segunda-feira, 18 de março de 2019

Light Force




Light Force (ou Lightforce) foi uma das primeiras bandas de metal cristão da Austrália, juntamente com Rosanna's Riders e Cry Mercy, e existiu entre 1985 a 1990, sendo essa a primeira banda de Steve Rowe, que à época nela apenas tocava o contrabaixo. A sonoridade alternava de gêneros entre o heavy tradicional de um Iron Maiden a um Epic/Power/Speed Metal de um Manowar. No final da vida a banda começou a inserir elementos de thrash metal germânico a lá Kreator e Sodom, o que levou a uma mudança completa inclusive no nome, e assim, no lugar dela surgiria uma das maiores bandas de metal cristão de todos os tempos: Mortification!


Battlezone (1987)

01 - Choose to Win
02 - Evil Desires
03 - Reigning With The King
04 - Eyes of Destruction
05 - I Won't Conform
06 - The Day is Near
07 - Battlezone
08 - Fast Lane




Versão não-oficial com faixas bônus
Após duas demos (Blue Demo, e Yellow Demo - também chamada de "Angel Rocker" demo) que nunca tive acesso infelizmente) com a vocalista original, Phadrah Hirschfield (que ainda faria uma participação especial lendo um trecho das Escrituras - e acredito que um back vocal também na faixa-título), entra Steve Johnson (vocais e teclados), que junto com Steve Rowe (baixo), Cameron Hall (guitarra) e Errol Willenberg (bateria) fariam o primeiro disco full da banda. Na época, lançado independente e com poucos recursos, saiu apenas em K7, e é raríssimo (incluindo aí a versão mais longa de "Fast Lane", que eu nunca achei pra ouvir).

A faixa de abertura segue um speed metal bem na linha de bandas como Acid e Motörhead, e a faixa seguinte segue a mesma ideia. A balada "Reigning with the King" é belíssima, dá uma quebra de ritmo boa pra o que vem a seguir, "Eyes of Destruction", música que já foi regravada pela banda Screams of Chaos e pela própria Mortification em seu primeiro show (acessível no DVD do Break the Curse 20 anos ou o áudio no XX Years). O gutural no início da música representando a voz de satã é provavelmente o primeiro gutural a vera da história do rock cristão (embora tenham havido outros guturais de leve aparecendo em registros anteriores de outras bandas). Essa música é a que mais representa os caminhos que a banda levaria anos depois, quando tornaram-se thrash metal. O resto do disco segue uma linha mais NWOBHM, remetendo a bandas com Saxon e Iron Maiden. Um ótimo disco, sem dúvidas.

Recentemente, em ano não conhecido, saiu uma versão bootleg do disco, com capa nova e três faixas ao vivo que apareceram em uma coletânea da Light Force. Interessante lançamento distribuído apenas pra fãs e sem intenção de venda.


Mystical Thieves (1989)

01 - Mystical Thieves
02 - Crossfire
03 - City Streets
04 - Metal Missionary
05 - Children of Sorrow
06 - Searching
07 - Fastlane
08 - Babylon





Contracapa da versão CD original desse disco.

Estou aqui vendo uma review de um indivíduo da Encyclopaedia Metallum sobre esse disco e rindo das considerações que levaram o indivíduo a dar apenas 35% de qualidade pra esse disco. Não, não vou dar 100%, longe disso (eu daria uns 75% pelo menos), mas os comentários do cara já mostram que ele deve ser um daqueles fãs radicais de thrash metal que não suportam nem ouvir um power metal americano ou um som inspirado na NWOBHM. Porque o cara consegue desdenhar até do trabalho do baixo do Steve! HAUSHEUAHEU minha nossa. Ok, a voz do Steve Johnson não é essa maravilha, sem dúvidas, mas o cara se esforça. O disco contém na abertura (a faixa-título) e na faixa de fechamento (Babylon) uma dupla de sons épicos, sendo o primeiro com umas pegadas que vão além do simples NWOBHM, já com a cavalgadura do Steve e a bateria do Errol meio thrash. Murray Adams mantém o lado mais melódico nas guitarras, mas com uma agressividade muito boa. O lançamento pela Pure Metal Records conferiu um melhor esmero na produção, deixando o som limpo e nós livres pra curtir o speed metal de Crossfire (que também acompanharia o Mortification nos primórdios da banda), a agressiva City Streets (um speed/thrash bem veloz, que me lembrou Judas Priest e Saint), a clássica e profética "Metal Missionary" (um dos meus hinos como banger cristão - e regravada anos mais tarde pela Mortification) e seu refrão marcante com os gritos urrados do Steve e de Mark Hamilton (futuro Vomitorial Corpulence) lá no fundo, e todo o resto do disco segue de maneira muito consistente. O contrato com a Pure Metal rendeu à banda aberturas de shows com a Whitecross (trechos dessa apresentação aparecem em um relançamento anos mais tarde da Soundmass) e Vengeance Rising (alguns acreditam que foi o contato com esta que levaria Steve a depois deixar o som mais pesadão), mas curiosamente não foi o suficiente pra manter a banda estável e no final de 1989 vários membros saíram e deixaram Steve só. Só pra fazer uma mudança total na banda...


