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sábado, 25 de janeiro de 2020

Lust Control




"A pior banda da década de 1990!" - HM Magazine

OLHA QUE IRONIA, UMA BANDA DE ROCK QUE COMBATIA O ABORTO!!! ACHO QUE SEU DANTE MANTOVANI PRECISA REVER SEUS CONCEITOS SOBRE ROCK LEVAR AO ABORTO KKKKKKKKKKKKKK


Sem dúvidas a banda mais CONTROVERSA do punk cristão, Lust Control é uma banda que surgiu em 1988 em Austin, Texas, EUA e seguiu até 1995, voltando à ativa em 2011 e seguindo até hoje. Ok. era uma banda meio "forçada" pela revista HM (haja vista que o vocalista e líder da banda é Doug Van Pelt "Gene", o criador da Heaven's Metal Magazine) e na época ladeado pelo pastor de jovens Maury Millican "Duane" (baixo), Phillip Owens "George" (bateria) e Paul Q-Pek "Stanley" (guitarra, também da One Bad Pig). Usavam máscaras de ski e pseudônimos por conta da temática pesada que a banda sempre se guiou a fazer até aos dias de hoje: a sexualidade. Mas antes que alguém ache que "opa, a banda incentiva sexo livre e coisa assim?" Não não, amigo, pelo contrário, eles batiam na tecla da abstinência e combate a comportamentos sexuais, pornografia, aborto, além de bater de frente contra alguns líderes de movimento ateísta como Madolyn Murray O' Hair, dentre outros.  Acredita-se que o Lust Control foi a precursora do movimento XXXChurch (aqui no Brasil chamado de SexxxChurch), que faz um trampo evangelístico forte em especial na indústria pornográfica.


This is Condom Nation (Demo K7, 1988)

01 - Grace!
02 - Rude Awekening
03 - Madolyn Murray O'Hair
04 - Wretched
05 - Apocalyptic Nightmare
06 - I Want to Die
07 - Mad at the Girls
08 - The Big "M"
09 - You Make Me Puke
10 - There is a Fountain/Grace Reprise

Hardcore/thrashcore que remete bastante a fase mais HC do Ramones. Uma música mais porrada que a outra. Mas as letras deixaram os cristãos legalistas de direita americanos apavorados. Afinal não era todo dia que se via uma banda cristã fazer uma música como "The Big 'M'", em que esse "M" aí é MASTURBAÇÃO(!), ou uma música como "You Make me Puke" que era um tapa na cara dos santarrões de igreja que seguiam o princípio de vida dupla (o "crente raimundo, um pé na igreja, outro no mundo"). "Apocalyptic Nightmare" faz uma representação bem curiosa do retorno de Jesus e o arrebatamento da igreja, e "Madolyn Murray" (que inclusive foi parar na coletânea Heavy Righteous Metal II de 1990) é sobre a ativista ateia Madalyn Murray O'Hair que foi fundadora e presidente da American Atheists e chegou a ser defensora da campanha a presidência dos EUA de 1984 de Larry Flynt, dono da publicação pornográfica Hustler (curiosamente ela e parte de sua família foram sequestrados, mortos, esquartejados e ocultados em 27 de agosto de 1995 por um dos empregados da American Atheists que também roubou os fundos financeiros da organização).

The Big "M" ganhou um bizarro videoclipe, o primeiro de uma série de videoclipes insanos da banda.



Dancing Naked (K7, 1989)

01 - Rebuke
02 - Jesus Washed His Feet
03 - Dancing Naked
04 - What About Your Wife?
05 - Fun, Fun Feeling
06 - Living in the New Age
07 - Witch Hunt
08 - What's Goin' On?
09 - Say It Like a Rock Star
10 - Big Bang!
11 - Deliverance
12 - John Styll
13 - Operation Rescue
14 - That Groove Thing
15 - You Too
16 - Planned Parenthood/Grace Reprise

