quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Entrevistas do site da antiga Comunidade Zadoque – SP


Nesse post irei colocar algumas entrevistas, todas retiradas do extinto site da Comunidade Zadoque de São Paulo e realizadas possivelmente entre os anos de 2003 à 2006 (OBS: alguns dos sites citados na entrevista provavelmente estão já extintos):

URBANUS


Quem pensa que Zadoque é só metal, punk rock, hardcore se engana! Conheça um pouco mais sobre o Urbanus, que tem se apresentado à vários eventos da Comunidade Zadoque (SP), mostrando que rock e rap tem tudo a ver para andar unido.
ZADOQUE EXTREME PRODUCTIONS: Quando surgiu a banda?
Urbanus: (Dr. Billy) Eu já tinha gravado um CD solo, e o DJ Jaime trabalhou 20 anos com uma equipe secular. Mas o que Deus tinha colocado em meu coração era uma família, homens de Deus que viessem para somar comigo e com a vontade de Deus. Foram seis anos de oração, e a banda se formou em março de 2003.
Z.E.P.: Vocês tiveram influência de alguma outra banda?
Urbanus: A maioria é black music, mas as letras são escritas segundo a direção de Deus. Ouvimos também outras bandas de RAP.
Z.E.P.: Falem um pouco sobre o estilo de vocês.
Urbanus: É um estilo Hip-hop com black music e RAP, com influências de RAP mais agressivo.
Z.E.P.: Vocês têm tocado em lugares seculares?
Urbanus: Estamos tocando em lugares evangélicos, mas estamos desenvolvendo um trabalho de evangelismo na FEBÉM (Metrô Brás/SP).
Z.E.P.: Quais são os próximos planos da banda?
Urbanus: A gravação do CD já está caminhando, em nome de Jesus em breve estará pronto. Queremos gravar uma música ao vivo na Comunidade Zadoque para este CD.
Z.E.P.: Como são feitas as composições das músicas? Tem alguma especial?
Urbanus: Cada um escreve um pouco, segundo a direção de Deus. Uma especial: SÓ OS FORTES SOBREVIVEM.
Z.E.P.: Já houve algum fato engraçado durante os shows?
Urbanus: Erros técnicos que geralmente só a banda consegue observar. Mas depois nos reunimos e conversamos para corrigir os erros; e assim, o Senhor nos abençoa.
Z.E.P.: Que conselho vocês dão para as bandas que estão começando?
Urbanus: Fé, determinação e coragem: SÓ OS FORTES SOBREVIVEM. Não é para sonhar hoje e esquecer amanhã. Temos que ser loucos; João Batista, Davi, Isaías eram loucos. Temos que estar revestidos por Jesus Cristo, com a vida reta diante de Deus, andar em santidade.

Z.E.P.: Ping-pong
Banda:
Dr. Billy: Pregador / Antidemon / Gangsta Gospel / Ron Kenoli
Cássio: Pregador / Provérbios X / K. Franklyn
Rodrigo: Pregador
Cris: Apocalipse Urbano / Davi Silva / Ludimila
Dj Jaime: Coral Black / Kirk Franklyn / T-Bone
Revolução:
Dr. Billy: ousadia, coragem e valentia – dar a cara para bater.
Cássio: atitude
Rodrigo: ser ousado, dom espiritual
Dj Jaime: misturar, invadir, dominar
Objetivo:
Ubanus: Atingir todas as vidas através do nosso estilo, postura e atitude.

CONTATOS:
Dr. Billy + DJ Jaime + Cássio + Cris + Rodrigo
Fones: (11) 9594-7717 / (11) 6524-7295 (Dj Jaime)
Site: www.familiaurbanus.cjb.net
E-mail: jaimejonnes@yahoo.com.br (Dj Jaime)


THUSIASTERION
O Thusiasterion da Argentina tocou no Brasil e nós da Extreme Productions tivemos a oportunidade de ver essa banda que é formada por Victor, Adrian e Ezequiel e de entrevistá-los.

ZADOQUE EXTREME PRODUCTIONS: Como sabemos, essa foi a primeira vez que vocês vieram ao Brasil. Foi como vocês esperavam?
THUSIASTERION: Foi muito melhor, nós não esperávamos algo tão grandioso e uma resposta tão positiva do povo brasileiro, ficamos muito surpresos, principalmente quando as pessoas aceitaram a Jesus.

Z.E.P: Como foi tocar em um palco de um lugar que, apesar de ser underground, não deixa de ser igreja?
T: Foi um privilégio tocar na casa da Deus e ver tanta gente que é secular no lugar onde são realizados os cultos e reuniões.
Z.E.P: O Antidemon quando voltou da Argentina nos contou muita coisa sobre lá. Nos conte mais um pouco do underground cristão de lá.
T: Na Argentina existem poucas bandas que pregam a palavra de Deus como o Boanerges, Sacerdotes e Uzias. Nós enfrentamos muita perseguição dos black metals, inclusive quando o Antidemon tocou, eles não queriam que a banda falassem de Jesus e acabaram quebrando muitos comércios.
Existem apenas duas bandas extremas cristãs, Thusiasterion e Uzias, porém muitas seculares.
Z.E.P.: Quais as diferenças que vocês notaram aqui no Brasil no lado underground cristão?
T.: A quantidade de pessoas e a união, principalmente quando vemos as tribos misturadas, porque lá existe muita desunião dos estilos musicais e aqui a presença de Deus é muito maior, nós queríamos que as pessoas aceitassem a Jesus lá como aceitam aqui.
Z.E.P.: Para todos nós que temos banda e tocamos, não só aqui na Zadoque, mas em qualquer outro lugar, o momento que mais nos marca é quando vemos as pessoas aceitarem a Cristo. Como vocês se sentiram vendo isso acontecer e saber que Deus os usou para fazer parte disso?
T.: Nós nos sentimos privilegiados por Deus estar nos usando como canal de benção sendo nós tão novos nesse ministério cristão.
Z.E.P.: O que mais marcou vocês no palco?
T.: O tamanho do público e as pessoas aceitarem a Cristo.
Z.E.P.: Quais os planos, não só da banda, mas do povo cristão na Argentina para mudar a situação em que o país se encontra?
T.: Unir-se em oração para que Deus mova sua mão e mude o país e tenha misericórdia do povo argentino.
Z.E.P.: Como vocês imaginavam que seria aqui no Brasil? Foi igual?
T.: Nunca pensamos que seria tão forte, no culto, logo no primeiro louvor senti muito forte a presença de Deus e comecei a chorar (Ezequiel). Imaginávamos que era mais quieto. Foi uma surpresa, não pensávamos que seria assim, e a liberdade que existe aqui no Brasil, porque lá na Argentina, as pessoas que usam visual na igreja enfrentam muito preconceito, porém aqui não.
Z.E.P.: Vocês pretendem voltar ao Brasil? E levar alguma banda daqui para lá?
T.: Se for da vontade de Deus sim (unânime). Muita gente quer o Antidemon volte, e nós queremos levar muitas bandas daqui.
Z.E.P.: Quais as dificuldades que vocês enfrentaram para vir ao Brasil?
T.: Ouve separação na banda, dois integrantes saíram, teve a falta de dinheiro e alguns problemas de saúde como problemas nos ossos (Victor) e asma (Ezequiel), e de trabalho (Adrian).
Z.E.P.: Qual a mensagem que vocês gostariam de deixar para aqueles que lerem a entrevista?
T.: Que todos aqueles que não conhecem a Jesus o aceitem porque sua vida é importante para Deus e Ele quer morar em seu coração, só precisa aceitá-lo. E para as bandas que são cristãs, que se humilhem perante Deus, porque é a única maneira que a banda funciona.
Z.E.P.: Valeu a presença de vocês por aqui esperamos que voltem mais vezes e possam levar para a Argentina tudo o que aprenderam aqui, que Deus abençoe a todos!

SULPHUR STORM
Recém-chegada de uma turnê pela Argentina, a banda Sulphur Storm fala de sua experiência no país vizinho, dos preparativos para a gravação do primeiro CD e da importância que Deus teve e tem em sua carreira. (Entrevista realizada dia 09/08/2003)
ZADOQUE EXTREME PRODUCTIONS: Quando surgiu o Sulphur Storm?
CRISTIANO: Começamos há mais ou menos quatro anos. No princípio, era eu e o André. Nunca tive intenção de ter uma banda e o André tinha uma outra banda, só que Deus moveu as situações para que nós formássemos o Sulphur Storm. Nos primeiros meses não sabíamos tocar nada e nem tínhamos idéia de nome para a banda, então Deus deu o nome Sulphur Storm que significa tempestade de enxofre, uma tempestade em cima de todo pecado, de toda contaminação. Depois de um ano a Adriana entrou p/ fazer contrabaixo e três meses depois estreamos no inaugural, aqui na Zadoque e, desde então, estamos aí.

