instrumentais novos, como "The Pipes" (introdução bem legal com sinos), "Homme Brulant", "Deer Dancing...", entre outras. O uso de uma marimba pela primeira vez num disco do Bruce dá o ponto de virada na sonoridade do cantor, indo para um caminho mais world music a partir desse álbum, embora esse seja ainda transitório, possuindo muitos números mais folk, blues e jazz, notável nas faixas clássicas aqui presentes.

Further Adventures Of (1978)

01- Rainfall
02 - A Montreal Song
03 - Outside A Broken Phone Booth With Money In My Hand
04 - Prenons La Mer
05 -
Red Ships Take Off In The Distance
06 - Laughter
07 - Bright Sky
08 -
Feast Of Fools
09 -
Can I Go With You
10 - Nanzen Ji
BÔNUS: 11 - Mountain Call


Dando sequência à sua carreira, Bruce lança esse disco, que embora seja relativamente obscuro ante discos como "In the Falling Dark" e "Dancing in the Dragon's Jaws", é um disco fantástico. A despeito do retorno a uma fórmula mais simplista de folk, blues e jazz, esse disco mantém uma proposta alternativa e até meio experimental, com sons como "Red Ships" (um instrumental fantástico) e Bright Sky, um folk com corais gospel e uma percussão que dá um tom meio psicodélico ao resultado. Liricamente mantém-se sua velha capacidade de criar letras poéticas como "A Montreal Song" e outras um tanto ácidas como "Feast of Fools". Um indicativo dos rumos que viriam a seguir em sua carreira.

Curiosidades: O nome do disco não é "Further Adventures of Bruce Cockburn" e sim somente "Further Adventures Of" e a imagem do planeta Terra mostra de quem são as "Mais Histórias", de todo nosso planeta. E a faixa "Outside A Broken Phone Booth With Money In My Hand" NÃO FOI COVERIZADA pela banda secular Primitive Radio Gods, apesar de terem uma música de título similar, "Standing Outside A Broken Phone Booth With Money In My Hand".

KILLER TRACKS: Rainfall, A Montreal Song, Red Ships, Bright Sky, Feast of Fools


Dancing in the Dragon's Jaws (1979)

01 - Creation Dream
02 - Hills of Morning
03 - Badlands Flashback
04 - Northern Lights
05 - After the Rain
06 - Wondering Where the Lions Are
07 - Incandescent Blue
08 - No Footprints
BÔNUS:
09 - Dawn Music e 10 - Bye Bye Idi

A partir daqui Bruce Cockburn arrebentou todas as fronteiras possíveis, entrando no world music de vez. Só em Bruce fazer um experimentalismo incrível, não se limitando a voz e violão, mas ele mesmo tocar sintetizador, dulcimer e um chimes (tipo de sinos tubulares), além de Pat Godfrey no piano e marimba, Robert Boucher no baixo e Bob Di Sale na bateria e tocando congas (elas em Badlands Flashback é uma delícia de se ouvir). Na faixa mais famosa do disco, a poética Wondering Where the Lions Are (que chegou a tocar no programa Saturday Night Live, dando evidência a ele pela primeira vez nos EUA) ainda inclui Larry "Sticky Fingers" Silvera tocando baixo e Ben Bow na bateria e tocando güiro (um instrumento típico de Puerto Rico), tornando essa canção bem latina. Difícil escolher uma canção só que seja fantástica aqui.

A capa é arte do indígena canadense Norval Morrisseau (ou Pássaro do Trovão de Cobre) (1932-2007), evidenciando de vez essa entrada no World Music, e conseguindo atenção fora do Canadá de maneira mais evidente, atingindo até a Billboard estadunidense.

KILLER TRACKS: Todo o disco.