"Dançando desnudo ante o Senhor, dançando desnudo quando seu espírito foi purificado, dançando desnudo, ele não se envergonha, dançando desnudo, ele estava adorando o nome do Senhor!" Essa letra fala de quando Davi dançou ante a Arca da Aliança, que no Primeiro Testamento representava a presença de Deus, quando esta voltou para a Terra de Israel, e essa dança foi tão intensa que ele acabou praticamente desnudo ante todo o povo (2 Samuel 6.12-23). Mas tenho certeza que muita gente com cara de anjo não percebeu a referência e acusou a banda de estimular o nudismo (nada a ver, pra uma banda que pregava contra a sexualidade pervertida!). E sem dúvidas esse disco trazia um monte de tapas na cara, como "Living in the New Age" (sobre o patriotismo fingido dos estadunidenses), "Jesus Washed His Feet" (posteriormente renomeada pra "Jesus Washed Judas's Feet", pra falar sobre perdoar seus inimigos), "Planned Parenthood" (contra as ideias de "planejamento familiar" que tentavam aprovar nos EUA que estimulava o sexo livre e o aborto), dentre outras. A sonoridade seguia sendo um pouco de Ramones HC com The Clash - mas com uma pegadinha mais thrash -, e mantinham algumas músicas minúsculas como Witch Hunt e John Styll, além de experimentações como "Say It Like a Rock Star" e "Fun, Fun, Feeling".

Cheap Alternatives to Empty-Vee (VHS, 1990)
Não tenho informações precisas desse material.
CORREÇÃO: Achei no canal do Doug Van Pelt a VHS completa,
basicamente é um material com clipes, apresentações e uma entrevista com a banda.



Fun Fun Feeling (compilação, 1991)

01 - Rebuke
02 - Big Band
03 - Fun, Fun Feeling
04 - Jesus Washed Judas' Feet
05 - Dancing Naked
06 - John Styll
07 - That Groove Thang
08 - Say It Like a Rockstar
09 - Swimsuit Edition Wallpaper
10 - You Too
11 - Circumcised, Baptized, & Moon Pies
12 -
Living In The New Age
13 - Witch Hunt
14 - What About Your Wife?
15 - What's Goin' On
16 - Madolyn Murray O' Hair
17 - Apocalyptic Nightmare
18 - Rude Awakening
19 - I Want to Die
20 - Wretched
21 - There is a Fountain/Grace Reprise
22 -
Madolyn Murry O'Hair (Cornerstone Live Version)
23 - Dancing Naked (Cornerstone Live Version)

Basicamente um compilado com as melhores das duas K7s, mais três faixas novinhas em folha ("Swimsuit...", "You Too" e "Circumcised..."), além de duas faixas ao vivo gravadas no Cornerstone (acredito que o de 1989 ou 1990, já que as versões lembram muito o que aparece na VHS "Cheap Alternatives..." de 1990).


We Are Not Ashamed (1992)


01- Grace
02 - Leave Amy Alone
03 - You Make Me Puke
04 - Return to Vomit
05 - Planned Parenthood
06 - The Big "M"
07 - Deliverance
08 - If You Fail
09 - Virginity Disease
10 - The Secret
11 - Real Men Cry
12 - Pray for the City
13 - Mad at the Girls
14 - Speaking in Tongues
15 - Get Married
16 - Operation Rescue
17 - Victim of Revolution/Grace Reprise

Disco mais insano do início dos anos 1990 na música cristã, pela banda mais bizarra da história da música cristã até então. Algumas músicas já eram velhas conhecidas, com uma melhor gravação e qualidade de arranjos (além de que Grace, a clássica música da banda, ficou ainda mais rápida aqui). Letras abordando a luta da banda contra a sexualidade "livre", as "leis LGBTX" (na época chamadas de "Gay Rights"), contra a pornografia, masturbação, o "ficar" (Mad at the Girls), o machismo (Real Men Cry) e o sexo fora do casamento (essa última bem representada por "Virginity Disease" e "Get Married", essa última dona de um dos muitos clipes que esse disco ganhou). Mas se tem uma música que eu fiquei bem encantado foi "Leave Amy Alone", contra as pessoas que criticavam a vida da Amy Grant (à época Amy, tal qual Michael W. Smith e Michael English, tentavam expandir suas carreiras pra além das fronteiras da música cristã, o que causou muitas críticas imbecis de legalistas de plantão - isso incrivelmente não mudou muito, se uma banda cristã se declara "secular" já chegam uma chuva de dedos tolos apontando). Lust Control, na contramão dessa turma, aconselha a galera a orar por ela e a deixar em paz. "Victim of Revolution" rola até um rap!