Break the Curse (Demo, 1990)

01 - Journey of Reconciliation
02 - Blood Sacrifice
03 - Brutal Warfare
04 - Illusion of Life
05 - Break the Curse
06 - Impulsation






... e que mudança! Steve Rowe trouxe de volta Cameron Hall (guitarras) e um talentoso baterista, Jayson Sherlock, e juntos experimentaram uma sonoridade bem mais thrash do que tudo que já haviam gravado anteriormente. Assim nascia Break the Curse, um clássico do thrash metal australiano, mas que não ficaria exatamente famosa com a Light Force, e sim na versão ampliada que sairia em 1994 com mais quatro faixas gravadas na época, mas não publicadas, e com uma capa e nome de banda completamente diferentes. É só conferir nas reviews do Mortification pra entender.

Basicamente uma pegada bem na linha do thrash alemão, os vocais de Steve mostram uma brutalidade bem na linha do Milie Petrozza (Kreator), e enfim, é uma produção que traz consigo uma evolução da banda pra um lado mais brutal, tal qual aconteceria naquela mesma época com uma banda secular americana chamada Pantera, que saiu do glam/speed metal pra um thrash/groove metal fora de série.



The Best of LightForce - Mortification's Begining (1994)

01 - Babylon
02 - Eyes of Destruction
03 - Atomic Decay (live)
04 - Searching
05 - I Won't Conform
06 - Epidemic of Injustice (live)
07 - Metal Missionary
08 - Choose to Win
09 - City Streets
10 - Back to Basics (live)
11 - Mystical Thieves


Na época em que achar os discos da banda eram uma raridade, e somada à fama que o Mortifa já tinha naquela época, Steve viu por bem lançar essa coletânea para contar um pouco dos primórdios de sua carreira. Considero uma ótima ideia, apesar de não curtir muito a voz do Steve Johnson (pelo que vi de outros críticos, parece um consenso isso hahahaha), de resto a banda é boa sim. As faixas ao vivo trazem um pouco da energia da banda e é bom demais ver que eles ao vivo soavam tão bem como em estúdio. Eu mesmo cheguei em 2012 a montar uma bootleg com as faixas extras que sairiam também num relançamento do Mystical Thieves só pela qualidade ao vivo da banda. Outra coisa que vale a pena nessas faixas ao vivo é que elas nunca foram gravadas em estúdio, sendo assim verdadeiras raridades, tal qual "Trinity" (faixa rara que só apareceu no relançamento citado acima).


1986 to 1989 (2013)

01 a 08 - Disco "Mystical Thieves" completo
09 a 15 - Disco "Babylon" quase completo (exceto pela última faixa, Fast Lane).
16 - 12 Men (originalmente "Fishers of Men")
17 - Slay the Enemy (originalmente "Come With Us").







Basicamente uma coletânea reunindo os dois discos completos da banda (a exceção da versão mais longa de "Fast Lane" presente em "Babylon") e mais duas músicas que originalmente advinham da segunda demo da banda, e com títulos novos. Essas duas faixas que dão o ar de novidade real pros que só tiveram acesso aos materiais full e a "Break the Curse", ao contemplarmos o vocal da Phadrah cantando é bom demais. A pegada da banda nessa época era mais NWOBHM pelo pouco que dá pra perceber, ainda um pouco distante do que tornar-se-ia. Única coisa que lamento é que, pra uma coletânea nomeada "1986 to 1989" eu esperava bem mais. Esperava um disco duplo, com o segundo CD contendo as DUAS DEMOS COMPLETAS. E, claro, as DUAS versões de Fastlane. Enfim, no final das contas, uma boa pedida, e vale a pena conferir. Aliás, no ano seguinte a esta coletânea, no álbum "Brain Cleaner" apareceria uma versão repaginada e puramente deathrash de "12 Men" feita pela Mortification. Daí se tira a importância da LightForce na vida da Mortification, quase um "Hellhammer na vida do Celtic Frost", guardadas as devidas proporções.

