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terça-feira, 7 de maio de 2019

Brother Simion


O que Janires representou pro rock cristão nacional nos anos 1980, Simion representou pros anos 1990. Nascido em São Paulo, esse homem de Deus entretanto teve uma trajetória atribulada na juventude, com uma família disfuncional (perdeu a mãe com um ano e o pai sumiu na vida, sendo criado por um avô), logo saiu do Brasil depois de uma jornada de drogas por SP e RJ. Com uma mochila, uma gaita e um violão apenas e sem saber praticamente nada de inglês, chegou a passar fome na Itália, e piorou mais ainda ao chegar em Amsterdã, na Holanda, a terra das drogas fáceis. Quase morreu de overdose por diversas vezes, e acabou voltando ao Brasil. Um dia ele recebeu um convite do então pastor Estevam Hernandes a participar de um culto na recém surgida Igreja Renascer em Cristo, e ele, meio desconfiado, ainda assim foi e lá acabou sendo tocado pelo Senhor, e assim converteu-se ao Senhor. Ele conta essa história no encarte do seu primeiro disco solo, bem como em diversas músicas dele (Extra, Johnny, Jeff e Por que você continua me olhando stereo?), além do seu disco Testemunho dos anos 2000 e sua biografia "Johnny Não Morreu".

Em 1989 ele começou a banda Katsbarnea, mas ainda em 1992 começou sua carreira-solo em paralelo com a banda, carreira que ele mantém até hoje, viajando mundo afora com sua esposa Ciça e filhos.

Curiosidade: Brother chegou a ter uma grife de óculos escuros aqui no Brasil por anos, uma marca dele em diversas de suas aparições. Também teve grife de roupas e até um pub "gospel".

Brother (1992)

01 - Contato
02 - Grito de Alerta
03 - Brota
04 - Alfa e Ômega
05 - Cura da Terra
06 - Doce Mistério
07 - Justiça do Céu
08 - Salve a Tua Paz
09 - Retrovisor
10 - Together


Ainda assinando apenas com seu nome Simion, o disco "Brother" acabou nomeando o cantor, que desde então passou a ser conhecido assim "Brother Simion". Inclusive em tiragens posteriores o disco passou a ser nomeado "Brother Simion" (auto-intitulado). Alguns erroneamente chamam de "Contato" esse disco por conta da regravação desse som do Kats (que aliás não foi o único - Salve a Tua Paz e Retrovisor, também da K7 "O Som que te Faz Girar", aparecem aqui) ou do videoclipe que essa música recebeu - muito bom por sinal pr'aquela época. Brother, juntamente com o produtor Rick Bonadio, fez um disco bem na linha folk rock, um pouco de rock psicodélico e hard rock em "Grito de Alerta" e "Retrovisor". Grito de Alerta depois ganharia versões do Renascer Praise (cantada pelo próprio Brother em companhia da Soraya Morais no disco III do grupo de louvor) e do Katsbarnea (no álbum Profecia). Já "Alfa e Ômega" seria regravada por Marcelo Aguiar em seu segundo álbum cristão, "Coração de Adorador" de 2004. A parceria de composição Estevam Hernandes/Simion se daria em 9 das 10 faixas (a exceção é Together, totalmente composta pelo Simion). "Justiça do Céu" é dedicada a todos os pixotes do país, uma referência ao filme "Pixote, a Lei do Mais Fraco" de 1980 de Hector Babenco (também citado pelo Catedral na faixa Mundo Vazio do disco "Aos Ouvidos dos Sensíveis de Coração"), com uma letra crítica e áspera aos governantes (uma crítica aliás notoriamente dada ao então presidente Fernando Collor, o "caçador de marajás" que se tornou o maior deles ironicamente e naquela época estava passando por um processo de impeachment). "Cura da Terra" segue nessa linha de crítica social consistente, além de um clamor de esperança pela intervenção divina para curar nosso país. Esse tipo de letra sem dúvidas faz falta no meio gospel atual infelizmente, onde vemos que essas músicas parecem cada dia mais um retrato da atualidade e não apenas de décadas atrás...

Foi escolhido pela Supergospel com a ajuda de diversos críticos (eu incluso) o 41º maior disco da música cristã brasileira.


