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sábado, 24 de agosto de 2019

Narnia (Suécia)





Clive Staples Lewis foi um dos maiores escritores cristãos - quiçá o maior - do século XX. Suas obras refletem a vida de um homem que saiu do ateísmo materialista para uma crença inabalável em Deus, e seu compêndio apologético de 1952 "Cristianismo Puro e Simples" é admirado e usado até hoje por diversos teólogos. Além dos livros de importância mais teológica, ele também ficou famoso por seus livros de fantasia, sempre com alegorias à fé cristã, como "Cartas de um Diabo a Seu Aprendiz" (1942) a Trilogia Cósmica ("Além do Planeta Silencioso" de 1938, "Perelandra" de 1943 e "Aquela Força Medonha" de 1945) e, claro, o mais famoso, a série de romances "As Crônicas de Nárnia" de 1949 a 1954, uma das mais belas alegorias da história salvífica de Cristo, representado pelo leão Aslan. A obra inteira de Lewis inspirou filmes (como a série de filmes da Disney adaptando "As Crônicas de Nárnia") e várias bandas de rock cristão, como Sixpence None the Richer, King's X (no disco "Out of the Silent Planet" e na música de mesmo nome do sucessor, "Gretchen Goes to Nebraska"), Silent Planet, além de uma banda bretã por nome Narnia, que só existiu láaaa na década do movimento de Jesus, lançando o disco "Aslan is not a Tame Lion" de 1974. Um dia decerto falarei dela. Mas óbvio que não é dela que esse artigo se refere...

...e sim da sua homônima muito mais famosa da Suécia! Antes do Narnia, Christian Liljegren (vocais) já havia participado de algumas outras (muitas!) bandas, sendo que a mais ativa era a banda de hard rock / metal clássico Modest Attraction (onde lançou dois álbuns nos anos 1990), quando conheceu em 1993 Carl Johan Grimmark (guitarra e as vezes teclados, baixo e etc), à época na banda Sentinel, que nunca foi muito longe. Foi quando em 1996 decidiram se juntar num projeto que originalmente seria de estúdio, com pegadas de shred/neoclássico e power metal melódico. Assim nascia o Narnia, que logo após o primeiro disco, Awakening de 1997, ser lançado e provar-se um sucesso com a distribuição da japonesa Poly Canyon, eles conseguiram juntar membros e tornaram-se de fato uma banda, e seguiram com novos e impressionantes lançamentos, como "Long Live the King" (1998), Desert Land (2001), The Great Fall (1993) e Enter the Gate (2006). Em 2008 Christian saiu da banda para dedicar-se mais à banda Golden Resurrection e ao Audiovision (ele inclusive também terminou com o Divinefire - outra banda dele - pelo mesmo motivo na época), e em seu lugar entrou o uruguaio-brasileiro Gérman Pascual (que posteriormente se juntaria ao CL no ressuscitado Divinefire e também formaria o Empire 21), e lançariam com o novo vocalista o disco "Course of a Generation" (2009), que não destoava em nada no som da banda - o timbre do Gérman (e até a aparência física) lembravam muito a do CL. Mas em 2010, alegando problemas de agenda, a banda encerrou suas atividades, até 2014, quando voltaram com Christian de volta aos vocais e de lá pra cá já lançaram dois discos de estúdio, um disco ao vivo da turnê da banda pelo Brasil em 2017 e seguem firmes e fortes em sua jornada. They Still Believe!


Versão da Nuclear Blast (1998),
mais famosa pelo mundo
Awakening (1997)

01 - Break the Chains
02 - No More Shadows from the Past
03 - The Return of Aslan (instrumental)
04 - Heavenly Hole
05 - Time of Changes (Modest Attraction cover)
06 - The Awakening
07 - Touch from You
08 - Sign of the Time
09 - Let me Rest in Your Arms (bônus da versão japonesa)



Apesar do início mais speed metal com "Break the Chains", Awakening já mostra bem os elementos mais melódicos já a partir de "No More Shadows from the Past", um dos clássicos desse disco. Pra um disco duo project, esse aqui mostra uma qualidade impressionante. As guitarras de CJG estão já aqui com uma pegada fora de série, vide o instrumental, um som que tem muito de Yngwie Malmsteen, um dos mestres da guitarra neoclássica. "Time of Changes", originalmente "Firefall" quando tocada pela Modest Attraction, acabou sendo uma das mais famosas do disco.



Versão da Nuclear Blast (1999)
Long Live the King (1998)

01 - Gates of Cair Paravel (intro)
02 - Living Water
03 - Shelter through the Pain
04 - The Mission
05 - What You Give Is What You Get
06 - The Lost Son
07 - Long Live the King
08 - Dangerous Game
09 - Star Over Bethlehem
10 - Shadowlands (outro)

Já como uma banda de fato, com a entrada de Andreas Johansson (bateria), Martin Claesson (teclados) e a efetivação de Jakob Peterson no baixo (ele fez participação no Awakening), o Narnia mostra nesse um som mais consistente e com letras cristãs bem centradas. Letras como a belíssima "The Lost Son" (baseada no Filho Pródigo), canções clamando a Deus por forças (Shelter through the Pain), evidenciando nosso chamado (The Mission, Long Live the King) e também mostrando os perigos na jornada (Dangerous Game) mostram o compromisso da banda com trazer a mensagem divina. Sem dúvidas quando lembro de "Living Water" eu piro muito, porque traz uma das melhores músicas de abertura que uma banda de metal já poderia ter feito, quando ouvi em 2017 eles tocando essa ao vivo foi realmente alucinante. Listado em 74º lugar no top 100 de Maurício Gomes no Whiplash na sua saudosa coluna Christian's Voice.

Curiosidade minha: Primeira vez que ouvi falar do Narnia foi não ouvindo um disco deles, mas do... Mortification! É que nas fotos do show "10 Years Live not Dead" o Steve aparece usando uma camisa com a peita desse álbum, mostrando que a partir desse a banda começaria a atingir um público muito maior que em seu primeiro disco.


Desert Land (2000)

01 - Inner Sanctum
02 - The Witch and The Lion
03 - Falling from the Throne
04 - Revolution of Mother Earth
05 - The Light at the End of Tunnel (instrumental)
06 - Angels are Crying
07 - Walking with Wire
08 - Misty Morning (instrumental)
09 - Trapped in this Age


Curioso como só a partir desse disco aparece realmente uma letra com referência direta aos romances das Crônicas de Nárnia (mais especificamente ao primeiro capítulo - e segundo cronologicamente - "O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa"). Além dessa ótima faixa, esse disco, pra muitos o mais consistente da banda, traz um clássico eterno: Inner Sanctum (coverizada pela saudosa banda pernambucana Royal Blood). A letra impressionante desta faz uma oposição à vida de luxuria e ganhos fáceis que passam em comerciais e meios de comunicação e a dependência de todos nós pelo único capaz de ver nossa realidade verdadeira e interior. A banda segue de maneira magistral o seu som, variando entre momentos velozes como as duas primeiras faixas, e baladas como "Revolution of Mother Earth". As peças instrumentais do disco continuam mostrando o talento incrível de CJG, muito na linha do Malmsteen, ao passo que os vocais de CL ganharam um que de Dio muito mais visível do que nos dois primeiros álbuns, uma marca que ficou com eles até hoje (àquela época a banda chegou a fazer turnê com a banda solo do saudoso mestre do heavy metal). A longa e épica faixa "Trapped in the Age" mostra as consequências de uma má escolha na vida, sem dúvidas uma das mais belas e pouco lembradas canções da banda. A capa desse disco, a terceira e última feita pelo famoso artista plástico e músico sueco Kristian Wåhlin (também conhecido como Necrolord, que também fez capas pra diversos grupos seculares e alguns cristãos como Laudamus e Extol) é de longe a mais bonita de todas as capas do Narnia com o Aslan na frente, numa versão dele em "esfinge".


The Great Fall (2003)

01 - War Preludium (narração)
02 - The Countdown has Begun
03 - Back from Hell
04 - No Time to Lose
05 - Innocent Blood
06 - Ground Zero (instrumental)
07 - Judgement Day
08 - Desert Land (instrumental)
09 - The Great Fall of Man (part. Eric Clayton)


"O mundo está mudando constantemente ...
A cada segundo nasce uma nova vida e um sonho é realizado
Estou olhando para a luz das estrelas, oprimido pela pequenez de minhas ações ...
Sempre tropecei enquanto procurava desesperadamente a sabedoria das eras ...
Amanhã... vou mudar o mundo"

Quando uma banda segue em crescendo trabalho após trabalho é difícil simplesmente avaliar seus discos sem cair no lugar comum do "caras, que discaço!". É esse meu dilema com o Narnia (kkkk). The Great Fall é um achado genial, um disco meio até conceitual, dividido em duas partes. A primeira é a veloz e forte fase um que vai da intro narrada até a faixa cinco. Um petardo atrás do outro, como a speed metal "Back from Hell" (com o CL fazendo vocais bem fortes e gritados no refrão) e a mais melódica (porém igualmente marcante) To Time to Lose, além do som meio Deep Purple de "Innocent Blood". É como se ilustrasse um lado mais ativo, mais agitada de um homem tentando fugir do seu lado terrível e cruel com suas próprias forças.

A parte 2 segue uma pegada bem mais obscura, tanto nos dois solos como nas duas músicas "normais". É o oposto do anterior, uma clara evidência da nossa impossibilidade de vitória contra nossa decaída natureza sem Deus. A enorme (maior faixa da história da banda, com 14 minutos e 19 segundos) "The Great Fall of Man" conta com os belísismos e góticos vocais de Eric Clayton (da banda Saviour Machine), dando a tônica final ao disco, de que "o tempo da redenção dia após dia está chegando no fim", e temos que clamar por essa redenção em nossas vidas, conquistada na cruz do Calvário.

Listado em 48º na lista do Top 100 de Maurício Gomes no Whiplash. Um dia vou postar aqui no Blog essa matéria e dando obviamente os devidos créditos ao criador original, conheci muita banda boa por essa lista.

 

At Short Notice... Live in Germany (DVD, 2004; CD, 2006)
01 - Introduction
02 - Inner Sanctum
03 - The Mission
04 - War Preludium / The Countdown has Begun
05 - Back from Hell
06 - No Time to Lose
07 - Long Live the King
08 - Living Water
09 - Shelter Through the Pain
10 - Dangerous Game / Guitar Solo
11 - Awakening
12 - Break the Chains
13 - The Witch and The Lion
14 - After All These Years (só na versão DVD)




Gravado na turnê "The Great Fall" em Owen, Alemanha, a 29/03/2003, esse fantástico show vai além, cobrindo parte da carreira da banda até então, com faixas dos quatro discos da banda lançados até então. A energia ao vivo da banda é indubitavelmente grande, com o CL fazendo um show a parte com suas interpretações fortíssimas das faixas da banda. Só quem viu eles ao vivo (como eu) têm uma ideia melhor do poder deles para conquistar o público já nas primeiras notas. Uma coisa notável foi a ideia da banda de colocar quatro das cinco faixas iniciais de "The Great Fall" na ordem exata que aparecem no disco, dando um vislumbre real de show de turnê do disco. Uma pena que a versão CD eliminou a intro e o solo de guitarra após Dangerous Game (no DVD ambos aparecem). Muito bom ver ao vivo a evolução sonora da banda diante de nossos olhos.


