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sábado, 9 de fevereiro de 2019

Cantores e grupos de louvor que também fizeram rock

Rock cristão é um som que costumamos associar às bandas e alguns cantores solo com todo o trejeito de roqueiros, cabelo grande, algumas tattoos, etc etc etc, todos aqueles estereótipos e etc e tal.

Mas muitos grupos de louvor e adoração já tiveram coragem de mandar um som mais rock'n'roll em suas canções. Vale a pena fazer uma boa pesquisa de alguns grupos lá de antes do movimento gospel no Brasil e dos anos 90, já dentro do cenário gospel. Não vou citar de 2000 pra cá porque já estava bem difícil definir a separação em alguns casos, com os chamados grupos de "louvor jovem" e similares.


Som Maior - Ele é a Razão


Som Maior provavelmente será citado na seção de Reviews do site, mas é importante sempre lembrar que o grupo é de Louvor e Adoração e por vezes faziam ótimos sons acapella. Mas sempre pegavam influências de grupos como The Imperials, que traziam um rock no som deles, e isso fica claro nesse álbum de 1980. "Ele é a Razão" tem muita influência de rock sessentista, mas a faixa "Galhos Secos" também é uma bela pedida, pois traz a imortal canção da banda Êxodus. Aliás, os irmãos Osny e Osvair Agreste, que faziam parte da Êxodus, tocavam também no Som Maior por essa época, o que explica a inclusão dessa faixa. Outras que vale a pena procurar deles é "Seu Plano" (também conhecida como "Deus tem um Plano") e "Jesus Cristo Mudou meu Viver", todas com influências de pop e rock.

Voz da Verdade - Quem é o Caminho?




O grupo de louvor da Igreja Voz da Verdade sempre enveredou por sons de rock. Todo disco deles têm alguma com esse som. E essa aqui é do disco de estreia da banda de 1978. Anos depois, em 2001, foi repaginada, dando ênfase às influências de hard rock que a música possui. Várias outras músicas deles vale a pena procurar pra encontrar sons mais pesadinhos, como "Cristo Reina", "Consumado", "Projeto no Deserto", "O Escudo", "Sou um Milagre" e "Encontro Eterno", entre outras.


Milad - Virada Radical




Milad, ou Água Viva pros íntimos, foi um grupo fantástico e pouco lembrado onde João Alexandre passou muitos anos, que juntava louvor, adoração, MPB, pop e, sim, rock, pra ser mais específico Hard Rock. "Virada Radical" deixava até fã de heavy metal que se converteram na época sem saber como parar de bater a cabeça. O grupo, um dos primeiros a sair em missões pelo Brasil afora levando um conjunto de percussão completo (com berimbau, atabaques e conga inclusive, pra desespero dos mais tradicionais), ainda faria mais uns sons na linha do rock no álbum "Pra Cima Brasil!", músicas advindas do grupo Artecristã, formado por Elmar Gueiros e Walvir Soares, que depois da saída de João Alexandre tomaram os rumos do grupo, e trazendo músicas como "Algo Está Errado", "Meu Candidato", "Insegurança Segurança", "Que Dizem os Astros?" e a mais marcante pra mim, "Os Sonhos Evaporam", que anos depois seria regravada pela banda pernambucana Candelabro. Também é digno de nota a canção "Conheci um Grande Amigo", versão de "N'Ele Você Pode Confiar" do Rebanhão e Comunidade S8, que saiu no disco anterior, MILAD 2.


Irakitan - Fé





Provavelmente a mais obscura inclusão nessa lista, sei pouco desse cantor, mas ele cantou nada mais que uma versão de "Fé", canção escrita por Pedro Braconnot e que saiu no disco "Pé na Estrada" do Rebanhão de 1991. O que é mais curioso? É que essa faixa não é um cover, e sim a primeira versão da música. Vale a pena a ouvida haha


Koinonya - Leão de Judá Prevaleceu



Ter Silvério Peres (banda Akza) no grupo de louvor tem seus efeitos colaterais. Para o bem, nesse caso. Imortalizada em diversas igrejas, "Leão de Judá Prevaleceu" tornou-se uma das canções essenciais do Ministério Koinonya de Louvor. O grupo vez por outra fazia incursões no território do blues, do pop e do rock, como é possível ver também nas músicas "Jeová é o Teu Cavaleiro", "Luz no Fim do Túnel" e "Filho do Homem", essa última uma canção da Akza que ganhou uma versão ainda mais pesada com o grupo - aliás, virando inclusive o título do sétimo álbum da banda, onde ele se encontra.

Comunidade da Graça - Nosso General



Mestre Adhemar de Campos é um ótimo cantor e compositor pra sempre. Como líder do ministério de louvor da Comunidade da Graça de São Paulo, nos concedeu canções majestosas. Mas também trouxe canções fortíssimas, como essa, presente no álbum "Fruto dos Lábios" de 1988, que também incluía "Homem de Guerra". Outras canções com influências do som feitas pelo Adhemar incluam-se "Amigo de Deus" (que ganhou uma versão fantástica do Resgate com participação do próprio Adhemar), "Tributo a Ieovah" e a onipresente "Ele é o Leão da Tribo de Judá", cantadas por muitas igrejas até hoje, e que foi renovada em 2002 pelo Luciano Manga em seu disco de versões chamado "Fóssil Praise". Já com o Ronaldo Bezerra no grupo, versões de Marcos Witt e outras canções como a inesquecível "Eu te Louvarei meu Bom Jesus" e "Romanos 16:19" trazem um fôlego novo pro grupo de louvor.

Renascer Praise - Se Não Fora o Senhor



Que a Igreja Renascer foi durante os anos 80 e 90 um abrigo pros fãs de rock isso não é nenhuma novidade. Não a toa, seu principal grupo de louvor no primeiro disco era formado por três bandas de rock (Resgate, Katsbarnea e Oficina G3), além dos grupos de black music Troad e Actos 2 (futuro Kadoshi). Ao longo dos anos e mudanças de formação, diversos membros de outros grupos passaram por lá, sempre deixando sua marca. Além da faixa aqui presente, diversos sons da banda eram rock ou possuíam fortes influências de blues, pop e rock, como "Deus do Impossível", "Avanço", "Festa", "Invoquei", "Nada é Igual", "Leve e Momentânea", "Deus é Por Nós", "Grito de Alerta", "Gênesis", entre outras, algumas dessas inclusive versões de artistas de rock da igreja, como Brother Simion, Katsbarnea e Resgate.


Cristo Salva - Triste é Viver Morto




Sabe o Oficina G3? E o Rebanhão? Ambos nasceram aí nessa igreja. O Rebanhão nem tanto assim, já que tecnicamente a versão paulistana do grupo era na verdade a carreira solo do Janires acompanhado de alguns talentosos músicos como Mike (aquele que fez "Cante" e "Magia Alguma"), mas o Oficina G3 sim, esse aí inclusive o nome "G3" vem justamente deles serem o terceiro grupo da igreja, junto com a Estação Céu e o primeirão, que é este aqui apresentado, que era muito mais voltado pro louvor e adoração, entretanto no grupo já tocavam Luciano Manga, Túlio Régis, Walter Lopes, Wagner Maradona e Juninho Afram... sim, alguns dos primeiros membros da famosísima banda de rock cristão brasileiro. A música "Rei de Salém" teve sua primeira versão aqui nesse disco, ressurgindo nove anos depois no disco "Indiferença" do G3. Aqui eu sublinhei essa por ter o Manga nos vocais, já trazendo sua voz instigada.

VINDE - Fé e Obras





VINDE foi um projeto beneficente criado pelo reverendo Caio Fábio nos anos 1980, e em 1993 participaram do projeto Natal sem Fome, e nesse fizeram um videoclipe com diversos artistas cristãos, numa espécie de "We Are the World" gospel (não fora o primeiro - em 1991 o saudoso pastor, músico e ex-deputado Paulo César Graça e Paz já havia organizado com Mattos Nascimento o "SOS Vida - Adeus Drogas, Há Deus"). Daí junto com a Gospel Records lançaram o LP "Atitude e Solidariedade" com uma nova versão da faixa-título e alguns artistas diferentes, além de outras fantásticas canções, entre elas "Fé e Obras", com o vocalista do Resgate Zé Bruno, e os então vocalistas de Katsbarnea e Oficina G3, Brother Simion e Luciano Manga respectivamente. Essa canção fez tanto sucesso com sua pegada hard rock e letra sobre a necessidade de fazer a vontade de Deus e não só dizer que nele crê, acabou renascendo nove anos depois como faixa-título de uma coletânea da Gospel Records. Outra música bem rocker desse disco é "Nas Telas do Brasil", com a voz de Carlinhos Félix (ex-Rebanhão e ex-Sinal Verde), com uma sonoridade que muito remete ao Rebanhão.