Z.E.P: Vocês tiveram influência de alguma outra banda?
ANDRÉ: A gente teve influência de bandas cristãs como Death List, Crimson Thorn, Living Sacrifice, Antidemon, Reborn. O Reborn é uma banda muito especial para nós, porque ensaiávamos juntos, nós e o Dead Snake, uma banda o Rio de Janeiro, e isso continua até hoje; é uma comunhão muito grande. A influência não foi de música, mas sim espiritual. Nós também nos espelhamos no Antidemon como um todo: como pastor, como banda, postura de banda, santidade. Essa é a nossa maior influência.
Z.E.P: Vocês têm um estilo bem original. Falem um pouco sobre esse estilo.
CRISTIANO: É a mistura de tudo que a gente ouve e, principalmente, aquilo que Deus dá. Quando a gente vai compor, a gente ora bastante; começa o ensaio, e vai rolando e Deus vai fazendo. Quando estamos compondo, a gente não ouve nada para não nos influenciarmos. Eu acho que é um pouco de tudo aquilo que a gente gosta, misturado com aquilo que Deus nos dá e acaba formando isso que é meio difícil de definir, um Death, um Thrash.
ANDRÉ: Teve ensaios em que a gente queria compor, só que Deus não queria. Deus queria que a gente orasse e tinha dia em que a gente estava lá e, de repente, Deus trazia alguma coisa e aí, um já tinha uma parte. É como se descesse uma unção de Deus e, de repente, a música estava completa. Cada música é especial, tem um significado. Tiveram vários ensaios em que a gente ficou só orando e isso é muito importante.
ADRIANA: Eu creio que Deus tem uma unção fresca. Cada música é uma unção fresca, é uma benção, mesmo que não pareça, porque eu creio que Deus tem novidade para cada banda e para os servos de Deus.
Z.E.P.: Vocês tocam em lugares seculares? Como é a recepção do público?
CRISTIANO: A gente toca. A recepção é bem variada: da mesma forma que tem gente que curte muito e depois vem conversar, tem gente que torce o nariz, nem tanto pela levada, mas, principalmente, pelo que a gente fala, porque a gente fala de salvação. Graças a Deus, a gente nunca subiu no palco e saiu sem dizer nada, pois esse é o nosso único objetivo. Quando a gente toca em casas seculares, com bandas seculares, a maioria das vezes o resultado é muito bom, pois as pessoas entendem aquilo que a gente tem para falar, nos respeitam, mas sempre tem uma reação de atrito. Mas Graças a Deus nunca tivemos problemas maiores.
ADRIANA: Na casa secular é onde Satanás está, onde as trevas estão e nós somos servos de Deus, luz do Senhor, e quando a luz bate nas trevas, incomoda. Por isso, no começo, as pessoas não querem, não gostam, mas aos poucos Deus vai quebrando, Deus vai fazendo e quebrantando os corações.
ANDRÉ: E depois que toca "Vodu", "Destruction Rise" e "Killer", que são músicas completamente agressivas contra Satanás, parece que rompe.
CRISTIANO: São letras que destronam Satanás, que desabilitam o seu poderio e que quebram qualquer autoridade que ele poderia ter. São letras de guerra que aniquilam esse poder. Teve lugares em que, quando tocamos a primeira música, parecia que tinha uma tonelada na nossa cabeça. Quando a gente tocou Vodu, que é uma música que fala contra toda obra das trevas e dá o poderio a Jesus Cristo, parece que, aí sim, se rompeu o poder de satanás e o restante do show rolou legal.
Z.E.P.: E como surgiu a oportunidade de ir para a Argentina?
CRISTIANO.: É uma longa história (risos). A oportunidade de ir para a Argentina começou junto com a banda. Quando a gente não tinha nem nome ainda, Deus falou "vocês vão tocar na Argentina".
ANDRÉ: Foi uma das primeiras orações que eu e o Cris fizemos. A gente estava em Osasco ainda, tinha 30 membros, era algo impensável para qualquer ser humano. A gente começou a orar e Deus falou que eu e o Cris iríamos para a Argentina.
CRISTIANO: Em dezembro do ano passado, decidimos que iríamos em 2003. Pegamos férias juntos, nos programamos. A gente não conhecia ninguém lá.
ANDRÉ: O Antidemon nem tinha tocado lá ainda. Eu fui à Igreja de Foz, que fica ali na fronteira com a Argentina. Fui lá, coloquei o pé lá e profetizei, em nome de Jesus que abriríamos aquela porta para a igreja, pois nós não fazemos nada pelo Sulphur Storm e sim pela Igreja. E foi a maior benção, pois o Batista mandou um e-mail falando assim: Vai lá e grita no meio do povo: "Esteja pronta Argentina" e eu não sabia de nada, mas aí eu fui até lá e gritei. Quando voltei, falei para o Batista que havia feito o que ele tinha falado e aí ele disse que estava começando abrir uma porta. Então o Antidemon foi para a Argentina e destruiu as portas e aí a gente foi lá para juntar os cacos.
CRISTIANO: Uma coisa que é legal é que tudo contribuía para que nós não fossemos: não conhecíamos ninguém, não tínhamos dinheiro, não tinha guitarra, não tinha show marcado. Só que cada dia nós falávamos "nós vamos, em nome de Jesus". Na vigília do renovo, Deus falou: "vocês vão nem que seja para tocar no meio da rua". Depois o pastor Batista falou que nós iríamos nem que fosse para tocarmos no meio da rua. Eu falava "amanhã a gente vai para a Argentina? Vai! Tem certeza? Acho que vai. Vamos né? Não sei nem qual que é o ônibus, mas vamos".
ANDRÉ: Nós pegamos o ônibus e fomos.
CRISTIANO: Foi total dependência de Deus, porque a cada dia a gente não sabia o que iria fazer, não sabia o que iria acontecer e cada dia foi uma vitória enorme para honra e glória de Deus. Aconteceram os shows e foi um renovo muito grande, foi maravilhoso. E o principal disso tudo é que a gente pôde vivenciar a promessa de Deus cumprida.
ANDRÉ: Se Deus falar vocês vão para a China, estamos fazendo as malas. Porque, para quem tem uma experiência forte com Deus como essa que tivemos, ver o impossível acontecer, não existem barreiras.
Z.E.P.: Qual foi o impacto que a turnê de vocês teve na vida dos argentinos?
CRISTIANO: É como se eles estivessem em um deserto muito quente e viesse um copo de água, porque todo mundo queria um pouco; todo mundo queria falar, todo mundo queria receber oração, todo mundo queria conversar. A gente chegou lá e eles estavam destruídos. Ficamos quase 20 dias lá e para glória de Deus, quando saímos, a gente viu que eles estavam fortes, totalmente renovados e totalmente convictos do que eles são, do que eles querem. Eu liguei para eles na sexta-feira e eles estão muito bem. O que foi plantado no coração deles com a vida do Antidemon e com a nossa foi algo muito marcante para eles e eu creio que vai fazer a diferença para aquela terra e para aquele povo. Foi maravilhoso.
Z.E.P.: Qual foi o fato mais marcante desta viagem?
ANDRÉ: Eu vi algo que foi maravilhoso que foi a restauração de uma família que estava completamente destruída. Satanás tinha acabado com aquela família: 30 anos de destruição. Pai, mãe, irmãos, filhos. Em 18 dias a gente viu acontecer o que em 30 anos não acontecia e isso foi muito marcante. Havia uma agenda: de manhã íamos a casa de alguém ministrar, à tarde a outra e à noite, outra. Tivemos que nos dividir
CRISTIANO: O que marcou foi a oportunidade de ser instrumento de benção, acho que foi o mais marcante.
Z.E.P.: Quais são seus próximos planos?
ANDRÉ: A gente está orando agora e o nosso projeto é o CD "Destruction Rise". Estamos orando por este nome que é uma letra, porque temos passado por lutas como banda e adoramos destruir o inferno. É algo muito especial para nós falar que Satanás está destronado. O projeto não é nem nosso, é de Deus, porque a gente sempre projetou.
CRISTIANO: São 4 anos de banda e é uma coisa que falta muito porque sempre que a gente vai tocar nos lugares fora de São Paulo, todo mundo pergunta "cadê o CD?". A nossa prioridade como banda é gravar o CD, em nome de Jesus.
ADRIANA: Porque este CD é um instrumento de salvação: onde a gente não pode ir, o CD vai; pode chegar do outro lado do mundo.
ANDRÉ: A gente sempre projeta e a gente sabe que é Deus que faz porque mesmo sem o CD, fomos para a Argentina, fizemos uma turnê fora do Brasil. Deus tem aberto outras portas e a gente sabe que agora Deus colocou esse projeto que nem é nosso. Pelo nosso projeto, deveríamos estar no terceiro CD, mas Deus fez algo assim, para provar que é Ele mesmo. Ele disse 'vocês vão", e, de fato, fomos sem o CD e Deus nos honrou. Em breve, estaremos com o CD, para honra e glória de Deus.
Z.E.P.: Que conselho vocês dão para as bandas que estão começando?
CRISTIANO: Perseverança. Acho que é algo primordial não só para quem tem banda, mas para tudo o que você vai fazer na vida. Muitas serão as coisas que vão te fazer parar, muitos serão os obstáculos que irão aparecer na sua frente, mas se você tiver um Deus forte do teu lado e se você confiar nesse Deus, as coisas vão acontecer.
ADRIANA: Santidade. A unção de Deus é muito mais importante do que a técnica, do que saber tocar, porque a partir do momento que você é santo, Deus vai acrescentar capacitação, Deus vai acrescentar todas as coisas. Ter a técnica e não ter a unção, e não ter santidade, de nada vale para subir no púlpito para tocar.
CONTATO:
E-mail: sulphurstorm@bol.com.br


CLEAN HEART

Entrevista realizada com o Clean Heart após a apresentação deles na Zadoque numa Heavy Metal Night (05/04/2003). Neste dia, eles estavam comemorando seus quatro anos de estrada, contando todas as mudanças e transformações que tem acontecido na vida deles e também na banda, que tem demonstrado muita garra e coragem para passar quatro anos de dificuldades e vitórias.
ZADOQUE EXTREME PRODUCTIONS: Como tem sido as lutas e dificuldades enfrentadas pelo Clean Heart durante esses quatro anos?
SAMUEL: Nós tivemos algumas dificuldades financeiras em relação a equipamentos, instrumentos e algumas coisas de que a banda estava precisando. Tivemos também dificuldades em relação à formação. Houve muitas mudanças nos últimos três anos. A parte financeira está melhorando e precisamos tomar uma decisão quanto à formação.
Quero dizer que foram quatro anos de muitas guerras, muita dificuldade...E esse show foi como um galardão de Deus para as nossas vidas. E todas as pessoas que estão ao nosso redor, são presentes que Deus nos tem dado. Por mais que tenham sido difíceis esses quatro anos, nós recebemos hoje uma injeção de ânimo pra continuar por muito mais tempo.
Z.E.P.: Quais são os próximos planos da banda? Pretendem gravar algum cd ou demo?
SAMUEL: Nesse momento é gravar o CD e estamos precisando também de estabilidade na formação. A gente precisa entrar num consenso: o Davi não é mais guitarrista da banda e ainda não sabemos se ficaremos só nós três ou se vamos procurar outra pessoa, mas tudo pela vontade de Deus, pois o Clean Heart é regido por Deus, nossos planos é gravar um CD este ano e lançá-lo antes do dia 31 de dezembro...(risos)
Z.E.P.: Como ficará a formação da banda agora com a saída do Davi?
S.: Bem, quem faz a formação do Clean Heart é Deus, se está estabilizada ou não, se vai entrar alguém ou não, é Ele quem decide.
Z.E.P.: O que mudou nos últimos quatro anos no Clean Heart?
S.: Quando começamos, éramos muito imaturos, espiritualmente e muitos entraram na banda e não ficaram porque não tinham segurança, não eram convictos. No começo queríamos evangelizar, mas também gostávamos do estilo. Todos os shows que fizemos foram com dificuldade, por causa da necessidade de equipamentos, mas nós aprendemos que a fé precisa estar em primeiro lugar. E quando nós entendemos isso, os instrumentos começaram a vir e as coisas começaram a acontecer. Mas nós já quebramos muito a cabeça.
Z.E.P.: Como são feitas as composições das músicas? Tem alguma que seja especial?
S.: O nosso jeito de compor é muito louco. Como não tínhamos lugar para ensaiar, íamos um na casa do outro para ensaiar e as músicas eram compostas “à força”. A música que mais marcou foi Unborn, que passou por quase todas as formações do Clean Heart porque não conseguíamos terminar. É uma música que fala sobre o aborto e não conseguíamos terminar por causa das freqüentes mudanças na formação. Foi a que mais marcou por causa da demora: teve músicas que terminamos em dois ensaios e só conseguimos terminar Unborn no começo de 2003.