Humans (1980)

01 - Grim Travellers
02 - Rumours of Glory
03 - More Not More
04 - You Get Bigger As You Go
05 - What About the Bond
06 - How I Spent My Fall Vacation
07 - Guerrilla Betrayed
08 - Tokio
09 - Fascist Architecture
10 - The Rose Above the Sky

Não me esqueço quando em 2015 salvo engano me deparei a primeira vez com a lista dos 100 maiores discos da música cristã contemporânea da CCM Magazine e fui tentando ouvir todos os discos da lista - até hoje não consegui, desculpa kkkk. Quando cheguei no 28º fiquei assombrado com ele. Um disco de qualidade fora de série, com uma sonoridade absurdamente variada, lírica genial, estilos como folk, música latina (e aqui incorporando o reggae, visível em Rumours of Glory - música que daria nome à autobiografia dele publicada em 2014 - e em What About the Bond) e um pouco de pop também ao conjunto. Tornou-se um dos discos que religiosamente escuto uma vez por ano pelo menos completo (ou mais de uma normalmente). Clássico eterno do rock cristão, considerado por muitos críticos o melhor disco da carreira dele - e eu sou tentado a concordar. "Tokio" por um tempão foi uma das minhas músicas mais ouvidas da vida - e meio que continua sendo kkkkk -, uma bela homenagem à Tóquio e ao povo japonês e sua cultura.

KILLER TRACKS: Todas!

RCA Special Radio Series Vol. II (1980)
Uma coletânea da RCA que contém faixas do disco Humans, mais entrevista com Bruce

Radio Special (1980)
Outra coletânea + entrevista, mas essa com faixas de discos anteriores ao Humans

Inner City Front (1981)

01 - You Pay Your Money and You Take Your Chance
02 - The Strong One
03 - All's Quiet on the Inner City Front
04 - Radio Shoes
05 - Wanna Go Walking
06 - And We Dance
07 - Justice
08 - Broken Wheel
09 - Loner


Seguindo os passos do antecessor, Inner City Front tem uma sonoridade extremamente variada, uma pegada pop genial, mas inventiva ao extremo. A instrumental Radio Shoes mostra isso muito bem, com diversos instrumentos de sopro de madeira tocados por Kathryn Moses, mais uma vez mostrando o que um mestre do jazz rock/soft rock é capaz de fazer. Wanna Go Walking é uma peça mais rock AOR, algo incrível quando pensamos que é o Bruce que tá executando. E como sempre, letras fantásticas, inclusive a desafiadora "Justice", sem dúvidas a melhor do disco.

KILLER TRACKS: You Pay Your Money..., Wanna Go Walking, All's Quiet..., Radio Shoes, And We Dance, Justice



The Trouble With Normal (1983)

01 - The Trouble with Normal
02 - Candy Man's Gone
03 - Hoop Dancer
04 - Waiting for the Moon
05 - Tropic Moon
06 - Going Up Against Chaos
07 - Put Our Hearts Together
08 - Civilization and Its Discontent
09 - Planet of the Clows


Disco que segue ainda mais a genialidade e a construção musical de Bruce, com elementos de world music, folk, AOR e até progressivo (Hoop Dancer deixa esse lado mais claro). A lírica ainda mais poética e ainda mais ácida e crítica é notória já na faixa título, somada a ela canções como "Going Up Against Chaos", "Civilization and Its Discontent" e "Planet of the Clows". Mas no geral é um disco completo e totalmente recomendável.

KILLER TRACKS: Todas, mas em especial as mais ácidas em suas críticas e "Hoop Dancer".


Stealing Fire (1984)

01 - Lovers in a Dangerous Time
02 - Maybe the Poet
03 - Sahara Gold
04 - Making Contact
05 - Peggy's Kitchen Wall
06 - To Raise the Morning Star
07 - Nicaragua
08 - If I Had a Rocket Launcher
09 - Dust and Diesel


