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segunda-feira, 1 de julho de 2019

Stryper





Não há dúvidas que, embora nos anos 1970 bandas como Resurrection Band, Barnabas, Petra, Out of Darkness, Servant, Vatten, Daniel Band, Jerusalem, Agape, All Saved Freak Band e outras tenham feito um som pesado e ajudado a dar origem ao que chamamos de metal cristão, é inegável que se houve uma banda que colocou o estilo em foco, sendo até hoje uma das bandas mais respeitadas até mesmo no meio secular (em geral pouquíssimo amistoso ao rock com temática cristã) é o Stryper, banda de Orange County, California. Salvation, Through Redemption Yielding Peace, Encouragement and Righteousness (salvação através da redenção produzindo paz, encorajamento e santidade), o nome Stryper tem a ver com essa expressão, mas também com mais duas origens: o versículo de Isaías 53:5, que cita profeticamente os sofrimentos de Cristo, e entre eles as "pisaduras" (strippes, em inglês na versão King James), e também, obviamente, as "strippes" (faixas) amarelas de suas roupas, que ligadas ao preto (Yellow and Black) tornaram eles os "abelhas" do rock cristão.

A banda surgiu em 1980 com o nome Roxx, e posteriormente mudaria pra Roxx Regime. Nessa época os irmãos Michael (vocal e guitarras) e Robert Sweet (bateria e principal criador do estilo curioso da banda) estavam distantes da fé cristã que viviam em sua infância desde 1975. Em 1983 seu amigo (e também tecladista da banda à época) Kenny Metcalf (Justa Band) os estimulou a voltarem pra igreja, e foi num culto do famoso pastor tele-evangelista Jimmy Swaggart (que curiosamente seria um dos maiores opositores do Stryper anos mais tarde - e acabaria tendo alguns problemas sérios por conta de atos de sua vida) que os irmãos voltaram aos pés do Senhor, e assim levaram o Roxx Regime a mudar suas letras para temáticas cristãs, e pouco depois mudaram o nome pra Stryper. Não demorou para tornarem-se uma das maiores bandas do rock cristão - pra muitos até a maior de todas -, mas também causou muitas polêmicas ao longo de toda sua jornada, seja em capas, seja pelo estilo glam no visual (alguns até chamam a banda de "shock rock" - acho bem bizarra essa designação), seja pelo posicionamento da banda de não se rotularem uma banda "cristã", "white metal" e similares, seja pelos momentos complicados da vida da banda no final dos anos 1980 e início dos 1990 (que inclusive levou a banda a uma pausa), enfim, coisas que sempre podem acontecer com qualquer um, pois somos humanos, independente de sermos músicos cristãos ou não. O fato é que nunca negaram a fé, seja na época em que lançavam bíblias personalizadas nos seus concertos (inclusive no Japão - país com pouquíssimo alcance do Evangelho até hoje), seja pelas letras que nunca perderam seu foco em Jesus. A formação mais clássica da banda sem dúvidas são os irmãos Michael, mas também o ex-baixista da secular Stormer Timonthy "Tim" Gaines (que atualmente não se encontra na banda mais) e o guitarrista Richard Alfonso Martinez, mais conhecido como Oz Fox (ou Ozzie em alguns singles antigos - sim, ele se inspirou no Ozzy Osbourne). Enfim, Stryper é uma referência obrigatória para qualquer fã de metal cristão, gostem do estilo ou não.

Curiosidade: As roupas da banda originalmente eram pretas com listras brancas, só que tiveram a ideia de pintar as listras brancas de amarelo, o que deu o estilo inconfundível deles até hoje.

Uma das fotos de um encontro curioso dos anos 1980:
Robert Sweet e o cantor King Diamond (Mercyful Fate),
declaradamente satanista, mas mostrando um respeito
e tolerância que infelizmente falta no espaço do metal "tr00"
e de músicos bem menos talentosos e respeitados que o King Diamond,
sempre com a conversa fiada de "morte ao white metal".

Tour do Stryper com a W.A.S.P. nos anos 1980.
A banda sempre foi criticada por não temer tocar junto a bandas seculares.
Curiosamente Blackie Lawless, vocalista e líder da W.A.S.P. (esse do lado direito)
converteu-se ao Evangelho e atualmente a W.A.S.P. foca suas músicas no cristianismo apenas.
Alguém ainda vai criticar o trabalho evangelístico da Stryper?



Roxx Regime - The Yellow and Black Attack! (demo, 1983)

01 - Wrong to Right
02 - My Love I'll Always Show
03 - Robert's Drum Solo
04 - Loud 'n' Clear
05 - You Won't Be Lonely
06 - You Know What You Do
07 - Co'mon Rock




Na época curiosa do Roxx Regime a banda chegou a ter entre seus membros Scott Lane (ex-Max Havoc) e C.C. DeVille (sim o guitarra da Poison que conseguiu a vaga que quase foi do Slash - esse aí, do Guns'n'Roses - na Poison, mais pelo visual do que pelo talento musical kkkkk). Mas foi com a formação clássica e já refazendo as letras para temática mais cristã (incluindo o 777 - número que embora de origem cabalística tem uma ideia de perfeição em detrimento ao 666, popularmente conhecido como o número da besta em diversas traduções do livro de Apocalipse e comumente usado por bandas de metal pelo mundo). O som da banda era um heavy metal com pegadas de hard rock, com um som rápido e forte em suas músicas, incluindo My Love I'll Always Show e a energética Loud and Clear. A qualidade de produção da demo é bem lo-fi, mas vale demais a pena. Anos depois o Stryper relançaria essas demos numa qualidade muito superior, falarei disso posteriormente.

Versão de 1995 da Hollywood Records
The Yellow and Black Attack! (EP, 1984)


01 - Loud 'n' Clear
02 - From Wrong to Right
03 - You Know What You Do
04 - Co'mon Rock
05 - You Won't Be Lonely
06 - Loving You

OBS: Em versões de relançamento veio na faixa três "My Love (I'll Always Show)", as outras faixas seguem até a 7 e por fim uma faixa 8 - Reason for the Season, advinda do single de mesmo nome.

O disco mais "heavy metal" da fase original da banda, esse EP é basicamente as mesmas faixas da demo de mesmo nome lançada no ano anterior, porém com uma produção muito mais limpa e bem feita, além de uma faixa nova, "Loving You", e uma leve mudada nas letras em "You Won't Be Lonely" e em "Loud 'n' Clear" (essa a mudança foi um pouco mais significativa na realidade). Liricamente eles enfatizam sua fé, "alto e claro", isso é bem claro em "From Wrong to Right", quando citam bandas que cantam faixas "dando glórias ao diabo, isso é difícil de entender, mas nós viemos pra mudar essa história!". O amor pelo rock fica claro em "Co'mon Rock", mas sem perder a ênfase na fé deles. "You Know What You Do" e "You Won't Be Lonely", bem como "Lovin' You" mostram o relacionamento de fé entre um cristão e Deus, sendo a primeira mais pro lado do cristão como deve fazer ante Deus, as outras duas mostrando o cuidado de Deus e seu amor por nós, mesmo sem nós merecermos.