Enter the Gate (2006)

01 - Into the Game
02 - People of Bloodred Cross
03 - Another World
04 - Show All the World
05 - Enter the Gate
06 - Take me Home
07 - This is My Life
08 - Aiming Higher
09 - The Man of Nazareth
10 - Hymn to the North (bônus da versão japonesa e mexicana)


Esse disco eu tenho um carinho especial, haja vista que foi o primeirão da banda que eu ouvi na vida (sério, eu conhecia Narnia desde 2002, mas só em 2006 eu realmente ouvi o som deles!). Sim, eu poderia ser contaminado pela nostalgia, mas vamos tentar ser mais "técnicos" (risos), esse disco é um ponto de discórdia pra muitos fãs antigos da banda, já que aqui eles decidiram colocar muito mais elementos de power e progressive metal, o que pra os mais puristas da fase neoclássica/melódica foi a banda "se vendendo". Não vejo com esses olhos, haja vista que musicalmente o som mantém elementos neoclássicos, além do que, ainda que a banda - vá lá - tenha "se vendido" ao som que estava "bombando" na cena à época com bandas como Theocracy e Divinefire (essa última também do CL) e as seculares Symphony X, Stratovarius, Angra e Blind Guardian (outra que também foi acusada de "se vender" pro progressivo nesse tempo), o fato é que o som casou perfeitamente com o que a banda se propunha nesse disco. CJG faz um trabalho excepcional nos teclados e obviamente na guitarra, deixando realmente o disco com arranjos bem prog/power de deixar queixo caído. Pra mim esse é - sem parecer pedante ou simplesmente nostálgico - o melhor disco da banda, com músicas inesquecíveis que tive o prazer de cantar ao vivo como "Into the Game", "People of Bloodred Cross" e "Another World", afora as também inesquecíveis "Enter the Gate", "Show All the World" e "This is my Life". "The Man of Nazareth" mantém a já tradicional ideia da banda de encerrar os álbuns com uma faixa longa e belíssima. Curiosamente esse disco não possui nenhuma faixa instrumental (uma pena).


Decade of Confession (2 CDs, 2007)
Disco duplo contendo muito do que o Narnia produzira até então.
Além de faixas de todos os discos, ainda conta com alguns sons lançados
anteriormente só no Japão, como "Can't Get Enough of You", "Hynm to the North"
e "Let me Rest in Your Arms", além de um remix de Show all the World,
um cover da banda secular Uriah Heep (Sunrise) pra uma coletânea da Nuclear Blast
e um fantástico cover pra cristã Jerusalem (In His Majesty's Service).
Uma das melhores e mais bem produzidas coletâneas da história do metal!



Grimmark - Grimmark (2007)

01 - Pray
02 - How Many Times
03 - Hiding from the Sun
04 - Free
05 - Resurrection
06 - Monkey Man
07 - Save Our Souls
08 - The Kingdom
09 - The New Song (instrumental)



Na época o Narnia estava passando por um processo de reformulação, com a saída de Christian para se dedicar ao Audiovision. Com isso CJG se sentiu a vontade para lançar seu fantástico disco solo. Um disco com uma pegada bem mais neoclássica com power metal, além dos vocais de Grimmark, mais a participação de músicos como Jan-Sören Eckert (baixo, também das seculares Iron Savior, Masterplan e Running Wild) e Peter Wildoer (bateria, das seculares Darkane, Arch Enemy, Soilwork, James LaBrie e vários outros). Pra quem esperava um disco só de instrumentais, não é definitivamente o caso aqui, onde só a faixa final é instrumental. A voz de Grimmark é bem legal de se ouvir, embora seja menos melódica e mais próxima de um Fish do Marillion do que de um Dio. Não que isso seja ruim, bem pelo contrário, o encaixe é inegável. Uma pena que Grimmark não lançou mais nenhum trampo solo até hoje além desse.



Course of a Generation (2009)

01 - Sail Around the World
02 - When the Stars are Falling
03 - Course of a Generation
04 - Scared
05 - Kings are Come
06 - Rain
07 - Armageddon
08 - One Way to Freedom
09 - Miles Away
10 - Behind the Curtain
11 - Master of Lies (bônus da versão da Nightmare Records)


Olsson, Grimmark, Johansson e Pascual
Único disco da banda com os vocais de Gérman Pascual, única novidade de fato na formação da banda, já que CJG, Andreas Passmark Olsson (baixo) e Andreas Johansson (bateria) se mantinham em suas posições desde o fantástico The Great Fall (Johansson desde o Long Live the King). Os vocais de Gérman (ex-vocal da secular Mind's Eye) remetem de certo modo ao que o seu antecessor fazia, tendo uma certa similaridade, porém com um bocado mais de agressividade (em certos momentos lembrando um pouco também o vocal de Geoff Tate das seculares Queensrÿche e Operation Mindcrime), o que casou bem com a proposta de COAG, um disco muito mais progressivo e mais agressivo que todos os seus antecessores. Muitos fãs chiaram (eu na época detestei essa mudança, e por anos abominei o novo vocal), mas a verdade é que o vocal casou perfeitamente com a proposta da banda, e sem dúvidas acrescentou muito em qualidade. "Rain" era outra canção que a saudosa banda de Paudalho Royal Blood curtia muito tocar, e acho que isso me fez rever o disco e perceber que ele era bom sim, ainda que diferente dos anteriores. A agressividade em faixas como "Behind the Curtain", "Armageddon" e "Course of a Generation" fica clara e no fim mostra o quanto a banda conseguiu evoluir muito no seu som e variar bastante. Achei curioso alguns reviews (como um que li na Encyclopaedia Metallum) dando notas medianas e até baixas pro disco, parecia mais coisa de fã "viúva" do CL. Chega até a ser triste quando pensamos que no ano seguinte a banda pausou as atividades, não prosseguindo nessa levada. Enfim, demorou um bom tempo para ouvirmos a banda novamente.

Curiosamente a revista Heaven's Metal em 2010 colocou esse em 62º lugar no seu Top 100 melhores discos de metal cristão, sendo que nenhum outro disco do Narnia entrou nessa lista. Pois é...


Narnia (2016)

01 - Reaching for the Top
02 - I Still Believe
03 - On The Highest Mountain
04 - Thank You
05 - One Way To The Promised Land
06 - Messengers
07 - Who do You Follow?
08 - Moving On
09 - Set the World on Fire
10 - Miracle (bônus japonês)
10 - Living Water (versão 2017/bônus da versão da gravadora Massacre)
11 - Utvandrarna (bônus da versão da gravadora Massacre)


O retorno! E em alto estilo! Tão bom perceber que as vezes bandas conseguem voltar e voltam verdadeiramente bem. Narnia conseguiu isso. Voltando um bocado a um som com características entre o Long Live the King e o Enter the Gate, ou seja, neoclássico com power metal e progressivo, "Narnia" marcou bem também o retorno do vocalista mais famoso e amado da banda, Liljegren. Novamente com um tecladista fixo (Martin Härenstam) e os mesmos Grimmark, Johansson e Olsson de volta aos seus postos, esse disco mantém tudo de bom que a banda fazia antes de sua parada. Em questão lírica não há dúvidas de que a banda continuou com uma lírica cristão forte, como a já clássica "Messengers", que é uma belíssima homenagem aos missionários que arriscam sua vida levando o Evangelho em locais inóspitos e muitas vezes muito avessos ao Evangelho. Não tenha dúvidas, corra atrás desse disco. Ele vale demais a pena. I Still Believe!

We Still Believe - Made in Brazil (2018)
Gravado no Brasil em 2017, um dos países em que o Narnia é mais querido,
Uma belíssima homenagem ao seu público daqui de todo o país.

From Darkness to Light (2019)

01 - A Crack in the Sky
02 - You Are the Air That I Breathe
03 - Has the River Run Dry
04 - The Armor of God
05 - MNFST
06 - The War that Tore the Land
07 - Sail On
08 - I Will Follow
09 - From Darkness to Light Part I
10 - From Darkness to Light Part II (instrumental)


Minha primeira audição dessa belezura que saiu a pouco, 02/08/2019. O que dizer? Sinceramente, não sei haha. Acho incrível como o Narnia ao longo dos anos conseguiu provar que não é dessas bandas que ficam presas na mesma cartilha sonora, no mesmo som idêntico e sem variações, ao mesmo tempo que nunca foge de suas raízes nem se joga em experimentalismos sem cuidado ou puramente pra tentar atingir esse ou aquele alvo cegamente. Por exemplo, eu ao ouvir "Has the River Run Dry" fiquei perplexo que a música consegue fundir elementos de hard rock setentista (meio Rush até) e guitarras a lá Uli Jon Roth, Yngwie Malmsteen, Chris Impellitteri ou da dupla do Cacophony (Marty Friedman e Jason Becker), puro Shred. E o teclado de "The Armor of God" parece uma obra de arte com um tom mais atmosférico, meio folk metal. Não conheço muitas bandas que consigam fazer arranjos tão complexos e belos assim como o Narnia, mas eles conseguem ir bem além do esperado. Não a toa é provavelmente disparado o melhor disco de 2019 e um dos melhores discos da década de 2010 no metal em geral - não só cristão, frise-se. Liricamente não há dúvidas de que a banda não foge da raia e persiste em letras diretas em adorar a Deus e mostrar quem Ele é para todos. A profissão de fé contida no refrão de MNFST não poderia ser mais clara nesse sentido. A balada de "The War that..." com os vocais femininos no coro de Hallelujah é sem dúvidas a melhor balada da banda até hoje, bem trabalhada e delicada. Fechando o disco temos a faixa título dividida em duas partes, a última delas um fantástico instrumental. Sem dúvidas um disco que já nasceu clássico. Recomendadíssimo!

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Ver também

Divinefire
Modest Attraction
Audiovision
Wisdom Call
Flagship
7Days
Golden Resurrection
Bordeline
Trinity
Rob Rock
Jerusalem
Fires of Babylon
System Breakdown
Saviour Machine
Leviticus
Harmony
Gérman Pascual
Essence of Sorrow
Empire 21



Eu e Christian na passagem da banda em 21/04/2017 aqui em Recife

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Love Life / Fear Not



Love Life foi uma banda de hard rock/glam metal cristã formada no final dos anos 1980 por Darin Eby (guitarras), Gary Hanson (bateria), Rob Romero (baixo) e Larry Worley (vocais, futuramente na banda solo de Robert Sweet). Na linha do Skid Row e Slaughter, a banda lançou um único disco com esse nome, "Good Bye Lady Jane", um dos discos mais aclamados do metal cristão. Com a saída de Darin e a entrada de Chris Howell (futuro Red Sea), a banda mudou de nome pra Fear Not e lançaria ainda um disco em 1993 auto-intitulado, antes de perder o fôlego pras bandas alternativas daquela época como ocorreu com várias bandas de glam e sumir da cena por quase duas décadas, até que em 2019 eles voltaram com o EP "For the Wounded Heart".


