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sábado, 22 de junho de 2019
Troad
Troad foi uma banda paulista que surgiu no finalzinho dos anos 1980 e durou até o início dos anos 2000, sendo criada por 3 dos filhos do jazzista Reinaldo Mayer, Rod (guitarra, violão e voz), Rosana Abbud (voz) e Rosângela "Pitita" (bateria, um caso raro na história do rock). Por ela passaram nos primórdios duas cantoras fantásticas: Ana Raia (também piano) e Jimena (Rhimena) Abécia, além de músicos como Esdras Gallo (saxofone), Jeziel Liasch (programação M.I.D.I., também membro da banda de black music cristã Banda Rara), Cebolinha (guitarra, também membro do Actos 2 e Kadoshi), Márcio de Carvalho "Woody" (teclados, também do Oficina G3 e Renascer Praise e vários outros) e Jader Junqueira "Jadão" (baixo, também do Katsbarnea). Esses e mais Emil Szabo e Edmilson Bosco nos arranjos de metais, gravariam o fantástico disco "Águas" de 1991. Posteriormente a banda sofreu uma enorme reformulação, em especial a troca de Rod Mayer por Volpi Vox e com essa reformulação, que deixou a banda mais "banda" de fato lançaram mais 2 álbuns, além de um especial de Natal chamado Natal Ville (já que boa parte da banda fazia parte da Igreja Renascer Alphaville) e foram os principais divulgadores do movimento Sou Careta Drogas Bah!, que com os Show Careta Drogas Bah! levavam pelo país afora a luta contra as drogas. Curioso que muitos conhecem esse movimento hoje em dia e nem imaginam que a Troad foi a maior divulgadora!
Águas (1991)
01 - Excelente
02 - Águas
03 - Fala Senhor
04 - Renascer
05 - Herói
06 - Capital
07 - Pai da Eternidade
08 - Árvores
09 - Só Depende de Você
Mais calmo, com várias canções épicas, como "Águas" (com as três vocalistas fazendo um vocal irado), "Árvores" e "Excelente" (essa última ganharia anos depois uma versão lindíssima de Sandra Simões com o compositor original dessa música, Tarcísio Barbosa). Além desses sons mais suaves, também conta com canções mais ritmadas, como o rock de "Renascer", o funk de "Capital" e a pegada meio jazzística de "Pai da Eternidade", tudo isso com letras geniais de Tarcísio Barbosa e do próprio mestre Rod Mayer. Disco pouco lembrado na atualidade, entretanto entrou na lista dos 100 maiores discos cristãos dos anos 1990, na 88º posição.
Sinceridade prá Mudar (1995)
01 - Sinceridade prá Mudar
02 - Adoradores
03 - Circunstâncias
04 - Inspirador da Vida
05 - Jericó
06 - Utopia
07 - Pés na Areia
08 - Trilhar
09 - O Tempo Passa
10 - A Busca
Reformulação bem vinda, a banda ganhou uma pegada bem mais moderna que a do primeiro disco, adquirindo elementos do funk americano e do rap, "Sinceridade prá Mudar" (que ganhou um videclipe irado na época) traz músicas bem mais acessíveis, mas mantendo a qualidade nas letras. A releitura da tradicional "Jericó" ficou muito boa, além de "Circunstâncias", uma faixa com uma letra absolutamente genial e uma levada mais heavy metal, fugindo um bocado da linha mais black music tradicional da banda. O surf rock de "Pés na Areia" (composta por Estevam Hernandes, Brother Simion e Rod Mayer - olha que time!) também é muito digno de nota nesse álbum, que provavelmente é o que passa mais despercebido dos três da banda.
Por um Fio (1998)
01 - Vinte e Cinco do Doze
02 - Mais Nada
03 - Mosca
04 - Uma Voz
05 - Eletricidade
06 - Tempo Certo
07 - Onde Você Está?
08 - Música no Ar
09 - Loucura
10 - Renascer
Ainda mais "rapper" que o antecessor, e com pouca influência de rock (talvez só o pop/surf rock de "Uma Voz" mantenha isso, porque até a regravação de "Renascer" perdeu a característica de hard rock progressivo da versão original), "Por um Fio" foi o disco de maior sucesso da banda, apesar que as primeiras 7 mil cópias foram todas doadas pela banda pra campanha Sou Careta Drogas Bah! (eu tenho uma dessas cópias - apesar que a minha eu comprei num sebo, fazer o que kkkkk). Chegaram a ser matéria da revista Marie Claire (ed. 144 de Setembro de 2000, quase dois anos após o lançamento do disco) e a faixa "Mais Nada" tornou-se sem dúvidas a mais executada da banda, pau a pau com "Águas" do primeiro disco homônimo. "Eletricidade" ainda conta com um rap do mestre Amaury Fontenele, que mandou muito bem nessa faixa, feita em homenagem ao movimento Sou Careta Drogas Bah! (incluindo os versos "a vida é uma só/não dá pra brincar/por isso é que eu digo/drogas, BAH!"). "Onde Você Está?" lembra aqueles raps românticos da banda secular Sampa Crew (onde DJ Alpiste começou sua carreira). Vinte e Cinco do Doze é uma referência irada ao Natal, embora nós saibamos que não foi nesse dia exatamente, como a própria música faz questão de dizer "agora entendo quando se ouve/a data SIMBÓLICA, vinte e cinco do doze", apenas como uma forma de mostrar o sentido verdadeiro (tanto que essa faixa fez parte naquele ano do álbum "Natal Ville", bem como uma regravação muito boa de "Ele é a Razão" do grupo Som Maior, com a mesma proposta de falar tanto do natal como do sacrifício do Senhor). "Música no Ar" é um hino às origens do movimento gospel (que curiosamente vivia seus últimos anos, já que após 1999 gospel deixaram de ser um movimento e passou a ser puramente comercialismo, infelizmente). É legal imaginar como era bom aqueles tempos de Dama Xoc nas Terças Gospel, os evangelismos na antiga sede da Renascer na Lins de Vasconcelos (antes da mesma cair), os primeiros S.O.S. da Vida, as primeiras Marchas pra Jesus (quando ainda era mais evangelística do que esse lado politizado e pouco genuinamente cristão), bem como o pelotão de artistas: Brother Simion com o Katsbarnea, Kadoshi, F.O., Troad, Resgate, Oficina G3, Livre Arbítrio, Banda Rara, Essência, João Alexandre, Carlinhos Félix, Rod Mayer, Fruto Sagrado e Rebanhão. Realmente tempos bons que fazem muita falta nessa era mais comercial e menos amorosa. "O amor de quase todos esfriará"... Mas eu creio que a música ainda está no ar, prestemos atenção no que ainda vai rolar, vem a hora já chegou quando os Verdadeiros surgirão e na verdade do Espírito o adorarão!
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Conferir na seção de coletâneas algumas participações da banda nas coletâneas da Gospel Records.
Ver também
Rod Mayer/Mingo & Rod Mayer
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