Diante do Trono - Em Teus Átrios



Abrindo uma exceção à regra dos anos 2000, inclui esse clássico de 2001 do Diante do Trono, grupo que nunca negou sua influência advinda do grupo de louvor australiano Hillsong United - influência essa que se proliferou de tal modo nos grupos de louvores do Brasil que passou inclusive a ser bastante criticado por a falta de criatividade e saída de muitos... mas enfim, isso não está muito em questão. O fato é que DDT sempre trouxe uma sonoridade mais juvenil, que prezava muito pra qualidade sonora e não a toa tornaram-se bem comuns em igrejas até os dias de hoje.

Marina de Oliveira - Procure por Mim na Glória



Curioso que nos primeiros anos da carreira Marina era chamada de "roqueira" hahaha pois é, mas de fato a eclética cantora costumava trazer influências do gênero, e assim é que vez por outra saiam grandes canções, como essa assinalada aqui. Outra que recomendo muito dela é "Coração Adorador" e "Glória a Deus" (essa última versão do grupo The Imperials). Ah, isso sem falar da clássica "Pisa no Inimigo", que ela canta junto com o grupo Voices.

Marcos Witt - Venceu (versão de Venció)



Antes que você me diga o óbvio "mas ele não é brasileiro e sim mexicano",o fato é que Marcos influenciou tanto artistas brasileiros (entre os que lembro que fizeram versões de músicas dele tem a saudosa Denise Cerqueira, Ronaldo Bezerra - o maior intérprete de canções do mexicano, Eduardo Cardozo, Projeto Vida Nova de Irajá, Carlinhos Félix e Luiz Fontana, entre outros) que não seria de se espantar que ele, tão querido pelo público brasileiro, fizesse de vez em quando versões em português de seus discos, e assim foi com "Venció", que acabou trazendo na faixa-título uma das canções mais rock do cantor. Nesse disco também é possível achar "Alegrem-se" (versão de "Alegrense"), que ficou famosa também na voz de Ronaldo Bezerra.

Cristina Mel e os Vegetais - Rock Gospel



É, acho que vocês sabiam que eu ia fazer essa zueira hahaah. Pois é, essa é a mais engraçada dessa turma, desculpa Cristina Mel, não resisti haha


Existem muitas mais que nos perderíamos tentando elencar com vídeos, mas vou citar uma lista boa pra pesquisa:

Vencedores por Cristo - Falso Véu, Sinceramente, Tudo ou Nada, Deus é Real, Nas Estrelas, Fale do Amor, Novos Caminhos, entre outras.
João Alexandre - Coração e Água da Vida
Asas da Profecia - Entrega Total e O Momento da Decisão
Guilherme Kerr Neto - Cavaleiro do Céu
Expresso Luz - Enquanto se Discute e Mamãe eu sou Gospel (uma crítica ao movimento gospel, mas com uma instrumentação muito boa de rock mesmo - o problema não é o ritmo, é o compromisso com Deus, é isso que a música quer dizer)
Atilano Muradas - Minha Geração
Marcos Góes - Como Está Seu Coração? e Autoridade e Poder
Livre Louvor - Tempo
Abi - Shalom, El Shaddai (versão de Amy Grant) e outras
Maurão - Atalhos e Estradas e Que Pena John
Altos Louvores - Mistérios Cósmicos
Ministério Life (Asaph Borba) - Infinitamente Mais, Celebraremos com Júbilo, Povo Livre, entre outras
Comunidade Carisma - O Teu Nome Exaltarei (versão de "Lord I Lift Your Name on High" do Petra)
Clamor pelas Nações - Adormecido na Luz (versão de "Asleep in Light" de Keith Green)
Kadoshi - Impetuous Winds e Cristo Faz a Cabeça (ainda como Actos 2)
João Inácio e Ranúzia - Filosofia Não Basta
André Valadão - Livre Sou
Nívea Soares - Rio, Aquele que É
Fernandinho - Há um Rio, Dançar na Chuva
Thalyta - Certeza (versão de "Have You Even Seen the Rain?" de Creedence Clearwater Revival)
Renato Suhett - A Resposta (versão de "Hotel California" de Eagles)
Moysés Macedo - Em Ti Confiarei (versão de "I don't Wanna Miss a Thing" de Aerosmith)
Sérgio Pimenta - O que me faz Viver
Vineyard - Senhor te Quero, Quebrantado, Tão Profundo, entre outras
Afonso Augusto - Palavra Verdadeira e Passageiro
Comunidade Cristã Filadélfia - Jesus, Nome de Vida
Comunidade Evangélica Internacional da Zona Sul - Majestoso Rei e Agnus Dei
Gerson Cardozo - Primeiro Amor (versão de uma música que até hoje não descobri qual é, sério kkkk)
Grupo Elo - Nova Jerusalém, Salmos 131, Eu Quero Paz, entre outras
Grupo Logos - Um Novo Dia, Caminhos, Meu Servo, etc.
Geração de Adoradores - Guerra Espiritual (versão de "War in Heavenlies")
Tonny Sabetta - Final dos Tempos
Nelson Ned - Louvado Seja o Nome de Jesus
Grupo Semente - Teus Altares
Grupo Hágios - Pátria
Grupo Musical Formosa - Cristo Jamais Abandona e Qual a Razão?
Projeto Vida Nova de Irajá - Festa
Comunidade Evangélica Vila da Penha - Gigante Vencido

Entre muitos outros...






CALMA CALMA CALMA, como assim tem roqueiro na igreja?



Ok, é só uma brincadeira essa última, não me xinguem por favor hahahahahah

Cézar & Júlio / Júlio Cézar


Os irmãos José Cézar (In Memorian) e Júlio Cézar Motta, depois de 10 anos de carreira com a banda Catedral, um dia decidiram fazer um ousado projeto, que teve a aprovação da MK Publicitá (gravadora deles à época). Assim nascia o Duo Project. Muitos anos após o falecimento do primeiro, Júlio decidiu fazer uma continuação em homenagem ao irmão que se fora.


Cézar & Júlio - Duo Project (1998)

01 - Sonhos (instrumental)
02 - Um Novo Dia (instrumental)
03 - Sei que Há
04 - Davi e Golias (instrumental)
05 - Like Glove
06 - Tudo Pra Mim
07 - Zona Sul (instrumental)
08 - Te Encontrar (instrumental)
09 - The King (instrumental)
10 - O Duelo (instrumental)

Um disco de rock instrumental é algo ousado demais até hoje, principalmente no meio cristão. Imagina em 1998. Mas a fama e o sucesso que o Catedral haviam atingindo àquela época poderia justificar a ousadia. E que bela ousadia, diga-se de passagem. As canções instrumentais, que são 7 das 10, mais a semi instrumental  "Like Glove" e as cantadas "Sei que Há" e "Tudo pra Mim" mostram o trabalho de compositor dos irmãos. "Sei que Há" nos permite ouvir a voz de Cézar cantando, uma das raras vezes que tivemos essa chance, ao passo que "Tudo Pra Mim" traz a única canção cantada por Júlio até hoje registrada oficialmente num disco. O estilo é bem pop, com algumas pitadas de MPB em alguns momentos. As cantadas são todas na linha worship. Esse é um dos discos mais difíceis de se encontrar dos discos relacionados à banda Catedral, muito devido aos problemas que a banda teve com a antiga gravadora.



Júlio Cézar - O Último Duo (2011)

01 - Cavalgada
02 - Rock and Roll Cézar
03 - Conversa de Amigos
04 - Back to School
05 - Promised Land
06 - O Último Duo
07 - Todas as Horas do Mundo
08 - Mais Leve que o Ar
09 - What is This
10 - Tune Up

Faixas-extras:

11 - Song to John part two
12 - See You in Marrocos
13 - Automm Leaves
14 - Clarke's School
15 - Au Norm de L'amour

Sim, esse é o último duo. Apesar de sair com o nome só do Júlio, esse disco foi gravada suas músicas no ano de 2001, dez anos antes, e até então não aproveitadas. Decerto os irmãos não imaginariam que dois anos depois a vida (ou melhor, a morte) os separaria. Numa homenagem um tanto tardia talvez, mas bem-vinda, "O Último Duo" apresenta a última parceria dos dois num projeto duo. Depois de vários sons póstumos com o guitarrista lançados pelo Catedral e na carreira solo do irmão mais velho, Kim, esse disco veio coroar o impressionante talento dos irmãos instrumentistas. Diferente do disco pela MK, esse é completamente instrumental (a exceção dos solfejos em "Todas as Horas do Mundo"), e é uma maravilha, com diversas influências rítmicas presentes, tornando esse disco indispensável. A capa faz por um momento pensarmos se tratar de um disco ao vivo, mas não é o caso.