Procura-se:


Metal Missionaries (1991)

Um documentário de três horas sobre a banda. Se alguém tiver, pode repassar que agradecerei muito.

sábado, 16 de março de 2019

Mortification










Mortification, junto com o Stryper, é uma das, senão a mais conhecida banda de metal cristão do planeta. Nasceram das cinzas da banda de speed/power metal australiana Light Force, e seguiram a partir de 1990 com uma sonoridade mais thrash metal, sonoridade mantida pela banda até os dias de hoje, embora tenham sido uma das primeiras a fazer death metal (muitos conhecem mais a banda por essa fase mais brutal) e em meados dos anos 1990 engrenado no groove metal e em outras experimentações. Sempre com a liderança do heroico Steve Rowe, a banda mudou diversas vezes de integrantes, mas sempre mantendo uma mensagem firme de evangelho por parte da banda.

OBS: Um dia caso bata a curiosidade, consultem as mais ouvidas por mim, no LastFM. Com certeza dará em Mortification, com mais de 2 mil audições!

Break the Curse (1990/1994)

01 - Blood Sacrifice
02 - Brutal Warfare
03 - Impulsation
04 - Turn
05 - New Beginings
06 - Break the Curse
07 - Illusion of Life
08 - Your Last Breath
09 - Journey of Reconciliation
10 - The Majestic Infiltration of Order
11 - Butchered Mutilation (Bônus)



Versão comemorativa de 20 anos
Seis das faixas desse disco originalmente saíram ainda como Light Force numa demo K7, mas anos depois a banda relançou com mais quatro faixas gravadas na mesma época. A capa do corvo virou uma das capas mais icônicas do metal cristão, bastante comum camisas dessa capa (não cheguei a comprar uma dessas, mas ainda planejo pegar uma). A sonoridade da banda à época remetia a bandas como Kreator, Sodom, Morbid Saint e outras seculares, com uma pegada bem mais brutal nos vocais, quase death metal. Várias faixas reapareceriam em regravações posteriores da banda. A faixa-bônus foi gravada em 1993 e acabou saindo como bônus na versão da Nuclear Blast desse disco (e também como bônus do álbum "Post Momentary Affliction") e, apesar da brutalidade da letra, fala acerca da crucificação de Cristo.

O disco foi relançado das mais diversas formas, uma delas como disco duplo com o fraco "The Silver Chord as Severed" (tenho essa versão). Também saiu uma versão em 2010 comemorativa de 20 anos com capa dourada, alguns bônus tracks (um deles o clássico "Time Crusaders" de estúdio, finalmente lançado em um disco oficial da banda - e a outra a música "Eyes of Destruction" da Light Force original de 1987) e um DVD com o primeiro show do Mortification como Mortification, em 15/06/1990, no Harvest Center, Melbourne, Austrália.


Mortification (1991)

01 - Until the End
02 - Brutal Warfare
03 - Bathed in Blood
04 - Satan's Doom
05 - Turn
06 - No Return
07 - Break the Curse
08 - New Awakening
09 - The Destroyer Beholds
10 - Journey of Reconciliation
11 - The Majestic Infiltration of Order


Versão censurada que foi vendida
por anos em lojas cristãs
A formação mais famosa (a que está lá no topo do artigo): Mike Carlise nas guitas, Jayson Sherlock na batera e Steve no baixo e vocais. Com muito mais brutalidade nos vocais, sem firulas, seco e direto, thrash metal com vocais bem mais guturais, com a produção acertada de Roger Martinez (Vengeance Rising), que também deu uma ajuda nos vocais, juntamente com Andrew Thompkins (Paramaecium, InExordium). O peso violento do som foi acrescido de influências de grindcore de bandas como Carcass e Napalm Death, o que ficou mais claro ainda nas regravações de Turn e The Majestic Inflitration of Order (essa última virou um microhino da banda).

A capa original, um desenho irado de Jayson Sherlock representando o inferno, foi considerada muito "pesada" pra ser vendida em lojas cristãs na época e foi substituída por uma versão com fundo preto e o logo da banda. Apesar de ser bem sem graça, essa versão acabou virando wallpapper de muitos PCs (eu mesmo já usei muito).

Foi relançado diversas vezes (uma delas numa versão bem fraquinha pela KGM junto com Scrolls of Megilloth e eu tenho essa, mas um dia pego versões melhores), e os relançamentos priorizam a capa original.