A despeito da capa, que eu realmente acho bem estranha, Stealing Fire contém dois dos maiores sucessos de Bruce Cockburn, tornando esse álbum fantástico demais, a começar da clássica e eterna Lovers in a Dangerous Time, inspirada em um casal de jovens que Bruce observou um dia próximo a uma escola, e pensou como é amar em meio a tempos tão terríveis (à época ainda havia o espectro terrível da Guerra Fria, mas percebo tal música atemporal, porque não vi melhorarem muito as coisas de lá pra cá, sendo eu um filho dos anos finais dessa Guerra Fria). Recebeu uma quantidade significativa de covers (acredito que uns 6 covers), inclusive em discos tributo feitos por outros músicos em sua honra, e foi citada inclusive por Bono Vox no single da U2 de 1988, "God Part II" nos versos "Heard a singer on the radio late last night/he says he's gonna kick the darkness 'til it bleeds daylight" (escutei um cantor na rádio na noite passada, ele dizia que ia chutar a escuridão até que ela sangrasse a luz do dia). Já "If I Had a Rocket Launcher", inspirada numa visita a um campo de refugiados guatemaleses no México, fugindo do regime ditatorial de Efraín Ríos Montt, conseguiu atingir a Billboard, a despeito da letra forte, politizada e também controversa por assim dizer, já que a versão não-censurada, que pode ser vista no clipe dessa música, no final manda um recado bem desaforado: "If I had a rocket launcher, some son-of-a-b**** would die". Segundo Bruce, não é uma música de chamado às armas e sim um lamento somente, um grito de desespero ante ao total silêncio dos políticos e governantes a respeito disso. U2 chegou a declarar que pretendia gravar um cover dessa canção, mas até hoje não se realizou, embora ela tenha tido uma versão no disco tributo Kick at the Darkness (nome baseado obviamente na canção Lovers in a Dangerous Time que, sim, também tem uma versão aqui) e uma versão repaginada e rebatizada e bem diferentona feita pela banda secular canadense Barenaked Ladies, chamada "If I Had $1000000" (sim, é meio uma paródia, mas bem vinda kkkkk).

Mas claro, o disco não é feito só dos seus maiores sucessos, tendo também canções geniais como o ska "To Raise the Mountain Star", a também crítica Nicaragua, a etérea "Making Contact", entre outras. Um disco inesquecível e que vale a pena ser ouvido, como alguns outros do Bruce, do início ao fim sem nenhum medo.

KILLER TRACKS: Todas


Lou Reed/Bruce Cockburn - The King Biscuit Flower Hour 11/18/1984 (split radio, 1984)
Só rolava nas rádios da ABC, era um disco promo
Mas é interessante Bruce dividir espaço com o mitológico Lou Reed, saudosa lenda do rock alternativo mundial
e ex-membro da incrível banda secular The Velvet Underground


World of Wonders (1986)

01 - Call It Democracy
02 - Lily of the Midnight Sky
03 - World of Wonders
04 - Berlin Tonight
05 - People See Through You
06 - See How I Miss You
07 - Santiago Dawn
08 - Dancing in Paradise
09 - Down Here Tonight


Esse disco é um dos mais pops do Bruce no quesito musicalidade, mas o que ele tem de sonoridade mais "comercial" (a despeito do uso ainda de instrumentos exóticos como o charango, um instrumento andino - vide a cantada/falada Dancing in Paradise com esse instrumento), o Bruce não mudou o lado lírico bastante duro, como a faixa mais famosa do disco, a Call it Democracy, deixa bem claro, mas outras como Dancing in Paradise, Santiago Dawn (escrita sobre a capital do Chile em meio à terrível ditadura de direita de Augusto Pinochet), Berlin Tonight (escrita sobre a capital da então Alemanha Oriental que vivia dividida por um muro construído pelo terrível regime comunista que impedia cidadãos de um lado ir para o outro - naquele tempo Berlin Ocidental era capitalista, só o lado oriental seguia o regime comunista da então Alemanha Oriental), enfim, ele continuava bem ácido (e como viu, Berlin Tonight é bem crítica MESMO!). No geral é um grande disco, como seus antecessores.