Love Life - Good Bye Lady Jane (1991)

01 - Real Love
02 - Do You Love Me?
03 - Hearts on Fire
04 - When Loneliness Comes Knockin'
05 - Girl Gone Bad
06 - Fill 'er Up
07 - Goodbye Lady Jane
08 - In Blue Again
09 - 1000 Reasons
10 - A Hard Day's Night (cover do The Beatles)
11 - Do You Believe in Love?


Com uma pegada que muito remete a bandas como Skid Row (nos vocais principalmente bem fortes e agudos de Larry), Slaughter e Danger Danger, além de bandas cristãs como The Brave e Siloam, esse disco arrepia demais! É uma pérola pouco lembrada na cena do hard rock/glam metal, com moral pra não só fazer sucesso dentro da cena cristã, como também no secular. Talvez a distribuição por uma gravadora pequena como a Blondie (ou o fato de ser uma banda cristã) possa ter atrapalhado nesse sentido, mas ouvir uma balada como "When Loneliness...", as velozes "Real Love" e "Girl Gone Bad" e a simples e direta faixa título já bastariam pra mostrar o poder de fogo da banda. O cover dos Beatles aqui ficou bem legal, um daqueles casos que o John Lennon estava bem errado ao dizer "músicas dos Beatles só os Beatles tocam bem"... Se você tem aquele argumento estúpido e retardado de "cover secular é coisa de endemoniado", recomendo ir catar coquinho bem longe daqui! Fill 'er Up é um curto riff de Darin Eby que bem que merecia ter ficado maior.


Versão de 25 anos da Roxx (2017)
Fear Not - Fear Not (1993)

01 - Giv' it Up
02 - We Have a God
03 - Mr. Compromise
04 - Suicide Sunshine
05 - 'till the End of my Days
06 - There is Love
07 - Easy Come, Easy Go
08 - Money Money
09 - Mad World
10 - Take Hold


Mudança de integrantes (sai Darin, entra Chris Howell), de gravadora (pra Pakaderm dos irmãos Elefante e distribuição pela Word!) e também uma certa mudança de som, adotando uma pegada mais funkeada (isso é notável já na faixa de abertura), bem na linha de Skid Row e Guardian nos álbuns Fire and Love e Miracle Mile, até o nome mudou - pra Fear Not. Com uma pegada mais elaborada e uma produção mais apurada, chega a espantar que "Fear Not" também tenha ficado pra trás na história, muito disso pelo aumento cada vez maior da galera mais "alternativa" na cena do rock (aqueles já eram os tempos do Nirvana e Pearl Jam né). Apesar de ter virado muito mais um disco cult, "Fear Not" teve seu reconhecimento de qualidade, em 2017 a Roxx Records preparou uma edição especial de relançamento pelos 25 anos, com duas novas faixas (You've Got Love e Love is Alright) e totalmente remasterizado, com fotos da banda e toda a qualidade que a Roxx sempre dá para esses relançamentos de clássicos. Isso estimulou o retorno da banda, para nossa alegria!

Curiosidade: Take Hold tem uma curiosa sonoridade latina no trecho do solo, algo bem genial pro som do disco.


For the Wounded Heart (EP, 2019)

01 - Don't Wanna None (Come Get Some)
02 - Shadows Fade
03 - Carry Me
04 - Love is Alright
05 - Shipwrecked Hypocrite






Um bem-vindo e inesperado retorno, com a mesma formação de "Fear Not" de 1993, mais a adição de Eddie Green nos vocais principais (Larry Worley foi pras guitarras e fazendo backing vocais), o que deu uma sensível mudança, já que o vocal de Eddie é bem mais grave que o do Larry. A pegada da banda passou a ter elementos bem modernos, o que na realidade não comprometeu a qualidade da banda, muito embora tenha deixado eles mais próximos de um Stryper na fase Reborn ou do Holy Soldier na era Promise Man (esse último sem os excessos grunge, obviamente). "Carry Me" me fez lembrar de "Incondicional" do Oficina G3, algo que tenho minhas dúvidas se é positivo ou não. No fim é um EP legal, mas é um enorme desprendimento sonoro àquilo que a banda fizera no início dos anos 1990 tanto ainda como Love Life como já Fear Not.


sábado, 10 de agosto de 2019

Saint Spirit



1994, Belford Roxo, RJ, Brasil. Cidade famosa da Baixada Fluminense por sua extrema pobreza e ser um dos berços do chamado funk carioca. Em meio a um universo tão desfavorável, nascia uma das melhores bandas de thrash metal cristã de todos os tempos. Fundada e liderada até os dias de hoje pelo incansável Rodrigo Bizoro (bateria e vocais principais - isso mesmo que você leu!), a banda em sua primeira fase chegou a gravar uma demo chamada Satanophobia em 1996, mas nunca a lançou e em 1998 encerrou as atividades, porém em 2001 botaram o carro de volta na estrada e foi a partir daí que começaram a lançar discos. Uma particularidade da banda são as letras, verdadeiras críticas ácidas ao modo de vida hipócrita e cego de muitos ditos cristãos, com um chamado para acordarmos e não nos levarmos pela vida fácil que o sistema cultural pseudocristão que vivemos nos permite viver no Brasil - em especial com alguns ditos "políticos cristãos" no poder que só aplicam da fé cristã o que lhes interessa e não o que realmente é certo, mantendo mais e mais o país no ciclo de injustiça social para sustentar empresários, mercenários e falsos pastores. E como esse som combina bem com o som thrash/death metal da banda (e mais recentemente com pitadas de djent e metalcore). Embora a postura política mais à esquerda de Bizoro seja por muitas vezes questionada por certos cristãos que querem "cagar regra" de politicagem à direita, isso em nada desabona sua fé, muito pelo contrário, Deus sempre usa esses para dar uma bela porrada na chamada "igreja cristã brasileira" quando esta fica "adormecida na luz" vendo todos sendo consumidos pelas trevas.

Against Saints and Sinners (2003)

01 - In Memorian Mei
02 - Who is Against?
03 - Humans Like Me
04 - Desafio
05 - If they let me talk (sarcoma)
06 - Uma Chance a Paz
07 - Eu Sou Deus
08 - O conto do prego e do martelo (cachaça)
09 - Satanicphobia
10 - Jesus Chorou
11 - Power Hungry
12 - O Anticristo
13 - Sakitel
14 - O caminho das agulhas
15 - Double Click

Uma das capas mais misteriosas da história do rock e metal cristão (parece uma foto dos anos 1990 de uma geladeira marronzona com aqueles famosos pinguins de porcelana na casa da avó da gente), ASAS é um disco bruto, com uma pegada em alguns momentos até grindcore. Uma produção e brutalidade fora de série. As letras relatam desde passagens e mensagens evangelísticas e mostrando o poder de Deus, como também músicas bem críticas, como "O Caminho das Agulhas" (contra aqueles que acreditam que a salvação está em seguir dogmas e doutrinas eclesiásticas), "Satanicphobia" (contra os que supervalorizam os atos do diabo e agem de maneira supersticiosa), "Uma Chance a Paz" (mostrando que ao destruir a criação - a natureza e a humanidade - estamos guerreando contra Deus), "If They Let me Talk" (contra os abusos psicóticos do neopentecostalismo) e "Humans Like Me" (contra os que curtem apontar defeitos e erros, mas não enxergam os próprios). A mistura de letras em inglês e em português não fica muito clara ao longo do disco, mas é muito legal também ver que a banda manda bem nos dois idiomas. "O conto do prego e do martelo" é uma homenagem óbvia a um corinho antigo da música cristã (quando eu era prego o diabo me bateu, agora sou martelo, quem bate nele sou eu!).


The Ways of Faith (2005)

01 - Intro
02 - Bulldog
03 - We Still Against
04 - Faith
05 - Worship Me
06 - Antropological Blues
07 - Hands Up
08 - Confessions
09 - I Cry for Live
10 - Losing my Religion


"SÓ JESUS EXPULSA O DEMÔNIO DAS PESSOAS!" Tirando essa faixa mais rápida de abertura do disco, ele é um petardo em inglês tão ou mais brutal que o antecessor. As letras continuam envenenadas, com desde canções mais voltadas diretamente à adoração a Deus, como "Worship Me" e "Hands Up", até letras ácidas como a "We Still Against" (continuação direta de "Who Is Against?" do disco anterior) e "Losing my Religion", que termina com um looping curioso de um pregador de rua chamado "Profeta de Nova Iguaçu" cantarolando "JESUS CRISTO VOLTARÁ VOLTARÁ!" (João Raimundo Soares de Mello, amigo do também saudoso Profeta Gentileza, foi um pregador de rua bem diferentão que usava seu Fiat 147 e uma roupa toda riscada de "Jesus Cristo Voltará", deixou essa existência em 11 de junho de 2011) O vocal de Bizoro aqui assume feições mais próximas ao groove metal do Pantera, do Living Sacrifice a partir do Reborn ou do Mortification de 1994 pra frente, uma característica que tornar-se-ia a assinatura da banda, que entretanto nunca abandonou os guturais característicos do death metal - embora no caso deles remetessem mais ao de bandas clássicas do gênero como Death e Possessed.

"O que você está procurando, o que você está dando ouvidos?"


Reprise (EP, 2007)

01 - Prophets of Idiocy (Deliverance cover)
02 - At War with War (Mortification cover)
03 - Creature Betrayal (Necromanicider cover)
04 - Jesus Freak (dc Talk cover)
05 - Reborn Empowered (Living Sacrifice cover)
06 - Hell No (Bride cover)





Discos cover são fantásticos. E esse aqui é simplesmente incrível. Uma verdadeira homenagem à bandas de rock e metal cristã, com releituras iradíssimas pra canções do Deliverance, Necromanicider, dc Talk e Bride no estilo característico do SS que combinou bem demais até mesmo pro grunge de Jesus Freak (no caso de Mortification e Living Sacrifice - duas óbvias inspirações da banda - não se poderia esperar nada além do melhor, que eles conseguiram!) O EP é uma homenagem também ao pessoal do Necromanicider, do Sentido Oposto e do Blasterror, que naquele ano perderam membros da banda num acidente de carro.

"At War With War" ainda pega um pedacinho de "Time Crusaders" no solo, o que deixou a música ainda mais animal nessa versão.


Vanitas Vanitatum (2011)

01 - Intro/Prostitute
02 - Et Omnia Vanitas
03 - In Your Image, in Your Likeness
04 - Deep Inside Us
05 - My Favorite Lucifer
06 - Persistence of Violence
07 - Goodbye Romance
08 - Pentecostal Disaster
09 - Stupid Holy Nation
10 - The Unknown God


Pancadaria sem dó nem piedade, "Vaidade de Vaidades" é uma verdadeira genialidade lírica e um trabalho muito bem produzido. A maioria das músicas ficaram bem maiores e com ótimos arranjos. Liricamente eles seguem já na faixa de abertura distribuindo socos bem encaixados no queixo da hipocrisia pseudocristã que impera no mundo - em especial no Brasil. "Prostitute" ataca as mentiras que a séculos dominam a igreja, "In Your Image..." ataca a ambição assassina que já devora os ditos cristãos, Deep Inside Us fala da guerra interior que TODOS cristãos passam sem exceção contra o velho homem, "My Favorite Lucifer" é uma das minhas prediletas, "Pentecostal Disaster" é uma crítica sem papas na língua aos impérios neopentecostais espalhados no Brasil e no mundo, com suas heresias malditas que visam sugar o dinheiro dos incautos. "Stupid Holy Nation" bate de frente com a fantasia sionista que até os "cristãos" brasileiros têm aderido, uma farsa imperialista que só espalha, sangue, ódio e destruição naquela que outrora foi a Terra Santa, Israel. Um discurso corajoso, que com certeza não encontra muitos seguidores entre os chamados "cristãos" brasileiros...