A banda ampliou o EP em 1986, incluindo uma versão mais balada de "My Love I'll Always Show", uma bela canção romântica que eu considero melhor apresentada como balada. Além dela, uma canção chamada "Reason for the Season", que saiu num single comemorativo de natal, junto com outro single, "Winter Wonderland" (que reapareceria anos depois em outro disco relançado).

Ouvi falar que a capa original da EP chegou a causar polêmica por mostrar Deus apontando pra Terra e mísseis sendo lançados contra nós (o que explicaria a arte que apareceria em outras versões). Nunca tinha ouvido falar nisso antes, até que li num blog também daqui do Brasil numa matéria sobre as capas da banda. Enfim, o povo acha polêmica em tudo mesmo... O fato de abrirem pra bandas como Ratt e de terem lançado pela secular gravadora Enigma também foi motivo de polêmicas, a própria Enigma nem imaginava o sucesso que o EP faria, e vendo esse sucesso não demorou a capitanear o disco full no ano seguinte.

Loud 'n' Clear já ganhou uma belíssima death metal brutal de Crimson Thorn, além que o EP na sua versão original ganhou um cover completo da banda Guardian (conferir posteriormente no artigo da banda). Eu mesmo quis em um projeto fracassado meu chamado Tesouro Maior coverizar também o disco completo, com o nome "The Yellow and Red Attack" (as cores da banda eram diferentes). Ainda tenho essas demos guardadas, mas não vejo o porquê lançar ao público kkkkkkkk.

Curiosidade: Há versões bootleg com as faixas "You Know What You Do", "Loving You", "Soldiers Under Command" e "Together Forever" ao vivo, todas extraídas do famoso show da banda no Japão em 1985.

Reach Out/First Love (single, 1985)
Ambas sairiam no disco desse ano

Soldiers Under Command (single, 1985)
Veio também com a faixa "Together as One", ambas
apareceriam no disco seguinte, a primeira como faixa-título

Winter Wonderland (single, 1985)
Comemorativo de natal, também teve a faixa "Reason for the Season"
Reason for the Season (single, 1985)
Também comemorativo de natal, tem duas versões da faixa,
a mais longa, de 6:30, foi a pinçada pro EP "TYABA" a partir de 1986.

Soldiers Under Command (1985)

01 - Soldiers Under Command
02 - Makes Me Wanna Sing
03 - Together Forever
04 - First Love
05 - The Rock who Makes me Roll
06 - Reach Out
07 - (Waiting for) A Love That's Real
08 - Together as One
09 - Surrender
10 - Battle Hymn of the Republic (Tradicional)


"Are you a soldier under God's command?". Indo pra um som mais hard'n'heavy, Stryper através desse disco começa sua jornada rumo ao estrelato. Não a toa nesse mesmo ano estavam indo pro Japão (!). Apesar do peso inegável da faixa título e de "Surrender", as faixas estão muito na linha do que bandas como Mötley Crüe e Cinderella faziam à época, inclusive com refrãos grudentos e com coros iguais aos de "Makes Me Wanna Sing", afora as baladas matadoras como "First Love" e "Together as One" (essa deve embalar casamentos até hoje). A versão da tradicional "Battle Hymn of the Republic", faixa tradicional americana cantarolada na revolução americana (e que aqui no Brasil virou "Vencendo Vem Jesus") chegou a ser usada constantemente como fundo musical de um programa de rádio/TV cristã daqui, o "Espaço Renascer".

A capa até hoje tem um quê de saudosismo, de icônica, mas também de estranha (não a toa é uma capa figurinha fácil em listas de piores capas do rock ou do mundo). Apesar disso, é uma peita legal pra camisas sim haha.

Surrender já foi coverizada por Deliverance, ao passo que a faixa título já ganhou versões de três bandas: a americana Powergod, a argentina Boanerges e a brasileira Krig.


Together as One (single, 1985)
A romântica faixa aqui foi acompanhada por "Soldiers Under Command"
no lado B do single

Live in Japan (VHS, 1985)
Sem dúvidas um dos shows mais famosos da banda,
com uma setlist formada por faixas do EP e do primeiro full


Reach Out (single, 1985)
Nova versão, no lado B "Together as One" aparece editada
Além de uma entrevista com Robert e Michael de 04/10/85
em Casbah Recording

Calling on You (single, 1986)
Antecipando o que viria a seguir. No lado B vinha Free

Calling on You (single, 1986)
A Music for Nations acabou lançando duas versões do single
Nesta segunda, em formato maior, Free estava tbm no lado A
No lado B vinha uma versão ao vivo de Surrender.
My Love I'll Always Show (single, 1986)
Versão "balada" da música, antes de sair no relançamento do EP de estreia da Stryper

To Hell With the Devil (single, 1986)
Pouco antes de sair o disco homônimo. Sucesso inquestionável da banda.
No lado B saiu a ótima The Way

Free (EP, 1986)
Curioso EP japonês, com as faixas "Calling on You",
"You Know What You Do", "First Love", "Soldiers Under Command",
"Free" e "My Love I'll Always Show". Uma boa misturada dos discos.

"You Don't Remember, I'll Never Forget/The Way" (Split single, 1986)
Curioso single split com o fantástico shredder Yngwie J. Malmsteen


A polêmica capa original
E a versão censurada
To Hell With the Devil (1986)

01 - Abyss (instrumental)
02 - To Hell With the Devil
03 - Calling on You
04 - Free
05 - Honestly
06 - The Way
07 - Sing-Along Song
08 - Holding On
09 - Rockin' the World
10 - All of Me
11 - More than a Man


OBS: Na versão de 2000 veio com a faixa bônus Winter Wonderland


Sem dúvidas o disco de maior sucesso e repercussão da banda, THWTD é repleto de honrarias fora de série. É o único disco genuinamente heavy metal a constar na lista dos 100 maiores discos de música cristã contemporânea da revista CCM americana (em 88º lugar), chegou ao 3º lugar na lista dos 100 maiores discos de metal cristão da revista HM (Heaven's Metal) e o 6º lugar na fanzine de nome similar, foi o primeiro disco cristão da história a atingir disco de Platina nos EUA (lá platina são 1 milhão de cópias vendidas no mínimo, diferente do Brasil, que vai entre 40 mil - se internacional - e 80 mil - se nacional) e foi o disco de metal cristão mais vendido da história até 2001, quando P.O.D. e seu Satellite ultrapassaram a marca. É o único disco cristão citado por Ian Christie em seu livro "Sound of the Beast" (aqui no Brasil chamado "Heavy Metal: A História Completa") como parte do movimento glam metal (e não do movimento "white metal"), e os clipes de Calling on You, Free e Honestly conseguiram atingir o segundo lugar (o primeiro clipe) e o primeiro lugar (os dois seguintes) no Disk MTV americano (!) em 1987. Honestly também tornou-se o single mais bem colocado da banda na lista da Billboard, em 23º lugar dos mais vendidos e chegou a ser indicado ao Grammy de 1987 como "Melhor performance cristã em grupo" (perderam pra dupla Deniece Williams e Sandi Patty com "They Say"). E não é a toa: esse disco realmente é irado.