OBS: Não sei a procedência das faixas-extras, já que nunca tive original nenhum exemplar desse disco.


Júlio Cézar - Only for You (2015)

Em breve

Catedral



Catedral é uma banda de pop/rock brasileira formada em 1988 em Nilópolis, Rio de Janeiro. Foi uma das precursoras do movimento gospel do final dos anos 80 e anos 90 no Brasil, pelos irmãos Motta, Joaquim "Kim" (vocais/violão/guitarra) e José Cezar (guitarras), além dos amigos Guilherme Morgado (bateria) e Glauco Mozart (teclado). Durante as gravações do primeiro disco, "Você", o irmão mais novo, Júlio Cézar (baixo) entrou pras gravações e acabou integrado à banda, apesar de ainda ser menor de idade. Durante anos acabou tornando-se a maior banda de rock cristão do Brasil, embora sempre rompendo as barreiras do gospel, trazendo letras bem fora dos padrões do universo "gospel", com temáticas sobre romantismo, guerras, desigualdade e injustiça social, drogas, religiosidade cega e até mesmo patriotismo, com fantásticas letras sobre o Brasil e sobre sua cidade natal, Rio de Janeiro. Apesar de diversas polêmicas, como o caso da entrevista manipulada do finado site Usina do Som, a falsa entrevista com o Jô Soares, o posicionamento lírico da banda, processos contra a antiga gravadora, o temperamento por vezes instável do vocalista e líder Kim e também as insistentes comparações com a banda secular Legião Urbana (muito pelo vocal similar de Kim e do saudoso Renato Russo), a banda permanece fazendo um som fora de série até os dias de hoje.

Tragicamente José Cézar Motta faleceu no dia 22 de julho de 2003 aos 33 anos, um dia depois de um acidente automobilístico. Deixou uma esposa e dois filhos.


Você (1988)

01 - Mais do que um Sonho
02 - A Volta
03 - Glória e Louvor
04 - Viver em Paz
05 - Criação
06 - Você
07 - Bendize Ó Minh'Alma ao Senhor (com Beno César e Natan Brito)
08 - Chame a Deus
09 - Santa Ceia


O disco inicial da banda tem uma sonoridade bem mais louvor e adoração do que um rock mais direto. Ainda assim, canções como "Mais do que um Sonho", "A Volta" e "Você" revelam o talento dos cinco membros da banda, em especial os riffs e solos do saudoso Cézar Motta e as linhas de baixo de Júlio Cezar. O vocal de Kim nessa época era mais agudo, com um timbre mais leve, diferente do que viria anos após. É um disco fantástico de estreia, mas ainda distante do brilhantismo que viria anos após. Liricamente quase todas as músicas em geral eram mais de adoração ao Senhor, apesar da letra firme de "Santa Ceia" (que curiosamente não é da banda) trazer um ensino mais direto sobre a comunhão com Deus. "Criação" foi a primeira poesia genial da banda relacionada a criação do mundo, e junto com a faixa-título são as letras mais meditativas. "Você" é evangelística e bem inteligente. A participação dos membros à época da Banda & Voz Beno César e Natan Brito deu um ar muito fantástico à "Bendize Ó Minh'Alma ao Senhor". Infelizmente é um raro caso de música da banda que não tem unicamente a voz de Kim (Beno 15 anos depois faria outra dobradinha com Kim). "Chame a Deus" ganhou posteriormente uma versão solo do Kim, e algumas desse disco apareceram no projeto de Kim & Julio "Janelas da Catedral". A capa é uma foto meio "remendada" das ruínas da Mesopotâmia (só não sei qual dos povos da região - sou historiador, não adivinho kkkk).

O disco foi lançado originalmente em LP pela Pioneira Evangélica (gravadora capitaneada pelo baterista Guilherme), e tempos depois saiu num 2 em 1 juntamente com "Catedral III" em formato CD, por fim, reapareceria com algumas músicas dele, do "Aos Ouvidos dos Sensíveis de Coração" e do "Catedral III" num lançamento da Line Records chamado "O Melhor do Início".


Aos Ouvidos dos Sensíveis de Coração (1989)

01 - Fonte
02 - Voz do Coração
03 - Todos os Dias
04 - Nas Ruínas Algo Está de Pé
05 - Espírito Santo
06 - Aos Ouvidos dos Sensíveis de Coração
07 - Imensidão Azul
08 - Além do Nosso Olhar
09 - Just For You
10 - Mundo Vazio


Um dos primeiros discos que ouvi completo da banda, "AODSDC" (o título é um bocado grande, então vou resumir vez por outra kkkk), tem uma produção fantástica pra época. Mantém várias canções de louvor e adoração como "Voz do Coração", "Imensidão Azul" e "Espírito Santo", essa última vez por outra cantada na minha igreja Comunidade Extrema Unção (juntamente com "Chame a Deus"). Mas aqui já aparecem vários rocks mais firmes, como a pesada "Nas Ruínas Algo Está de Pé", "Fonte" e "Mundo Vazio". Letras com uma linguagem mais poética, como a inigualável "Todos os Dias", a faixa-titulo (com trechos de uma poesia de Robert Frost - "Stopping by Woods on a Snowy Evening" -  no início da música) e "Além do Nosso Olhar" dividem espaço com a primeira canção de crítica social da banda, "Mundo Vazio", com citações ao filme "Pixote - A Lei do Mais Fraco" de Hector Babenco, que mostra a vida cruel de crianças abandonadas na rua, tornando esse disco um fantástico álbum. "Just for You" foi o primeiro som em inglês da banda, com uma qualidade muito boa também.

"AODSDC" ganhou diversas versões pela Donai Records (gravadora onde esse disco saiu). A mais recente tem uma capa bem diferente, sem a foto da banda e com uma coloração mais cinza invés de esverdeada ou azulada como as anteriores. É a mais fácil provavelmente de se encontrar em sites de vendas.

Kim fez versões "solo" de "Todos os Dias" e "Espírito Santo" anos mais tarde.


Catedral III (1991)

01 - O Silêncio
02 - Perto de Mim
03 - Quando o Amor Bate no Peito
04 - Erupção
05 - Miragens Urbanas
06 - Ainda Não Vi o que Sempre Quis
07 - Em Busca do Elo Perdido
08 - Pedro Zé, Um Nordestino
09 - Drogas

Em pé: Glauco Mozart e Kim.
Sentados: Julio Cezar, Cezar e Guilherme



O primeiro disco realmente FORA DOS PADRÕES da banda. Cada canção tem uma estrutura poética própria, e a exceção de "Ainda Não Vi o que Sempre Quis" (uma versão interessante da canção "I Still Haven't Found What I Looking For" do U2), todas são de autoria da banda mesmo. "O Silêncio" traz uma mensagem baseada no ensino de Cristo sobre oração e também textos de Rubem Alves. "Erupção" fala da crueldade das guerras, fazendo uma menção a "Rosa de Hiroshima" de Vinícius de Moraes (já citada também por Secos & Molhados anos antes - na verdade musicada por estes). "Miragens Urbanas" é uma das peças poéticas mais impressionantes, parece um escrito de C.S. Lewis em vários momentos. "Perto de Mim" e principalmente "Quando o Amor Bate no Peito" foram as primeiras músicas com um cunho romântico feitas pela banda. "Drogas" é um fantástico protesto antidrogas, com um conselho nada pedante e bem direto sobre a situação de alguém entorpecido pelas drogas. "Em Busca do Elo Perdido" vai além de uma crítica aos valores humanos, traçando todo o quadro de perdição de um homem sem Deus. "Pedro Zé, Um Nordestino", é o "Faroeste Caboclo" da banda, só que o Pedro tem um destino bem melhor que o João de Santo Cristo de Renato Russo. A fusão de rock com música nordestina aqui casou bem, sendo um dos primeiros forrocks cristãos, juntamente com "Baião Eletrônico" da Banda Azul (já que "Baião", do Rebanhão, é realmente só um baião, não tem elementos de rock inseridos). A letra foi a primeira da banda a apresentar uma crítica ao instituicionalismo de diversas igrejas da época - e que, pelo que vejo, não mudou tanto assim.