KILLER TRACKS: World of Wonders, Lily of the Midnight Sky, Berlin Tonight, Santiago Dawn, Dancing in Paradise e, óbvio, Call it Democracy


The World of Bruce Cockburn, His Words and Music (Promo, LP duplo, 1986)
O disco World of Wonders e mais comentários do Bruce e ele falando de sua carreira e causas sociais que participa



Waiting for a Miracle - Singles 1970-1987 (1987)
Coletânea com todas as singles lançadas até então pelo músico



Big Circumstance (1988)

01 - If a Tree Falls
02 - Shipwrecked At The Stable Door
03 - Gospel of Bondage
04 - Don't Feel Your Touch
05 - Tibetan Side of Town
06 - Undertanding Nothing
07 - Where The Death Squad Lives
08 - Radium Rain
09 - Pangs of Love
10 - Gift
11 - Anything Can Happen

Coroando a extremamente produtiva década de 1980 de Bruce, seu disco final dessa década traz consigo um bom apanhado de influências melódicas que ele passou ao longo da carreira, já começando com duas faixas bem country tradicional, mas rapidamente seguindo a verve mais pop AOR que foi mais forte de sua trajetória nos anos 80 ainda na terceira e fantástica faixa "Gospel of Bondage", uma crítica forte aos neonazistas e outras vertentes racistas como a Ku Klux Klan e a tolerância absurda - e até mesmo apoio, incentivo e participação direta nesses atos - que muitos cristãos tinham à época com essas abominações (e muitos ainda tem, ainda que disfarçadamente, sem o escopo de nazismo, mas ainda inserem ideologias e mentiras dentro da fé cristã como a teonomia, a filosofia perene e outras formas de triunfalismo e eugenia). E esse disco está com diversas canções com temática reflexiva e crítica, como Tibetan Side of Town (sobre a exploração do regime comunista chinês contra o povo tibetano), Where the Death Squad Lives (um chamado à resistência dos verdadeiros cristãos contra o falso cristianismo dominado pelas mentiras do capitalismo selvagem e outras dormas de exploração), a progressiva Radium Rain (sobre a chuva ácida, uma consequência lógica e terrível de nossa exploração sinistra da natureza), entre outras. O uso de uma gaita harmônica e do incrível Chapman stick (instrumento de cordas exótico criado pelo luthier californiano Emmett Chapman no início dos anos 1970 e que foi popularizado pelos seculares Peter Gabriel e King Crimson - não confundir com o "pau elétrico" da dupla baiana Dodô e Osmar, também conhecida como guitarra baiana) - essa última na faixa Gift - se destacam aqui nesse disco.

KILLER TRACS: If a Tree Falls, Gospel of Bondage, Radium Rain, Tibetan Side of Town, Where the Death Squad Lives, Understanding Nothing


Live (1990)

01 - Silver Wheels
02 - World of Wonders
03 - Rumours of Glory
04 - See How I Miss You
05 - After the Rain
06 - Call It Democracy
07 - Tibetan Side of Town
08 - Wondering Where the Lions Are
09 - Nicaragua
10 - Broken Wheel
11 - Stolen Land
12 - To Raise the Morning Star
13 - Maybe the Poet
14 - Always Look On The Bright Side Of Life



Mais um belo apanhado de canções da carreira do Bruce, com algumas canções novas como "Always Look On The Bright Side Of Life" e um enfoque bem maior em canções mais recentes de discos como "Dancing in the Dragon's Jaws", "Humans" (Rumours of Glory aqui numa versão mais pop, sem o reggae característico da versão original), "Stealing Fire", "World of Wonders" e do último disco em estúdio até aquele momento, "Big Circunstance". Altamente recomendável para quem quer sacar um pouco da segunda fase da carreira solo de Bruce ao vivo.

Salvo engano esse disco foi gravado num show na Alemanha, mas não achei informações precisas acerca disso.