(Bem... o lado A é. O B eu num curto muito não, mas o que é minha opinião ante a de tantos? kkkk)

A faixa título, que até hoje confunde os leigos por parecer que a banda tá dizendo pra irmos (eles e nós) "pro inferno com o diabo", mas na verdade "to hell with" qualquer coisa é algo do tipo "que tal coisa vá pro inferno" ou "se ferre". Aliás a expressão "hell" (que nos EUA é meio que um palavrão - creia!) causou controvérsia de verdade, bem como a capa, que muitos viram como se a banda estivesse mostrando serem satanistas, ao aparecerem como anjos, aparentemente jogando um cara no inferno e um dos anjos (o Robert) aparentemente com um pentagrama na asa - a banda explicou que na verdade, e dá pra perceber no movimento de uma das mãos do Robert, eles estariam jogando os símbolos satânicos que o carinha no meio tinha direto pro inferno, e resgatando ele de cair lá e não o contrário. Controvérsias a parte, a capa acabou censurada, bem como o "rabinho" de demônio no nome "Devil". Esses conservadores, tsc tsc tsc... Foi nesse tempo que a banda começou também a sofrer uma oposição mais forte inclusive de pastores famosos como Bob Larson (esse último posteriormente defenderia a banda) e Jimmy Swaggart (ferrenho inimigo do metal em geral por achar que o estilo só tinha imoralidade - e pouco depois acabou flagado justamente num ato imoral com prostitutas... a vida dá voltas pros distraídos...).

Musicalmente, as faixas mais agitadas são a faixa título, "Rockin' the World" e "The Way", em contrapartida com as mais hardonas "Calling on You", "Sing-Along Song" e "Free" e a imortal balada "Honestly". Diferente desta, "All of Me" eu acho bem melosa demais da conta, os teclados do mestre das trilhas sonoras de cinema John Van Tongeren não ajudaram a melhorar isso - acho até que aumentaram o problema kkkk. Outro músico de estúdio aqui é Brad Cobb, que tocou baixo no lugar do Tim. Essa troca foi curiosa, porque Michael achou que Tim não era tão adequado pra tocar nesse álbum, mas na tour chamou o baixista de volta, pois não era direito a banda sair em turnê sem ele.

To Hell With the Devil ganhou versões da brasileira Sabbatariam e do projeto alemão Treasure Seeker (essa versão ficou show de bola, com o mesmo vocal altíssimo no final).

Curiosidade: Quase que Matt Hurich da secular Leatherwolf tocava baixo nesse disco, mas não deu, ficou pra Brad Cobb mesmo. O filme "Raging Angels" (A Fúria dos Anjos no Brasil) de 1995 usou "To Hell With the Devil" como parte de sua trilha sonora (nesse mesmo filme a também cristã Holy Soldier faz uma pontinha, falarei sobre isso no artigo da banda).

Curiosa versão em espanhol da Interdisc, com o título:
Al Diablo con El Demonio


Free / Calling on You (single, 1987)

Honestly (single, 1987)
Single mais vendido da banda (23º na Billboard), dependendo
da versão (7" ou 12") o lado B vem só com "Sing-Along Song" ou
com o acréscimo de "Loving You" ao vivo no Japão.

Always There For You (single, 1988)
Lançado no Canadá num formato curioso de CD (3 polegada apenas)
Contém duas faixas do disco de 1988 (a título e "The Reign"),
além de Soldiers under Command ao vivo no Japão de 1985 e
uma entrevista com Robert de 15/03/88 em Village Recorder

Always There For You (single, 1988)
Versão só com ATFY e In God We Trust no lado B

I Believe in You (single, 1988)
Com "In God We Trust" no lado B

I Believe in You (single, 1988)
Outra versão, com "Together Forever" ao vivo no lado B
(na versão CD ainda vinha com "Come to the Everlife" e mais uma parte da entrevista com Robert de 1988)
The Reign (single, 1988)
Além dessa, In God we Trust e The Writtings on the Wall
In God We Trust (1988)

01 - In God We Trust
02 - Always There for You
03 - Keep the Fire Burning
04 - I Believe in You
05 - The Writtings on the Wall
06 - It's Up 2 You
07 - The World of You and I
08 - Come to the Everlife
09 - Lonely
10 - The Reign

OBS: Em algumas versões de relançamento vem uma faixa bônus: Winter Wonderland.


Disco mais fraco da fase original da banda, bem pop metal e superproduzido ao extremo, a julgar já pelas faixas lançadas como single, "Keep the Fire Burning", "Always There for You" e a balada "I Believe in You", sendo que só as duas últimas ainda chegaram a atingir posição entre as 100 da Billboard (71º e 88º respectivamente). A faixa título é a mais veloz desse disco, com seu título retirado da inscrição que ocorre nas notas de dólar ("em Deus acreditamos!"), similar à nossa "Deus seja louvado" das notas de Real. Além dessa, Writtings on the Wall e The Reign mantém o hard mais pesado em meio à faixas mais comerciais. Apesar de não ter sido o mesmo sucesso do disco anterior, conseguiu ganhar dois Dove Awards, um por melhor disco de hard rock de 1988 e outro por melhor canção cristã de hard rock pra faixa título.

Novamente problemas afastaram Tim da banda, e Brad dessa vez não só assumiu o baixo na gravação como também nas fotos oficiais da banda pro disco. Tim voltaria pra turnê novamente. Apesar de não ter sido tão bem sucedido nas singles, o clipe de "Always There for You" apareceu muito na MTV, mostrando que entre os jovens a banda ainda tinha um apelo forte, embora muitos fãs tenham criticado a glamourização excessiva desse álbum.

"In God We Trust" ganhou um cover fortíssimo da brasileira Eterna, e "Always There for You" ganhou uma versão pela banda brasiliense Raízes chamada "Sempre Vou te Amar".