Curiosidade: O final de The Unknown God é o mesmo final da faixa "Epic" da genialíssima banda de metal alternativo e funk'o'metal secular Faith No More.



Mea Culpa (2015)

01 - Arbalest (intro)
02 - Solitude Collective's Train
03 - Release the Kraken
04 - Pregnant Women
05 - City of Roses
06 - Iceberg
07 - Volt
08 - Mea Maxima Culpa
09 - Tortura
10 - Hellyard
11 - Nameless
12 - Bonsai
13 - Roger That
14 - Indestructible




No final de 2013 a banda anunciava através do single virtual "Nameless" o seu próximo trabalho, "Mea Culpa", um trabalho conceitual baseado na triste história real do Hospital Colônia em Barbacena, Minas Gerais - um dos sete que funcionaram nessa cidade à época. Esse fora um hospital psiquiátrico fundado em 1903 e que funcionou por várias décadas, e se no princípio era uma instituição de 200 leitos dedicada a cuidar das pessoas com déficit intelectual, em 1961 já contava com mais de 5 mil internos, a maioria bem distante de possuírem transtornos mentais, eram apenas pessoas "odiadas pela sociedade", como homoafetivos, prostitutas, mendigos, indígenas, pessoas sem documentação, filhas que engravidavam sem estarem casadas, inimigos políticos - processo que se intensificou durante a maldita ditadura militar de 1964-1985 -, dentre outros. O hospital tornou-se símbolo do maior democídio da história do Brasil, que muitos chamaram de "Holocausto Brasileiro", associando o local aos campos de concentração nazistas que existiram entre as décadas de 1930 e 1940 pela Europa dominada pelos porcos seguidores do nazismo (que sinceramente eu não dou a mínima se são de direita ou esquerda, pra mim são miseráveis que pagarão caro no juízo final por todas as vidas que destruíram!). Aproximadamente durante os anos de funcionamento do hospital estima-se 60 mil vidas perdidas lá, uma quantidade absurda, em sua maioria tudo, menos pacientes de verdade, apenas prisioneiros de regimes políticos diabólicos e de uma sociedade doente que se diz cristã católica, santa e pura, mas passa muito longe disso, sendo apenas filhos do engano que suja o nome do Cristianismo a séculos.

Com uma base histórica tão pesada assim, é sem dúvidas uma temática perfeita pra esse disco, um dos melhores discos conceituais da história de uma banda formada por cristãos, juntamente com o "Paralelo XI" da Legacy of Kain, e ajudando a mostrar que heavy metal combina SIM com nossa nação. "Release the Kraken" traz a sonoridade assustadora com um apito de trem ao fundo que remete diretamente ao terrível "Trem de Doido", nome dado aos trens que levavam os futuros internos do hospital para seu terrível destino. O disco em si gira em torno de uma moça que foi mandada pra esse inferno na terra por ter engravidado sem ser casada pelos próprios pais, e sua sensação de terror ao perceber que iria ter de dar a luz sua criança ali em meio a todo aquele terror. Em sonoridade o disco é absurdamente animal, recebendo além das influências clássicas do thrash, groove e death metal clássicas da banda, umas pitadas geniais de metalcore e djent, uma modernização muito bem vinda e que acresceu brutalidade e qualidade no trampo.

Nesse disco eu vejo meio que a representação da loucura que a nossa sociedade tem se enfiado, dia após dia. Um terror tão absurdo que parece que todos nós não estamos na City of Roses e sim na "Cidade dos Loucos". Será que há saída? Será que seremos mais um dos "nameless" nesse mundo de corpos sem vida ambulantes ou conseguiremos destruir a fortaleza e gritar "LIBERDADE"?

OBS: O disco contou com a participação de Daniel Monteiro (banda Folhas de Outono), Frank Lima e cantando a faixa "Tortura", o genial vocal do Bruno Max (Puritan, Trino), que deixou o som muito brutal mesmo, sem dúvidas uma das, senão a melhor surpresa do disco.

Aguardando o próximo disco, certamente virá tão irado quanto sempre foram os discos da banda até hoje.

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Vomitorial Corpulence




Pra muitos cristãos existem subestilos de rock, punk e metal (e outros estilos também, sem preconceitos) que "não deveriam ser executados por cristãos". Certamente o grindcore e todas as subformas desse gênero - e hajam subformas viu! - estão entre os mais mal vistos por muitos. Mas a verdade é que mesmo um subgênero tão caótico, anti-musical e até "violento demais" como o grindcore pode E DEVE ser usado para a glória de Deus. E o VxCx não teve medo de tomar a dianteira nesse processo. Formada em Melbourne, Austrália em 1992 por Paul Green (guitarras, também da banda Dephleshed Creation) juntamente com Mark Hamilton (voz e baixo) e com o primeiro baterista Alexander O'Neil (Cryptal Darkness, Desolate Eternity e Eleigeon - e supostamente Vomoth!). Posteriormente entrou o baterista mais famoso, Chris Valentine (ex-Disgorge / Egrogsid e 狐假虎威, dentre outras). No período de sua existência, de 1992 a 2003 e de 2006 a 2008, eles colocaram no mundo cristão todo o universo do goregrind/splattercore como nunca antes havia sido feito, e abriram as portas pra uma infinidade de projetos como Vomitous Discharge, Antidemon, No One Get Out Alive, Splattered Nachos, Inpinfess, Desolate Death, W, Demonic Dismemberment, Empty Grave, Eternal Mystery, Engravor, Phelicia's Entrails, João, Fuck the Devil, No Return to my Vomit, Rehumanize, Habacuque, Putrefação Noise, dentre muitas e muitas outras.

ALERTA: IMAGENS FORTES - SE NÃO AGUENTA GORE, MELHOR IR NA LISTA DE BANDAS OU NA DE TEXTOS OU OUTRA SEÇÃO DO BLOG. OBRIGADO!



Karrionic Hacktician (K7 e CD, 1995)

01 - Self Extinction
02 - Divine Emperor
03 - Prodigal Son
04 - The Awnser to Life is...
05 - Baptised into Death
06 - Once and for All
07 - Hammering Satan's Head
08 - Going Against the Grain
09 - Suffering the Aftermath
10 - Provider of All
11 - Blood Bath Cleansing
12 - Your Choice
13 - Well of Happiness
14 - Embrace the Afterlife
15 - First You Suffer, Then You Die
16 - Human Slaughter House
17 - Eternal Majesty
Versão de relançamento de 2006
18 - Dust to Dust
19 - Demonic Decaptation
20 - Human Platter Menu
21 - Bludgeoned to Death
22 - Surgical Disgorgment
23 - Analysis Complete

(OBS: Na versão de relançamento de 2006 existem 2 faixas bônus do nunca lançado disco "Insalubrious Collagery Of Pernicious Sepsis Infestation": Zion e Unseen Battle).


Um pouco mais de dez minutos e 23 sons, a maioria com menos de dez segundos (!), sem dúvidas assustou-me a primeira vez que ouvi, achei mó esquisito um grupo fazendo isso. Mas com o passar do tempo tornou-se um baita disco pra mim, o melhor do gênero diga-se de passagem. Vocal bem bizarro e sujo. Uma das coisas mais legais e perfeitas da banda é ter um baterista de verdade, algo que deixa a banda com uma qualidade superior à maioria, que usam bateria programada ou drum machine. Outra coisa boa são as letras: sim, eles têm letras, e são bem firmes e fortes.

O disco saiu em três versões diferentes. A original foi em um K7 em 1995. Nesse mesmo ano saiu completinho numa split da Rowe Productions chamado "Australian Metal Compilation III: The Extreme Truth". A última versão saiu em 2006 em CD com duas faixas inéditas.


Pathetic Profilation (bootleg, 1996)

01 - Cerebral Turbulancy
02 - Malignant Cankerous Brain Feast
03 - Pathetic
04 - HC4JC
05 - Festering insalubrious bowel hemmoraging
06 - Stenching putrefaction of crepitated decomposing carcassile





Sem dúvidas uma das capas mais macabras do rock cristão (mas calma: esse disco não é oficial da banda, logo não foram eles os responsáveis por essa capa - o que entretanto não significa que outras bandas posteriormente não tivessem feito capas "bonitinhas" assim ahahahah). As faixas sairiam num bizarro split com a banda secular finlandesa Torsofuck. Os títulos enormes e visivelmente inspirados em bandas de goregrind como Carcass (essa mais os três primeiros discos), com descrições de doenças e estado de putrefação indicavam de vez que a banda seguiria pra um lado mais splatter. Todas as faixas aí reapareceriam, algumas com nomes mudados, no disco seguinte, "Skin Stripper".



Skin Stripper (1998)

01 - Hammer Inflicted Brain Seizure And Hemorrhaging Cranial Gestation (trecho de "Uma Noite Alucinante 2")
02 - Curse of Blessing
03 - Malignant Cankerous Brain Feast & Tumorous Cerebral Beverage of the Cranium
04 - Blink
05 - Numb
06 - Stenching Putrefacation of Crepitated Decomposing Carcassile and Eroded Internal Intestinal Tract and Organs
07 - Goreaphiler of the Flesh
08 - Life? (trecho acho que de "ReAnimator")
09 - Defleshed
10 - Cudgellated Mephistopheles Brutally
11 - Do It
12 - One Question & One Answer
13 - Festering Insalubrious Bowel Hemorrhaging of Cancerous Pustulosus And Abdominal Abscess Discharge Of The Intestinal Tract
14 - Holy Hypocrisy
15 - Cadaveric Necroticisum Of Neuropathological Catatoniar And Pyrexia Malignant Growth Of The Cerebrum
Versão de relançamento de 2002
16 - Hill Billy Heaven (feat. Mike Keady no banjo)
17 - Cerebral Turbulency
18 - Turn to Christ
19 - HC4JC
20 - Excoriating Karrionic Cankerous Emanation Of Sludge And Ulcerated Flesh (não sei que trecho de filme usaram aqui kkkk)
21 - Pathetic
22 - Grotesque Mucopurulent Disgorgement (não sei de que filme veio isso também)
23 - Barn Yard Grind (feat. Mike Keady no banjo)
24 - Karrionic Hacktician (também não sei o filme que tiraram)
25 - Abolishment Of Belial And All Impercating Creation
26 - Death Comes Quick
27 - Christ is the Demon Crusher (trecho de "Fome Animal")

Bem maior em extensão que o Karrionic Hacktician (aproximadamente pouco mais de 27 minutos), Skin Stripper é uma brutalidade sonora! Os vocais de Mark aqui estão bem mais brutais e graves. Os arranjos aqui deram uma melhorada, em algumas músicas a guitarra consegue fazer um som bem mais variado, como dá pra ver na faixa 20 (nome grande demais pra repetir aqui kkkk) e em "C.I.T.D.C." Duas faixas são verdadeiros exercícios de bom humor (Hill Billy Heaven e Barn Yard Grind), que inspiraram alguns projetos mais na linha "humorcore" como Inpinfess por exemplo. Os trechos tirados de filmes de terror (inclusive o trecho divertidíssimo tirado de "Fome Animal" do padre que "chuta bundas em nome do Senhor" kkkk) e a linguagem mais abjeta torna esse disco um clássico do splattercore. Sem dúvidas minha faixa predileta desse é Christ is the Demon Crusher, tal qual do Karrionic Hacktician é Self Extinction.