Focus Tracks from Bruce Cockburn Live (promo EP, 1990)
Apenas algumas canções do disco Live e pequenas interviews com Bruce

Nothing But a Burning Light (1991)

01 - A Dream Like Mine
02 - Kit Carson
03 - Mighty Trucks of Midnight
04 - Soul of a Man (Blind Willie Johnson cover)
05 - Great Big Love
06 - One of the Best Ones
07 - Somebody Touched Me
08 - Cry of a Tiny Babe
09 - Actions Speak Louder
10 - Indian Wars
11 - When It's Gone, It's Gone
12 - Child of the Wind

Anos 1990 e a qualidade dos lançamentos de Bruce continuavam fantásticos, ainda que a relevância dentro da cena parecesse decair. Esse disco teve a produção de ninguém mais ninguém menos que o lendário T-Bone Burrett (Alpha Band), um dos maiores músicos de country cristão. A qualidade da gravação é notória, tornando-se o melhor disco do Bruce desde Stealing Fire de 1984 sem dúvidas. Entre as participações no disco, a Sam Phillips (ex-Leslie Phillips), então esposa de T-Bone e começando a carreira no mainstream nos anos 1990 após sua era dentro do country cristão nos anos 1980, fazendo backvocais, Michael Been (The Call) no baixo, o próprio T-Bone nas guitarras e violões, Jackson Brownie na guitarra ressonadora, entre outros músicos de qualidade inquestionável o acompanharam nesse grandioso trabalho. Letras poéticas (A Dream Like Mine), inspiradas em histórias reais (Kit Carson) e críticas (Indian Wars) continuam a interagir e mostrar a criatividade impressionate de Bruce. O cover de Soul of a Man ficou fantástico, uma homenagem ao pai do blues cristão Blind Willie Johnson. A Dream Like Me foi cantada por ele no programa do famoso apresentador David Letterman em 1992.

KILLER TRACKS: Todas



Christmas (1993)
Álbum natalino do Bruce, com várias canções tradicionais do período

Dart to the Earth (1994)

01 - Listen for the Laugh
02 - All the Ways I Want You
03 - Bone in my Ear
04 - Burden Of The Angel / Beast
05 - Scanning these Crowds
06 - Southland Of The Heart
07 - Train in the Rain
08 - Someone I Used To Love
09 - Love Loves You Too
10 - Sunrise On The Mississippi
11 - Closer to the Light
12 - Tie Me At The Crossroads


Mais um trabalho fantástico e criativo de Bruce, letras inventivas louvando a beleza do amor verdadeiro (o título do disco e a capa faz alusão óbvia ao Eros/Cupido, entidade grego-romana do amor, mas obviamente como uma alegoria, e isso explica muito o objetivo do autor em enfatizar o tema amor pelo disco todo). "Escute o sorriso do amor" e Love Loves You Too são mensagens bem chapadas nesse sentido, bem como outras aí presentes. "Someone I Used to Love" é uma canção romântica muito boa.

KILLER TRACKS: Listen for the Laugh, Bone in my Ear, Scanning these Crowds, Southland of the Heart, Someone I Used to Love, Love Loves You Too, Tie Me at the Crossroads


Christmas Sampler (EP, 1994)



01 - Joy to the World
02 - Mary Had a Baby
03 - I Saw Three Ships
04 - God Rest Ye Merry, Gentlemen
05 - Lord Of The Starfields (w/Rob Wasserman)




Segundo disco natalino do Bruce, esse um pouco menor. Segue o mesmo caminho do primeiro, com músicas tradicionais natalinas, mais uma versão incrível de "Lord of the Starfields" com o saudoso baixista Rob Wasserman.


The Charity of Night (1996)

01 - Night Train
02 - Get Up Jonah
03 - Pacing the Cage
04 - Mistress of Storms
05 - The Whole Night Sky
06 - The Coming Rains
07 - Birmingham Shadows
08 - The Mines of Mozambique
09 - Live on my Mind
10 - The Charity Of Night
11 - Strange Waters

Já ouviu falar daqueles casos de artistas que quando você quer falar da qualidade sonora parece um mais do mesmo? Pois é isso aqui, e ao menos aqui esse mais do mesmo é positivo e bom demais de se ouvir. Nesse disco o Bruce começa a voltar um pouco mais pras origens folk/jazz, mas sem perder a eletrificação que ele fazia ao longo dos anos 1980. Bom demais ouvir letras que usam a alegoria do livro de Jonas (Get up Jonah) pra acordar o povo de Deus pra fazer a vontade do Pai real nesse mundo. The Mines of Mozambique é uma das mais dramáticas pra quem sabe da história que não só Moçambique como também Angola passaram em suas guerras de independência pra libertar-se de Portugal e também as consequências terríveis que seus povos sofreram, o mais óbvio as minas terrestres que ainda em parte mantém-se em áreas não detectadas e causando vítimas mortas e mutiladas. Enfim, um disco que me fez musicalmente remeter-me ao Humans, muito similar tanto em musicalidade quanto em qualidade e lírica.