Z.E.P.: Algum fato engraçado que ocorreu durante os shows.
Ivan: Na música Walk way tem uma parte da apresentação que é marcante. É quando o Samuel apresenta os integrantes da banda e cada um faz um solo a parte. Eu estava esperando ele falar meu nome para começar a fazer o solo no baixo. Ele sempre me chama de Ivan mas naquele dia ele me chamou pelo meu verdadeiro nome: Ivanildo Reginaldo. Foi um choque. Todos começaram a rir e eu fiquei sem reação, comecei a fazer o solo meio atrasado, com muita vergonha. Hoje várias pessoas me chamam de Ivanildo Reginaldo. (risos)
Z.E.P.: Que conselho vocês dão para quem está começando?
S.: Em primeiro lugar, ter certeza de que Deus está operando. Em segundo lugar, ter convicção e estar preparado para o que der e vier. A pessoa deve ter consciência de que vai passar por uma série de dificuldades.
Ivan: Eu sempre quis montar uma banda cristã, mas é muito mais seguro buscar as pessoas de Deus. As mudanças do Clean Heart, nesses últimos anos, atrasaram o crescimento da banda.
Ping-pong
Banda nacional: Antidemon
Banda internacional: Stryper
Revolução: Comunidade Zadoque
Objetivo:
Samuel: Ver cumpridas as promessas de Deus para o Clean Heart.
Ivan: Subir no mesmo palco que bandas que escravizaram muitas pessoas e ter os nossos shows abertos por essas bandas.
Música:
Samuel: Presente de Deus
Ivan: Arma que Deus deu ao seu povo
Clean Heart:
Samuel: Banda destemida que está aí para o que der e vier
Ivan: Os meus irmãos de Tubarão (Santa Catarina) dizem que somos uma banda que luta para ter o coração limpo e que tem o intuito de guerrear, pois fomos tocar lá sem o vocalista que não pode ir conosco pois tinha coisas para fazer aqui em SP, mas todos nós dividimos o vocal e tocamos. Por isso eles nos chamaram de banda guerreira.
Z.E.P.: Nós gostaríamos de agradecer ao Clean Heart por ter cedido aí alguns minutos do seu tempo pra falar conosco e a toda galera do Clean Heart.Valeu! Que Deus os abençoe e continue usando cada vez mais vocês...


SKYMETAL

ZADOQUE EXTREME PRODUCTIONS: Primeiramente nos fale da atual formação da banda. Vocês amadureceram musicalmente após o demo-cd "Condenação", portanto o que devemos esperar deste novo trabalho "Apocalipse"?
LÚCIO: A atual formação conta comigo no baixo, Gustavo (vocal), Rafael (bateria) e Junior(guitarra). Na verdade a Skymetal passou por varias formações, mas cremos que esta tem se enquadrado muito bem na proposta da banda. Sobre o nosso novo trabalho realmente esta mais trampado, neste cd nós regrávamos duas músicas da antiga demo tape "Sentença" e todas do demo-cd "condenação", e entraram mais três novas músicas dentre elas a que da o título ao álbum.
Z.E.P.: Suas letras falam muito sobre uma escolha de vida, a fé Cristã. Passe para nós um resumo sobre o que a fé tem feito em suas vidas. O porque desta escolha?
LÚCIO: Todos nós da banda tivemos esperiências fortes, principalmente o vocal Gustavo e o batera Rafael que são irmãos, eu os conheci bem antes de se converterem e sabia que a mãe deles tinha um problema grave de câncer e que era um caso sem solução. Nós perdemos contanto por um tempo, e dentro deste período achei que o pior tinha acontecido. Algum tempo depois eu passei a freqüentar a igreja, e acabei trombando com eles. Lá eles me deram a notícia que estavam ali porque DEUS havia curado sua mãe. Isto pra mim foi algo muito forte, pois de certa forma eu fui testemunha do que eles viveram. Este testemunho presente de vida fez com que eu enxergasse o DEUS a qual eu e todos da banda servimos.
Z.E.P.: O público respondeu bem ao trabalho "Condenação"e certamente vai responder à altura o cd "Apocalipse" tem alguma música no novo trabalho que vocês mais gostaram, ou uma que vocês particularmente recomendam?
L: Certamente que sim. Apocalipse é claro! (Risos). A composição desta música foi algo espantoso para todos da banda. Nós precisávamos de três músicas novas para editar o álbum pela gravadora, então tivemos que compor a gás total. Apocalipse foi feita em apenas três ensaios, e todos nós achamos que foi a nossa melhor composição até agora. Realmente DEUS nos inspirou para compormos ela.
Z.E.P.: Vocês tem alguma turnê de lançamento deste novo trabalho já agendados?
L: Estamos para fechar uma turnê com algumas bandas que dentre elas o Soul Factor a qual pertencemos a mesma gravadora. Mais certamente temos uma previsão de tocarmos em São Paulo, Belo Horizonte, Ipatinga, Brasília, Uberlândia, Vitória, Rio de Janeiro e Goiânia. Em outras cidades ainda falta confirmar.
Z.E.P.: A cena tem crescido em seu estado, vemos algumas boas bandas despontarem aí do triângulo mineiro, e duma maneira geral em todo Brasil. Como vocês vêem este crescimento de bandas cristãs?
L: Isso com certeza nos deixa muito feliz, pois se o número de bandas aumenta conseqüentemente o número de pessoas conhecendo a palavra também. Além de falarmos do amor de Jesus as bandas nacionais tem mostrado que a cena do metal cristão esta sendo levada com seriedade e profissionalismo.
Z.E.P.: Acredita que estas bandas estão preparadas para uma realidade de nosso país, que é a dificuldade financeira para a gravação, mixagem e prensagem num material de qualidade, que acabam por lançar "demos" muito mal gravadas ou cds mal trabalhados na mixagem sendo isso seu principal "cartão de visitas". Que conselho você daria a estas bandas?
L: O lance é não desanimar, se você tem uma proposta e ela parte do seu coração, vá até o fim. Nós tivemos que enfrentar estes problemas como qualquer outra banda enfrentou ou tem enfrentado. Coloque sua vontade diante de DEUS e faça o que você tem que fazer.
Z.E.P.: Conte-nos como está à relação da banda que assumiu um contrato recentemente com a gravadora "Salmos", que é bem conhecida na região central do país, quanto tempo tem este contrato? E como tem sido esta parceria?
L: Para nós da banda isso foi demais. É realmente DEUS abrindo mais uma porta. Eu digo que DEUS tem nos recompensado pelo esforço de nosso trabalho pela obra. Todos da banda estão satisfeitos com este acontecimento. Nós fechamos contrato no final do ano passado e começamos a gravar logo em janeiro. Este contrato tem sido vantajoso para divulgação do nosso trabalho que será distribuído por todo Brasil.
Z.E.P.: Seria hipócrita pedir par indicar a melhor banda, sendo que existem centenas de boas bandas hoje em dia. Mas na sua opinião, nos diga que bandas nacionais vocês tem ouvido ultimamente. Que bandas que você recomendaria?
L: Poxa! Isso realmente não é fácil de responder. Você me colocou contra a parede! (Risos). Sem descartar outras bandas é claro, nós temos como opção Antidemon, Clemency, Scourge On Devil, Trino, Satan's Doom, Soul Factor e várias outras. Se formos citar todas as que ouvimos aqui acho que você teria que abrir uma outra página só pra isso! É muito difícil responder isso mano! Graças a DEUS o Brasil está cheio de bandas excelentes.
Z.E.P.: Como tem sido a divulgação do Skymetal além das fronteiras brasileiras? Vocês têm trabalhado para divulgar o trabalho fora do país?
L: Com certeza. Temos tido contato com distribuidoras nos E.U.A., e na Europa. Quem tem nos ajudado também na divulgação é o nosso irmão Cássio Antestor (editor da Extreme Brutal Death) que tem contato com algumas destas distribuidoras. Este nosso novo trabalho tem despertado interesse por parte delas. A nossa demo-cd "Condenação" proporcionou uma boa divulgação também no exterior despertando um interesse maior no nosso próximo trabalho. Nós realmente queremos que o nosso trabalho seja reconhecido alem das fronteiras brasileiras. E DEUS tem nos abençoado neste aspecto.
Z.E.P.: Essa é a tradicional deixa para dizer o que pensam! Deixem seu recado aos leitores e fãs!
L: Gostaria de te agradecer pela entrevista e glorificar a DEUS pela sua vida! Espero que todos gostem do nosso novo trabalho, pois realmente foi feito com amor e carinho para abençoar a vida de todos vocês. Agradeço a todos pelo apoio, que DEUS atenda as necessidades de cada um. Um grande abraço da família Skymetal! Nós amamos vocês!
DISCOGRAFIA:

2003 - "Sepultura"
2002 - "Apocalipse"
2001 - "Condenação" (demo-cd)
2001 - "Metal Brazil Colection" (coletânia)
1998 - "Sentença" (demo-tape)
CONTATO:
Caixa Postal 3059
CEP: 38407-970 - Uberlândia/MG
Fone: (0_ _34) 3214-6231
E-mail: skymetal@triang.com.br
Site: http://www.skymetal.triang.net

ANTIDEMON

Tudo começou em 1994, a banda paulistana Antidemon se formou a partir de promessas feitas por Deus ao pastor e líder da banda Antônio C. Batista e sua esposa a pastora Elke. No início o Antidemon contava com cinco integrantes, hoje tem três: Batista, baixo e vocal; Kléber, guitarra e vocal e Elke na bateria, esta formação já tem oito anos. Durante todos estes anos, o Antidemon já viveu várias situações, algumas engraçadas outras, nem tanto. Mas apesar dos pesares o trio vem crescendo, conquistando um espaço precioso no mercado fonográfico e mídia secular, abrindo cada vez mais as portas para outras bandas cristãs crescerem e aparecerem. Sendo assim a banda acabou se tornando um ícone da cena
underground cristã brasileira e começou a ser reconhecida lá fora. O Antidemon viajou para o México no mês de abril, com a turnê do CD "Demonocídio". Leia a seguir a entrevista feita pela Zadoque Extreme Productions e saiba o que Deus tem feito na vida da banda.