A banda brasileira "Satan's Doom" tem seu nome inspirado pela música homônima desse disco.

Scrolls of Megilloth (1992)

01 - Nocturnal
02 - Terminate Damnation
03 - Eternal Lamentation
04 - Raise the Chalice
05 - Lymphosarcoma
06 - Scrolls of the Megilloth
07 - Death Requiem
08 - Necromanicide
09 - Inflamed
10 - Ancient Prophecy


O disco mais famoso da banda, e o um dos mais vendidos também, é o único disco da banda 100% Death Metal com D e M maiúsculos mesmo. Considerado por muitos um dos discos de metal mais brutais da história (não só de metal cristão, frise-se), e com uma das capas mais comuns em camisas de fãs de metal cristão e músicos do gênero (eu mesmo já tive uma dessas), com um hino inabalável do gênero (a faixa-título, que fala dos megilloth - escritos, em hebraico - livros da Bíblia que no hebraico apareciam sempre juntos: Cantares, Rute, Ester, Lamentações e Eclesiastes), esse é sem dúvidas um disco épico. Influências possíveis de se detectar nesse disco são de bandas como Deicide e Bolt Thrower, além da clássica Death. Além da faixa-título, várias faixas falam acerca do inferno (Terminate Damnation e Eternal Lamentation), crucificação (a épica e quase doom metal Ancient Prophecy), necromancia (Necromanicide), exortação (Nocturnal) e até mesmo uma comparação do corpo do pecado (velho homem) como um câncer (Lymphosarcoma), uma curiosa coincidência com algo que no futuro o próprio Steve REALMENTE teria de enfrentar. Os vocais guturais aqui comandam, mas em diversos momentos variações de vocal com influências do black metal aparecem.

O disco foi diversas vezes relançado, não a toa, haja vista seu impressionante sucesso. Uma dessas versões, a de 2005, inclui versões demo de Terminate Damnation, Lymphosarcoma, Necromanicide e Scrolls of the Megilloth, tornando essa uma versão muito procurada até hoje.

As bandas Necromanicide e Necromanicider, bem como Megilloth e Ancient Prophecy, sem dúvidas se inspiraram em músicas desse disco, bem como a banda Becoming the Archetype, quando lançou o disco de estreia "Terminate Damnation".

Post Momentary Affliction (1993)

01 - Allusions from the Valley of Darkness
02 - From the Valley of Shadows
03 - Human Condition
04 - Distarnish Priest
05 - Black Lion of Mind
06 - Grind Planetarium
07 - Pride Sanitarium
08 - Overseer
09 - This Momentary Affliction
10 - Flight of Victory
11 - Impulsation
12 - Liquid Assets
13 - Vital Fluids
14 - The Sea of Forgetfullness



Versão da Nuclear Blast
Sem dúvidas pra mim, esse disco é um dos melhores da banda, junto com o Scrolls of the Megilloth. Difícil dizer o quanto gosto desse disco. Numa pegada que voltou a ser mais thrash metal, com alguns elementos do death metal e até de outros estilos, como o doom metal e o industrial, esse disco é um dos mais clássicos da banda. Várias faixas longas como "From the Valley of the Shadows", "Distarnish Priest", "Grind Planetariun" (contando com a intro e o poslúdio), "Overseer" e "Vital Fluids", mais uma regravação de "Impulsation", a fantástica "Human Condition", a grind "This Momentary Affliction", além de passagens instrumentais experimentais e fantásticas (destaque supremo pra Flight of Victory, um solo de baixo do Steve Rowe), tudo isso torna esse disco um álbum de epic metal praticamente. Esse foi o último disco com Jayson Sherlock na bateria (ele saiu pra se dedicar mais ao Paramaecium e a um projeto que posteriormente conheceríamos como Horde), que foi substituído por Phil Curlis-Gibson na turnê do disco e nos clipes das músicas do disco (apesar disso, Jayson ainda tocaria no Live Planetarium que falarei a seguir, seu último show com a banda). Os vocais de Steve aqui variam em diversas vertentes, em alguns momentos mais gritados, em alguns mais drive e em alguns bem gutural. Essa variação torna o disco uma peça ainda mais fascinante de se desbravar. Lastimavelmente esse foi o último álbum genuinamente imperdível da banda, que começou a seguir mais tendências sonoras da época, o que em diversos momentos provou-se uma decisão pouco acertada...