KILLER TRACKS: Todas, mas em especial Pacing the Cage, The Mines of Mozambique e Get Up Jonah


You Pay Your Money and You Take Your Chance (live EP, 1997)

Breakfast in the New Orleans, Dinner in Timbuktu (1999)

01 -When You Give it Way
02 - Mango
03 - Last Night of the World
04 - Isn't That What Friends Are For
05 - Down to the Delta
06 - Embers of Eden
07 - Blueberry Hill
08 - Let the Bad Air Out
09 - Look How Far
10 - Deep Lake
11 - Use Me While You Can
12 - Rise and Fall

Disco extremamente variado, com elementos tão diversos que é com certeza o sonho de um Paul Simon ou de um David Byrne fazer, world music nível supremo. E novamente letras fora de série, como a de "Não é pra isso que servem os amigos?",

Eu tenho raspado pequenas lascas da minha fração de luz
E eu a transformei em uma bola, e cada vez junto um pouco mais nela
Faço uma tigela das minhas mãos e a retiro do seu esconderijo secreto
Debaixo de uma tábua solta no chão
E eu a assopro e mando para você
Pra enfrentar aqueles momentos em que
A escuridão sopra sob sua porta
Não é para isso que servem os amigos?


Foi o primeiro disco que ouvi falar do Bruce Cockburn na época da saudosa CCM Brasil, na edição número 10 (última edição brasileira infelizmente). A review desse disco lá já me fazia pensar o quanto esse cara pareceria genial, e eu nunca imaginei que eles disseram só metade. Esse disco, uma fusão genial de blues, jazz, country, folk, elementos do soul e de vários outros estilos, mostram bem a qualidade fenomenal do trabalho. As faixas que encerram o disco são incríveis, peças de blues longas, porém ótimas pra dar um clima nostálgico.

KILLER TRACKS: O disco todo, mas principalmente Last Night of the World, Isn't That What Friends Are For, Blueberry Hill, Deep Lake, Use Me While You Can, Rise and Fall.


Anything Anytime Anywhere - Singles 1979-2002 (2002)
Mais uma coletânea de singles do Bruce, essa cobrindo desde
o período mais criativo dele a partir de 1979 até aquele momento


Versão lançada nos EUA
You're Never Seen Everything (2003)

01 - Tried and Tested
02 - Open
03 - All Our Dark Tomorrows
04 - Trickle Down
05 - Everywhere Dance
06 - Put It In Your Heart
07 - Postcards from Cambodia
08 - Wait No More
09 - Celestial Horses
10 - You've Never Seen Everything
11 - Don't Forget About Delight
12 - Messenger Wind

Simples e super elaborado ao mesmo tempo, esse disco amplia as fronteiras de estilos, até mesmo... BOSSA NOVA! É, Trickle Down é o nome dessa peça fantástica com influências notórias da música de Tom Jobim e João Gilberto. Mais um trabalho de genialidade e lírica doce, e ao mesmo tempo em alguns momentos forte, como em Postcards from Cambodia, praticamente uma música falada invés de cantada, uma leitura das tais cartas cambojanas.

Contou com a participação especial de Sam Phillips, Emmylou Harris, Jackson Browne e Sarah Harmer, todos nomes fantásticos da música country americana.