ZADOQUE EXTREME PRODUCTIONS: Para começar gostaríamos que vocês comentassem os oito anos da banda.
BATISTA: Esses oito anos da banda, para nós, parece que passou rápido. Oito anos são uma marca significativa e muito especial para nós, por podermos estar juntos. Três pessoas juntas, fazendo a mesma coisa durante oito anos, não é fácil. Satanás muitas vezes quer acabar com tudo, ele não tem escrúpulos e vem para nos atacar e muitas vezes é para que nós passemos a não mais existir como banda. Mas Deus tem nos dado força, armas, estratégias para desmascarar a satanás. E os oito anos da banda - por termos alcançado isso - nos dá a benção de poder olhar para trás e ver os frutos de salvação e, olhando os frutos, nós podemos ter a esperança e a fé em Deus que poderemos alcançar mais oito anos e mais oito e o tempo que Deus quiser. Muitas pessoas falam que é impossível uma banda ficar muito tempo junto, quer dizer as mesmas pessoas juntas. E a gente está junto pelo poder de Deus e creio que vamos continuar por muito tempo. E o melhor desses oito anos, realmente, são os frutos. Você ver pessoas que, sei lá, se converteram há oito anos, com a banda e hoje essas pessoas estão até como pastores. Tem até pastores de outros ministérios, presbíteros, pessoas espalhadas por todo o mundo que se converteram através da banda há quase uma década e hoje estão dando frutos. Então é assim: os frutos dando frutos. E isto é o maior presente nesses oito anos de banda.
Z.E.P.: Vocês tem uma base de quantas pessoas já aceitaram a Jesus através do Antidemon?
Elke: Impossível contabilizar.
B: Já tiveram shows de se converterem mais de 200 pessoas e graças a Deus, Ele nunca nos deixou voltar de mãos vazias. Nosso segundo show foi numa favela onde não existia nenhum underground e eu não sabia nem se deveria cantar gutural ou sequer o iria fazer. Lá só havia pessoas da favela e senhoras com mais de 50 anos com crianças nos braços, ao todo deviam ter doze pessoas, delas dez eram essas senhoras com crianças. E todas elas se converteram, aliás, todo mundo, foi uma conversão 100%, todos que estavam naquele show aceitaram a Jesus. Deus nunca nos deixou voltar de mãos vazias! Que isso não seja uma crítica a bandas que toquem e não consiga isso, pois o importante é você lançar a semente sem se preocupar se levantaram a mão um ou 100 ou 1000 pessoas, o que realmente importa é que foi lançada a semente. Muitas pessoas que não se converteram nos shows vieram a se converter depois através da semente lançada. Então se você tem uma banda, toca e não se converte ninguém, dê graças a Deus pela semente que foi plantada e ore para que ela frutifique.
E: Agora é impossível, realmente, contabilizar os números. Sabemos que é gigantesco, glória a Deus!
B: Nós já estamos a caminho de quase 300 shows e realmente há muitas conversões, fora às entrevistas de rádio, em revistas, zines, isso também tem gerado conversões. O Cd vai onde nós não podemos ir. A música ou mesmo esta entrevista na Internet irá onde ainda não fomos pessoalmente.
E: E através desta entrevista muitas pessoas irão entrar nesse número que nós não conhecemos de muita salvação.
B: E só vamos conhecer quando estivermos lá no céu…
E: Não, não. Mande um e-mail, converse conosco, por favor!…
Z.E.P.: Sobre a primeira formação, sabemos que não era um trio. Como tudo começou?
E: Realmente nós éramos um quinteto. A formação inicial era: pastor Batista como vocalista somente, duas guitarras, um baixo e eu na bateria. Dessa formação original ficaram o pastor Batista, que continuou no vocal e assumiu a posição de baixista; ficamos somente com uma guitarra que é o Kléber, que está praticamente desde o começo e eu como baterista.
B: Essa primeira formação durou desde janeiro de 1994, que foi o início da banda, e durou até…
E: Durou uns oito meses.
B: É ela não ultrapassou a marca de um ano. No início de 1995 a banda já se estabilizou como um trio: eu, o Kléber e a Elke.
E: E está sendo uma benção!
Z.E.P.: Elke, como as pessoas reagem quando vêem você tocando. Quer dizer uma mulher na bateria, que toca muito bem por sinal, ainda causa espanto?
E: Toca muito bem, não, imagina! É graças a Deus! É um elogio… Mas com certeza sempre é um fator de estranheza para muitos, uns torcem o bico, falam: "Ah, não sei, não"…
B: Em muitos lugares que nós vamos pela primeira vez é assim: "Ah, eu quero vê mesmo" ou "vamos ver se faz ao vivo"…
E: Você ouve lá de baixo: "toca no Cd, mas quero ver ao vivo". Outras vezes, aliás, em vários shows, tinha mais gente ao lado do palco me vendo tocar do que na frente assistindo ao show da banda. Inclusive nós estivemos agora em Recife, que é um público maravilhoso, a galera é demais. E assim, a gente vê nas fotos tiradas muitas pessoas visivelmente assustadas. Acho que isso impactou e ainda vai impactar muita gente, porque o preconceito em relação à mulher, infelizmente, existe. A mulher, no nosso país, ainda ganha muito menos que o homem e em todas as áreas a mulher é discriminada, mas eu tenho certeza que musicalmente, dentro do metal cristão também, isso já está sendo quebrado, graças a Deus. E as pessoas, pelo menos em relação a minha vida, têm respeitado e sempre orado, incentivando: "olha, vai em frente, porque Deus vai te abençoar!". E tem abençoado mesmo.
Z.E.P.: A respeito da primeira música, qual é, quem compôs, tem alguma historinha por trás?
B: A primeira música composta pelo Antidemon é "Guerra ao Inferno". Essa música veio numa noite quando Deus estava nos revelando esse ministério, eu não sabia nada…
E: E nem éramos uma banda.
B: É isso deve ter sido mais ou menos em 1991/92 e veio a letra todinha numa madrugada para mim e depois eu compartilhei com a Elke e isso ficou na nossa cabeça até 1994
E: Quando a banda se formou.
B: Isso. A maneira como Deus nos revelava as músicas, porque nós não sabíamos nada de underground/metal, não conhecíamos nada de estilos musicais, então era tudo muito estranho. Os rifes que vinham na minha cabeça, a maneira de se cantar e foi o jeito que Deus revelou esse ministério para nós. Então a "Guerra ao Inferno" foi uma das mais de 30 músicas que Deus nos revelou nessa época. Dessas 30 eu acho que no Cd devem ter umas dez ou doze no máximo, tem músicas de 1991 que ainda vamos começar a trabalhar. E, depois a idéia foi apresentada para os outros três da banda, todas as músicas são assim, nunca é um só que compõe. A letra estava pronta, o rife inicial também, mas foi exposto a toda a banda e os cinco juntos trabalharam. E o nosso primeiro ensaio da "Guerra ao Inferno" foi assim eu cantando num cano de esgoto, porque não tínhamos microfone. Eu coloquei um cano de esgoto de 6m de comprimento e fiquei lá gritando, o Kléber tocando violão e a Elke uma latinha de leite em pó com uma caneta.
E: E os outros dois dando apoio moral e espiritual.
B: Nós não tínhamos nem guitarra, nada, nos primeiros ensaios.
Z.E.P.: Mas vocês já tocavam alguma coisa, tinham uma noção…
E: É o Kléber já tocava guitarra há alguns anos. Os outros dois tocavam já, mas outros instrumentos.
B: Eles eram bateristas.
E: É eles eram bateristas, mas desempenhavam outras funções na nossa banda que era de guitarrista e baixista. No caso, o pastor Batista tinha conhecimento musical de orquestra sinfônica, assim como eu, mas ele não iria utilizar nada de orquestra sinfônica, pois faria o vocal. E eu apliquei alguma coisa de percussão sinfônica como baterista, e já estava estudando há algum tempo num conservatório, tive uma formação bem tradicional de bateria mesmo.
B: Mas as primeiras músicas foram bem assim: compostas sem nenhuma possibilidade…
E: Na garra. Porque você saber teoricamente é uma coisa, mas tocar uma música totalmente podrona numa bateria, é outra. Muita gente acha fácil, mas não é, não. Só quem senta lá na hora e faz o que tem que fazer sabe que tem que vir de Deus mesmo, e foi assim. Aliás, essa música "Guerra ao Inferno", a gente até brinca nos shows: "a gente não agüenta mais tocar essa música…", mas vamos continuar tocando, pois o pessoal sempre pede. Para nós é bastante marcante mesmo, por causa desse testemunho todo da revelação, de como Deus mostrou etc.
B: E também por ela dar esse impulso todo da temática da banda que é a guerra espiritual.
Z.E.P.: Ao longo desses oito anos, o que mudou na música, no som de vocês?
B: Eu acho que não é que mudou o som, é a nossa vivência adquirida, amadurecemos mais. Não temos a intenção de falar que mudou ou queremos mudar…
E: Ou dizer que "queremos ser extremamente perfeccionistas nos nossos instrumentos porque senão não seremos uma banda", ou o contrário "a gente quer ser podrão mesmo, não temos que aprender nada, pois tocamos grind core". Acho que a nossa cabeça está mais madura…
B: E também as possibilidades de ter instrumentos melhores, de poder compor melhor…
E: Ter mais recursos, isso reflete sem dúvida.
B: Gravar melhor. Isso faz com que possamos passar melhor a nossa idéia, antes talvez não tínhamos a possibilidade de transmitir nossas idéias…
E: Nem a maturidade, talvez um pouco mais musical.
B: Então a maturidade juntamente com instrumentos melhores, ensaios melhores etc, nos permitem passar melhor nossas idéias.
E: Porém o estilo continua o mesmo, com certeza não temos, nem gostaríamos de mudar…
B: Nós não acreditamos naquele lance de esgotaram-se as possibilidades de se fazer algo num estilo. Pode ser isso para os filhos das trevas, mas o nosso Deus é uma fonte inesgotável de inspirações e jamais ira nos faltar o que fazer nesse estilo que a gente já vem fazendo e graças a Deus é até um pouco diverso, variado.
E: Eclético.
B: Então dá para fazer bastante coisa por muitos anos aí.
E: Porém, com certeza vocês nunca irão ouvir a respeito do Antidemon que mudou radicalmente e está tocando para um público totalmente contrário. Nosso Deus é um Deus de uma palavra só e nele não tem mudança nem sombra de variação.
B: É claro que nada contra quem lança cada trabalho diferente, mas a nossa visão e de sempre fazermos isso. Agora pode ser que bandas que mudem também possam alcançar o sucesso e como bandas cristãs também alcançar aquilo que Deus tem para a vida delas.
E: O que Deus quer para nós é isso: que continuemos como estamos.
Z.E.P.: Vocês falaram sobre ter recursos, pois bem qual era a profissão de cada um antes da banda?
E: (risos) Bom, o pastor Batista é até engraçado falar, porque ele já foi desde dono de metalúrgica até transportador escolar que foi a última profissão dele.
B: Já fui pedreiro, pintor, vendedor de balcão (balconista), gerente de loja, dono de loja de materiais de construção, dono de metalúrgica, catador de papelão, lata. Esse aí foi um pouco recente, logo no comecinho da banda, foi uma prova que Deus fez bastante grande para me moldar.
E: Dar mais humildade.
B: Deus me quebrou legal mesmo, para que eu enxergasse o que ele queria. Então de dono de metalúrgica eu passei a ser catador de lata e papelão. Sim, aqueles que andam pela rua puxando uma carrocinha, e foi muito bom fazer isso porque Deus me ensinou.
E: É, mas a última profissão mesmo foi transportador escolar.
B: É eu era o tio Batata.
(risos de todos)
E: E eu trabalhei com ele, em todas essas profissões, menos catar papelão, pois para mim isso era um pouco difícil.
B: Hoje em dia Deus tem abençoado, a banda já tem recurso próprios. É muito bom nós fazermos shows e até os filhos das trevas nos reembolsam em dinheiro com algum recurso, então hoje em dia nós estamos mais por conta de fazermos a obra de Deus.
E: E o Kléber, seu último emprego foi como técnico em telefonia celular. Um emprego bem rendoso, mas que infelizmente ele teve que abandonar devido à incompatibilidade de tempo para com a banda e o ministério. Ele abriu mão e hoje trabalha na casa da Deus tomando conta, exercendo uma função na Comunidade Zadoque. Ele é responsável pelos eventos junto com ele todo o departamento de som.