"Insalubrious Collagery Of Pernicious Sepsis Infestation" (não lançado, 2003)
Algumas das faixas que eram planejadas pra esse eram "Necrosing Hepatic Pangertitus Of Gomerus Epigastic Dysentery"
"Snapped Spinal Colimn Vertabraytation" e "Fester Day Fever Of Scum Secreted Flesh", além de uma
nova versão de "Human Platter Menu". Dessas só "Zion" e "Unseen Battle" viram a luz do dia,
no relançamento de Karrionic Hacktician em 2006.


Crucified (2006)

01 - Bed of Maggots
02 - Why?
03 - Christian Does Not Equal Stupid
04 - Spiritual Savagery
05 - End of the Age
06 - The Clone Machine
07 - Dead Faith
08 - God Of Your Own Making
09 - Religion of the Heart
10 - Gospel Death Squad
11 - Burn Forever
12 - Perpetual Inner Conflict
13 - Dissolution of Divine Injustice
14 - Plastic Saviour

Disco gravado na reunião da banda em 2006. No fim a banda acabaria o lançando no ano seguinte na coletânea 6-Way Sin Decomposition (posteriormente falarei dessa na seção de coletâneas com mais detalhes).

domingo, 4 de agosto de 2019

As 100 melhores letras de rock cristão

Essa lista vai focar as 100 melhores LETRAS do rock cristão que eu ouvi. Lembrando que vai depender de alguns critérios:

1 - A lista não será em ordem de melhor pra pior ou ou contrário, é tudo aleatório mesmo ahahah;
2 - O foco é em letras, não em qualidade sonora das músicas ou popularidade do som;
3 - As bandas ou cantores são rock cristão, ou com um pouco de rock e cristãs, ou bandas de cristãos de rock com temática cristã em suas letras, ainda que esses cantores não façam carreira "white";
4 - As letras escolhidas têm que não possuir heresias, portanto devem ter base bíblica com contexto, ainda que não necessariamente sejam letras que digam "claramente" a intenção de falar da fé cristã;
5 - Mínimo de criatividade: sem faixas absurdamente fáceis com mensagem clichê:
6 - Uma faixa por artista - senão ia ter artista repetindo demais haeuhaeuha;
7 - A lista é pessoal, portanto não me venha com churumelas porque não coloquei a faixa da banda que você curte, ou aquela canção lá que você não sabe viver sem ela!

Última observação: Maioria aqui deve ter em Spotify e Deezer, mas se você tem probleminhas do tipo "nojinho auditivo", prepare-se porque tem som de todo o gênero aqui!


1 - Mortal - Enfleshed (The Word is Alive)

Se eu não colocasse como limitador "uma música por banda", Mortal iria aparecer com uma pá de músicas. "Enfleshed" é uma forma impressionante e criativa de citar João 1, da encarnação do Verbo da vida. Sem dúvidas uma das mais subestimadas músicas de rock cristão.

2 - Bruce Cockburn - Lord of the Starfields

Fãs de "A Cabana" já devem ter se deparado com essa canção citada na boca de "Papai" (Deus). E por mais que muitos tenham agonia com esse livro pela linguagem realmente bizarra e até herética, não dá pra culpar o Cockburn. Sua faixa mais famosa traz uma beleza singela ao mostrar claramente quem é o "Senhor das Estrelas". Bruce é um compositor e letrista fora de série, e essa faixa aqui é sem dúvidas a melhor dele.

3 - Virgin Black - Anthem

Virgin Black tem várias letras bem elaboradas - algumas inclusive meio polêmicas pra alguns -, e sem dúvidas o resumo da beleza etérea das canções deles pode ser captada em "Anthem", um resumo do nascimento, vida e morte de Jesus Cristo de maneira poética. Os versos "você conheceu a vergonha como nenhum outro, provou da morte como nenhum outro" causam comoção sem dúvidas.

4 - Fruto Sagrado - No Porão da Minha Alma

Dificílimo escolher uma faixa só do Fruto Sagrado, e olhe que mesmo a fase de Vanjor tem ótimas faixas, mas "No Porão da Minha Alma" é realmente revolucionária. Antes mesmo de "O que na verdade somos", o FS já esfregava na nossa cara o maior culpado de nossa desgraça - nós mesmos!

5 - Mark Heard - Stuck in the Middle

Pouco lembrado hoje em dia, o mito do country cristão gostava de fazer letras fora dos padrões. E Stuck in the Middle é uma genial crítica aos que o rejeitavam como "cristão demais", e muitos ditos "santos" que o consideravam "muito pecador", a luta que ainda passamos também!

6 - Petra - Creed

Se você já alguma vez falou o "credo apostólico" na vida, tenta imaginar ele transformado em um rock'n'roll fantástico. Pensou? Então, é Creed! Melhor resumo de fé em forma de rock, de quem é nosso Deus trino, da salvação, selo espiritual, retorno de Cristo e o juízo final!

7 - Oficina G3 - Depois da Guerra

Letras do G3 sempre foram de qualidade boa, mas DDG é um absurdo de letra fantástica, ao abordar as divisões estúpidas que até hoje acontecem dentro da cristandade, por muitas vezes motivos tão tolos e vazios.

8 - Sixpence None the Richer - Breathe Your Name

"Quando eu perder o controle, só posso respirar o Seu Nome!" Esse verso por si só resume bem a ideia da canção - uma das muitas geniais letras do Sixpence - sobre deixar que nosso Deus tome o controle de nossas vidas, em especial naqueles momentos em que tudo parece estar "de pernas pro ar".

9 - Resgate - Eles Precisam Saber

Que o Resgate sempre prezou por letras geniais isso todo mundo tá careca de saber, mas tem gente que não sabem realmente quem é Jesus em meio a tantas fantasias e enfeites que aparecem no meio dito cristão e "gospel" a anos. Um protesto claro e forte: "Eles não querem pais, não querem faraós, nenhum capataz!"

10 - Sam Phillips - I Need Love

Leslie "Sam" Phillips nos anos 1990 largou a carreira "gospel" desiludida com os rumos do mercado musical cristão. "I Need Love" parece um resumo dessa desilusão, nos versos "eu quero amor, não uma prisão sentimental, eu quero Deus e não as políticas de uma igreja institucional". Um apelo ao retorno do amor cristão original que parece bem perdido em meio a tantas regras e "dedos apontados".

11 - Stauros - Toda Dor

Faixas sobre a morte de Jesus Cristo costumam enfatizar bem os aspectos do sofrimento Dele naquele terrível dia de Seu sacrifício que nos deu vida nova e eterna. Toda Dor resume isso, deixando claro que Ele tomou "toda dor" em nosso lugar, e nossa cruz Ele assumiu.

12 - Antestor - Rites of Death

"Transferindo vida aos que já se foram, o ato de humanos brincando de Deus". Um alerta forte aos que se envolvem com atos de misticismo, necromancia, espiritismo e outras formas de contato com os falsos espíritos - e a terível e infernal consequência de quem vai atrás dessas saídas falsas.

13 - Michael W. Smith - My Place in this World

Um dos discos de Michael acusado por Terry Watkins de "não ter nenhuma vez o nome de Jesus nele" - isso porque esse é o disco onde nasceu "Agnus Dei" -, Go West Young Man tem simplesmente uma das canções que resumem nossa luta no mundo, que é encontrar em Deus "nosso lugar nesse mundo". Só Ele pode nos ajudar a viver nessa existência atual e sermos relevantes nesse aspecto.

14 - Larry Norman - I Wish We'd All Been Ready

Trilha sonora do primeiro filme da série "Um Ladrão na Noite", essa canção mostra o retorno de Jesus do ponto de vista daqueles que vivem de seu próprio jeito, e o desejo de Larry de que "todos estejam prontos", pois senão chegará o dia em que "não há mais tempo de mudar sua mente, O Filho voltou e você ficou pra trás!"

15 - Steve Taylor - I Want to Be a Clone

Sem dúvidas a pena lírica mais ácida do rock cristão - quiçá da música cristã - de todos os tempos, Steve Taylor curtia fazer músicas que "tocavam na ferida" dentro da igreja e da sociedade, e "Eu Quero Ser um Clone" não é exceção. Uma faixa que critica muitas instituições religiosas que tentam forçar seus novos convertidos a seguir "padrões de santidade" baseados em tradições e humanismos.

16 - Mortification - EnVision EvAngelene

Steve Rowe é um mestre no quesito letras e composições, sempre focando bastante em canções com base bíblica forte para evangelizar dentro do underground. Mas sem dúvidas a faixa épica "EnVision EvAngelene", que fala da jornada de Jesus Cristo na Terra - nascimento, vida, ministério, morte e ressurreição - é a magnum opus da banda, muito mais do que a já batida - embora também genial - Scrolls of the Megilloth

17 - Saviour Machine - Carnival of Souls

"Em meio aos 'deuses' eu digo o Teu Nome, com a crucificação em minha mente, estou aguardando por Ti!" Uma faixa que ilustra nossa luta em meio a esse mundo tão complicado, para fugirmos da escuridão e "reencontrarmos o caminho da Porta", Jesus Cristo.

18 - Narnia - People of the Bloodred Cross

"Somos o povo da cruz em vermelho-sangue!" Uma canção em homenagem aos mártires e a todos que lutam para manter-se na fé nesse mundo, mesmo quando o desafio é enfrentar aqueles que nos apontam e dizem "você é um pecador, eu sou um 'santo'", "quem é o vencedor nesse jogo estúpido?"

19 - U2 - I Still Haven't Found What I'm Looking For

Uma jornada nesse mundo, procurando sempre aquilo que sempre queríamos encontrar. Nesse mundo entretanto sabemos que isso não é possível. Ainda assim sabemos que um dia encontraremos quando crermos Naquele que rompeu nossos grilhões e correntes e "carregou a cruz da vergonha". Àqueles que criticam o fato de U2 ser uma banda "mainstream" e os erros deles - tão similares aos nossos em muitos pontos - deveriam entender profundamente essa canção, uma das muitas que Bono, Edge e Larry mostram sua fé sem medo.

20 - P.O.D. - Youth of the Nation

Uma faixa que resume os dramas da juventude atual, como abandono parental, desejos suicidas e todo tipo de distrações que cegam-nos. Um alerta vermelho para aqueles que buscam saída desses ciclos viciosos.