KILLER TRACKS: Tried and Tested, All Our Dark Tomorrows, Trickle Down, Postcards from Cambodia, Celestial Horses, You're Never Seen Everything



A Conversation with Cockburn (promo, 2003)
Várias interviews e algumas apresentações ao vivo dele


Speechlees (2005)

01 - Foxglove
02 - Train in the Rain
03 - Water into Wine
04 - Elegy
05 - Mistress of Storms
06 - Rouler Sa Bosse
07 - Salt, Sun and Time
08 - Islands In A Black Sky
09 - Rise and Fall
10 - Sunrise On The Mississippi
11 - King Kong Comes To Tallahassee
12 - When It's Gone It's Gone
13 - Deep Lake
14 - The End Of All Rivers
15 - Sunwheel Dance


Releitura de várias canções clássicas do Bruce, com algumas canções inéditas, só que totalmente instrumental, sem nenhuma parte cantada. É um ótimo disco pra meditar, pr'aqueles momentos em que tudo que queremos é uma suavidade e tranquilidade, folk e blues ambiente, já pensou? Pois é.


Life Short Call Now (2006)

01 - Life Short Call Now
02 - See You Tomorrow
03 - Mystery
04 - Beautiful Creatures
05 - Peace March
06 - Slow Down Fast
07 - Tell the Universe
08 - This is Baghdad
09 - Jerusalem Poker
10 - Different When It Comes To You
11 - To Fit In My Heart
12 - Nude Descending A Staircase

O de sempre, letras inspiradoras, musicalidade universal (incluíndo flerte com música árabe e judaica aqui), letras contestadoras e tudo o mais. Tá ficando difícil fazer review de Bruce porque os discos dele sempre apresentam aqui algo novo, mas só uma review aprofundada de cada disco não é meu objetivo no blog kkkkkk mas sim, é mais um ótimo disco dele, mais um achado fantástico. Teve a participação de artistas locais como Ron Sexsmith e Hawksley Workman, além da estadunidense Ani Difranco.

KILLER TRACKS: Life Short Call Now, Beautiful Creatures, Slow Down Fast, Tell the Universe, This is Baghdad, Jerusalem Poker.


Slice O Life (CD Duplo, 2009)

CD1
01 - Applause
02 - World of Wonders
03 - Lovers In A Dangerous Time
04 - The Mercenary
05 - See You Tomorrow
06 - Last Night Of The World
07 - How I Spent My Fall Vacation
08 - Tibetan Side of Town
09 - Pacing the Cage
10 - Bearded Folksinger
11 - The End Of All Rivers
12 - Soul of a Man

CD2
01 - Wait no More
02 - The City Is Hungry
03 - Put it in Your Heart
04 - Tramps In The Street
05 - Wondering Where The Lions Are
06 - If a Tree Falls
07 - Celestial Horses
08 - If I Had A Rocket Launcher
09 - Child of the Wind
10 - Tie Me At The Crossroads
11 - 12 String Warm-Up [Including A Bit Of The Trains Don't Run Here Anymore]
12 - Kit Carson
13 - Mama Just Wants To Barrelhouse All Night Long

Mais um fantástico disco ao vivo, com quase dez anos já. Bruce deu uma parada bem forte na carreira nesse período de lá pra cá, só lançando mais dois discos que eu não tive ainda oportunidade de ouvir: Small Source of Comfort (2011) e Bone on Bone (2017) (e recentemente o Crowing Ignites (2019)), essa diminuição na sua produção musical coincide em parte com seu livro autobiográfico Rumours of Glory (2014). Interpretações mais acústicas de músicas como Lovers in a Dangerous Time, Tibetan Side of Town e World of Wonders, entre outras. If I Have a Rocket Launcher tornou-se ainda mais irada nessa versão acústica, pode ter certeza.


Rumours of Glory (livro autobiográfico, 2014)


Rumours of Glory (boxset de 8 CDs e 1 DVD, 2014)
Contém algumas de suas melhores músicas do cantor,
somado a canções nunca lançadas e o show Slice O Life em DVD


True North 50 Aniversary Box Set 5 LPs (2020)
Cinco dos discos de Bruce, escolhidos de épocas diferentes.
Está em pre-order, encomende o box set, caso queira, AQUI
$ 199 dólares canadenses (ou $ 141 dólares estadunidenses).