Esperança (1994)

01 - Jeff
02 - Father of Love
03 - Voz do Oriente
04 - Esperança
05 - Sopra Espírito
06 - Louvai
07 - Orgulho
08 - Estrela
09 - Jabuticaba
10 - Touch


Disco que fez a carreira solo do Simion deslanchar, graças à fantástica faixa-título, uma das mais tocadas da carreira dele, que ganhou um fantástico videoclipe rodado todo em Israel, mostrando vários lugares que Jesus passou em vida, além da situação - infelizmente ainda atual - de judeus e palestinos andando armados, inclusive mulheres e crianças, com armas de grosso calibre até.

Musicalmente o disco é bem pop, com elementos de diversos estilos, como psicodelismo, reggae, música latina e muito rock. "Jeff" é uma das músicas em que ele conta seu testemunho, sem dizer que é ele mesmo curiosamente. Sopra Espírito, primeira parceria dele com a Sônia Hernandes, um ano depois seria regravada pelo Renascer Praise no seu volume dois, versão que ficou mais conhecida que a original. "Jaboticaba" inaugura uma tendência de músicas bem humoradas do Brother, além de sua demonstração de bom gosto por frutas (kkkkkkkkkkkk). Voz do Oriente e Orgulho depois seriam regravadas pelo Katsbarnea. "Estrela" foi a primeira canção romântica do Brother, ainda meio distante da "Sinfonia de Amor" do disco seguinte.


A Promessa (1996)

01 - A Promessa
02 - Sinfonia de Amor em Ré Maior
03 - Adorar
04 - El Senhor és Mi Pastor
05 - Por que você continua me olhando stéreo?
06 - Highway to Heaven
07 - Música dos Céus
08 - Fonte Eterna
09 - Marcha por Jesus
10 - Samba prá Ti
11 - Holy Land (Jerusalem)
12 - Preso di Speranza, Bambino
13 - Viva Jesus que Plantou o Mamão no Jardim do Éden
14 - Pastor de Israel
15 - Orvalho da Manhã (instrumental)
16 - Infinity Love
17 - E no Final...

Disco mais experimental da carreira do Brother (e também o mais longo = 17 faixas em 72 minutos e 33 segundos!). É um verdadeiro passeio por estilos, com casos curiosos como uma marchinha (Marcha por Jesus, em homenagem à Marcha para Jesus, movimento surgido na Inglaterra e trazido ao Brasil em grande parte pela igreja Renascer em Cristo - e naquela época ainda muito relevante para a fé, sem politicagem nem culto à personalidade...), um samba (Samba prá Ti), música em espanhol, música em italiano (!), três faixas em inglês: a belíssima "Highway to Heaven", o reggae Holy Land (que tem como complementos de trinca de reggae a faixa título do disco e a divertida "Viva Jesus que plantou o mamão...", coverizada pouco depois pela banda Patmus) e a psicodélica Infinity Love (curtinha, mas bem envolvente com seus reverbs), um instrumental de gaita (Orvalho da Manhã) e uma finalização à capela. Tanta informação num só disco pode deixar o disco um tanto confuso, mas eu curto bastante essa parada anticomercial. Várias faixas de adoração belíssimas, como Adorar, Highway to Heaven, Fonte Eterna, Música dos Céus (uma das melhores) e Pastor de Israel. "Por que você continua me olhando stéreo?" é uma faixa contando de maneira muito insana o testemunho de vida do Brother, ao passo que "Sinfonia de Amor em Ré Maior", embora composta em 1996 junto com "Poeta" do Renascer Praise (essa última só sairia em 1999), na verdade surgiu de uma poesia feita pelo Estevam Hernandes pra sua esposa Sônia, como revelado no livro "Vivendo de bem com a vida" da bispa Sônia, no prefácio feito pelo próprio Estevam. É sem dúvidas uma faixa lindíssima, que sairia na coletânea "Gospel Love" da Gospel Records em 2002.