A capa desse disco é uma das mais belas capas da história do rock mundial (sim, você leu bem). Uma arte surrealista que parece em alguns momentos a letra de "O Silêncio", com a oração saindo do fundo do mar (OBS: É só uma interpretação minha, tá? Perguntem um dia pros caras da banda qual a ideia dessa capa). Tristemente esse foi o último disco com o tecladista Glauco Mozart, que acrescentava em muitos momentos um preenchimento muito belo e melódico pras músicas da banda. Os motivos pelo que foi dito foram ideológicos (nem me peçam pra especular o que seria isso, apesar de há um tempo atrás eu ter visto uma entrevista com o mesmo. Se eu achar e ver alguma explicação dele sobre isso, quem sabe eu ponha aqui).

O disco foi relançado - como já dito na review do "Você", numa edição "Série Especial 2 em 1" em formato CD, além de uma versão reduzida pela Line Records com músicas dos outros dois discos anteriores, chamada somente "O Melhor do Início". Além disso, na própria época do primeiro lançamento ele ganhou uma versão em... PLAYBACK! Pois é! Também aparece na lista dos 100 maiores discos cristãos da década de 1990 em 44º lugar.

EDIT: Recentemente no canal de Julio Cezar ele explicou bem os motivos da saída do Glauco Mozart, confiram AQUI.


Ao Vivo no Canecão - 5 Anos (1992)

01 - Fonte
02 - O Silêncio
03 - Simplesmente
04 - Você
05 - Mais do que um Sonho
06 - Perto de Mim
07 - Pelas Ruas da Cidade
08 - Mundo Vazio
09 - Drogas
10 - Criação
11 - Solo de Baixo
12 - Solo de Guitarra

OBS: Na versão em LP o solo de guitarra fica no Lado A, após "Mais do que um Sonho".


Dando uma mostra do que o rock cristão estava conseguindo a partir daqueles anos, Catedral gravou seu disco (há versões do show em vídeo no Youtube, só procurar) numa das mais tradicionais casas de show de RJ, o Canecão, palco de shows de mestres da MPB. O show apresenta o talento e a energia da banda já naqueles primeiros anos. O virtuosismo também está presente, com os solos de Cézar e de Júlio. Uma outra particularidade desse disco é a presença de duas canções do próximo lançamento da banda, em versões mais primitivas. O andamento de "Simplesmente" está um tanto diferente, já "Pelas Ruas da Cidade" possuí uma versão do solo de guitarra bem diferente da versão que iria pro disco de estúdio e da que anos depois apareceria no show de 10 anos da banda.

A capa do disco foi visivelmente inspirada na do disco/VHS "A Show in Hands" da banda Rush. É uma curiosidade meio boba, mas eu ficava viajando como os caras tinham se representado nessa capa (kkkkk).

Curiosidade: Na faixa "Perto de Mim", logo no início, Kim faz uns "Iêeeee-ô" e a galera responde. Daí ele chama a galera pra cantar com ele e manda um "IEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEOOOOOOOOO" gigantesco. Imaginando a galera fazendo isso kkkkkkkkkkkkkkkk.



Está Consumado I e II (1993)


Disco I

01 - Carpe Diem (Aproveite o Dia)
02 - Pelas Ruas da Cidade
03 - Uma Tarde de Outono
04 - Roda Gigante
05 - O Sermão do Monte
06 - "Olhai as Aves do Céu"
07 - Cartas aos que Esperam
08 - Um Dia
09 - Paisagem (Opus em Ré Maior)

Disco II

10 - Simplesmente
11 - Todo Sentido de Ser
12 - Estórias que me Contaram
13 - Coração de Criança
14 - O Jardim e o Corpo
15 - Era uma Vez
16 - Pelo Som do Meu Coração
17 - Galhos Secos
18 - Don't Go Away


OBS: A versão da Line Records com 14 músicas não incluí "Carpe Diem", "Pelas Ruas da Cidade", "Um Dia" e "Galhos Secos".


Capa da versão de 2008
O primeiro (e acredito que ÚNICO) LP duplo da história da música cristã brasileira, "Está Consumado" traz uma avalanche poética e influências de pós-punk já na primeira faixa. Carpe Diem (Aproveite ou Colhe o Dia, em Latim), o lema dos poetas neoclássicos/arcadianos cai como uma luva com citações ao Evangelho de Lucas, Heráclito, textos hindus ("Há tantas auroras que não brilharam ainda" - citada por Nietzsche), o próprio Nietzsche em "A Gaia Ciência" e José Ângelo Galarga. A ideia da música é muito interessante, mostrando que existe igreja além das quatro paredes do templo humano (algo também abordado pela brilhante "O Jardim e o Corpo"). "Pelas Ruas da Cidade" é uma denúncia a diversos níveis de desigualdade e injustiça no mundo. As românticas desse disco (a curta "Pelo Som do Meu Coração" e a magnífica "Uma Tarde de Outono") dão um ar suave ao disco, juntamente com as baladas "Simplesmente" e "Um Dia" e as doces  e suaves "'Olhai as Aves do Céu'" e "Paisagem". O quase hardcore de "Cartas aos que Esperam" é uma baita crítica a alguns que já diziam que a banda era da "Nova Era" (fazer rock cristão no final dos anos 1980/início dos anos 1990 já era fácil levar esse tipo de acusação, imagine com letras como as do Catedral!). A narrativa de "Estórias que me Contaram" é tão bonita que me emociona, o testemunho de uma vida com Deus que sobrevive a todas circunstâncias na fé firmada n'Ele. A versão de "Galhos Secos" da banda Êxodus supera em muito outras versões como a de Domingos Costa ou a do Conjunto Som Maior, ao ponto de - pelo menos pra mim - por anos eu achar que era realmente da banda. Curiosamente, muitos anos depois eles fariam uma nova versão em single, aproveitando-se do sucesso de um cover "bizarro" de dois irmãos na internet que viraram meme e também a dupla "Para Nossa Alegria". "Era uma Vez" traz uma citação marota a música "Será" de Legião Urbana. O disco ficou em 24º numa lista de 100 melhores discos da música cristã brasileira, para mostrar a importância do mesmo, além de ter sido eleito posteriormente o 17º melhor disco da década de 1990.
 
A capa original parece um vitral de igreja, com uma cruz no meio, representando o local onde tudo foi consumado (ou seja, a salvação foi obtida para nós). Foi o último disco da banda lançado pela Pioneira Evangélica (com exceção de relançamentos em CD que teriam ao longo dos anos 1990). Anos mais tarde, em 2008, a Line Records relançou com menos músicas, e uma capa modificada, mas mantendo a ideia da cruz.


Contra Todo Mal (1994)

01 - Contra Todo Mal
02 - Ver Estrelas e Sorrir
03 - No Mais Íntimo Momento de Mim
04 - Quem me Dera
05 - Fingir
06 - The Cry of My Tears
07 - Rio de Janeiro a Dezembro
08 - É Tão Normal Ser Feliz
09 - Sempre Comigo
10 - Homens e Vozes
11 - Medo, Vida, Humano
12 - No Luar do Oriente


Ah, se o Catedral imaginasse que nessa gravadora (MK) eles viveriam seu apogeu, mas também seu momento mais conturbado... Esse disco foi um sucesso fenomenal já no seu lançamento, rendeu sua primeira turnê nacional (tocaram pela primeira vez aqui em Recife na turnê desse disco em 95). E não há muito o que contestar. A pegada influenciada pelo The Smiths aqui estava no mais alto pique, com a inclusão de influências de Van Halen, o que deu origem a duas das faixas mais emblemáticas da banda, a faixa-título (um enorme manifesto antiguerras e explorações sociais) e "Rio de Janeiro a Dezembro", um verdadeiro hino de amor e ao mesmo tempo de preocupação com a cidade natal da banda. Os solos de Cezar estão fantásticos, até mesmo na balada em inglês "The Cry of my Tears". "No Mais Íntimo Momento de Mim", "Homens e Vozes", "Medo, Vida, Humano" e a fortíssima "Fingir" garantem os momentos mais reflexivos e incisivos de críticas, em especial a última, um verdadeiro torpedo contra o falso moralismo e o "tudo tá errado" de muitos ditos cristãos e muitas congregações religiosas (principalmente àquela época); já "Ver Estrelas e Sorrir", "É Tão Normal Ser Feliz" e "Quem me Dera" trazem o momento mais romântico da banda. "Sempre Comigo" é a faixa mais adoração a Deus que a banda fez no disco, e tornar-se-ia a última canção de adoração da banda em muitos anos. "No Luar do Oriente" já traz um fechamento poético, de deixar qualquer um bobo ao ouvir. Na minha opinião esse é o melhor disco dessa fase da banda, o mais conciso, apesar de este não constar em listas de melhores discos cristãos da época.

Cyane fez um cover de Rio de Janeiro à Dezembro em seu álbum "Palavras" de 2012.