Z.E.P.: Qual foi a maior dificuldade enfrentada pela banda nesses oito anos? Coincidiu com a época em que você, Batista, foi catador de papelão?
B: É isso foi no início da banda. A princípio a maior dificuldade foi das pessoas não acreditarem que nós poderíamos chegar a qualquer lugar nem a uma estréia, nem a ter pessoas que quisessem estar conosco. Porque quando nós falávamos que tínhamos uma banda que se chamava Antidemon isso já era motivo de bastante gozação, isso em 1992. E as pessoas não acreditavam que nós teríamos pessoas que fossem loucas de estar com outras duas que nunca tiveram nenhuma raiz underground e assim formar uma banda. Nós éramos um pouco ingênuos e falávamos bastante o que Deus queria com suas promessas que davam muita alegria ao nosso coração.
E: Muitas promessas que já se cumpriram ou estão se cumprindo. É, mas, na época, as pessoas não acreditavam mesmo e isso foi uma grande dificuldade, mas não a ponto de nos parar.
B: A banda existe desde 1994, mas a promessa desde 1991. Então esse período de 91 a 94 foram três anos em que só a Elke e eu estávamos orando para que aparecesse os outros componentes da banda e eles não apareciam nunca, mas quando Deus nos deu já começamos a fazer, aí as dificuldades foram financeiras. Eu já não tinha mais minha empresa, meu emprego, não tinha mais nada financeiramente eu só tinha mesmo a Deus. Em 94 não tínhamos condições de começar nada, por falta de recurso financeiros.
E: Às vezes as pessoas olham e falam: "puxa, que instrumento legal!" Mas o primeiro microfone do pastor foi um cano de esgoto de 6m.
B: O segundo foi um daqueles de karaokê da Xuxa.
E: Aqueles cor-de-rosa, mesmo. Que ainda por cima nem era nosso, era emprestado de um amigo muito próximo da gente. Eu também tocava uma bateria feita de lata "Suvinil" que o pastor Batista fez para mim. Então é até interessante, pois muita gente fala "Ah, eu não começo a banda por falta de recursos". Olha, eu tenho certeza que se você se colocar diante de Deus, Ele vai te dar o melhor desta terra, você pode até passar por lutas, mas Deus vai te honrar, Ele vai cumprir o desejo do teu coração. Pois as nossas dificuldades financeiras e de não ter credibilidade foram revertidas e hoje as pessoas acreditam não em nós, mas no que Deus tem feito. E esses lances de recursos também foram revertidos e podemos apresentar algo legal e agradável para Deus e para as pessoas.
B: Agora muita gente espera que nós citemos as dificuldades como sendo as ameaças e agressões físicas, mas essas não foram dificuldades. Muitas pessoas às vezes escrevem dizendo: "acho que esse foi o momento mais negro da banda, quando vocês foram agredidos por carecas ou black metal", mas muito pelo contrário isso foi motivo de crescimento.
E: E até incentivo.
B: Cada gota de sangue pingada foi muita benção e crescimento, abertura de portas nas nossas vidas. Então isso a gente não pode dizer que foi uma dificuldade.
E: Infelizmente, como a própria bíblia diz "os inimigos do homem seriam os da sua própria casa". Então às vezes as maiores lutas partiram das pessoas ditas "religiosas" que nos criticavam, nos atacavam ao invés de nos abençoar. E isso, hoje na nossa igreja é uma coisa que nós frisamos bastante: "Abençoe, não amaldiçoe".
Z.E.P.: No começo, vocês tiveram alguma influência de outras bandas?
B: Não, porque não tínhamos acesso e nem sabíamos se a nossa banda seria de louvor, isso em 1992, se seria tipo MPB, ou sei lá, rap.
E: Era uma incógnita.
B: E Deus começava a revelar e eu não sabia, tanto é que eu tenho compostas, até hoje, músicas de diversos estilos e muitas de louvor, todas empacotadas e vai ter a hora de por para fora…
E: Espere aí! Pela Tadmor (Banda de Louvor da Comunidade Zadoque).
B: É pela banda Tadmor. E foi assim que Deus começou a revelar o que era para o Antidemon fazer.
E: Até o jeito de cantar.
B: E também nós observávamos as pessoas na rua "Ah, acho que é esse tipo de gente que Deus quer que nós busquemos…" Em 1993 nós ligamos a televisão e vimos uma banda secular tocando, aí eu falei: "olha, é isso que Deus falou, mostrou para mim no meu sonho. É alguma coisa parecida." Então não chega a ser uma influência, foram situações em que fomos reparando. "Olha quem é o público?", "Ah, é aquele cabeludo ou aquele punk, então deve ser esse tipo de gente que Deus quer."
E: Até que um dia nós começamos a seguir uma dessas pessoas… a gente não pode negar. Um dia estávamos no centro da cidade e vimos um cara com um visual mais ou menos parecido com o que Deus mostrava para o Batista.
B: E até então, tanto para mim quanto para a Elke, parece que punk, metal, simplesmente não existia. A gente não via na rua.
E: Realmente, era incrível.
B: É porque toda minha infância e minha adolescência eu nunca tive contato com ninguém assim. Nunca olhei um cara e soube "Ah, esse aí é um punk." Isso é uma coisa que passou em branco na nossa vida.
E: E no dia em que vimos, a gente estava no centro de São Paulo, aí um virou para o outro: "vamos seguir ele para ver aonde vai?" E ele foi na "galeria do rock". Quando nós nos deparamos com todo aquele mundo, começamos a chorar…
B: E eu passava sempre por ali e nunca havia olhado para o lado ou para cima e visto aquilo.
E: Foi então que soubemos: é isso que Deus quer que a gente faça, é esse o povo que Deus quer que nós resgatemos. E foi muito maravilhoso.
Z.E.P.: Como o Antidemon vê o cenário alternativo/underground no Brasil atualmente?
B: Eu acho que no Brasil a cada ano que passa o cenário alternativo está se fortalecendo, nosso país é um grande celeiro de bandas. O mundo está aprendendo a olhar para o Brasil e dar valor a todos os estilos de música, não só o samba e a bossa nova. E o cenário alternativo tem sido uma potência.
Z.E.P.: Nesses oito anos, vocês já tocaram em diversos lugares do país, já viram e viveram muitas histórias engraçadas ou surpreendentes. Quais fatos marcaram a vida de vocês?
B: Surpreendente foi quando a gente estava tocando num show e acho que 80% do público era black metal. E não era molecada, não, eram uns caras já bastante conscientes a maioria com uns 30 anos ou mais. E eles ameaçaram a gente dizendo que se nós falássemos o nome de Jesus Cristo eles iriam bater e acabar com tudo, então ficaram observando a minha boca para ver se saía alguma palavra parecida. E o lugar não tinha palco…
E: Isso foi no interior de São Paulo. E quando você cantou "Guerra ao Inferno"…
B: É. No meio do show quando começamos a tocar "Guerra ao Inferno", esse cara ficou possesso!
E: Bem no refrão da música: "Jesus Cristo"
B: Aí as pessoas que estavam com ele ficaram assustadas, pelo cara, que talvez fosse o líder, ficar totalmente endemoniado, fora de si. E então depois do show nós pudemos falar livremente de Jesus para todos eles.
E: Nós oramos, algumas pessoas da Comunidade Zadoque que foram para dar um apoio de intercessão, oraram com essa pessoa. Ela foi liberta automaticamente e depois pudemos falar de Jesus para ela com a maior liberdade e acabamos nos abraçando, nos dando as mãos. Essa pessoa recebe correspondência até hoje da Comunidade Zadoque, tanto que lá na cidade ele não tem dado mais problema para os cristãos.
B: E o fato engraçado acho que foi em 1995 ou 1996, que eu caí num show enter um cubo de baixo…
E: Isso foi em Santos, pastor…
B: Não você não está lembrada…
E: Olha, eu não estou lembrada…
B: E eu caí entre o equipamento de baixo e o palco, era bastante estreito e escorreguei e caí para trás. Fique entalado entre o equipamento de baixo e o palco e eu não conseguia me levantar…
E: (risos) Virado, parecia aquelas baratinhas quando caem no chão…
B: (risos) É. Eu não conseguia me apoiar em lugar nenhum para levantar, só ficava mexendo as pernas e os braços, com o baixo me sufocando e…
E: E o Kléber e eu…
B: Os dois nem aí para mim continuaram tocando e…
E: (risos) E dando muita risada.
B: O vocal ninguém fazia, o público todo olhando rindo e ninguém me levantava. Aí, depois que eles acabaram a música normalmente, foram me ajudar, um monte de gente foi.
E: (risos) Mas tiveram muitos outros fatos engraçados…
B: Teve um, aqui na Zadoque mesmo, que um cara perdeu um dente no meio do nosso show. Eu sempre anuncio quando perdem alguma coisa tipo: "perderam uma carteira, documento…" e, nesse dia vieram me trazer um dente e eu anunciei: "Alguém perdeu um dente, quem perdeu pode vir aqui que ele está guardado." E o cara foi, depois de uma semana ele aparece aqui de novo com o dente.
E: É ele tinha conseguido fazer um implante.
B: É , estava meio mal implantado, mas acho que o dente está lá na boca dele até hoje.
Z.E.P.: Tomara! O Antidemon já é bem conhecido na cena underground e agora está começando a aparecer na mídia "aberta", secular. Qual a repercussão disso? Algum assédio ou coisa parecida?
B: A repercussão disso nós transformamos em poder falar mais de Jesus para mais pessoas. Por exemplo: apesar de sermos uma banda underground, às vezes estamos andando pela rua e pessoas que não tem nada a ver com a cena, pessoas totalmente comuns, chegam em nós e começam a nos perguntar a respeito da banda e da Comunidade Zadoque. Então o que acontece é que nós podemos falar para mais pessoas aquilo que nós fazemos para Deus e o que Ele faz conosco.
E: Sem perder nossas raízes. Nós já tocamos, aparecemos e falamos em programas de canais abertos de televisão, que não seria assim, um programa underground. Mas isso não nos deixou menos underground, nem mudou nosso jeito de pensar muito pelo contrário, acho que isso tem que nos tornar mais humildes porque a Bíblia fala que nós somos "rodeamos por uma nuvem de testemunhas" e a mídia só faz aumentar essa nuvem de testemunhas que nos rodeiam. Então a gente sabe que aonde nós estivermos poderemos ser alvo de crítica ou observação das pessoas e isso reforça para nossa vida para que sejamos cada vez mais humildes dando mais testemunho, sendo mais fiéis a Deus. Porque não sabemos quando ou de onde pode vir um jornalista ou uma pessoa querendo a Deus. Então isso faz com que a gente queira estar cada vez mais preparado a todo momento.
Z.E.P.: E por causa dessa mídia toda, vocês já foram tachados de "traidores do movimento"?
E: Não, de forma alguma. As pessoas se alegram com isso.
B: Eu penso assim: a banda que falar que a mídia ou a imprensa não pode ajudá-la a crescer e alcançar objetivos maiores, é hipócrita e mentirosa, pois qualquer um, qualquer banda queria um espaço num palco maior, num festival maior.
E: Mesmo na televisão aberta para poder divulgar seu trabalho. E para nós, principalmente, falarmos de Jesus.
Z.E.P.: Para terminar, vocês têm planos para o próximo Cd?
E: Todos os planos.
B: O plano nosso é: a partir do próximo Cd, fazer um trabalho seqüencial, tipo a cada um ou dois anos podermos gravar e lançar novos álbuns. Para que isso possa alcançar mais vidas e as pessoas que admiram o nosso trabalho, também tenham novidades sem esperar tanto para isso. E o próximo Cd, com certeza estará melhor elaborado e gravado, masterizado, mixado, ou seja, melhor produzido. E com um estilo de música…
E: Preservado, é claro.
B: Sim, realmente adequado com aquilo que já vínhamos fazendo, porém com um pouco mais de elaboração.
E: Com certeza. E já temos oito músicas prontas e mais umas dez em andamento. Com toda a certeza, o próximo Cd vai estar bem recheado, quase no limite do tempo, assim como o "Demonocídio". Então é só esperar porque vem aí um Cd super bem feito para honra e glória do Senhor
B: É, realmente, nós estamos tentando fazer algo assim que atinja o ápice, se é que dá para ser mais radical contra o reino das trevas em nome de Jesus.
DISCOGRAFIA:
2002 - "Anillo de Fuego"
1999 - "Demonocídio"
1998 - "Antidemon 4 Anos" (demo-tape)
1997 - "Confinamento Eterno" (demo-tape)
1994 - "Antidemon" (auto-intitulada)
CONTATO:
Rua Gonçalo Pires, 248
Morumbi - São Paulo/SP - CEP: 05624-040
Fone: (0_ _11) 3392-1708
E-mail: antidemon@zadoque.com.br
Site: http://www.antidemon.com.br