Curiosidade: No final da faixa Samba prá Ti Brother diz um "Shalom, Jerusalém", e logo a seguir começa a faixa Holy Land (Jerusalem). Coincidência? ACHO QUE NÃO! hahaahahah

Asas (1998)

01 - Liberdade
02 - S.O.S. Terra
03 - Hey Brother
04 - Asas
05 - Tempestade
06 - Etéreo
07 - Paraíso
08 - Canguru Águia
09 - Reggae Street
10 - I Hope You See the Light


Em 1999 estava eu entrando na igreja Renascer com minha mãe. Ouvíamos bastante uma certa rádio chamada na época de Manchete Gospel FM 94.3 (atual Nova Brasil), e posteriormente viraria a Gospel FM (mas a muito tempo ela aparece de maneira bem esparsa por aqui em Pernambuco). Bem, o fato é que esse disco era um dos que mais tocavam na época, e foi um dos responsáveis por eu curtir rock até os dias de hoje - talvez o grande culpado haahah. Não é pra menos. Esse disco, produzido pelo grande Amauri Fontenele e com a ajuda do Paulo Anhaia (que também contribuiu muito nos instrumentos - bem como Jadão do Kats nos baixos), é uma maravilha única. Folk rock com elementos de música eletrônica em algumas faixas (como a verdadeiramente techno "Tempestade") já traziam os caminhos que seriam explorados no disco seguinte. A faixa título foi um sucesso arrebatador, tocando em diversas rádios do Brasil, chegando a ser regravada por Marcelo Aguiar anos depois numa versão bem country para o disco "Coração de Adorador". "Etéreo" é uma regravação do Kats que ficou menos surf rock e mais ambiente e folk. S.O.S. Terra, Tempestade e Paraíso contém críticas muito boas sobre os rumos da sociedade e também um alerta sobre a destruição acelerada da natureza por nossa culpa. Canguru Águia é um frevo (!) e provavelmente a última faixa mais engraçadinha do Brother. Um dos primeiros hard rock que eu botava bem alto pra ouvir era "I Hope You See the Light" LIGHTTTTTTTTTT BABYYYYYYYYYYY!!! Realmente o disco de maior sucesso do Brother, merecidamente.


Na Virada do Milênio (2000)

01 - Na Virada do Milênio (prelúdio)
02 - Onde Encontrar?
03 - É Preciso Mais
04 - A Marca
05 - Sede
06 - Choque de Poder
07 - Uai! Why?
08 - 01001011
09 - Help
10 - Profecia
11 - Caos
12 - .
13 - Restauração


Simion, o David Bowie do rock cristão nacional - inclusive por mudar a própria aparência ao assumir cabelos loiros (kkkk). Seguindo a tendência da época, que inclusive o citado Bowie também seguiu com seu disco de 1997 Earthling, Brother Simion decidiu lançar um material ousado, de maneira semi independente (na verdade foi distribuído pela efêmera MID Produções em diversas bancas de revistas com um pôster e revista com fotos e entrevista (um material hoje raro e que eu queria muito descolar um dia) esse disco com diversos elementos de techno e música eletrônica, industrial e similares. Voltado para o mercado secular, mas sem perder as letras passando a mensagem de Deus, esse é sem dúvidas o disco mais "fora da curva" do Brother, e o mais experimental de maneira acertada (em comparação com a salada de "A Promessa") - obrigado Amaury Fontenele pela bela produção. O uso de efeitos bizarros em faixas como "Na Virada do Milênio", "01001011" e a faixa 12 sem título são exemplos desse experimentalismo bem únicos. O folk eletrônico de "Onde Encontrar?" (com participação do cantor PG - ex-Corsário e à época ainda no Oficina G3) é perfeito. A superbanda montada pelo Brother nesse disco (Fernando Catatau da banda Cidadão Instigado na guitarra, Denis Mendes, ex-Camisa de Vênus e atual Glória na bateria e sua esposa Ciça Wurfel nos back vocais e teclado) dá uma força muito maior pro resultado do disco ser tão fenomenal. "É preciso Mais" e "Uai! Why?" me remetem às faixas inspiradas nas poesias concretistas da banda secular Titãs (em especial as feitas pelo genial Arnaldo Antunes). O maior sucesso do disco entretanto foi uma balada bem próxima do que o Brother sempre fazia: Sede. Essa faixa, que ele já trabalhava com ela desde 1999, quando saiu do Kats, fez muito sucesso nas rádios. "Profecia" é outra faixa de grande sucesso, e curiosamente foi coverizada e virou faixa titulo do disco "rock sinfônico" do Kats de 2001, algo bem curioso mesmo por a faixa já ser de depois do Brother sair do Kats. Whatever, ambas versões ficaram legais - mas a versão meio techno do Brother é muito melhor.