O Sentido (1995)

01 - Pai Nosso
02 - O Sentido
03 - Quando o Verão Chegar
04 - Tempo
05 - Onde Está Teu Coração?
06 - Mais Forte
07 - O Mundo está Perdido
08 - Na Casa do Lado
09 - Quatro Cores
10 - Amor Verdadeiro
11 - Cathedral Song
12 - I Will Love You

Exclusivo da versão CD:

13 - Playland
14 - Under God's Grace


Cezar, Kim, Julio e Guilherme, com o
sentido do "quebra-cabeças" da capa reordenadado

Um dos discos mais vendidos da banda (e um dos mais queridos também), "O Sentido" tem verdadeiros singles inesquecíveis, como as românticas "Quando o Verão Chegar" (tocava até na MTV - não videoclip, em alguns programas mesmo tocava a música) e "Amor Verdadeiro", a versão da música de Tanika Tikaram "Cathedral Song" (seria até estranho que o Catedral não cantasse essa música com o nome deles na frente haha - mas também rendeu mais uma acusação de imitação, já que o saudoso Renato Russo também já havia feito uma versão desta à época), a patriótica e bela "Quatro Cores" e a filosófica faixa-título. "Pai Nosso" é a melhor versão musicada da oração que Jesus nos ensinou que eu já ouvi na vida, e deu um ar majestoso pra iniciar o disco (toca vez por outra nos cultos de minha congregação, a Comunidade Extrema Unção do Recife). Além das duas românticas já citadas, há mais duas: a irritante (sim, irritante mesmo) "Mais Forte" - pra mim uma das piores músicas do Catedral -, e "I Will Love You", que tem um andamento que em alguns momentos parece muito "Every Breath You Take" de The Police. As faixas mais rocks são também as mais pensativas do disco. "Tempo" remete a Eclesiastes 3, um tema também visitado naquele mesmo ano pela banda Resgate no disco On The Rock, "Onde Está Teu Coração?" (e seus riffs e solo alucinante) traz uma mensagem evangelística sem entretanto colocar tão explicitamente o nome de Deus. "O Mundo Está Perdido" segue na contramão, mostrando justamente a necessidade de se chegar ao Senhor, pois a humanidade cada dia mais se destrói e destrói nosso mundo junto. "Na Cada do Lado" é a mais reflexiva de todas, ao mostrar a realidade cruel que por vezes ignoramos das pessoas passando fome e sem casa nem abrigo bem ao nosso lado.

Na versão CD dois momentos simplesmente geniais aparecem: um solo de Júlio Cezar chamado "PlayLand", mostrando suas monstruosas habilidades no baixo, e "Under God's Grace" com Cezar destilando na guitarra todo seu potencial. Essas faixas seriam o prelúdio de um projeto vindouro chamado "Cezar & Júlio" (Duo Project), anos mais tarde. A capa é a única do período MK da banda que é realmente criativa, com uma foto da banda em pedaços, o sentido todo "pirado" (essa ideia me fazia as vezes na juventude ficar tentando reordenar os pedaços mentalmente kkkkk - por sorte, na contracapa aparece a foto montadinha pra se ter uma ideia real como ficaria).

Curiosidade: A citação a "pra minha filha poder brincar" é devido ao nascimento recente de Karen Motta, filha do Kim, que também foi homenageada no disco solo dele daquele ano, "Coração Aberto". Numa versão posterior ele também homenagearia o seu filho vindouro.


Eterno (1996)

01 - Hoje
02 - Um Novo Tempo
03 - Terra de Ninguém
04 - Sobre Muitas Coisas
05 - Por que Você se Foi?
06 - Eterno
07 - Eu Quero Apenas Falar de Amor
08 - O Que Há!
09 - Meio Sem Querer
10 - Instrumental



Pop/rock na medida certa, esse disco é outro com uma quantidade significativa de hits, apesar de ter bem menos músicas que os três antecessores. O romantismo e a poesia estão presentes em "Hoje" (que também fala da necessidade de aproveitar o dia - lembram de "Carpe Diem"?), "Um Novo Tempo" (com sua letra que conclama renovação e união de todos nós - já chegou a ser usada no Teleton, programa do SBT para arrecadar fundos pra AACD, uma associação que cuida de deficientes físicos e mentais), "Sobre Muitas Coisas", "Eterno" (dedicada aos fãs, poética ao extremo essa canção), "Eu Quero Apenas Falar de Amor" (com um instrumental no final que lembra um bocado "29" de Legião Urbana) e "Meio Sem Querer". "Terra de Ninguém" é a música de protesto do disco, curiosamente a única, algo raro nos discos do Catedral dessa época, mas é uma baita faixa, com um instrumental bem brasileiro - cortesia da bateria de Guilherme e do baixo de Julio. "Por que Você Se Foi?" é uma canção de despedida a uma amiga deles, Keyber (de acordo com Julio Cezar, uma parente da primeira esposa de Kim). "O Que Há!" é uma faixa curiosa, mostrando um Kim bem introspectivo, me remetendo a canções feitas anos depois por outras bandas ("Não Quero Mais Acordar Assim" de Fruto Sagrado e "Não Vou Desistir" de Novo Som). O Instrumental no fim do disco (que curiosamente nunca teve nome) dá mais uma prova da qualidade dos músicos da banda. O encarte desse CD é um dos mais bem detalhados de todos, com até uns "quiz" que cada integrante respondeu sobre eles mesmos, sem dúvidas algo bem pop (e raro) dentro da música gospel naquela época, mostrando bem que o Catedral nunca quis se prender ao rótulo.




Curiosidade: Meio Sem Querer e Quando o Verão Chegar ganhariam versões especiais num disco promocional de ingresso raríssimo pra um show do Metropolitan naquele ano. Marina de Oliveira também participou desse show e também fez o seu disco promo lá.


10 Anos (1997)

Acústico

01 - Você
02 - Todos os Dias
03 - O Silêncio
04 - Perto de Mim
05 - Amor Verdadeiro
06 - O Sermão do Monte
07 - Simplesmente
08 - Cathedral Song
09 - Fonte
10 - Criação
11 - Um Novo Tempo
12 - É Tão Normal Ser Feliz
13 - Pedro Zé, Um Nordestino

Elétrico

01 - Contra Todo Mal
02 - Carpe Diem
03 - Quando o Verão Chegar
04 - Nas Ruínas Algo Está de Pé
05 - Pelas Ruas da Cidade
06 - No Meu País (em estúdio)
07 - Terceiro Mundo (em estúdio)
08 - Resplandece (em estúdio)
09 - Resplandece (instrumental)
Faixa Interativa com vídeos, fotos e textos da banda

VHS

01 - Você
02 - O Silêncio
03 - Perto de Mim
04 - Amor Verdadeiro
05 - Sermão do Monte
06 - Simplesmente
07 - Cathedral Song
08 - Fonte
09 - Um Novo Tempo
10 - É Tão Normal Ser Feliz
11 - Pedro Zé, Um Nordestino
12 - Contra Todo Mal
13 - Carpe Diem
14 - Quando o Verão Chegar
15 - Pelas Ruas da Cidade
Faixa escondida - Rio de Janeiro a Dezembro

Curiosamente o show de 10 anos da banda foi realizado faltando um ano pra isso, mas não muda a importância dessa data. 10 Anos foi por anos um dos maiores shows de rock cristão brasileiro em número de vendas e fãs. Show realizado na casa de shows do Imperator, uma das maiores de RJ, saiu na frente de todas as bandas de rock cristãs da época por possuir um longo momento acústico, com 13 faixas no CD1, só dedicadas a esse som com violões (não só do Cezar, mas também de um convidado, Marcelo Santos "Macarrão") e o sax de Zé Canuto e outros músicos que deram um ar de acústico bem simples, mas belíssimo. Esse disco acústico tem faixas de TODOS os sete discos de estúdio do Catedral lançados até então, dando um apanhado fantástico e alguns arranjos impressionantes para faixas como "Você" (que ganha uma intro de baixo lindíssima), "Fonte" (com uma irada intro do baixo de Julio e mais os arranjos dos metais), "O Silêncio" (com a entrada de violões que acabaria reaproveitada pela banda na versão do disco "Para Todo Mundo"), "O Sermão do Monte" (que ganhou mais velocidade e batidas, deixando a faixa ainda mais latina que a original), "É Tão Normal Ser Feliz" (que ganhou uma intro fora de série), "Cathedral Song" (essa na verdade ganhou um instrumental bem mais próximo da versão feita por Zélia Duncan pra essa música, "Catedral") e "Pedro Zé, Um Nordestino" (que ficou ainda mais nordestina do que a original!!!).