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Recomendo também esse site com um texto muito massa: http://www.oocities.org/br/baronshellbr2/materias/white_metal.htm

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Origens do heavy metal Parte 2: Primeiros gritos

Nessa segunda parte do estudo iremos mostrar as primeiras aparições da sonoridade heavy metal, já não mais um embrião, mas um recém-nascido dando seus primeiros passos. Então, é hora do PROTO-METAL!

A primeira aparição "canônica" do ritmo se deu possivelmente no álbum "Vincebus Eruptum" da banda Blue Cheer, gravado no final de 1967 e lançado em janeiro de 1968. O álbum, seminal também para bandas de doom/stoner metal, tinha uma pérola simplesmente imbatível, a versão para o clássico de Eddie Cochran, "Summertime Blues".




O primeiro álbum da história a ganhar a definição de "Heavy metal" documentada entretanto seria o disco "A Long Time Comin'" do grupo The Electric Flag. Ouvindo bem o som deles, é um hard blues, mas de fato os riffs não mentem a sonoridade pesada.




Uma clássica adição a lista é a Steppenwolf, que no seu debut não fez exatamente algo "heavy metal", mas sua canção mais conhecida de todas, "Born to Be Wild", além de conter uma sonoridade bem pesada pra um acid rock, continha a expressão "heavy metal thunder", a primeira vez que essa expressão foi usada com precisão dentro do rock.



Duas canções que também se destacaram na época foram Think About It do The Yardbirds  e a gigantesca In-A-Gadda-Da-Vida do Iron Butterfly.






A versão solo de "Shapes of Things", outrora gravada pelo Yardbirds e agora pelo Jeff Beck Group no debut "Truth", disco gravado também com a participação de Ron Wood e Rod Steward, mostra um álbum bem concentrado no heavy metal.



Agora uma dupla de pancadarias, nascidas uma após a outra, uma como resposta a outra. Primeiro o The Who  lança "I Can See for Miles", chamada por eles de "a canção mais pesada da história". Paul McCartney, como resposta, lançou no The Beatles "Helter Skelter", que ganhou notoriedade pelo inusitado envolvimento com o serial killer Charles Manson e sua "família".






A rock opera primitiva "S.F. Sorrow" da banda The Pretty Things, tinha muitas nuances de heavy metal.




A obscura Coven foi sem dúvidas a primeira banda a colocar temas obscuros, como bruxaria e até satanismo nas suas músicas. Vide a primeira música do seu primeiro álbum... hum... o nome me é familiar...




Seguirá agora canções da seminal MC5, da The Stooges e até Pink Floyd!







O debut do Led Zeppelin segue, com também a música "Hush" do Deep Purple.






Agora mais 3 músicas que definiram o heavy metal já em finais de 1969, início de 1970.





Leslie West (Pré-Mountain)








Em 1970 chega ao mercado a banda Sir Lord Baltimore, a primeira banda creditada como uma banda de HEAVY METAL, e lançam seu debut, "Kingdom Come", ainda naquele ano.





E assim termino a segunda parte do nosso estudo. Pensei em incluir também bandas como Crow e The Gun, mas a importância deles não chegou a ser tão marcante, mas aconselho pesquisar. Houve outras na época, como Alice Cooper (que já dava seus primeiros passos), mas nesse momento coloquei essas, que são essenciais para o entendimento do proto-heavy. No próximo post seguiremos a jornada com as primeiras bandas do tradicional heavy metal e do hardão setentista, e uma breve explanação da diferenciação dos dois gêneros durante a década de 70 (que originalmente, para muitos daquela época, era "tudo a mesma coisa"). Numa sexta-feira 13 de fevereiro de 1970, um álbum gravado no final do ano anterior traria consigo as proibidas "notas do demônio", o trítono... e uma sinistra mulher na capa do seu debut...

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Origens do heavy metal Parte 1: Pré-história

Aqui começará uma longa série sobre o heavy metal em vídeos, das origens, primeiras músicas do gênero, Heavy metal tradicional e hardão 70, NWOBHM, Power metal, Speed/Thrash Metal, Black Metal original, Death Metal e Grindcore, Black metal, Progressive metal, Groove metal, Crossover/Metalcore/Deathcore, Doom/Gothic/Stoner Metal, Avant-Guarde/Post Metal, Industrial/Eletronic Metal, Nü Metal e por fim um post sobre bandas de metal no cenário brasileiro e no mundo cristão.

Vamos então pras ORIGENS!!! Lembrando que aqui constarão apenas sons considerados PROTO-hard, alguns são até anteriores ao rock'n roll, no próximo post que virão realmente sons de heavy originais. Do blues até o rock psicodélico, o som pesadão cresceu até chegar à sua definição, até chegar aos primitivos hard rocks de 1967/68.

Começando com o blues de Joe Hill Louis, o proto do proto-heavy, em 1950 (ou seja, antes mesmo do rock nascer!)

 

Agora a guitarra de Willie Johnson na banda The Howlin' Wolf em 1951, primeira vez que aparece um POWER CHORD distorcido na história.



Pat Hare tocando para James Cotton em 1954, uma demonstração de power chord bem distorcido e um solo de guitarra bem ao estilo.



Agora uma bem conhecida, um instrumental do Link Wray.



A partir daqui sigam com sons de 1961 à 1967 que são colocados entre os precursores do heavy metal. Confiram a progressão da velocidade, distorção e outros elementos básicos que formariam o metal no final da década:



























Bem, por enquanto é isso. Certamente que houve outros atos musicais similares na época, mas esses foram os mais representativos, uma boa base do som que lentamente ao longo dos anos 50, do blues clássico, até a psicodelia dos anos 60 chegaria ao heavy metal, que pra muitos nasceu em 1967 num estúdo chamado "Amigo Studios", em Hollywood, California, durante a gravação de um cover de Eddie Cochran... cenas dos próximos capítulos!