Brother na época em que divulgava esse disco chegou a receber uma crítica de uma pessoa não identificada por ele numa matéria da CCM Brasil e ele respondeu pro crítico em questão "você não entende essa música porque ela não foi feita pra você!" Ponto pra ele hahaah

Curiosidade: A faixa "Restauração" que encerra o disco tem alguns versos que lembram a faixa homônima da banda Resgate do disco Praise, lançado no mesmo ano. Como ambas faixas tiveram a participação nas letras do Estevam Hernandes, provavelmente ele reciclou ideias de uma canção na outra - resta saber quem chegou primeiro haahah

Redenção (2001)

01 - Redenção
02 - No Altar
03 - Mistério de Deus
04 - Qualquer Lugar
05 - Eclesiastes
06 - Eternidade
07 - Louvado seja Deus
08 - O Dom da Vida
09 - Presente
10 - Como o Homem Imagina, Assim Ele é
11 - É de Deus
12 - É de Manhã

Apresentado pela MK Music pela banda Oficina G3, o genial Brother Simion lança seu sexto CD, um disco bem mais pop rock que todos outros lançados anteriormente por ele. Teve uma grande aceitação popular, levando Brother a tocar pra públicos muito maiores do que costumeiramente (chegou até a tocar aqui em Pernambuco - sua primeira vinda aqui acabou que o show não rolou em 1993/4). Cheio de baladas, o disco indicou um pouco do que a MK costuma fazer com muitos artistas, ao direcionar a carreira deles numa linha mais comercial. Brother sem dúvidas caiu nessa linha, e no seu caso deu muito certo. Dois clipes foram feitos de músicas do CD: Eclesiastes , gravado em Chicago, EUA; e Redenção, gravado em SP e em Tóquio. Já as fotos do disco foram tiradas nas ilhas de Santorini e Paros na Grécia. Essa fase do cantor pelo mundo foi os primórdios de sua transformação de artista em músico-missionário. Músicas como Eternidade mostram sua forma clássica de cantar e em alguns momentos na verdade parecer estar declamando a frase, dando efeitos geniais. "O Dom da Vida" é um apelo ao evangelismo das tribos urbanas, algo muito massa, mostrando que apesar da pegada mais suave do disco, o compromisso continua o mesmo. Já "Presente" é mais uma homenagem à sua esposa Ciça, belíssima canção por sinal, que apareceu em coletânea "Amo Você" da MK Music. Redenção ganhou uma versão remix no álbum "Os Arrebatados Remix Vol. 1" de 2003. "É de Manhã" começa de um jeito bem divertido e interessante, com Brother explicando como compôs essa canção suave e genial (ainda com um finalzinho a lá Beatles fazendo inserções de comemoração kkkk).



A Volta de Johnny (2002)

01 - Johnny
02 - É o Amor
03 - Último Andar
04 - Vitória
05 - Esquemas
06 - Arrebatamento
07 - Príncipe da Paz
08 - Quem?
09 - Satisfação
10 - Eu Nasci prá Ser Feliz
11 - Let's Praise the Lord
12 - Pequenino de Deus


A carreira do Brother na MK foi bem curta, só dois discos (similar ao que ocorreria com o Fruto Sagrado - só que sem as tretas kkkkkkk). Mas rendeu bons frutos. A Volta de Johnny traz de cara a continuação de "Extra" do Katsbarnea, mostrando que o Johnny não morreu e tornou-se cristão. O clipe, rodado a 35 mm (raríssimo em produções cristãs), bombou muito no programa Conexão Gospel e outros programas de videoclipes cristãos. Mas afora essa faixa mais pesada e "Esquemas", o disco é bem próximo do álbum anterior. Eu mesmo curto basicamente só Johnny e É o Amor (essa última saiu no disco "Amo Você vol.8"). Vitória é uma rara faixa meio reggae que remete o passado da carreira do BS. O coral no final de "Arrebatamento" parece um vislumbre do paraíso. "Pequenino de Deus" é uma homenagem do Brother ao seu primeiro filho, Dylan, que nascera naquele ano de 2002. Apesar do som mais variado em comparação ao pop do disco anterior, também vendeu muito bem esse álbum, ainda assim Brother acabou saíndo da gravadora, para poder montar sua produtora independente, onde teria mais liberdade de sons...