O CD2 tem bem menos músicas, mas também é bom demais de se ouvir. O momento ao vivo se resume a cinco execuções de faixas clássicas da banda, incluindo aí uma versão mais soturna de "Nas Ruínas..." e um solo ainda mais furioso em "Pelas Ruas da Cidade". Curiosamente não vi na versão em vídeo o Cezar usar em sua guitarra a lá Eddie Van Halen a técnica da furadeira com palheta (usada não só por Van Halen, mas também pelo guitarra e pelo baixista da banda de glam metal Mr. Big) como aparece na capa do disco, eu suponho que ele a tenha usado em "Nas Ruínas...", que foi excluída do VHS, ou em "Rio de Janeiro a Dezembro", exclusiva do VHS, mas que não vemos cenas do show. Três faixas novas, gravadas em estúdio, aparecem aqui. "No Meu País" e "Terceiro Mundo" seguem a tendência de faixas de protesto da banda, com letras fortes sobre a politicagem e o abandono social que muitos passam, além da rotina assassina que as pessoas têm todos os dias. Já "Resplandece" é uma curta faixa romântica que... bem... eu acho que nem precisava ter sido feita, muito menos pra fechar o disco, MUITO MENOS AINDA POR CIMA INCLUIR UM INSTRUMENTAL DELA LOGO A SEGUIR! QUEM CANTOU ESSA MÚSICA E ONDE???? Ok, vai que alguém aí curta, mas eu achei ela melosa demais, e a voz aguda ao extremo do Kim nessa música não ajudou em nada minha avaliação dela.

A faixa interativa (que infelizmente não é acessível em sistemas operacionais mais recentes - um problema que muitos discos antigos com esse tipo de opção sofrem hoje em dia) têm um material muito bom sobre a banda, algumas fotos, trechos de músicas dos três lançamentos deles pela MK, alguns vídeos, um deles com trechos de entrevistas da banda sobre eles mesmos e sua trajetória, videoclipe para "Contra Todo Mal", e alguns textos sobre eles. Enfim, um material considerável que vale a pena conferir - quem puder, claro. Há duas packages desse disco: uma o estojo é mais simples, com os encaixes de discos embutido, e a versão "caixa grande", com um divisor enorme preto. Essa última é a que eu possuo.

Curiosidade: Além dos gritos de "Uh Uh, É Catedral!", que já nessa época tinham virado mania, e um momento em que todos cantarolaram "AH, EU SOU DE CRISTO!" (referência também a um disco de mesmo nome da Banda & Voz), um bom ouvidor pode perceber algo que me falaram em algum site aí que eu não sei mais onde foi: no início de "Amor Verdadeiro" dá pra ouvir alguém gritar algo como "ASSASSINOS, VOCÊS NUM SABE LER!". E no início de "Quando o Verão Chegar" alguém aparentemente diz algo como "CEZAR TE AMO" (ou seria "CEZAR TE MATO"?). Muito bizarro MESMO KKKKKKKKKKKK!

Várias músicas chegaram a ser cantadas nesse show, mas não foram lançadas oficialmente, embora vez por outra fossem executados vídeos delas no programa Conexão Gospel.


En Español (1998)

01 - Terra de Nadie (Terra de Ninguém)
02 - Eterno
03 - Hoy (Hoje)
04 - Contra Todo El Mal (Contra Todo Mal)
05 - És Tan Normal Ser Feliz (É Tão Normal Ser Feliz)
06 - Un Nuevo Tiempo (Um Novo Tempo)
07 - In The Neighborhood (Na Casa do Lado)
08 - Time for Everything (Tempo)
09 - When the Summer Comes (Quando o Verão Chegar)



Disco mais difícil de achar da banda - mesmo naquela época em que estava a venda sem a proibição retardada da MK de distribuir discos da banda e de seus integrantes -, esse disco foi feito para o mercado latino, e conseguiu uma boa aceitação inclusive na Argentina. São 9 versões de músicas cantadas pela banda nos três últimos álbuns (todos da MK), sendo seis delas em espanhol e as últimas três em inglês (o que até torna meio contraditório o título, já que nem todas canções são em espanhol). As versões são muito boas, mas basicamente são as faixas como foram pro estúdio com mudanças bem sutis e a letra traduzida e adaptada para a outra língua. No entanto essas traduções foram feitas magistralmente, e vale a pena conferir.




A Revolução (1998)

01 - Somos Todos Iguais
02 - Quem Sabe
03 - A Revolução
04 - Os Filhos de Caim
05 - A Beleza Eterna
06 - Eu Tenho
07 - Teu Amor
08 - O Sonho
09 - Onde o Amor Reina
10 - Por te Conhecer
11 - Com Você


Disco mais revolucionário que a banda lançou pela MK (o nome não deixa negar), considero esse um dos precursores do chamado "Novo Movimento" - apesar de nem os membros do Novo Movimento se associarem ao Catedral e a própria banda não curte muito essa associação. Mas enfim, sem mais delongas, ao review, e esse disco traz canções regadas de pensamentos reflexivos sobre o amor cristão ("Somos Todos Iguais", "O Sonho", "Onde o Amor Reina", "Quem Sabe"), crítica social e ataques a imobilidade de muitas igrejas que se preocupam com grandes templos e não pessoas ("A Revolução" - que uma vez uma alma penada me disse que era plágio de "Perfeição" do Legião Urbana kkkkkkkkk galera força demais), e até uma indireta (será?) aos que criticavam a banda ("Os Filhos de Caim", que ganhou um videoclipe bem bobo - típico de boa parte dos clipes da MK nos anos 1990 - e uma citação da fábula da Raposa e as Uvas). O romantismo puro está presente em "A Beleza Eterna" (que meio que me remete também um pouco a Rubem Alves), "Eu Tenho" e "Por te Conhecer", e as músicas mais "adoração", mas sem uma linguagem "gospel" e ligação direta a Deus nesse disco são "Teu Amor" e "Com Você" (com o bem-vindo teclado de Mito [Novo Som], que ainda inclui no final um trecho de "Killing me Softly with His Song" que deixou a música ainda mais perfeita). Com essa linguagem revolucionária e qualidade sonora, figura entre os 100 maiores discos dos anos 1990 da música cristã, em 75º lugar (conferir a lista completa com outros dois discos da banda AQUI). Esse seria o último disco da banda pela MK e também o último deles diretamente associado à música gospel (apesar de que o disco seguinte ainda teria muitos fãs e até músicas com referências diretas à fé cristã e tenha inclusive tocado em rádios cristãs). Tal como todos os lançamentos da banda pela MK, esse sumiu das lojas após 2001 e o início de uma guerra judicial que acabou com a vitória da banda - apesar de manter os discos acessíveis somente via download ou via compra entre colecionadores ou sebos. Foi um dos primeiros que ouvi da banda e me impactou bastante pela linguagem inovadora, mas também me fez ficar com o pé atrás com eles por um bom tempo. Hoje em dia considero uma das obras primas da banda.




Para Todo Mundo (1999)
01 - Uma Canção de Amor pra Você
02 - Quando o Amor Acontece
03 - O Sonho Não Acabou
04 - Tão Legal
05 - Eu Quero Sol Nesse Jardim
06 - Para Todo Mundo
07 - Todos os Dias
08 - Tudo Vem de Você
09 - Me Diz
10 - Em Nome do Amor
11 - Poderes Desprezíveis
12 - O Silêncio



Single de Uma Canção de Amor pra Você
com as duas versões da música (elétrica e acústica)
+ clipe + entrevista
Contratados pela Continental/Warner, a banda decidiu dar sua guinada rumo ao mercado do pop/rock nacional de vez. Sem perder de vista sua fé em nenhum momento, o disco traz o romantismo em diversas faixas, como as duas primeiras (que ganharam videoclipes que chegaram ao Disk MTV e ao Top 20 Brasil da saudosa emissora MTV Brasil, e também no extinto "Interligado" da RedeTV! - sendo que "Uma Canção de Amor..." o videoclipe foi uma versão acústica da música que sairia apenas no álbum seguinte), e em diversas outras faixas do disco. Tirando "Tudo Vem de Você" e principalmente "Em Nome do Amor", as outras faixas românticas no meu entender foram bem construídas e sem melodrama excessivo. Zé Canuto forneceu os metais que deram brilho nas faixas "Tão Legal" e na regravação de "O Silêncio" - que tal qual "Todos os Dias", foram repaginadas aqui para mostrar que a banda não pretendia (pelo menos até então) romper completamente com seu passado "gospel". "Para Todo Mundo" (título apropriado pro disco e música) evocava o desejo da banda de mostrar sua mensagem realmente para TODOS - e um pouco de crítica social inclusa. A poética "Eu Quero Sol Nesse Jardim" virou hit instantâneo (os teclados de Mito ajudaram muito não só nessa, mas em todas as faixas do disco). "Poderes Desprezíveis" mantém a tradição de canções de protesto da banda - apesar que a romântica faixa de abertura do disco já traz um pouco dessa crítica social embutida. O disco teve aceitação inclusive entre os cristãos, algo que - infelizmente - iria mudar radicalmente devido aos acontecimentos conturbados de 2001. Já já chegaremos lá, calma ae.