Curiosidade: Sim, qualquer fã hardcore sabe dessa: Em 1989 a faixa "I Believe in You" foi pinçada pra novela da rede Globo "O Salvador da Pátria", aparecendo inclusive no LP da trilha internacional da novela junto com Bon Jovi e outros grupos. Provavelmente acreditando que a faixa era romântica, a Som Livre (gravadora da Globo) ainda lançaria essa faixa em alguns discos da coleção "Lovy Metal" do início dos anos 2000. A própria Stryper não imaginava que a música fazia tanto sucesso assim por aqui kkkkkkkkkkk

In the Beginning (VHS, 1988)
Documentário sobre a tour mundial da banda de 1987
com algumas faixas do THWTD, entrevistas e bastidores.
Keep the Fire Burning (single, 1989)
Ao contrário de seus antecesores, não conseguiu atingir os mais vendidos da Billboard
Apesar disso, é uma faixa muito boa. No lado B vem na versão americana
"The World of You and I", já na japonesa (com uma foto da banda na capa) vem Lonely


Shining Star (single, 1990)
Essa versão de Earth, Wind and Fire ficou fantástica (aqui num remix diferente da que foi pro disco).
No lado B temos Rock the Hell Out of You e acredito que uma entrevista curta da banda.
Existem outras versões, uma sem capa, e uma só com Shining Star remixada e original.


Versão da capa pra fãs antigos
ainda lembrarem do "Yellow and Black"
Against the Law (1990)

01 - Against the Law
02 - Two Time Woman
03 - Rock the People
04 - Two Bodies (One Mind, One Soul)
05 - Not That Kind of Guy
06 - Shining Star (Earth, Wind and Fire cover)
07 - Ordinary Man
08 - Lady
09 - Caught in the Middle
10 - All for One
11 - Rock the Hell Out of You

O álbum da treta! Alguém imaginaria ver o Stryper tirando seus elementos mais glam, toda sua indumentária "Yellow and Black", seu logo icônico, adotarem uma postura mais "malvadona", letras com praticamente nenhuma referência à fé da banda (focando mais em relacionamentos e no rock'n'roll em si, mas numa perspectiva cristã, ainda que não tão declarada) e uma capa bem intrigante - e um título que ampliou a controvérsia com um "fora da lei" - e o cenário está posto pra muitos críticos legalistas da banda dizerem "pronto, agora está claro e inegável, eles se venderam pro mundanismo!"

Musicalmente a banda seguiu um caminho mais próximo do funk-o-metal e do hard rock e metal clássico com influências mais setentistas, em certos termos lembrando muito bandas como Bride, Aerosmith e Guns'n'Roses. Como afirmei anteriormente, as letras fogem do evangelicalismo convencional e em alguns momentos assumem um lado meio crítico aos que dentro da igreja sempre se puseram contra eles, como na faixa título. O cover de "Shining Star" é fantástico, a despeito das críticas que vieram de imediato por ser de uma banda secular - o Stryper anos depois iria bem mais longe nesse sentido. A produção genial e músicos como o baixista Randy Jackson (um dos jurados de American Idol) em Shining Star e os vocais de apoio do fantástico Jeff Scott Soto (da cristã Kryst's Conqueror e de vários projetos seculares como M.A.R.S., Talysman, Yngwie Malmsteein e sua própria banda solo)  garantem ainda mais qualidade. Os clipes de "Two Time Woman" e da balada romântica "Lady" chegaram a dar às caras na MTV, distribuídos pela HM Magazine, porém de maneira bem fraca em comparação com clipes de discos anteriores.

Apesar de ser, pra muitos, o melhor disco da banda (EU incluso), ou pelo menos o melhor da primeira fase deles, é também infelizmente o menos vendido. As críticas que o disco sofreu (em geral injustas) acabaram causando problemas internos na banda, que também já vinha sofrendo problemas pessoais e de ordem espiritual. Isso levou ao lento esfacelamento do grupo ao longo daquele ano e dos dois seguintes. Atualmente Against the Law virou um clássico cult da banda, um disco que foi extremamente injustiçado em sua época, feito pra combater os críticos da banda do lado legalista e também os que acusavam a banda de ter se vendido no overproduced disco anterior, mas que causou confusão a ambos de tal modo que nenhum na época realmente entendeu e comprou a ideia. Uma lástima.


Capa da versão digipak (com mais uma interview da banda de bônus)

Can't Stop the Rock: The Stryper Collection 1984-1991 (1991)

01 - Believe
02 - Can't Stop the Rock
03 - Soldiers Under Command
04 - Free
05 - Always There for You
06 - Lady
07 - To Hell With the Devil
08 - In God We Trust
09 - Honestly
10 - Two Bodies (One Mind, One Soul)
11 - Together as One
12 - You Know What You Do (não aparece na versão japonesa)

Belíssimo resumo do que foi essa fase original da banda, com mais duas faixas novas (Believe, dedicada aos soldados americanos que foram combater na primeira Guerra do Golfo em 1991, e Can't Stop the Rock é dedicada aos que diziam boatos contra a banda e mostrando que se mantinham sobre a "Rock" a Rocha que é Jesus). Teoricamente também seria uma prova de que eles se mantinham unidos. Pena que não demoraria para que essa ilusão se desfizesse, e em fevereiro de 1992, poucos meses após esse disco, Michael Sweet sairia da banda para dar início a sua carreira solo. Os outros membros tentaram continuar como um trio e ainda chegaram a chamar em alguns shows o vocalista Dale Thompson (Bride), que acabou pouco depois recusando assumir em definitivo os vocais da banda, alegando querer focar-se mais na Bride - e como deu certo pra ele: naquele ano, "Snakes in the Playground" cataputaria sua banda principal em um caminho sem volta pro sucesso. Em 27 de março de 1993 ocorreria o último show da banda nessa fase, na Suíça, e eles logo que voltaram pros EUA seguiram seus próprios caminhos. Ao longo dos anos membros da banda apareceriam em diversos projetos, como a superbanda King James, a banda de metal alternativo SinDizzy, dBeality, Final Axe, blissed e The Seventh Power, além de alguns projetos solo, como o do baterista. Só nos anos 2000 surgiriam as primeiras luzes de retorno...

Believe ganhou uma versão brasileira chamada "Ondas Violentas" por Paulinho Makuko (Katsbarnea), e posteriormente pela cantora que o acompanhou nessa versão original, a também baiana Faty.

Stryper Expo 2000 (2000)
Ideia de um fã de longa data da banda, Rich Serpa, a Stryper Expo
conseguiu reunir a formação clássica da banda para um concerto a 21/05/2000
em Parsippany, Nova Jérsey. O resultado saiu nessa VHS raríssima.
(Tem no Youtube tá!)
Acredita-se que essa Expo motivou a galera da banda a voltar pouco depois.