Eclipse (2004)

01 - Prelúdio
02 - Semi-deus
03 - 10 "Real"
04 - O Despertar dos Loucos
05 - Hotel Paradiso
06 - Memorandum
07 - Hey Amigo
08 - All Right
09 - Onde Deus me Levar
10 - Noite de Johnny
11 - Perdoar
12 - Eclipse


Esse disco realmente arrepiou. 40º maior disco dos 100 melhores dos anos 2000, Eclipse foi mais um momento de "chacoalhada" do Brother Simion. Inspirado no nu metal, com a participação de Anselmo (ex-Patmus e Judas o Outro) fazendo os vocais mais guturais, o som de Brother ficou bem moderno pra época, mas bem executado. Não a toa, é o disco mais pesado de toda a carreira dele. A capa com o Dylan e seu óculos 3D deve deixar muita gente confusa do conteúdo do disco, mas posso te dizer, se você é fã de um rock pesado e umas letras mais pensativas, esse é o disco. Semi-deus, como antecipado pelo prelúdio, é uma música dedicada aos falsos pastores e exploradores da fé. Influências do Korn e do Slipknot são fáceis de notar em faixas como 10 "Real" e O Despertar dos Loucos, além da pesadíssima Memorandum. 10 "Real" também mostra as realidades das ruas, inspirada por viagens que Brother fez pelo Brasil e pelo mundo na turnê do disco anterior (inclusive aqui em PE). Algumas faixas como "Hotel Paradiso", "Hey Amigo", "Onde Deus me Levar" e "Noite de Johnny" resgatam elementos mais pop do Brother, mas sem tirar os elementos de nu metal. "Perdoar" é uma faixa bem experimental, já Eclipse fechou o disco com um som instrumental muito legal.

Curiosidade: "Noite de Johnny" era um evento que o BS chegou a organizar por um tempo.


Testemunho (2005)

01 - Como tudo começou...
02 - Traficante
03 - Rio de Janeiro
04 - Amsterdã
05 - De Volta ao Brasil
06 - Camelô
07 - A Viagem
08 - A Vitória
09 - Hotel Paradiso (acústico)
10 - 10 "Real" (acústico)
11 - Ei, Amigo (acústico)
12 - Onde Deus me Levar (orquestral)


Um disco testemunho muito bom, dando um resumo básico do que foi a conversão do Brother. Embora não mostre alguns detalhes, como referências à Renascer, elenca várias situações que o Brother passou na vida antes de Cristo até por fim se converter e estar até hoje fazendo a obra de Deus. O disco finaliza com quatro versões alternativas de faixas do disco Eclipse. Vale a pena pra mostrar às pessoas como o submundo das drogas é perverso e cruel.


Gênesis for New Generation (2007)

01 - Extra
02 - Do Céu
03 - Asas
04 - Esperança
05 - Pra Onde Você Vai Brother?
06 - Invasão
07 - Gênesis
08 - Contato
09 - Sede
10 - Revolução