21 - Resurrection Band - Silence Screams

Rez Band é outra banda entupida de canções fantásticas, sendo um desafio e tanto escolher SÓ UMA, mas acabei por colocar minha predileta - fazer o que, a lista é das MINHAS preferências né kkkk - e uma faixa tão ácida e crítica com a morosidade e hipocrisia que a sociedade - incluíndo aí a igreja institucional - trazem consigo, só pode ser uma das melhores canções da história.

22 - Trino - Oposição

Letras ácidad e críticas era uma especialidade do Trino. Oposição pra mim resume com precisão tudo que a banda representa ainda na intro da música, ao bater de frente com as mazelas que a sociedade estabeleceu como paradigma, "as correntes de ouro do poder e do prazer", e nossa posição como cristãos, de eterna oposição a esse sistema maligno "MINHA VOZ É FORTE, NÃO IREI ME CALAR!"

23 - Rosa de Saron - Angústia Suprema

Mais uma faixa ilustrando a dor e sofrimento do nosso Mestre e Senhor, dessa vez falando de Seu clamor no Getsêmani, onde ele transpirou sangue de tanta angústia, confirmando sem medo sua missão: "a Salvação seria tal qual Deus-Pai queria!", a cruz do Calvário!

24 - Vomitorial Corpulence - Self-Extinction

Grindcore em geral não prezam muito por letras. Não é o caso da mãe do grindcore cristão, a australiana VxCx, com uma letra que - ainda que praticamente incompreensível pros ouvidos mais sensíveis - fala do que Paulo nos mandou "viver pra Cristo, morrer pra nós mesmos!"

25 - Lust Control - The Big "M"

Lust Control sem dúvidas é a banda que mais desafiou os limites de temática que um cristão poderia abordar, ao focarem muito no assunto sexual, combatendo principalmente pornografia, sexo fora do casamento, adultério, "galinhagem", "planejamento familiar" - e aborto por consequência - e em especial essa faixa bem cabulosa que mexe com um assunto bem complicadinho: a masturbação (a tal "big 'M'" do título) e deixando claro que essa prática não tem nada de libertadora, a não ser para liberar o nosso apetite sexual e fugir da missão de colocar nosso corpo em submissão e obediência a Deus.

26 - Believer - Stop this Madness

Faixas anti-drogas muitas vezes são repetitivas demais, mais chatas e pouco convincentes do que o Proerd (desculpa aí, serião kkkkk), mas essa aqui meu amigo! Ela retrata já na introdução de maneira nua e crua os males que as malditas drogas ilícitas - e o abuso das lícitas também - causam no ser humano, o conduzindo à destruição. "Linha após linha eu vejo você morrendo, cego demais pra perceber seus sonhos despedaçados!"

27 - dc Talk - Jesus Freak

"Jesus Freaks" são o equivalente inglês do "Jesus Movement" americano, e também uma expressão bem forte: "Louco por Jesus!" Adotando esse lema, o dc Talk no seu primeiro disco mais "grunge" (originalmente a banda fazia um som mais rap) mandou uma das faixas mais fortes e diretas: "Eu não ligo se me rotularem de um louco por Jesus, isso jamais me fará sair da Verdade!"

28 - Impellitteri - Eye of the Hurricane

Que o Chris Impellitteri sempre deixou claro que seu projeto solo era um projeto sem rótulo cristão isso não é novidade, mas também é inegável que o guitarrista sempre que se junta ao mestre Rob Rock faz algumas das melhores letras cristãs da história. E Eye of the Hurricane é uma das mais fascinantes, ao mostrar que em meio as guerras, rumores de guerras, terremotos, fomes, pestes, perseguições e o esfriamento do amor, os sinais da vinda de Cristo, estaremos - se confiarmos Nele - seguros no olho do furacão que esse sistema representa.

29 - Trouble - The Tempter

Músicas com o diabo em primeira pessoa precisam ser fortes, diretas e destemidas. The Tempter deixa isso bem claro nos versos em que o diabo diz quem ele é, além de sua obra perversa em nos tentar. Além disso a faixa faz um contraponto com nosso Deus, que a ninguém tenta, pelo contrário, sempre nos dá o escape para vencermos as ciladas do inimigo de nossas almas!

30 - Scaterd Few - Kill the Sarx

Punk louco demais e pouco lembrado, "Kill the Sarx" é uma faixa insana que compara o pecado e nossa existência carnal como uma doença a ser combatida e morta a cada dia.

31 - Living Sacrifice - Anorexia Spiritual

Do menos lembrado dos discos do LS (o primeiro e autointitulado), na fase mais thrash metal da banda veio essa faixa, um alerta vermelho a todos nós que muitas vezes sofremos desse problema aí, "anorexia espiritual", ao só buscarmos as coisas desse mundo invés das coisas espirituais e divinas.

32 - Keith Green - Asleep in the Light

Saudoso Keith, especialista em letras de adoração ao Senhor, mas também de exortação a nossos atos de hipocrisia e cegueira espiritual. Essa aqui em especial pra mim é uma das melhores canções cristãs forever, um chamado a saírmos da dormência na luz para resgatarmos aqueles que estão morrendo nas trevas sem nenhum tipo de cuidado advindo de nós.

33 - Catedral - O Jardim e o Corpo

Um retorno ao jardim. Não como Joni Mitchell pregava no Woodstock e sim um retorno real, a fugir das ilusões do sistema em busca de sermos realmente o Corpo de Deus que não fecha os olhos pras pessoas e pra criação divina. "Apesar das indústrias bélicas, apesar do enriquecimento de uns e do empobrecimento de muitos, eu quero a volta desse jardim, eu quero justiça, eu quero a volta desse jardim para que todos sejam felizes!" Uma das mais obscuras faixas do Catedral e curiosamente a melhor de todas.

34 - Vaakevandring - Fader Vaar

Provavelmente a melhor interpretação da oração do Pai Nosso em forma de música rock, Fader Vaar não tem muito o que falar, simplesmente a faixa de maneira genial traz numa linguagem simples e melódica a oração que Jesus nos ensinou.

35 - Morphia - Fading Beauty

Um amor que se desfaz junto com o tempo e a velhice. A morte, fim de nossa existência terrena, bate na porta dia após dia. E levará consigo nossos amores e sentimentos. Um dia essa beleza retornará? Essa pergunta ecoa na música, como nosso desejo pela vida futura, onde seremos restaurados.

36 - Rodox - Olhos Abertos

Sei que Rodolfo Abrantes em sua carreira solo manda muito bem no quesito letras, mas ainda no Rodox ele já fazia letras bem pensativas. Olhos Abertos ataca o sistema de mentiras que impera nosso mundo, a lei do egoísmo e prostituta que leva pessoas a ficarem presos em algemas. No final Rodolfo deixa claro: "a lei que eu conheci não sigo, hoje eu só sigo ao meu Rei!"

37 - Audio Adrenaline - Never Gonna Be As Big As Jesus

Quantos nesse mundo não desejam ser grandes, astros do rock, pessoas amadas por tudo e todos? Pois é, mas o AA deixa uma informação importante: por maior que possamos parecer ser, no fim somos sempre pequenos, e jamais JAMAIS poderíamos ser tão grandes quanto Jesus - muito menos pretender ser.

38 - Puritan - Nesse Chiqueiro Ninguém Vai pro Céu

Puritan sempre deixou claro que era um projeto sem rótulos, e assim livremente colocavam temas espinhosos e letras de deixar muito crente de cabelo em pé. "Nesse Chiqueiro Ninguém Vai pro Céu" é um tapa violento na sociedade e na igreja institucional devido à omissão de muitos de nós em enfrentar a realidade desse mundo de "bosta" que vivemos. "Se Deus vier aqui que venha armado!" Dói falar isso, mas será que nesse chiqueiro alguém realmente vai pro céu?

39 - Sacred Warrior - No Happy Endings

Pessimista pra caramba, "No Happy Endings" é uma das minhas faixas prediletas do SW, com uma letra que mexe profundo num coração que percebe-se um pecador que tem em sua mente bem claro "Não há nada a dizer, eu sei bem que NADA pode mudar o que eu fiz". Só buscando O "algo melhor" para nossas vidas (Jesus Cristo) haverá redenção para nossas almas atormentadas.

40 - Vengeance Rising - White Throne

"No meio, pré ou pós tribulação, não importa, pré, pós ou amilenista, todos cairão em lágrimas por causarem divisão por coisas que não trazem para nós a santidade de Deus imputada pelo Seu Nome, pois não haverá pra onde escapar nem pra onde fugir, ante o Grande Trono Branco!" Não preciso falar mais nada né...

41 - L.S.U. (Lifesavers Underground) - Bye Bye Colour

A luta contra o velho homem, nossa existência pré-Cristo, é contínua enquanto vivermos. Sem dúvida essa batalha leva-nos a momentos em que a única cor que nos resta é o azul (em inglês, blue, que também significa tristeza) a atormentar nosso coração. Uma batalha até o fim da existência.

42 - Hibernia - A Vida Como Ela Era

Letra nostálgica e tão doce, traz um gostinho de infância, mas ao mesmo tempo de desejo de voltar à inocência, ao primeiro amor, levar a vida como ela era, "bela, com sintomas de euforia e inocência, pura, com sinceridade de criança, quieta, espera que depois de tudo no final alguém (Jesus) escute!"

43 - Aeroilis - Cega Inocência

Pensativa e centrada, "Cega Inocência" desafia-nos a não seguir a todo vento de doutrina e também as "novidades" dessa nossa vida, pois se seguirmos cegamente quaisquer das coisas que o sistema nos oferece, pode ser tarde demais, e só vermos a altura da nossa queda quando o chão chegar...

44 - King's X - Out of the Silent Planet

"Além do Planeta Silencioso" é um dos livros da Trilogia Cósmica de C.S. Lewis, e além de dar nome ao primeiro disco do King's X, também nomeia essa faixa de abertura do segundo disco - sim, ela não tá no disco de mesmo nome kkkkk - e mostra bem o conceito do escritor a respeito de como será o paraíso, o lugar onde só o homem perfeito pode chegar, onde "não há mais lugar pra mentira... a razão do reino do terror morrerá!"

45 - Daniel Amos - Hound of Heaven

O poema "Hounds of Heaven" inspirou essa canção que mostra como são temporais e tolas as conquistas terrenas, pois um dia todos nós teremos de comparecer ao tribunal celestial, e aí vem a pergunta, pois somos livres pra escolher: "você poderia rejeitar O Cuidador das almas?"

46 - Amos - Time to Die

Uma música que mostra a realidade e objetivo de nosso viver: morrer para nós mesmos e nos livrar de nossa existência pecaminosa, para que o Senhor viva em nós. Já percebeu que eu amo essa temática de "livrar-nos de nós mesmos" né? Sim, vai vir mais!

47 - Saint Spirit - Nameless

Difícil escolher só uma faixa de Saint Spirit também. Letras fortes e marcantes, que sempre desafiaram o sistema religioso institucional. Nameless é um petardo que mostra a indiferença e o juízo estúpido de muitos àqueles que precisam de Deus, mas são tachados pela mesma sociedade dita "cristã" que os explora e consome.