7: The Best of Stryper (2003)

01 - Something
02 - For You
03 - Shining Star
04 - Lady
05 - All for One
06 - In God We Trust
07 - Always There for You
08 - To Hell With the Devil
09 - Calling on You
10 - Free
11 - Honestly
12 - The Way
13 - Soldiers Under Command
14 - Makes me Wanna Sing
15 - Reach Out
16 - From Wrong to Right
17 - Loving You
18 - Believe

Como anúncio de seu retorno depois de alguns shows de reunião ao longo de 2000-2003, Stryper recomeça da forma como terminou: com uma coletânea. As músicas pinçadas pra esse sairam em ordem de lançamento das mais recentes pras mais antigas (exceto por Believe, da coletânea anterior, que apareceu por último). Boa parte das faixas aqui não apareceram na coletânea anterior, o que também é bem positivo pra variar o repertório. Mas é óbvio que o que mais se esperou dessa coletânea foram as faixas inéditas que abrem o disco, e... bem... São boas faixas sem dúvidas, mas à época deixaram muitos fãs antigos com a pulga atrás da orelha, haja vista que pareciam músicas tiradas dos últimos discos solo do Michael Sweet ou da SinDizzy, mais próximas do rock alternativo do que do hard'n'heavy que a banda sempre apresentou. "Something" ainda tinha uma levada meio hard, mas "For You" tava muito próxima de algo que bandas como Nirvana, Limp Bizkit e Grammatrain faziam. Não a toa fãs antigos olharam com reservas pra essas faixas. Foram as últimas faixas inéditas gravadas com Tim Gaines no baixo por anos - ele sairía antes do próximo disco de estúdio e voltaria só bem depois.

Logo após o lançamento a banda seguiu numa tour de reunião de 36 shows, alguns viraram bootlegs, mas um em especial acabou virando dois discos e um DVD. Sim, a Live em Puerto Rico!


7 Weeks: Live in America 2003 (2004)

01 - Sing-along Song
02 - Makes me Wanna Sing
03 - Calling on You
04 - Free
05 - More than a Man
06 - Caught in the Middle
07 - Reach Out
08 - Loud 'n' Clear
09 - The Way
10 - Soldiers Under Command
11 - To Hell with the Devil
12 - Honestly
13 - Winter Wonderland
14 - Closing prayer




Gravado durante a tour Seven, mostrou simplesmente uma coisa maravilhosa: a reunião realmente valia a pena. Michael Sweet, a despeito dos anos passados, continuava com uma voz absurdamente surpreendente. Simplesmente maravilhoso ver os quatro mestres depois de anos e perceber que continuavam muito em forma, independente dos rumos no mínimo esquisitos que a carreira deles tomou no período de inatividade do Stryper. A escolha de músicas também foi legal, pois focou em alguns sons Lado B que as vezes passavam batido. Senhor disco ao vivo. Curiosamente esse disco não tem nenhuma das faixas novas da coletânea, o que até levou a um pensamento se a banda voltaria ao velho estilo... Bem né...

Make Your Mine (single, 2005)
Pra mim a melhor música da fase "alternativa" da banda.
Single com mais uma versão mix.


Versão alternativa
Reborn (2005)

01 - Open Your Eyes
02 - Reborn
03 - When Did I See You Cry
04 - Make Your Mine
05 - Passion
06 - Live Again
07 - If I Die
08 - Wait for You
09 - Rain (Michael Sweet cover)
10 - 10,000 Years
11 - I.G.W.T. (In God We Trust nova versão)



Tracy Ferrie (ex-Seraiah e Whitecross) no lugar de Tim Gaines
Pois é... o que muitos fãs antigos temiam se concretizou.

Reborn é indiscutivelmente um disco fora do que muitos esperariam do Stryper. Com influências de rock alternativo, grunge/post-grunge e até nu metal, o disco dividiu muito opiniões. Eu gosto desse disco, porém de maneira bem moderada, pra mim é um disco mais ou menos, só que mais pra menos. Muitos fãs antigos entretanto jogaram o disco contra a parede possivelmente (KKKKKKK) ao perceberem o som que estava contido nele. Há quem diga que foi justamente essa mudança sonora que levou à saída do Tim Gaines (de novo!) antes do disco e a substituição pelo Tracy Ferrie (você de novo entrando em bandas em fase "alternativa", Tracy? Já não bastava o Whitecross? kkkkkkkkk).
Versão limitada de 10 anos
(2015)

Quero aqui reafirmar que não acho esse disco ruim, mas sem dúvidas é um disco que causa estranheza em qualquer fã clássico da banda. As letras aqui são muito boas, inclusive 10,000 Years, uma releitura da canção tradicional "Amazing Grace" que ficou muito boa, Make Your Mine, que ficou genial demais, além da balada fantástica Rain, que originalmente saiu no disco solo do Michael, "Truth", e ficou bem feita aqui também. A releitura de In God in Trust... bem, essa eu achei meio próxima do que eu achei quando Whitecross decidiu fazer uma versão "grunge" de No Second Changes... mano, pra que? Deixava a faixa lá do jeitinho que tava... A capa original deixou muita gente achando meio "pesada" (sério) com eles meio que como se tivessem saíndo de um ventre e rompendo a bolsa amniótica. Eu achei genial. A segunda versão da capa também causou certa controvérsia, haja vista que muitos bestas acham que o triângulo único da banda (que lembra o formato de uma guitarra Flying V) é o triângulo maçônico, daí viram nas mãos em redor dele alguma referência ao ocultismo (mas pelamor, parem de bostejar pela boca minha gente!). Ao menos não vi ninguém implicar com a terceira capa, de 2015.

Curiosidade: As primeiras cópias são ítens de colecionador devido a um erro técnico na ordem das faixas 7-9, e aí Wait for You, Rain e If I Die saíram nessa ordem, diferente da tracklist informada no disco. Todas tiragens posteriores corrigiram esse erro.

Extended Versions (2006)

01 - Makes me Wanna Sing
02 - Calling on You
03 - Free
04 - More than a Man
05 - You Won't be Lonely
06 - Reach Out
07 - The Way
08 - Soldiers Under Command
09 - To Hell With the Devil
10 - Honestly

Quase uma versão redux do ao vivo anterior, Extented Versions foi gravado, pelo que muitos falam, num show em 11/11/2003 em Earthlink, Atlanta. Única faixa que difere do ao vivo anterior é "You Won't Be Lonely", todas outras também foram tocadas no disco ao vivo anterior. Enfim, é um bom disco também. Parece até estar na contramão do que a banda estava fazendo à época.