Versão de relançamento digital
pela Radar Records em 2016,
nomeada somente como "Gênesis"
Gerações novas, trabalho clássico repaginado. A proposta desse disco, resgatando canções da fase Kats e da própria carreira solo, só que com mudanças geniais no som, adotando a pegada do New Prog (estilo musical que funde rock alternativo com rock progressivo). Uma das faixas que ganhou a melhor repaginada foi "Gênesis", que ficou ainda muito suave, mas bem mais rock que as versões que o Kats fez com o Brother e com o Paulinho Makuko, a versão do Renascer Praise ou a da Faty. Do Kats percebe-se a prevalência de músicas do álbum "Armageddom" (Invasão, Do Céu, Gênesis e Pra Onde Você Vai Brother?), o melhor disco do Kats pra mim e pro próprio Brother. Além dessas, a clássica Extra, Revolução e Contato tiveram também uma repaginada aqui. Talvez a menos modificada foi "Sede", mas o som deu uma leve acalmada aqui. No geral creio ter sido uma boa escolha de faixas, mas espero até um dia um "Alegria for New Generation", com faixas como Alegria, A Promessa, Grito de Alerta, Sepulcro Caiado e Remédio prá Dormir, por exemplo.

Na capa, uma foto do Brother segurando, acredito eu, o Dylan bem novinho, uma representação da "nova geração" a porvir.

Beautiful (2012)

01 - Beautiful

Single que serviria como prévia de um trabalho futuro do Brother, mais na linha alternativa. A letra em inglês possui uma referência à canção "I Hope You See the Light" nos versos "Since Jesus Came into My Life / I Look Mad but I'm Just Fine!" Apesar de possuir diversos elementos geniais (incluíndo aí a inseparável gaita do Brother), esse single ficou simplesmente por si só, pois que ele não reapareceu no disco seguinte do Brother, vários anos depois. Pelo que se sabe, o disco em que essa música ia ser incluída, produzido por Lucas Nogueira, acabou cancelado e nunca foi realmente explicada as razões.


Legado (2016)

01 - Legado
02 - Jumping in the Air
03 - Uma Voz do Céu
04 - The Way to Your Heart
05 - Everlasting King
06 - Legado (remix)
07 - Legado (Brasil remix)




Anos distante da mídia e mais envolvido em missões, nada disso foi suficiente pra eliminar a criatividade do "Johnny". 30 canções que viraram 5 gravadas, graças à insistência do guitarrista Netinho (Patmus), com uma pegada muito introspectiva. O tempo longe do Brasil, morando na Alemanha e fazendo missões por lá, poderia meio que atrapalhar a sonoridade do disco, mas bem longe disso. Numa de suas raras vindas pra cá (em 2011 chegou a gravar um disco com seu velho parceiro Estevam Hernandes - o álbum Inesquecível, um dos discos da minha discografia que eu realmente menos curto -, e em 2012 chegou a gravar um disco, mas o lançamento foi cancelado sem mais nem menos). Por fim, em 2016 veio esse trabalho, todo produzido pelo Brother com simplicidade, sem alarde, praticamente só divulgado quando finalizado. Curiosamente o disco foi publicado no dia 04/07 nas mídias digitais, mas o cantor mesmo só divulgou a 18/07, causando um impacto na mídia especializada, que rapidamente correu para conhecer esse trabalho inédito após 12 anos sem nenhum trabalho completo realmente inédito. Em questão de sonoridade, traz uma fusão de estilos que o cantor fez em sua vida, como o rock alternativo, new prog, pop rock, tudo numa pegada mais introspectiva, o que tornou esse disco um dos mais suaves de sua carreira. As duas últimas faixas são remixes da faixa-título, mantendo as influências de techno - a segunda com umas influências de Bossa Eletrônica incluídas, lembrando um pouco discos da Bebel Gilberto. Bem, se só foram 5 faixas de TRINTA que ele tinha em mãos... tenta imaginar o que pode vir por aí? Aguardemos!

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Ver também:

Katsbarnea
Patmus
Judas o Outro
Estevam Hernandes (Banda Inesquecível)

2 comentários:

  1. Cara, achei muito interessante sua matéria COMPLETA dps de anos q o Brother Simion foi meio "esquecido"... sua matéria foi a mais atual q eu achei e a mais completa também! Tentei achar os perfis da família no Facebook mas só achei do Brother Simion... comenta aí os perfis, caso vc saiba... E, one more time, thanks pela matéria!

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  2. Sempre achei que Brother foi subestimado durante muito tempo e só nos últimos anos recebeu a devida atenção por parte da crítica (e de muitos ouvintes também). Parabéns pelo texto, Johnny! Você deu o devido merecimento à carreira e pessoa do Simeon!

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