O Melhor de Catedral (bootleg, 2000?)

01 - Pai Nosso
02 - Quando o Verão Chegar
03 - Amor Verdadeiro
04 - Cathedral Song
05 - Ver Estrelas e Sorrir
06 - É Tão Normal Ser Feliz
07 - Hoje
08 - Terra de Ninguém
09 - Eu Quero Apenas Falar de Amor
10 - Meio Sem Querer
11 - Uma Canção de Amor pra Você
12 - Para Todo Mundo
13 - Me Diz
14 - Galhos Secos
15 - Carpe Diem
16 - Sermão do Monte
17 - Perto de Mim
18 - Você
19 - Somos Todos Iguais
20 - Eu Tenho
21 - Por Te Conhecer
22 - Fonte


Até então o Catedral nunca tinha feito uma coletânea, até que algum, ou alguma, fã da banda decidiu fazer esse bootleg. Embora não-oficial, tornou-se comum em diversas "barraquinhas de CD pirata", ajudando àqueles que tinham dificuldade em encontrar discos da banda a conhecerem um bom apanhado da carreira deles. A escolha do repertório é até curiosa, diversas canções eu definitivamente não colocaria nessa coletânea aparecem, enquanto outras fantásticas como "Contra Todo Mal" e "Eu Quero Sol Nesse Jardim" estão ausentes. Ao menos tem pelo menos uma canção de cada disco, sem seguir ordem cronológica alguma. Por muitos anos esse disco foi uma rara fonte pra mim ouvir músicas dos discos que a MK recolheria (até que eu consegui cópias dos mesmos originais).


Mais do que eu Imaginei (2001)

01 - O Nosso Amor
02 - Balada de Uma Saudade
03 - Eu Amo Mais Você
04 - Helena de Tróia
05 - Mil Maneiras
06 - Meu Bem (Mandy)
07 - Sol de Primavera
08 - Não Vou te Esquecer
09 - Mais do que eu Imaginei (Is It Ok If I Call You Mine)
10 - Antes e Depois do Meio-dia
11 - Vidros e Diamantes
12 - Kiss Me
13 - Uma Canção de Amor pra Você (acústico)


2001 foi o ano em que a banda passou por mais problemas em sua carreira. Uma entrevista extremamente desastrada e manipulada pelo extinto site Usina do Som (sim, até o repórter irresponsável admitiu isso anos mais tarde) e um boato ridículo de que a banda aparecera no Programa do Jô negando a Cristo por três vezes, demissão do Kim da MK e recolhimento de toda a discografia deles lançada pela MK, processo contra a antiga gravadora, desaparecimento da banda de lojas e rádios cristãs, até mesmo um debate na rádio Melodia tentando esclarecer os fatos acabou malfadada e muitos veículos de comunicação cristãos começaram a zombar da banda e dizer que eles haviam mesmo abandonado a fé, entre outros. Muitos que realmente odiavam a postura da banda aproveitaram o momento oportuno para tentar desqualificar de vez a imagem deles, inclusive criando boatos horríveis sobre eles. Uma lástima.

A proposta de fazer um som que juntasse os dois mercados (cristão e secular) acabou naufragando, mas a banda seguiu em frente com um disco "secular". Puro romantismo, várias versões fantásticas para músicas como "Mandy" de Scott English, Bunny Walters e Barry Manilow, "Is It Ok If I Call You Mine" de Paul McCrane, "Kiss Me" de Sixpence None the Richer (banda americana que também rompeu as barreiras do que é "música cristã" nos EUA durante os anos 1990) e "Sol de Primavera" de Beto Guedes, além da versão acústica de "Uma Canção de Amor pra Você" tornam esse disco um sólido lançamento poético ao extremo. "Antes e Depois do Meio-Dia" tem o elemento mais crítico da banda do disco. Musicalmente o som faz uma fusão de pop/rock e baladas românticas com influências do pós-punk, como sempre foi a fórmula da banda, marca visível no maior sucesso do disco, "Eu Amo Mais Você". No encarte a banda cita Carlos Drummond de Andrade e liga visivelmente a fé deles em Deus ainda firme e forte, apesar das controvérsias. O disco foi o maior sucesso da banda no seus anos de Warner/Continental, rendeu dois ótimos videoclipes: "Eu Amo Mais Você" e "Mil Maneiras", esse com a atriz Maytê Piragybe, que ficaria famosa em novelas da Rede Record, e indicações a prêmios como o prêmio Multishow de Música Brasileira e o extinto Video Music Award Brazil (VMB) da MTV Brasil.



15º Andar (2002)

01 - Tchau
02 - Um Minuto
03 - Do Meu Querer
04 - Dúvidas em Mim
05 - O que Não se Pode Explicar aos Normais
06 - No Quintal da Nossa Casa
07 - 15º Andar
08 - O Meu Jeito de Amar
09 - Meu Sonho
10 - Sempre Apaixonado
11 - Aviso
12 - Ela e o Castelo


A produção de Carlos Trilha nesse disco foi a melhor coisa de todas - mas também rendeu mais um capítulo polêmico na já polêmica jornada da banda, haja vista que Carlos fora produtor dos últimos discos do Legião Urbana (sempre eles) e levou a umas declarações desaforadas do baterista da banda que Carlos produzira anteriormente, Marcelo Bonfá, além de devoluções também pouco amistosas do Kim (sempre ele kkkk).  Enfim, a banda continuava sua jornada, já incluindo uma música com visíveis ligações subliminares com a fé deles (O que Não se Pode Explicar aos Normais), mas geral são canções de amor fantásticas, sem nenhum sensualismo barato. "Tchau" surpreende por ser a primeira (e creio que única) canção da banda sobre separação, um caso raríssimo, mas que me lembrou bastante "Nosso Erro" e "Bateu Asas e Sumiu" de Fruto Sagrado, só que bem mais pop que essas.  "Dúvidas em Mim" tem um senso poético e ao mesmo tempo filosófico, com sua pegada AOR fantástica, mantendo o estilo Catedral de questionar. Foi o último lançamento em estúdio da banda pela Continental/Warner, e em 2003 eles assinariam com a Line Records. A saída foi estratégia da Warner (crise financeira) e não tem nada a ver com "não terem feito sucesso", pois a gravadora poucos anos depois lançaria uma coletânea da banda, logo nada desabonou a banda. No encarte o primeiro agradecimento é diretamente ao Senhor e Salvador. A banda nesse tempo chegou a participar de uma competição de futebol humorística chamada "Rockgol", onde viraram personagens na competição, mas sem perder o bom humor jamais. Uma piadinha um tanto quanto curiosa na competição de 2003 colocaram eles num time chamado "Cruz Torta" (kkkkkkkkkk), mas vale uma menção honrosa a um momento em que o Cézar mostra uma lata de bebida alcoólica e diz "não", como uma mensagem antidrogas bem interessante. Lamentavelmente foi o último disco com esse talentoso músico, que nos deixaria em 2003. Os videoclipes de Um Minuto (fazendo inclusive uma campanha para encontrar crianças desaparecidas) e Tchau tocaram bastante na MTV.

Curiosidade: Esse último clipe contém uma cena "controversa" nas fotos do casal que se separa ao longo do clipe: em uma delas, eles "dão dedo" um pro outro. Bem bizarro isso né hahaah



Acima do Nível do Mar - 15 Anos Acústico (2003)

01 - Cotidiano
02 - Hoje
03 - O Nosso Amor
04 - Quem Disse que o Amor Pode Acabar?
05 - Sabe Lá...
06 - O Sentido
07 - Sobre Muitas Coisas
08 - Chame a Deus (feat. Beno Cesar)
09 - Eu Quero Sol Nesse Jardim
10 - Eu Amo Mais Você
11 - Drogas
12 - A Tempestade e o Sol
13 - Rio de Janeiro a Dezembro
14 - Tchau

22 de julho de 2003, José Cezar Motta, o talentosíssimo irmão de Kim e Júlio, faleceria vítima de um acidente automobilístico ocorrido na véspera. Com material já gravado pro próximo disco de estúdio e contrato com a Line Records/Record Music, a banda acabou surpreendida com essa terrível notícia. Mas seguiram em frente, tornando o disco acústico comemorativo dos 15 anos da banda uma homenagem ao companheiro que partira, homenagem essa bem presente na inédita "A Tempestade e o Sol", uma bela canção relembrando o companheiro, e em "Rio de Janeiro a Dezembro" (que rompendo a característica comum de acústicos, continha um solo de guitarra do saudoso guitarrista).