Greatest Hits: Live in Puerto Rico (DVD e CD, 2006)
Gravado em San Juan, Puerto Rico, em 06/03/2004
Mesma tracklist do 7 Weeks, um showzão.
Chegou a sair em outra capa em 2007 e com uma melhor qualidade sonora.
Ainda vem com 5 faixas bônus de uma footage de 1989.


Relançamento independente de 2019
The Roxx Regime Demos (2007)

01 - From Wrong to Right
02 - My Love I'll Always Show (original rock version)
03 - Loud 'N' Clear
04 - You Know What You Do
05 - You Won't Be Lonely
06 - Co'mon Rock
07 - Tank (Robert Sweet drum solo)
08 - Honestly (demo)

Versão de 2019:

Honestly aparece como faixa 11. As faixas 8-10 são versões demo alternativas de My Love I'll Always Show, Loud N Clear e You Won't Be Lonely respectivamente.

Revisitar demos de origem é sempre bom. E essas, da era Roxx Regime, estavam a muito merecendo um relançamento e com uma melhoria significativa na qualidade. Bem, os desejos de muitos foram realizados pela banda em 2007. Sem dúvidas é bom rever essa fase mais heavy da banda, com uma qualidade sonora muito superior. O solo de Robert Sweet reaparece aqui e finalmente é nomeado: "Tank". Uma inclusão curiosa é sem dúvidas a versão mais rock de "My Love I'll Always Show" (apesar de eu preferir a versão balada). Embora meio deslocada nesse meio, a demo de "Honestly" também é uma ótima pedida nesse disco. Em 2019 a banda relança de maneira independente esse álbum com nova capa e mais algumas faixas de captação alternativa, para comemorar os vinte anos do site stryper.com (sim, o site entrou no ar em 1999, quando a banda ainda tava fora de circulação). A versão original foi lançada em 07 de julho de 2007 (eu fiquei acompanhando no site da banda kkkkk), uma referência óbvia ao número 777 (07/07/07).

Curiosidade: Como Roxx Regime a banda chegou a tocar músicas como "Rock Man" e "Roxx Regime", mas nunca chegaram a lançar essas ao longo de sua carreira nem mesmo nessa coletânea. É possível encontrar essas no Youtube em footages de 1984, pouco antes de virarem em definitivo a banda Stryper.


Peace of Mind (single, 2008)
Cover da secular Boston, banda que Michael e Tracy também participariam à época
(Aliás, Tracy tá lá até hoje!)
Tom Scholz, guitarra da Boston, faz uma participação especial aqui.

Murder by Pride (2009)

01 - Eclipse for the Son
02 - 4 Leaf Clover
03 - Peace of Mind (Boston cover feat. Tom Scholz)
04 - Alive
05 - The Plan
06 - Murder by Pride
07 - I Believe
08 - Run In You
09 - Love is Why
10 - Mercy Over Blame
11 - Everything
12 - My Love (I'll Always Show) 2009

(Em algumas versões há uma faixa bônus chamada "My Love, My Life, My Flame", cover do Michael Sweet).

Menos "moderninho" e por vezes subestimado (inclusive por mim mesmo, desculpe MbP), esse disco traz um pouco mais de hard rock, como a brilhante "4 Leaf Clover" e o cover de "Peace of Mind", que deixou essa peça clássica de Boston mais enérgica. Sem dúvidas um disco bem mais consistente que o anterior, conseguiu não ser tão alternativo, mas também não é um retrô forçado. Faixas como "The Plan" mesmo conseguem ter elementos mais modernos e outros mais hard rock, já Eclipse for the Son parece um pouco mais moderna. A balada "Alive" não deixa nada a dever baladas anteriores da banda. Até a nova versão de My Love (I'll Always Show), inspirada na versão original rock, ficou show. Sim, é um disco que vale demais a ouvida, e não pode ser só uma vez na vida. Não imitem o retardado que aqui escreve e que teve de reouvir pra perceber o quão errado estava, esse disco é maravilhoso. Um dado de gravação é que nas baquetas quem assumiu na gravação foi o músico de estúdio Kenny Aronoff (ex-Cinderella e Lynyrd Skynyrd e atual da banda solo do Tony Iommi). Por algum motivo Robert não pode participar das gravações (ele perdeu o disco de demos e não conseguiu pegar as músicas a tempo de gravá-las - sério, isso pode acontecer com qualquer um).

Curiosidade: A capa, diferente do que ocorre normalmente de serem feitas pelo Robert Sweet, essa foi feita após um concurso e um fã brasileiro de Campina Grande, PB, Gilvan Rangel Jr., foi o vencedor. Ele também seria responsável anos depois pelo projeto gráfico da coletânea "Sands of Time" da banda sueca Pantokrator. Ele tem uma escultura com a capa desse disco em casa, só ele mesmo, maravilhosa ideia de capa. (Obrigado Márllon Matos pela errata).


Heaven and Hell (single, 2010)
Cover de Black Sabbath, já prenunciando o que viria a seguir

Honestly (single, 2010)
Uma regravação da balada de sucesso da banda.
Ficou acentuadamente mais melódica que a original.

Carry on Wayward Son (single, 2010)
Cover da banda Kansas, mais uma antecipação do que viria.

The Covering (2011)

01 - Set me Free (Saxon cover)
02 - Blackout (Scorpions cover)
03 - Heaven and Hell (Black Sabbath cover)
04 - Lights Out (UFO cover)
05 - Carry On Wayward Son (Kansas cover)
06 - Highway Star (Deep Purple cover)
07 - Shout it Out Loud (KISS cover)
08 - Over the Mountain (Ozzy Osbourne cover)
09 - The Trooper (Iron Maiden cover)
10 - Breaking the Law (Judas Priest cover)
11 - On Fire (Van Halen cover)
12 - Immigrant Song (Led Zeppelin cover)
13 - God

Disco que marcou a última volta (até o momento) do baixista Tim Gaines pra banda, causou muita polêmica pelo fato de ser um disco quase todo de covers. Talvez se imaginassem um disco de covers só de bandas cristãs, como o "Reprise" do Saint Spirit ou o "Tribute to the Past" do projeto Treasure Seeker, entre outros, mas o Stryper preferiu escolher bandas que os inspiraram na carreira, e suas inspirações obviamente vinham não de bandas cristãs (que eram poucas nos primórdios de sua carreira, e muitas ainda ou pra sempre no underground, como Servant, Rez Band, Jerusalem, Messiah Prophet, Saint, Have Mercy ou Trouble) e sim de bandas seculares. Pra encaixar bem, as faixas escolhidas tornavam o disco meio um álbum conceitual, contando a história de um cara (esse ae da capa que muita gente fica meio estranha com a aparência dele kkkk) e sua jornada em meio a uma vida distante de Deus, terminando com a redenção em "God", a faixa inédita do disco que o encerra de maneira magistral e trazendo esperança pros fãs clássicos da banda de discos mais "metal melódico" e menos "modernismo". Mas o que dizer dos covers? Amigo... não devem NADA aos originais, Michael arrepia nos vocais até de clássicos cantados por Dio (Heaven and Hell), Ian Gillan (Highway Star), Klaus Meine (Blackout), Robert Plant (Immigrant Song), David Lee Roth (On Fire) e o mestre Rob Halford (Breaking the Law). A mais progressiva Carry on Wayward Son (que a letra é inspirada na parábola do filho pródigo) também ficou perfeita, bem como uma versão absurdamente veloz de "Lights Out" da UFO, o hard setentista de Shout it Out Loud da KISS e a lindíssima Set Me Free da Saxon. Disco pra se dar replay sem parar! E que os religiosos hipócritas vão comer pastéis!!!