sábado, 13 de abril de 2013

O impagável anti-rock


Até que ponto vai a criatividade humana? Até que ponto alguém é capaz de interpretar os fatos ao seu bel-prazer e de acordo com sua vontade? Como a parcialidade se torna aceitável? Como a cegueira se instala? Como, onde e porque a ignorância se torna uma arma?
Creio que todos nós estamos cansados desse papinho velho e infundado de que “o diabo é pai do rock”, de que o estilo é maléfico, profano e deve ser evitado. Não quero de forma alguma vir discutir aqui a veracidade ou a inconsistência dessas afirmações, porque além de ser desnecessário – tamanha a quantidade de discussões acerca do tema – seria de uma redundância extrema. Se você quer saber mais um pouco acerca disso, recomendo que procure aqui mesmo no Whiplash!, onde temos vários artigos tratando sobre o envolvimento de bandas com ocultismo e satanismo e sobre as origens do rock – mais uma prova da idoneidade que esse espaço desfruta e da liberdade que ele proporciona – e daí, aliado ao seu sentimento, sua opinião, seus estudos, pesquisas e observações, tire uma opinião própria.
Porque se eu viesse a explanar mais sobre o tema aqui, mesmo que visse os dois lados da questão, tenho certeza que seria encarado como “mais uma forma de um rockeiro tentar provar por a+b a pureza (ideologicamente falando) do estilo” e isso não seria de todo válido.
Ao invés disso, prefiro analisar o que alegam os nossos “acusadores”, que fatos, que provas irrefutáveis eles apresentam e como o seu conhecimento acerca do tema (que é o mínimo que deveriam ter) foi apurado para tratar do assunto proposto.
Minha vontade de falar sobre isso não surgiu ao acaso, ao longo do tempo já tive a oportunidade de participar de várias discussões sobre o rock, ler dezenas de artigos e até livros acusando o rock de tudo quanto qualquer impropério e não deixando “nenhuma dúvida” sobre sua origem satânica – desculpem se não consigo disfarçar o riso enquanto escrevo isso. E a quantidade de absurdos, a quantidade de atentados á inteligência dos leitores que temos aos montes nestes artigos são coisas realmente impressionantes e hilárias para dizer a verdade (o “impagável” do título da coluna não foi á toa) mesmo que você encare com a maior seriedade possível.
Num dos mais contundentes e – a primeira vista – respeitáveis artigos que já li, feito pelo ministério “Dial-The-Truth” e escrito por Donald Phau, em quase 15 páginas eles analisam o rock a partir de seus grandes expoentes da década de 60 e a partir daí vão pegando tudo que de mais maléfico encontraram, aquele velho artifício de socar o leitor com fatos e mais fatos em seqüência – sempre parciais e superficiais diga-se – para com isso conseguir provar definitivamente aquilo a que eles se proporam.
Mas alguém que tenha um mínimo de conhecimento e experiência sobre o rock não pode levar a sério certas coisas, pois elas mesmas se denigrem, só se você estiver muito disposto e condizente com os autores será capaz de engolir tudo aquilo facilmente, tamanho o nível de besteiras e distorções que são ditas e feitas. Antes de prosseguir, quero assinalar que todos os acréscimos entre parênteses e destaques em negrito fora feitos por mim, ou por necessidade ou para dar ênfase. Em uma de suas passagens, por exemplo, falando sobre o Festival de Altamont em 1969, dizem: “Somente com o cair da noite, que permitia o uso de efeitos luminosos especiais, é que eles (Rolling Stones) subiram ao palco. Mick Jagger, o vocalista, estava vestido com uma capa de cetim, que ficava vermelha sob as luzes. Ele estava imitando Lúcifer”. Mas isso não é nada. Logo em seu início o artigo de Donald Phau nos proporciona uma das teorias da conspiração mais absurdas que já tive a oportunidade de saber, confira: “A música Rock eletrônica (?!?!?!?! – como se não houvesse amplificadores e guitarras elétricas antes disso) moderna, inaugurada no início dos anos 60, é, e sempre foi, um empreendimento conjunto da inteligência militar britânica e das seitas satânicas. De um lado, os satanistas controlam os principais grupos de música Rock por meio das drogas, do sexo, das ameaças de violência, e até do assassinato. Do outro lado, a publicidade, as tours, e as gravações são financiadas por empresas conectadas com os círculos de inteligência militar britânicos. Ambos os lados estão intimamente interconectados com o maior negócio do mundo, o tráfico internacional de drogas”.
Vamos lá, todos em conjunto: “Clap! Clap! Clap! Clap!, só me resta bater palmas para eles. Nem nos meus mais profundos acessos de loucura seria capaz de criar algo dessa natureza. Na seqüência, eles citam “fatos” e “acontecimentos” que supostamente comprovariam esta tese, mas que não conseguem passar de mais uma teoria da conspiração.

E não para por aí: “Os astros do Rock são também criações totalmente artificiais da mídia. Sua imagem pública, bem como sua música, é fabricada atrás dos bastidores pelos controladores do esquema.” – Isto significa, então, numa revelação bombástica, que todas as músicas, todas as composições do rock nunca foram feitas por seus próprios integrantes, que os créditos dados á eles por suas composições são meras formalidades para manter as aparências, certo? Quer dizer então que Brian Wilson (Beach Boys), Keith Richards (Rolling Stones), Pete Towsend (The Who), Alvin Lee (Ten Years After), Ritchie Blackmore (Deep Purple), Roger Waters (Pink Floyd) e Jimmy Page (Led Zeppelin) – para ficar só em alguns exemplos da época – nunca comporam uma música? Digamos então que o talento (genialidade, habilidade, maestria...) que estes têm com seus instrumentos só podem ser advindos de Satanás – seguindo a “lógica” dos autores deste artigo. Ora, meus amigos! É muita ignorância mascarada de verdade para uma pessoa só! Então que se revelem estes “controladores” que ficam por trás das bandas, na verdade só podem ser gênios para comporem tantas músicas maravilhosas, que eles apareçam para o mundo! Aí vem um e diz: “é lógico que eles não vão aparecer seu mané! Isso iria desmantelar o esquema dos satanistas e – ah! claro – da inteligência militar britânica, eles não são burros á esse ponto; Sabe aqueles casos em que a falta de evidências acaba sendo prova para uma teoria? “Se ninguém nunca soube de nada é porque existe mesmo, se não temos nenhuma prova concreta é mais uma afirmação de que estão escondendo alguma coisa e são muito habilidosos nisso”.
Ora, queridos leitores, isto é uma agressão á estas pessoas que deram sua vida por aquilo que gostavam, é uma agressão a quem suou tanto e deu tanto de si para compor uma música (já tentaram compor uma música? podem imaginar o quão difícil isso é?), o cara tem que ser muito louco para fazer uma afirmação dessas sem provas, se os compositores resolvem-se processa-lo eu teria pena dele – na verdade eu já tenho.
E o combate “á qualquer custo” – literalmente – contra o rock continua: “Entre 1963 e 1964 os Beatles e os Rolling Stones tomaram a cultura ocidental. Essa invasão iniciada a partir da Inglaterra foi bem planejada e executada no momento certo. Os EUA tinham acabado de sofrer com o choque do assassinato do Presidente John Kennedy, enquanto que nas ruas o movimento de massa pelos direitos da cidadania tinha feito uma grande passeata na capital Washington, liderada por Martin Luther King, com 500.000 pessoas. A contracultura do Rock seria usada como uma arma para destruir esses movimentos políticos. (essa merece uma avaliação melhor mais pra frente).
Posteriormente, em 1968 e 1969, anos em que ocorreram as greves de estudantes e trabalhadores nos EUA e na Europa, grandes concertos de Rock ao ar livre foram usados para conter o crescente descontentamento da população. Os concertos de Rock foram planejados como um meio de fazer aliciamento em massa para a contracultura saturada das drogas e do sexo sem compromisso. Para os milhões que iam a esses concertos, milhares de comprimidos da droga alucinógena LSD, estavam gratuitamente disponíveis. Essas drogas eram secretamente colocadas em refrigerantes como Coca-Cola, tornando milhares de vítimas incautas em psicóticos selvagens. Muitas dessas vítimas cometeram o suicídio.
Menos de meio século atrás, nossos filhos estudavam violino e piano, aprendendo a música dos grandes compositores eruditos, como Bach, Mozart e Beethoven. Como mostraremos, as mesmas companhias de discos que hoje promovem o Rock "pauleira" satânico (uhu!) executaram operações secretas (lembram do que falei acima?) para destruir a herança musical dos grandes compositores clássicos.
Nos últimos trinta anos, a civilização ocidental esteve sob a mira de um plano deliberado de guerra cultural, com o propósito de eliminar a herança cultural judaico-cristã. O sucesso desse plano precisa ser impedido”.
Então o rock foi usado para alienar as pessoas? Então o rock foi usado para desviar os jovens de seu engajamento político e social? Então o rock criou uma massa de imbecis que não queriam saber de nada a não ser se drogar? O mais interessante é que a história prova justamente o contrário. O mais interessante é que foram justamente esses “jovens perdidos nas drogas e no sexo” que participaram ativamente das revoluções sociais e políticas.