As músicas rearranjadas não sofreram grandes modificações, a exceção de "Eu Quero Sol Nesse Jardim", que ganhou um andamento bem calmo, só Kim no vocal e violão, "Sobre Muitas Coisas", com uma pegada mais pop, e "Eu Amo Mais Você", que teve uma pegada bem mais suave que a versão original. A participação de Beno Cesar em "Chame a Deus" foi perfeita, relembrando quando o cantor fizera lá no primeiro disco da banda. Já as faixas novas, meu maior destaque vai pra Cotidiano, música que não consigo tirar da cabeça, o quarteto de cordas e os arranjos de Carlos Trilha fizeram um trabalho fantástico, afora claro, a mensagem da banda mostrando que "a fé que eu tenho em Deus me fez ver o que sou e NUNCA FUGIU DE MIM". Isso que é afirmação de fé. "Quem Disse que o Amor Pode Acabar?" foi o maior sucesso do disco, tendo ganho um clipe que fez muito sucesso na MTV entre 2003 e 2004. O show também saiu em DVD.

Curiosidade: Durante todo o show, uma cadeira é deixada vazia, uma clara representação da falta do Cezar no lugar.

Curiosidade minha: Ganhei esse disco no enterro de minha avó paterna, logo tem um valor muito sentimental pra mim =(


O Sonho Não Acabou - O Melhor do Catedral (2004)

01 - Eu Amo Mais Você
02 - Quando o Amor Acontece
03 - Uma Canção de Amor Pra Você (Acústico)
04 - Do Meu Querer
05 - Um Minuto
06 - O Nosso Amor
07 - Eu Quero Sol Nesse Jardim
08 - Tchau (versão exclusiva)
09 - Mil Maneiras
10 - Kiss Me
11 - Mais do que Imaginei
12 - Meu Bem
13 - Sol de Primavera
14 - O Sonho Não Acabou


Pegando carona no sucesso de sua ex-banda, a Warner tratou de lançar duas coletâneas, essa e a "Warner 30 Anos: Catedral" de 2006 (essa não citarei aqui porque acrescenta pouco à disco da banda, tal qual a "Seleção de Ouro" da Line Records lançada em 2013). Essa tem um elemento curioso: a presença de uma versão mais melódica de "Tchau". No mais, é um resumo dos três discos lançados pela Continental/Warner, mas extremamente mal distribuídos os sons ao meu ver, com quase todas as músicas do "Mais do que Imaginei", com apenas três de "Para Todo Mundo" e somente DUAS de "15º Andar" (já que "Tchau" aqui é uma versão exclusiva). No entanto, as escolhas foram acertadas, mas senti falta de canções dos outros álbuns. Na coletânea seguinte a Warner deu uma melhorada nisso, mas vale apenas a citação, quem quiser procurar fique a vontade.

Curiosidade minha: Por anos foi a forma que eu tinha de ouvir músicas dos discos da fase Warner, já que demorei anos para conseguir exemplares deles.




A Resposta de um Desejo (2004)

01 - A Poesia e Eu
02 - Nada Mudou
03 - O Sapo, O Escorpião e a Paixão
04 - Para um Novo Tempo Começar
05 - A Resposta de um 1 Desejo
06 - Pare
07 - Às Vezes
08 - Terra de Ninguém
09 - Here I Miss You Now
10 - Sem Saída
11 - Quem Disse que o Amor Pode Acabar
12 - Quatro Cores

Capa pintada pelo Cézar, dez das 12 faixas tocadas por ele na guitarra (as duas que restaram foram totalmente gravadas por Eduardo Lissi), duas regravações, sendo que em uma delas, a última faixa, a voz de Kim divide com uma segunda voz improvisada do Cézar. Não há mais o que dizer a não ser "nostalgia". Com a maior parte do instrumental gravado em 2003, era pra sair naquele ano, mas a banda, após a morte de Cézar, decidiu trabalhar na homenagem do acústico. Enfim, A Resposta de um Desejo, saindo pelo novo selo New Music (êfemera divisão da Line Records voltada pra artistas não-gospel), foi um belíssimo disco. Letras geniais, um pouco de MPB no meio na faixa Às Vezes, um pouco de música eletrônica em Here I Miss You Now, letra genial de "Para um Novo Tempo Começar" (que junto com o grande sucesso "A Poesia e Eu", ganhou videoclipe - o da última música com a participação da atriz Juliana Silveira). "O Sapo, O Escorpião e a Paixão" foi uma inclusão curiosa usando uma fábula russa famosíssima e associando à paixão.



Catedral Vídeo Clipes (2006)

01 - Uma Canção de Amor
02 - Quando o Amor Acontece
03 - Eu Amo Mais Você
04 - Mil Maneiras
05 - Tchau
06 - Um Minuto
07 - Quem Disse que o Amor Pode Acabar?
08 - Rio de Janeiro à Dezembro
09 - A Poesia e Eu
10 - Para um Novo Tempo Começar
+ Entrevista e comentários de produção dos clipes

Ótimo DVD da New Music, reunindo clipes gravados pela banda entre 1999 e 2005. Algo curioso entretanto é que eles comentam que "Uma Canção de Amor pra Você" foi o primeiro vídeo clipe real da banda, renegando videoclipes de "Quando o Verão Chegar" e "Os Filhos de Caim" (e eu até entendo, a produção (?) desses clipes era bem ruim, a MK tinha um senso bizarro pra clipes - a exceção dos clipes bem elaborados da Marina de Oliveira e - muito tempo depois - os de bandas de 2000 em diante, como Novo Som, Oficina G3, Fruto Sagrado e Brother Simion). Na entrevista eles citaram pouco sobre as polêmicas que haviam passado a não tanto tempo - provavelmente porque ainda era caso de justiça, e a banda só muito tempo depois conseguiria vencer na justiça seus difamadores Usina do Som e MK Music, e aí sim no Youtube lançariam um vídeo com toda a verdade sobre as acusações contra eles.



Atemporal (2006)

01 - Atemporal
02 - No Meu País
03 - Simplesmente
04 - Quem Sabe
05 - Terceiro Mundo
06 - Cidade
07 - Um Novo Tempo
08 - Somos Todos Iguais
09 - Teu Amor
10 - Eterno
11 - Em Outro País
12 - Quando o Verão Chegar
13 - Onde Está o Seu Coração?
14 - Chegou a Hora de Dizer a Verdade
15 - A Dois Passos do Paraíso (Blitz cover)

Meio antologia, meio disco de inéditas (apesar de que poucas faixas são inéditas: as ótimas "Atemporal", "Em Outro País", "Cidade" e "Chegou a Hora de Dizer a Verdade", essas três últimas com guitarras inéditas do Cézar Motta - é, material esse cara deixou!). Faixas dos discos da MK não mais comercializados como "O Sentido", "Eterno", "10 Anos" e "A Revolução", além de "Simplesmente" do disco "Está Consumado" ganham versões atualizadas, um pouco mais pops, mas ainda mantendo a sonoridade básica. As guitarras de Kim e Eduardo Lissi não chegam aos pés das de Cézar (o solo de "No Meu País" que o diga, quase todo solapado), mas o esforço vale a pena. "Terceiro Mundo" ganha uma atualização muito necessária na letra, com a citação do recente escândalo do mensalão (um dos piores escândalos políticos da história do Brasil, que estourou entre 2005/2006 no primeiro governo Lula). Já "Quando o Verão Chegar" ganhou a adição do filho de Kim juntamente com a já famosa Karen. Pra finalizar, a versão de "A Dois Passos do Paraíso" ficou muito legal - e ainda bem que removeram as narrações do Evandro Mesquita kkkkkkkk não iria dar muito certo... A faixa foi trilha sonora da novela "Prova de Amor" da Rede RecordTV.


20 Anos (2008)



Enquanto o Sol Brilhar
O Melhor do Início
The Elvis Music
Pedra Angular
M.I.M. (Maior Idade Musical)
Epílogo


No Mundo do Extremamente Permitido (2018)


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Catedral participou de algumas coletâneas da MK e Line Records, conferir em "Coletâneas".

Ver também:

Kim
Cezar & Júlio
Kim & Júlio
Catedral e Novo Som