Ah sim, mesmo que alguns digam que a ideia de um álbum conceitual com esse aqui é balela e que na verdade é só um disco comercial pra lucrar com covers, bem, eu só digo uma coisa: ERA MARAVILHOSO QUE TODO MUNDO FIZESSE ALGO ASSIM DE VEZ EM QUANDO! Comercialismo assim, bem feito e valorizando o que tem de bom no rock e metal é bem-vindo, ontem, hoje e sempre!


Live in Indonesia (At the Java's Rockin'Land) (DVD, 2012)
O setlist em sua maioria compoe-se de canções clássicas,
porém já algumas mais recentes como "Murder by Pride".
Gravado em 2010.

Bleeding from Inside Out (single, 2013)
Uma das duas inéditas do próximo disco da banda

Second Coming (2013)

01 - Loud 'N' Clear
02 - Loving You
03 - Soldiers Under Command
04 - Makes me Wanna Sing
05 - First Love
06 - The Rock that Makes me Roll
07 - Reach Out
08 - Surrender
09 - To Hell with the Devil
10 - Calling on You
11 - Free
12 - The Way
13 - Sing Along Song
14 - More Than a Man
15 - Bleeding from Inside out
16 - Blackned

(Alguns relançamentos vieram com a faixa bônus "Together as One")

Second Coming é basicamente um disco de regravações, uma releitura de clássicos da banda que eu diria muito bem vinda (diferente da atrocidade que fizeram com "I.G.W.T." no Reborn). Aqui só tem músicas da primeira EP e dos dois primeiros álbuns full, o que eu achei justo. A única balada presente aqui é a magnífica First Love (curioso Honestly não figurar aqui, haja vista ter ganho um single de regravação não muito tempo antes - mas ao mesmo tempo ainda bem né, essa música é boa mas demais enjoa kkkk). Não tenho muito o que dizer da escolha das faixas que eu achei bem positiva, embora eu considere que eles no afã de fazer um som mais limpo, bem produzido e com guitarras, baixo e arranjos vocais mais bem construídos que os das versões originais o som ficou meio "overproduced". Não que isso estrague as músicas, em absoluto, é maravilhoso ouvir por exemplo o trampo que fizeram em Soldiers Under Command, mas enfim, acho que tô reclamando de bobagens, vamo ouvir o disco que é melhor!

Além das regravações, a banda fez questão de mandar duas faixas novinhas. As duas seguem a qualidade de God (do disco anterior), um metal melódico irado que mostra bem os caminhos que a banda tomaria (até hoje, diga-se de passagem =D ).

Versão japonesa do disco



No More Hell to Pay (2013)

01 - Revelation
02 - No More Hell to Pay
03 - Saved by the Love
04 - Jesus is Just Alright (The Art Reynolds Singers cover)
05 - The One
06 - Legacy
07 - Marching Into Battle
08 - Te Amo
09 - Sticks & Stones
10 - Water into Wine
11 - Sympathy
12 - Renewed

Genialmente, no mesmo ano do disco de releituras, finalmente a formação clássica da banda apresenta um disco com músicas completamente inéditas (à exceção do excelente cover deThe Art Reynolds Singers, grupo tradicional de gospel music que teve essa música coverizada antes por, entre outros, as seculares Byrds e Dobbie Brothers e a cristã dc Talk - e curiosamente alvo de controvérsias sem sentido por parte de muitos crentes conservadores devido ao termo "alright", uma "gíria" pra "suficiente"). O disco é uma prova do compromisso da banda em mostrar um som a lá anos 1980, só que visivelmente mais maduro e bem trabalhado. Desde as mais hard/AOR como a faixa título à petardos veloses como "Saved by the Love", o Stryper nunca havia soado tão metálico. O cover de Jesus is Just Alright deixa isso bem claro, nem um pouco "flower power", essa versão é muito hard'n'heavy. A faixa "Te Amo" é em inglês, mas o refrão inclui a expressão em espanhol - por pouco não tivemos uma faixa realmente em outra língua por parte da banda hein haha! Os vocais de Michael, bem como os arranjos de guitarra dele e do Oz Fox são fenomenais. Michael a partir desse disco quis mostrar que ia além de um guitarrista rítmico, e se era esse seu objetivo, conseguiu muito! The One é provavelmente a melhor balada da história da banda, superando muito clássicos como First Love e Honestly. É maravilhoso ver que os anos passaram e a banda continua mandando ver, cada vez melhor! As letras seguem inspiradas na fé deles, não há como dizer o contrário ao ver algo como "Water into Wine", inspirado no primeiro milagre de Jesus nas Bodas de Caná da Galiléia.

A capa mais uma vez levou gente a ficar confuso, mas o nome do disco já indicava que ele era meio que uma "continuação" do clássico To Hell With the Devil. Ou uma prequel, se pararmos pra pensar que o anjo preso aí na capa seria o carinha salvo na capa do THWTD. Acho que seria isso kkkk detesto ficar criando teorias pra justificar uma arte de capa de disco...

Live at the Whiskey (2014)
Gravado ao vivo, essa versão vem com CD e DVD,
este último com show, clipes e um minidocumentário
chamado "Nashville All Access".

Live at the Whiskey (LP duplo, 2015)
Relançamento em LP do ao vivo acima


Fallen (2015)

01 - Yahweh
02 - Fallen
03 - Pride
04 - Big Screen Lies
05 - Heaven
06 - Love You Like I Do
07 - All Over Again
08 - After Forever (Black Sabbath cover)
09 - Till I Get What I Need
10 - Let There Be Light
11 - The Calling
12 - King of Kings

Algumas versões vem com a faixa bônus "All Over Again (acoustic)".