Capa da versão da Roxx de 2019
Feminazi (EP, 1994)

01 - Feminazi
02 - Don't Kill You
03 - Temptation
04 - I Blew the Clinic Real Good (Steve Taylor cover)
05 - Apocalypic Nightmare (live)
06 - Real Men Cry (live)
07 - Thermo Sermo

(A versão de 2019 vem com várias faixas bônus).

Antes do termo "feminazi" virar modinha, a Lust Control já usava, nesse EP bem mais thrash metal do que Punk/HC. Contra aquelas feministas filhinhas de Simone de Bevoir e similares que hoje em dia abundam por aí, invés de lutarem pela igualdade feminina, lutam por "direitos" como aborto livre e outras aberrações do gênero, e se acham "donas da verdade", criando vocabulários como "mansplaining", "empoderamento" e outras coisas do gênero que na verdade são outra forma de opressão disfarçada, já que se alguma mulher se recusar a viver nos padrões determinados pelas Feminazis como os "certos" já são vistas como "machistas" (what that hell?). Enfim, é um disco bem louco, em especial pela versão da música do Steve Taylor. Recomendo muito, é o mais pesado até então do grupo. Lamentavelmente o último por muitos anos.



Worst of Lust Control (coletânea, 2001)
Coletânea com músicas das duas K7s dos anos 80 e algumas do EP Feminazi

We Are Not Ashamed: Get it Right Second Time (2006)
Constitui-se de todo o disco We Are Not Ashamed, mais uma penca de faixas-bônus,
dentre elas faixas não usadas no disco original, a primeira K7 completa,
rádio spot de lançamento do disco, comentários e faixas ao vivo.
Nessa época a banda fez uma curta aparição no Cornestone Festival, que dá pra achar no Youtube.
O disco vinha com quatro opções de capa, inclusive uma bem controversa:
uma foto de um cocô de cachorro. É sério kkkkkkkkk

Capa alternativa
Tiny Little Dots (2013)

01 - Finger
02 - Bully Bully
03 - Sheepeater
04 - Dear John (Butch)
05 - When Dan Was In the Band
06 - Make Money and Die
07 - As I Lay Crying
08 - Faith Don't Fail Me Now
09 - Fire Ants
10 - There Go I
11 - Meat
12 - Tiny Little Dots (Oh Baby)
13 - G.D.P.


Depois de anos sumidos da cena e com Doug Van Pelt mais preocupado com a HM Magazine e posteriormente com a Heaven's Metal Fanzine, ele decidiu enfim retomar o projeto, aos poucos no início dos anos 2010, e enfim lançando o "Tiny Little Dots", com sua capa polêmica ao extremo (algo que nem é mais novidade em se tratando deles) e sua capa alternativa fazendo uma óbvia brincadeira com a capa "censurada" de "To Hell With the Devil" (1987) do Stryper (já que o Stryper também passara por uma censura na capa original do THWTD, como a maioria deve saber bem). Musicalmente a banda não mudou em nada seu estilo thrashcore/crossover, inclusive colocando vocais bem pesados em alguns momentos, como nas faixas "Sheepeater" e "Dear John". A nova formação do grupo trouxe mais qualidade, um pouco de influências do hardcore melódico e até do metalcore são audíveis aqui. As letras seguem com seu tom ácido e crítico, falando até de temas como bullying, ganância por dinheiro e sucesso e até uma homenagem (eu acho) de levis pro As I Lay Dying - e provavelmente fazendo menção à prisão do Tim Lambesis naquele ano -, e acho que também uma zueirinha com o ex-baterista deles, Dan Poole (o "Matt"). "Dear John (Butch)" é cantada pelo baixista John Wilson "Butch", que já toca na banda desde 1990. Já "Faith Don't..." é um rastapunk (reggae com punk), algo que a banda ainda não tinha explorado até então. O disco foi produzido por entre outros Rocky Gray (Living Sacrifice, Soul Embraced, Evanescence).

Realmente um retorno digno da "pior banda dos anos 1990". E como sempre, muita polêmica voluntária por parte desses malucos com máscaras de ski, os "Josh McDowell do rock cristão", o "Spinal Tap cristão", seja lá como você quiser definir, eles seguem fazendo uma música insana, porém com uma mensagem forte, as vezes bem polêmica, porém impossível de ser ignorada.








E aí, será que esse rock é "ofensivo"? Só se for pros falsos moralistas!

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