48 - Implement - Pentecostal Insanity

Um chute na face dos abusos do neopentecostalismo, é isso que essa faixa da banda pernambucana Implement traz. Com todas as loucuras que vemos no chamado "evangelho" da prosperidade e outras heresias, fica a pergunta que um dia João Batista também fez: "RAÇA DE VÍBORAS, COMO PODERÃO ESCAPAR DO INFERNO?"

49 - Saint - Too Late for Living

Saint é conhecida pelas letras com temática bem negativista ante essa nossa existência carnal. E Too Late for Living é um resumo da ópera perfeito, por conter bem a situação desesperadora daqueles que desperdiçam suas vidas nas coisas passageiras, afinal "como poderia eu saber que hoje seria meu último dia na Terra? Tudo aquilo que eu obtive agora são coisas completamente sem valor".

50 - Krig - Mercenary Pastor

Músicas criticando os falsos profetas são comuns dentro do cenário do rock cristão, mas essa aqui da Krig é bem direta ao ponto, ao comparar esses porcos com pessoas que estão vendendo a igreja - a preço de banana, diga-se de passagem, já que o preço do sangue de Cristo é infinito!

51 - Armageddon USA - The Money Mask

Armageddon ficou pra traz no mundo do metal cristão, apesar de sua qualidade fantástica. The Money Mask é uma prova disso, ao falar acerca do mercenarismo e da cegueira causada pelo amor ao dinheiro, raiz de todos os males e que remove de nós a visão do Criador de tudo e de todos, mais valioso que todo dinheiro do mundo.

52 - Trytan - Deadly Masquerade

Uma faixa daquelas! Um recado da banda para o "mestre das máscaras", satanás: "você faz de tudo pra me distrair, mas eu jamais voltarei atrás, então brinque sozinho aí em seu próprio jogo de máscaras mortal!"

53 - Guardian - Curiosity Killed the Cat

"A curiosidade matou o gato!" Frase bem aplicável àqueles que se deixam levar por atrações perigosas ofertadas pelo sistema desse mundo. Temos de ser vigilantes, porque "quem brinca com fogo sempre vai se queimar, há coisas que alguns parecem nunca aprender..."

54 - Demon Hunter - Lead us Home

Em meio aos anos esquecidos, lágrimas vertidas e decepções sofridas, devemos manter nossa esperança Naquele capaz de nos levar de volta pra casa. Até hoje minha canção predileta do DH.

55 - Rackets and Drapes - Plastic Jesus

Uma crítica dura aos que fazem e cultuam imagens, "Plastic Jesus" é um achado! Brutal e dura realidade que é negada infelizmente pelos que ainda cultuam essas imagens, esses "manequins, uma estátua que não representa nada real!"

56 - As I Lay Dying - Nothing Left

Em geral as letras do AILD sempre trouxeram uma linguagem mais críptica, porém sem perder o foco. Nothing Left deixa isso claro, ao declamar aquilo que será nosso destino: no último suspiro não sobrará nada daquilo que um dia teve valor nessa terra.

57 - Pantokrator - The Order of Melchisedec

"Melchisedec Melech Salem" (Melquizedeque, Rei de Salém), representação de Jesus Cristo, o Sumo-Sacerdote segundo a ordem de Melquizedeque. Essa faixa é um louvor direto ao Rei Eterno, aquele a quem Abraão "ofereceu seus espoilos de guerra".

58 - Sister Rosetta Tharpe - Strange Things are Happening Every Day

A faixa considerada por muitos como o marco zero do rock, apesar da letra relativamente simples, reflete bem a missão do Evangelho: "se quiseres ser curado de tuas mentiras, você pode viver na retidão! Coisas novas acontecerão todos os dias!!!"

59 - Dallas Holm - Rise Again

Não importa a humilhação que submeteram nosso Senhor, Ele ressurgiu dentre os mortos, e aqueles que zombam da Palavra e de Sua promessa que um dia Ele voltará pra nos buscar irão ficar atônitos, pois Ele voltará!!!

60 - Katsbarnea - Consumo

Kats sempre foi um celeiro de faixas geniais, em especial confrontando a liberalidade de um mundo repleto de falsas saídas nas drogas e vícios. Consumo é a melhor faixa nesse sentido, ao mostrar que "nos painéis e outdoors escuto sempre a voz: SUA VIDA ESTÁ SENDO RETALHADA E DESTRUÍDA, SUA VIDA ESTÁ SENDO CRUELMENTE CONSUMIDA!" Esse consumismo que vivemos no fim nos conduzirá a nos consumirmos até a fatídica autodestruição. Só em Cristo nos libertamos desse ciclo vicioso.

61 - Rebanhão - Palácios

Rebanhão foi fundada por um mestre incrível no quesito lírico: Janires. Difícil escolher uma faixa só dele pra colocar na lista, mas curiosamente a melhor letra do Rebanhão foi justamente uma que ele não escreveu e sim Pedro Braconnot: Palácios. Uma crítica profunda ao ânimo dobre de muitos que uma hora dizem ser de Deus, noutra hora estão aprisionados às mentiras do egoísmo, consumismo e dos vícios desse mundo.

62 - Troad - Circunstâncias

Rod Mayer é um dos melhores compositores cristãos brasileiros, e curiosamente um dos menos lembrados, tendo letras suas cantadas por diversos grupos como Vencedores por Cristo, Renascer Praise e sua própria ex-banda, Troad. De todas suas canções, sem dúvidas Circunstâncias é minha predileta, pois contém uma mensagem simples e direta: Não desista, no que Deus nos prometeu e no Seu Caminho - Sua Palavra - jamais seremos derrotados: "Deus nos deu Jesus Cristo e com Ele vamos chegar!"

63 - Improviso Divino - Hantavirus

Mais uma música que compara o pecado como uma doença, doença essa causada por nós mesmos, e que Jesus nos libertou, porém devemos sempre estar vigilantes "cuidado, não se torne um escravo mais uma vez!"

64 - Holy Soldier - See No Evil

A humanidade chegou num ponto em que o aborto é algo banal, com diversos movimentos supostamente defendendo o direito das mulheres de assassinar (sim, é assassinato e acabou-se!) seus fetos. Reflexo de uma juventude cada dia mais sexualizada, que tal qual aqueles macaquinhos, "não veem o mal, não escutam o mal, não falam nada de mal", só que essa falsa inocência vai nos conduzindo cada dia mais ao genocídio de inocentes que são vítimas das mentiras que escutamos e "simplesmente olhamos pro outro lado" invés de nos mantermos firmes e dizer "é pecado, é crime, gostem ou não!" Pena que vemos muitos ditos cristãos "pós-modernos" tentando abafar essa verdade.

65 - Stryper - Soldiers Under Command

OK, essa talvez seja a faixa mais clichê da lista, mas nem é. Soldiers Under Command é uma declaração de união ao exército celestial, ao general supremo, o Yahweh Tsebaoth. Vamos também ser soldados debaixo do comando de Deus!

66 - Light Force - Metal Missionary

Declaração de guerra, Metal Missionary fala por si só, uma faixa que nos impulsiona a levar a Palavra a todos, sem necessariamente mudar completamente seu modo de vestir ou seu gosto pessoal, mas sim seguindo sem medo ao Criador, e assim por nosso compromisso com Deus "a diferença será muito clara!"

67 - Bloodgood - Alone in Suicide

Suicídio é um assunto espinhoso demais até hoje. O que leva pessoas a um estado depressivo e suicida? Diversas coisas, e não necessariamente é algo exclusivo de quem não se declara cristão - muitos servos de Deus se pegam em situações depressivas (Até Elias o profeta passou por isso) e alguns infelizmente caem no suicídio. Nessa faixa o Bloodgood mostra que a melhor alternativa não é se isolar e sim deixar que Deus esteja conosco para nos fazer ver a beleza da vida.

68 - White Heart - Bye Bye Babylon

"Adeus à Babilônia". Parece versos de banda de reggae né, mas não é o caso aqui. Bye Bye Babylon é sem dúvidas a melhor canção de uma das melhores, senão a melhor, banda de AOR Cristã, um adeus a todas as mentiras que o sistema desse mundo impõe às pessoas.

69 - Vigilantes of Love - Love Cocoon

Uma faixa que causa até hoje provavelmente, é o que poderíamos chamar de "Cantares de Salomão do século XX", uma música poética e doce sobre o leito de amor de um casal. Acho digno, pra mim a melhor faixa romântica da história do rock cristão, a despeito da linguagem - que não é explícita, usa muito de metáforas para falar da relação sexual.

70 - Desertor - Aborto Não!

"O ABORTO É UM CRIME CONTRA A RAÇA HUMANA!" Poucas músicas atacam tão frontalmente esse crime hediondo e como Deus vê tudo isso, com ira e com o desejo de justiça cada dia maior contra a desolação que vivemos. "Cristo morreu pelos fetos também!"

71 - Underoath - Young and Aspiring

O espelho revela nosso maior inimigo. Somos um desastre clássico sem Deus em nossas vidas. Não importa se jovens ou velhos, sem Deus estamos apenas correndo em círculos e brincando com nossas mentes que somos livres, mesmo sendo escravos de nós mesmos.

72 - Randy Rose - Pain

Randy consegue desde os tempos do Mad at the World trazer letras bem geniais. Essa é mais uma dessas que eu amo, sobre salvar-nos desse mundo de dor e de mentiras, com uma interpretação que tornou ela mais pesada ainda.

73 - Seventy Times Seven - O Desespero de Caim

Já pensou como seria estar na pele de Caim? Na realidade talvez muitos de nós passamos por situações próximas - talvez não tão absurdas e fraticídas como as de Caim -, e arcar com as consequências terríveis de nossos atos ante Deus. Essa música passa essa mensagem com maestria.

74 - Jerusalem - Rebels of Jesus Christ

Rebeldia é o que costumam sempre associar negativamente ao rock'n'roll. Mas já pensou na possibilidade de virarmos REBELDES de Jesus Cristo? Ou seja, rebelar-se contra o sistema diabólico desse mundo! Junte-se ao exército dos rebeldes de Jesus Cristo!

75 - Bob Dylan - Gotta Serve Somebody

O único cantor vencedor do NOBEL, Bob Dylan escreveu letras geniais a vida inteira, e em seus discos voltados completamente para Jesus Cristo ele deixou uma pérola insuperável: nós podemos achar-nos livres, mas a verdade é que nós sempre servimos a alguém. Sempre. Mesmo como um desaforado John Lennon diria pouco antes de morrer zombando da música de seu antigo ídolo "eu sirvo a mim mesmo!" Dylan deixa claro que na realidade no fim há duas opções inescapáveis: "talvez seja ao diabo, ou talvez ao Senhor, mas todos servimos a alguém!"

76 - Sacrament - Testemony of Apocalypse

Músicas tentando ilustrar o apocalipse são em geral fantásticas, claro que sem tentar entrar nos méritos de "histórico, literal, futurista, metafórico" ou quaisquer outras interpretações do apocalipse, mas deixando claro o caos que esse mundo chegará sem seguirem a palavra e o testemunho de Cristo. A destruição é certa!