Dando continuidade a essa nova fase da banda, Fallen segue com estilo fazendo um som pesado e melódico na mesma medida. Não existe ninguém que, amando heavy metal como eu amo, ouça "Yahweh" e seu solo arrebatador e não delire em seus mais de seis minutos de música. E isso porque é só a faixa de abertura! A faixa título vem logo a seguir, um heavy metal tradicional delicioso falando do capiroto e sua história de queda. As letras aqui estão estupendas, abordando o amor de Cristo, redenção, mas também a queda e as consequências do orgulho (Fallen e Pride, esta última com um belíssimo clipe) e da hipocrisia de falsos cristãos (Big Screen Lies). A escolha de After Forever para tirar um cover é uma escolha fantástica, haja vista o conteúdo épico dessa letra (Deliverance já havia feito essa mesma observação anos antes e a Troglodyte Dawn também, na sua versão levemente modificada), afora que certeza que se o Tony Iommi e cia ouviram esse cover devem ter delirado com a qualidade impressionante. Não há muito o que dizer sem parecer passional: Esse disco arrepia! É tão bom ver que uma banda com anos de estrada e depois de passar pelos maus bocados e percalços da vida como foi o Stryper consegue se superar positivamente disco após disco. É meio que uma curiosidade, mas isso me lembra uma zine secular que eu tenho guardada aqui em casa de 2001 ou 2002 que uma das matérias fala sobre a Stryper, que ela tava parada, mas que haviam boatos que ela voltaria, porém o autor dizia "não acredito muito nisso não". Esse cara deve estar se escondendo desde 2003 e com certeza desde 2009, 2011 ou no mais tardar 2013 deve estar construíndo um bunker pra nunca mais ser localizado kkkkkkkkk.

Curiosidade: Os riffs iniciais de Love You Like I Do me fizeram lembrar de "Rock You Like a Hurricane" do Scorpions. Não, não tô falando que é plágio, mas que lembram um bocado isso sem dúvidas viu.

God Damn Evil (2018)

01 - Take it to the Cross
02 - Sorry
03 - Lost
04 - God Damn Evil
05 - You Don't Even Know Me
06 - The Valley
07 - Sea of Thieves
08 - Beautiful
09 - Can't Live Without Your Love
10 - Own Up
11 - The Devil Doesn't Live Here

As versões japonesas contam com uma versão alternativa de Can't Live Without Your Love e demos de 1983 de Loud 'N' Clear e Co'mon Rock.

OBS: Já vi teorias que nessa capa têm referências a capas de "THWTD", "NMHTP" e "Fallen". Como eu nunca fui bom de brincar de "onde está Wally?", vou deixar procês brincarem ae kkkkkkkk


TAKE IT TO THE CROSS! TAKE IT TO THE CROSS! TAKE IT TO THE CROOOOOOOOOOSS!!! Com essa faixa de abertura fora de série, com uma variação alucinada de vocais no refrão, do mais agudo a um gutural sinistro (a parte aguda rendeu umas brincadeirinhas do gênero "Massacration", mas sinceramente né kkkkkkk), God Damn Evil chega arrebentando tudo. Apesar da saída conturbada de Tim Gaines (DE NOVO???) da banda, a chegada de Perry Richardson (ex-Firehouse e Maxx Warrior) foi bem vinda demais. OK, o baixo no disco também não foi ele (devido a problemas de agenda ele só contribuiu nos vocais), uma pena, apesar que o trabalho do baixista de estúdio John O'Boyle também é fantástico (vide as linhas iradas de baixo em Lost). Aqui a banda consegue conciliar ainda mais faixas pesadas e diretas, como a faixa de abertura, e hard rocks mais na linha clássica da banda, como a faixa título.

Desafortunadamente a banda acabou vítima mais uma vez da intolerância dos religiosos hipócritas. A capa causou um certo desconforto em alguns, que viram na representação de Deus uma imagem assosciada a Zeus (deus supremo da mitologia grega). Mas por incrível que pareça a treta maior foi por causa do nome do disco. Sério! Damn (Condena, Bane, Pune, Amaldiçoa, no sentido que a banda quis mostrar) é uma palavra que muitos lá nos EUA também consideram um palavrão, e acharam pesado demais um disco com um título desses (acredite se quiser!), ao ponto de as redes de lojas da Walmart se recusarem a vender o disco. Sem dúvidas uma ideia ridícula, mostrando que mesmo nesse período, quase 35 anos após o Stryper começar sua jornada de fé e heavy metal, ainda existem imbecis (desculpem-me, mas não existe outra palavra) que condenam o trabalho e a vida deles. Entendo e respeito quem pense diferente de nós, roqueiros cristãos, mas é inaceitável atos de agressão, intolerância e condenação e juízo temerário. Eu diria até vergonhoso! Mas é de se esperar isso de uma geração dita cristã que nunca entendeu adequadamente o amor de Jesus - ora consideram que o amor de Jesus é permissividade de um imbecil mentecapto, ora ignoram a parte do amor sacrificial e passam a acharem-se donos da verdade e do bastão da "justiça" imposta à força. Que Deus tenha misericórdia de nós todos! E que continuem se levantando mais e mais Strypers que continuem a romper as fronteiras da música cristã para o mundo todo ouvir e viver a Verdade de Cristo. Ouvir LOUD 'N' CLEAR em nossas vidas!

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Bootlegs o Stryper tem um monte, no Youtube dá pra achar alguns (inclusive do show deles aqui em Recife, incluíndo o momento em que um amigo meu pediu sua então namorada em casamento no antes do show com a banda já no palco!), além de entrevistas e apresentações em programas de TV, inclusive no programa Balaio TV, no Facebook existe um grupo chamado Stryper Bootlegs Brasil, e as vezes aparece em MP3. Eu aqui de raridades da banda em MP3 tenho uma chamada Rarites Compilation Vol. 1 e 2 com gravações ao vivo de vários momentos da banda nos anos 1980, além de um misterioso arquivo chamado Seven e faixas das bandas que o Tim Gaines passara antes do Stryper (Stormer e No Stranger), um arquivo com demos de 1984 a 1990, um com um show deles na Calvary Chapel em 1984, um do antológico show no Japão de 1985, outro show no Japão da turnê do IGWT e um de 2001 no Festival Cornerstone e um de mixes nunca utilizados pela banda de diversos períodos, inclusive recentes, como um mix de "Make Your Mine"..

Há dois discos de tributo conhecidos da banda: Isaiah 53-5 e Sweet Family. Não recomendo lá muito eles, mas um dia falarei acerca na seção de tributos. Melhor procurarem posteriormente aqui o disco de tributo da Guardian pra Stryper.

Ver também:

Michael Sweet
King James
Sin Dizzy
Robert Sweet
dBeality
Bloodgood
Menchen
Subdux/Titanic
The Seventh Power
Redeemer
Rev Seven
Final Axe
Sweet & Lynch
Timothy Gaines
Seraiah
Whitecross

The Yellow and Black Attack!

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