Não lhe parece que conteúdos desse teor tenham forte aproximação com o preconceito que a sociedade até hoje tem de que rockeiro é burro, sem cultura, vagabundos, vândalos e drogados? Tenho plena certeza que sim. Este é o “do it yourself” dos sem escrúpulos, dos que não medem esforços para impor uma “verdade” que eles divulgam, dos pseudo-intelectuais baratos, dos críticos meia-boca que assassinam a ética e os ideais que deveriam prezar.
E tocando em outro ponto que eles levantaram, não conheço nenhum outro estilo musical que esteja tão ligado á música clássica. Há no rock/metal uma influência profunda e evidente da música clássica. Milhares de bandas e instrumentistas (Yngwie Malmsteen, Michael Romeo, Alex Staropoli...) estudam, divulgam e colocam música clássica em suas composições. Não vejo como o rock poderia ser um instrumento de oposição aos compositores eruditos. Por toda a ligação já explanada que o rock tem com a música clássica, acaba é acontecendo o contrário, a pessoa que gosta de rock/metal geralmente também gosta da música clássica, e se torna um consumidor e apreciador desse tipo de música. Essas pessoas deveriam saber um pouco mais sobre o assunto antes de falarem alguma coisa.
Já num outro artigo que procura identificar a origem, ou pior, “a autoria” do rock, cita algumas frases, letras de músicas e partes de entrevistas para validar afirmações como: “O rock é a música de adoração ao Diabo”, “O rock é a música da imoralidade sexual”, O rock é a música da dependência química: é uma droga!” e “O rock não é aceito por Deus na adoração”, além de afirmações ainda mais repugnantes e infundadas como “o rock é uma possessão demoníaca”. E ainda, nos chamam de “ímpios, drogados, cultuadores de demônios, adúlteros e fornicadores”. E não contentes, finalmente afirmam que “o rock se originou no paganismo vodu e na feitiçaria oriundas das religiões demonistas da África”, fazem esta afirmação se baseando em uma outra referência, ou seja, esta origem do rock é mais divulgada do que poderíamos supor. Inclusive li um artigo inteiramente dedicado á essa questão, posso afirmar que nunca vi algo tão forçado, superficial e infundado. Até que ponto as pessoas vão quando querem empurrar alguma “verdade” goela abaixo de seus semelhantes. E o mais incrível é que cristãos (de todos os tipos) sérios, estudiosos, leitores contumazes, recebem isso de peito aberto e pior: fazem desse monte de vultos e mentiras, armas para irem contra o rock. Já as alegações mais profundas dão conta da própria estrutura (harmonia-melodia-ritmo) do rock, que segundo eles proporciona aos jovens o descontrole, a loucura, a violência, a libertinagem sexual, e num acesso especialmente megalomaníaco, assassinatos e todo tipo de crime. Mas o mais grave é que estendem isso á personalidade do rockeiro, crendo que todo ser que goste rock faz esse tipo de coisa ou é forte candidato a faze-las. Como se fosse algo “monorítmico” e além de tudo, invariável. Esquecem-se de que isso é tão pessoal e individual de cada um, que se torna absurdo afirmar tal coisa. O rock/metal é capaz de transmitir TODOS os tipos de sensações – está aí um dos motivos pelo qual amo o estilo – ele é completo, variável, pode ser simples e puramente empolgante e extremamente complexo, e digo que inexplicavelmente, até os dois ao mesmo tempo. Nenhum outro estilo é capaz de proporcionar tantas sensações diferentes (creio que ao menos isso seja irrefutável) e quantas sensações você já experimentou ao ouvir o rock? Posso dizer por experiência própria que foram (e ainda são) inúmeras às vezes em que o rock serviu não para extravasar a minha raiva, mas para controlá-la, evitando que eu fizesse alguma besteira. E com certeza absoluta não estou sozinho quando digo isso. O rock me transmite paz, prazer, alegria e satisfação. Ás vezes o simples fato de ouvir determinada música é como se estivesse desabafando com alguém, como se estivesse dizendo tudo o que desejaria falar. É um refúgio, um companheiro. E por favor, não venham me dizer que essas minhas palavras significam que estou colocando o rock como substituto de Deus, argumentos como esse são tão banais e ridículos que é possível antecipá-los de antemão como estou fazendo agora.
Mas voltando a pluralidade musical e emotiva do rock (que por si só coloca por terra a tese do “frenesi assassino em massa”), voltamos a velha questão da personalidade própria de cada um. Não é porque você joga Resident Evil que vai sair por aí com uma 12 na mão dando tiro em todo mundo. E não é o rock que vai fazer de você uma ameaça para a sociedade ou um satanista em potencial. E é isso que esses senhores parecem não entender, ou simplesmente não seja conveniente para eles entender e aceitar isso.
Nossa via crucis continua e num outro artigo intitulado “Rock Religioso – A Música do Diabo na Igreja!”, os autores citam: “Os roqueiros cristãos dizem que precisamos ser como o mundo, ter a mesma aparência e ouvir a mesma música, para podermos alcançar a juventude atual”.
É importante colocar essa posição porque isso é uma alegação bastante comum. E que felizmente é mentira. Eu não usaria o termo “ser como o mundo” porque nunca vi nenhuma declaração de ninguém do meio dizendo isso. Da nossa parte, o que é comum dizer, é que usamos o rock – como estilo musical inócuo, livre de amarras demoníacas ou qualquer besteira que o valha, ressaltemos mais uma vez – para alcançar naturalmente pessoas que não entrariam em contato com a palavra de Deus de outra forma.
Aí eles dizem: “Esse tipo de raciocínio é uma das doutrinas de demônios que os cristãos estão aceitando. A mesma Bíblia que operou com sucesso até agora, continuará a operar entre os jovens e os velhos”.
Muito bonito e puro, não acham? Pois que bom que este argumento não entra em choque com o que estamos fazendo. Pelo contrário, a bíblia também é nossa aliada. E acredito piamente que o rock cristão não deve ficar confinado somente ao público cristão. Pois já que o objetivo é levar a palavra, é no meio de shows seculares de todos os tipos que isso vai ser alcançado. Uma coisa que acho horrível nos cristãos é essa eterna mania de pensar e agir como se fossem seres humanos especiais, únicos, supremos, separados 100% do mundo e também aquela coisa de achar que todos estão errados e ele está irredutivelmente certo. Usando frases como “descer ao nível deles”, “não devemos nos misturar com eles”. Eles quem cara pálida? Então não estamos “no mundo”, então não fazemos parte “do mundo”? (Sim, eu conheço João 15:19-20 e derivados). Então não sofremos dos mesmos males “deles”? Então não somos tão sujos e desprezíveis quanto “eles”? Os cristãos vivem no seu mundinho particular e permanecem ali com suas verdades “supremas e inabaláveis”. Será que você consegue se livrar desse círculo de mentiras, enganação e apostasia? Será que você consegue se misturar com “eles”? Será que você consegue viver verdadeiramente neste mundo sem agir com arrogância e supremacia? Será que você consegue deixar de menosprezar os outros por qualquer motivo, aparência ou padrão de comportamento que você ache – ou foi ensinado a achar – inadequado? Será que você consegue ser um mortal que não detém a verdade absoluta ou a resposta para tudo? Recomendo que tente, apenas tente, pode te fazer muito bem. Fazendo shows em locais seculares, todas as pessoas que vão ali apenas para curtir o som acabam se deparando com a mensagem cristã e isso as fazem refletir, e mesmo que não venham a se “converter”, isso pode ocasionar uma mudança positiva de comportamento ou atitude.
E isso não tem nada a ver com se vender aos valores do mundo ou fazer algo que vá contra a palavra de Deus. Agora, existem bandas que se deixam seduzir pelo dinheiro, pela fama? Sim. Existem bandas que acabam se desviando de seus propósitos iniciais? Sim. Existem bandas que acabam suavizando sua mensagem para alcançar mais mercado? Sim. Isso é motivo para denegrir o rock cristão? Não. Essas bandas são a maioria? Não. Isso é o bastante para enfraquecer a cena? Não. Isso é o bastante para manchar os nossos propósitos? Não. E o que você esperava? Perfeição? Santidade? Sinto muito. Seja onde, em quem ou em o que quer que seja você nunca vai encontrar isto.
Dando continuidade na análise do artigo encontramos uma cronologia do rock n roll, veja uma parte dela:
Heavy Metal - Década de 70
Mensagem: Sexo, abuso das drogas e nada de restrições morais. As letras promoviam a rebeldia, a violência e a homossexualidade. Inserção de mensagens satânicas camufladas, que só podiam ser ouvidas tocando-se a música do fim para o começo. Além disso, atos sexuais começaram a ser praticados abertamente nas pistas de dança das danceterias.
Música: Aumento nas batidas e no volume. A batida, ou o pulso da música hipnotiza os ouvintes das letras malignas. Os representantes admitem abertamente suas taras e perversões sexuais e as encenam no palco, contribuindo para a decadência moral e a degradação da sociedade.
Principais Representantes: Kiss, Rod Stewart, Bee Gees, The Who, Led Zeppelin, Elton John, Alice Cooper, Village People, Stevie Wonder, Black Sabbath, The Rolling Stones, Eagles, Jethro Tull e Deep Purple.
Rock Teatral Satânico: Fim dos Anos 70 Até o Presente

Mensagem: Muita violência. Satanás não está mais escondendo seus motivos. As letras repudiam abertamente o cristianismo e apresentam o Diabo como a solução. Violência, sexo, rebelião e drogas não são apenas promovidos, mas são encenados no palco. As letras chegam até a promover o suicídio. A MTV coloca as mensagens satânicas nos lares por meio dos vídeos dos concertos de Rock.
Música: Violenta, alta, abrasiva. Tornou-se uma combinação de Discoteca, Hard Rock, e música dos anos 50. A música sintetizada cria um som "robótico", estimulando o poder controlador da música Rock. O Rock transforma-se no veículo mais poderoso por meio do qual Satanás comunica suas mensagens malignas à juventude.
Principais Representantes: Kiss, Eagles, Iron Maiden, Cindi Lauper, Black SabbathJudas PriestVan HalenAC/DC, The Grateful Dead, Michael Jackson, WASP, Prince, Boy George e Alice Cooper.
Convenhamos, só o simples fato de chamarem Rod Stewart, Bee Gees, Elton John, Village People, Stevie Wonder, Eagles, Cindi Lauper, Michael Jackson, Prince e Boy George de “heavy metal” é motivo suficiente para não dar o menor crédito ao resto do artigo. Até nisso os caras descuidaram. Isso sem contar as outras bandas citadas que não se encaixam muito bem na definição de heavy metal, mas tudo bem, até aí nós perdoamos. E eu não sabia que o heavy metal tinha evoluído para “rock teatral satânico”, vocês sabiam? E eu que achava que ignorância tinha limite. Até nos casos onde o exagero era necessário. Enganei-me. E bem, achei também que o resto do artigo valesse a pena citar, enganei-me mais uma vez. É a mesma ladainha e os mesmos argumentos e insistências que já foram expostos aqui.

Há também um livro bastante famoso no Brasil chamado: “A Mensagem Oculta do Rock”, que tem na capa um lobo saindo das chamas, escrito por Jefferson Magno Costa, Claudionor Corrêa de Andrade, Gilberto Moreira e Geremias do Couto e publicado pela editora CPAD. Já o devo ter lido mais de 10 vezes. Há várias explanações sobre as tão conhecidas mensagens invertidas (mensagens ao contrário, subliminares) e sobre a história do rock n’ roll, e claro, aglomeração de fatos (como a exaustivamente comentada chacina de Charles Manson) e declarações que comprovem a “origem satânica” do estilo. Talvez valha a pena ler. A propósito, o Whiplash! também tem um artigo dedicado ás mensagens ao inverso, inclusive com arquivos de áudio em mp3 para você acompanhar.
Creio que isso era usado mais por diversão (como fez o Iron Maiden) do que para incutir em sua mente “mensagens de louvor e submissão á Satanás”. Desde sempre, tudo que se quis falar com relação ao ocultismo ou coisa parecida foi feito muito mais abertamente do que escondido.
Outra coisa que todos se esquecem é que o mal existe. Está aí. Sempre esteve. E basta qualquer citação a demônios ou coisas maléficas nas letras, qualquer letra mais depressiva, mais obscura, mais mística para logo virem apontando o dedão: “Olha lá! Olha lá! Não falei? Essa banda é do capeta! É do capeta! Olha essa letra que perversidade…”. Além de parecerem crianças saltitantes, parecem que idealizam um mundo sem dor, sem amargura, sem guerras, sem desgraças, sem questionamentos, parece que fecham os olhos para a realidade.
E é claro que é muito fácil achar centenas de bandas satanistas e blasfemadoras no rock n roll. Elas existem e estão aí para quem quiser ver, ler e ouvir. Só é importante ratificar uma última vez que isso não se estende á tudo e á todos e isso não significa que o rock nasceu nas profundezas do inferno.
Enfim meu amigo, não sou eu que vou te convencer disso ou daquilo. Só exponho aqui os fatos para que você não fique a mercê de qualquer besteira que se têm dito por aí. Posso dizer que desde que comecei a ouvir o rock eu não passei a simpatizar com Lúcifer, não me tornei alguém mais ou menos violento e nem rebelde (embora alguns pensem o contrário). Mas isso é porque você se torna alguém mais atento, mais crítico, mais questionador, mais reflexivo, mais ativo, mais ligado ás artes e deixa de ser um fantoche nas mãos das várias formas de controle que existem por aí. E óbvio que ninguém gosta e entende isso. Tudo que vai contra a maioria, a mesmice, é visto com maus olhos, como errado (lembram?). Não passa de mais uma forma de controle.
Deixe-me alfinetá-los (a eles, não a vocês) uma última vez: “A todos aqueles que amam o rock n’ roll: eu os saúdo!”.

Links (ou referências por falta de endereços) dos artigos citados nesta matéria:
O rock é do homem, de Deus ou do diabo? – José Pedro Monteiro de Almeida
O jovem e a música rock na evangelização – Gildásio Jesus Barbosa dos Reis
As raízes satânicas da música rock – Donald Phau (www.av1611.org) .
Rock Religioso, a música do Diabo na Igreja – Alan Yusko e Ed Prior (www.bigfoot.com/~rapture77)


Fonte: O impagável anti-rock http://whiplash.net/materias/christiansvoice/000573.html#ixzz2QOiMlJaB