77 - Kekal - Default

Letras bem insanas é uma das receitas do Kekal em sua curiosa história como a única banda cristã de metal a fazer sucesso na Indonésia - ainda mais com um dos sons mais loucos da história -, e nessa eles ilustram o desejo constante de fugirmos da nossa procissão rumo ao sepulcro sem o Verdadeiro Guia para nossas almas. "Liberte-nos desse nosso processo de decadência!"

78 - Brian "Head" Welch - Save me From Myself

A fortíssima conversão de Brian Welch foi seguida de uma das canções de reconhecimento do estado de miséria de nós mesmos sem Deus, e um dos pedidos mais desesperados a Deus para que liberte-nos de nós mesmos, liberte-nos de nosso inferno!

79 - Carpark North - Save me From Myself

"Ué, uma música com o mesmo nome da anterior?" Pois é, mas aqui a linguagem de pedido a Deus para mudar seus caminhos é tão forte quanto a anterior, ainda que seguindo um caminho aparentemente menos desesperado e sim convicto de que Deus "salvou-me, salvou-me de mim mesmo, não há mais nenhum para que eu siga além de Ti!"

80 - Phil Keaggy - Your Love Broke Thru

Lembrado muito pelo seu impressionante talento como guitarrista, foi entretanto com essa letra de Keith Green que Phil se superou, sendo esse seu maior sucesso até hoje. A sensação de acordar de um longuíssimo sonho e se reencontrar da perdição das fantasias que nos cegavam, até que o amor de Deus nos libertou, algo que ilustra também a vida dos muitos que fizeram versão dessa música, mas muito além, do próprio compositor original, que se colocou em diversas religiões e filosofias até que encontrou a Verdade que liberta.

81 - Paramaecium - The Birth and the Massacre of the Innocents

A rainha do doom metal mundial no seu disco de estreia fez um opera-rock sobre vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. A primeira faixa, também chamada de "The Unnatural Conception in Two Parts" é um achado, longuíssima e falando do mistério da imaculada concepção de Jesus, seu nascimento, fuga para o Egito e o terrível massacre dos inocentes promovido pelo ímpio rei Herodes com medo de perder seu reinado para o Rei dos reis, tudo numa linguagem absurda e genial.

82 - Divine Symphony - Reform

O conceitual "The History", baseado numa série de livros sobre a história do cristianismo, possui faixas em que cada uma é nomeada pelo nome de um dos livros. Reform é baseada no livro que eu possuo dessa série, falando de maneira genial da luta dos reformadores para purificar a igreja contra os abusos e heresias que imperavam na então "soberana" igreja católica romana. Divine Symphony

83 - Brother Simion - Orgulho

Simion sempre foi pra mim o melhor compositor e letrista do rock nacional - Janires é fora da curva, vai muito além do rock -, e com essa faixa, muitas vezes meio esquecida num disco em que todos lembram de cara de "Esperança", mas com uma mensagem forte contra um de nossos maiores inimigos: nosso próprio orgulho. "Como é enganoso o coração, orgulho, uma semente de veneno!" Um dia os que se exaltam serão humilhados!

84 - Possession - Beyond the Grave

Com uma intro assustadora chamada "Opening a Doorway into the Occult", Beyond the Grave é uma das mais raras faixas a falar de ocultismo e dos enganos que existem nele. Eu poderia escolher qualquer faixa do Betrayal dos dois primeiros discos, mas por incrível que pareça nenhuma é tão forte e assustadora como essa. Acho que só a faixa que dá nome à banda Black Sabbath tem uma descrição tão assustadora e desesperada do autor em querer sair dessa loucura.

85 - Ressurreição - Aos Cães

Uma das primeiras bandas de punk cristão nacional, Ressurreição sempre prezou por letras críticas e sem rodeios. Aos Cães é um tapa na cara de nossa classe política corrupta que entra governo passa governo e continuam os mesmos, mudam caras, ideologias e blá blá blá, mas continuam cães e ladrões, que devem saber todos esses infames filhos de belial: "Os cães não entrarão no Reino, ladrões não entrarão no Céu!"

86 - One Bad Pig - GodArchy (Anarchy is Prision)

Embora eu seja simpatizande do anarquismo (minha fala na faixa anterior não deixou muitas dúvidas quanto a isso né kkkkk), eu não sou um anarquista do gênero Sex Pistols, que xinga até mesmo a Jesus Cristo, e sim alguém que sabe que existe sim UM Único digno de toda reverência, meu único verdadeiro Rei, Governante Supremo, Deus! Então, "diga-me, em que você acredita? Jesus ou anarquia? Onde você irá estar? Venha para o Governo Divino!" Sem Deus todas as ideologias são prisões - anarquia inclusa. Só Deus é liberdade verdadeira.

87 - Third Day - Consuming Fire

Mano, ouvir essa música mexe comigo demais! Nosso Deus é fogo consumidor, e Ele derrete nossos corações gelados. Essa é a certeza que nos mantém vivos: as misericórdias do Senhor que se renovam a cada manhã e destroem toda frieza que insiste em nos abater.

88 - Carman - The Champion

Carman é um especialista em construir letras tentando ilustrar situações bíblicas, em geral usando de linguagens metafóricas, como "Sunday's on the Way", "Ressurrection Rap", "Lazarus Come Forth" e claro, essa, em que a batalha de Jesus contra o diabo vira uma luta de boxe (!), que em determinado momento parece vencida pelo diabo, quando ele em terror percebe que na realidade perdeu pra sempre ante O CAMPEÃO!

89 - Torn Flesh - Gay Rights?

"Você verá os seus direitos em Romanos 1:26-30, se você queria direitos gays, ei-los aí!" Não, não é uma faixa homofóbica, e sim uma verdade que muitos "cristãos" pós-modernos seguidores da farsa inclusiva e dos abusos existente em muitos expoentes da teologia emergente tentam negar em nome do politicamente correto: Deus criou o homem para a mulher e a mulher para o homem. Simples assim, gostem os gays militantes ou outros similares a estes ou não. A Mensagem Eterna não pode ser amenizada pra agradar ninguém, nem a nós mesmos!

90 - Sweet Comfort Band - Runnin' to Win

Um dia todas as guerras irão acabar: Jesus Cristo voltará. E por isso devemos seguir em frente sem medo do mal que nos atenta, vamos seguir correndo para a vitória, nunca olhando pra trás. "Cada vez mais sigo profundamente nesse propósito, seguindo firme e forte para vencer!"

91 - Candelabro - Estevão

Uma das letras que mais me marcou na vida, tentando imaginar o que passava na mente do diácono Estevão, o primeiro mártir, sem medo dos olhos e expressões de ódio daqueles que o apedrejavam - literalmente -, que deve marcar a todos nós para seguir seu exemplo. "Onde a Verdade te coloca, te faz persistir, resistir ou desistir? Olhando bem fundo no seu coração, és um covarde, um traidor ou um cão, ou te colocas pronto a morrer pelas Verdades que tu crê?"

92 - Artecristã/MILAD - Os Sonhos Evaporam

A banda pernambucana Artecristã uniu-se ao MILAD e algumas de suas letras acabaram ganhando vida, sendo essa provavelmente a melhor de todas, mostrando uma realidade cruel e imutável: as revoluções, ideias e sonhos humanos, por mais brilhantes que sejam, no fim virão vapor, e a única mensagem imutável e indestrutível é Jesus Cristo em nosso viver.

93 - Maurão - Atalhos e Estradas

O compositor favorito de Janires, Maurão segue pouco conhecido pela mídia gospel em geral, mas aqueles que tiveram o prazer de ouvir suas poesias sabem bem a capacidade dele em falar de realidades da vida e transplantar elas para a fé. Curiosamente essa faixa dos anos 1980 parecia prever a loucura da teologia da prosperidade dos anos 1990 até hoje: "Ele é o Filho de Deus, mas muitos preferem os filhos dos 'deuses' que 'fazem milagres', SÓ COM DINHEIRO QUE TEM MILAGRES, SE NÃO TEM DINHEIRO MILAGRES NÃO TÊM!"

94 - Banda Azul - Espelho nos Olhos

Um resumo básico da capacidade lírica de Janires aparece aqui. Uma canção meio autobiográfica e curiosamente meio até premonitória (os versos "mas agora já é hora de ir embora viajar, descobrir outro mundo, outro lugar, guardo no peito saudades de vocês" parecia prever a partida breve de Janires em 1988), uma ilustração poética de uma vida dedicada a Deus.

95 - Tourniquet - A Dog's Breakfeast

As letras do Tourniquet em geral são de uma elaboração absurda, principalmente por possuir muitos termos medicinais cabulosos como uma alegoria de nossas vidas. Porém nenhuma faixa dessas pra mim supera a beleza e ao mesmo tempo a mensagem dura de "A Dog's Breakfeast", um ataque frontal a diversas seitas e heresias, como a cientologia, os testemunhas de jeová, a nova era, o mormonismo e a perversão do "movimento da fé", que inspirou a confissão positiva e a teologia da prosperidade, usando inclusive frases desses insanos, como o tão cegamente amado por muitos cristãos desavisados Kenneth Hagin (o autor da diabólica frase "Eu tenho fé na minha própria fé, pois sou um pequeno deus").

96 - Extol - Christianity Misundertood

Desde os primórdios, Extol sempre trouxe letras criativas, e essa aqui é minha predileta, ao atingir muitos que transformam o cristianismo num conjunto de regras e normas invés de a Verdade que liberta. Melhor letra acerca desse assunto.

97 - Juízo Final - Juízo Final

Originalmente um rap irado, um dos primeiros raps cristãos brasileiros, "Juízo Final" em 2000 ganhou uma versão rapcore/nu metal fortíssima, e o que dizer da letra? Uma exortação fortíssima àqueles que brincam com as coisas dessa vida e acham que não precisa de saber de nada acerca do Autor da Vida, àqueles que "diante dos homens mostra personalidade, mas aos olhos de Deus está uma calamidade!"

98 - Comunidade S8 - Você Precisa Renascer

Provavelmente a inclusão mais obscura de todas nessa lista, as canções da Comunidade S8 são muito poéticas e ilustram uma fé simples e genial. Essa aqui é um alerta aos que não percebem o perigo dessa nossa negra terra, onde a única solução é o renascer pra Deus, pois "muitos anticristos se levantam, trazendo a falsa paz com ferro, morte e pão". Aos vencedores da derrota que poetizam falsas libertações, um alerta: Deus nega a todos esses, você precisa renascer!

99 - Bride - Same Ol' Sinner

Um reconhecimento diário: o pecado continua a nos espreitar, e o desejo por ele continua muito forte em nosso viver! Quando nos achamos muito fortes, aí que somos fracos: somos ainda o mesmo velho pecador.

100 - Complexo J - Sábado Quente

"Fazemos parte da instituição que a tudo condena pra se proteger". Frase dura no meio de uma música que parece falar mais do amor que Deus tem por nós, mas justamente deixando claro que em Cristo não temos o direito de condenar ninguém, e sim mostrar o amor de Deus, pois Ele "se importa em nós!"

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Boa jornada de quase oito horas de música fantástica pra você!