Esse disco foi lançado em diversas versões (uma das bem comuns aqui no Brasil é uma versão dupla com Scrolls of the Megilloth que é uma maravilha de bem feita). Mas já na época de lançamento saiu com duas capas diferentes, ambas fantásticas, uma pela Intense Records, mostrando o trono de Deus como o caminho final, e no meio deste a mão decepada de satã. Na versão da Nuclear Blast aparece uma pessoa ante o trono do Supremo no fim da momentânea tribulação. Uma das versões de relançamento inclui a fantástica "Butchered Mutilation". Uma que faz falta e deveria aparecer nesse disco também é a versão de estúdio de "Time Crusaders", que só saiu em coletâneas.


Live Planetarium (1993)

01 - Grind Planetarium
02 - Distarnish Priest
03 - Brutal Warfare
04 - Destroyer Beholds
05 - Inflamed
06 - Scrolls of the Megilloth
07 - Symbiosis
08 - Time Crusaders
09 - Black Snake (cover do Bloodgood)
10 - From the Valley of Shadows
11 - Human Condition
12 - The Majestic Infiltration of Order
13 - This Momentary Affliction


DVD do Live Planetarium
"LET'S ME SOME NOISE!" Sem dúvidas o melhor ao vivo da banda, "Live Planetarium" e sua bizarra capa de "aliens satânicos" (uma zombaria aos que acreditam em alienígenas) traz o último show da banda com Jayson Sherlock na bateria (ocorrido no Blackstump Festival em Melbourne, Austrália a 01/10/1993) e petardos fantásticos. A seleção de músicas é muito boa, com ênfase (óbvia) em músicas do álbum mais recente deles (5 músicas no total). A inclusão da inédita "Symbiosis" meio que anteciparia os rumos que a banda tomaria a seguir (já que essa faixa apareceria no próximo álbum de estúdio). Outra inédita presente é "Time Crusaders", que ganharia posteriormente uma versão em estúdio na coletânea Australian Metal I - Godspeed. O cover de Black Snake ficou bem brutal (apesar do solo de guitarra pouco inspirado do Mike Carlise). No mais, uma ótima pedida.

Ganhou também lançamento em VHS (essa versão bootleg) e um bem mais completo e coberto de extras em DVD (incluindo um segundo DVD com bastidores, outros shows, etc).

Blood World (1994)

01 - Clan of the Light
02 - Blood World (ou Bloodworld - as duas grafias estão certas)
03 - Starlight
04 - Your Life
05 - Monks of High Lord
06 - Symbiosis
07 - Love Song
08 - Live by the Sword
09 - J.G.S.H. (Jesus Grinds Satan's Head)
10 - Dark Alusions

Capa da versão da Nuclear Blast
Mudanças a vista. Esse foi o primeiro disco da banda em que incorporaram um estilo que havia virado mania na época: o groove metal. Algumas influências do hardcore também são perceptíveis logo na primeira ouvida de "Clan of the Light" (Phil Gibson com certeza trouxe essa pegada que ele já fazia em sua outra banda, Callous). E essa pegada vai em frente, com os vocais do Steve Rowe mais na linha de bandas como Exhorder, Pantera e Godfear do que nunca - e o que dizer do baixo? Simplesmente fantástico. OK, fãs da fase mais death/thrash da banda podem até torcer o nariz pra esse disco (e tudo que veio depois desse), mas não podemos de forma alguma dizer que o disco foi mal aceito, já que é - acredite - o disco mais vendido da banda (superando até mesmo o Scrolls - eu não peguei minha cópia até hoje por puro azar, até hoje procuro). Diversas faixas desse disco são imperdíveis, eu elenco as sete primeiras como impossíveis de se deixar de lado (o trabalho de guitarras do Mike Carlise aqui está muito bom - pena que seria o último dele na banda até hoje). Outra faixa inesquecível é mais um grindcore bem na marca da banda, J.G.S.H. (que até eu coverizei com meu projeto de grindcore Desolate Death). A versão de Symbiosis aqui está obviamente mais groove, e "Starlight" é pra mim a melhor do disco, com uma pegada mais thrash que groove ou HC, e os vocais alternando entre o groove e o deathrash clássico da banda.

Mais um disco com duas capas diferentes na época de lançamento: a versão da Nuclear Blast é com a logo clássica da banda ao lado direito do visor da nave espacial pousada sobre o mundo sangrento e um tom mais forte, já a versão da Intense Records mostra uma logo mais atualizada, com três espadas no lugar das três cruzes, e bem no meio da parte superior do visor, com um tom mais abafado de cores de fundo. Além dessa singela diferença, só algumas fotos em posicionamentos diferentes ou trocadas em cada um dos encartes e na capa de trás. Uma versão de 2008 da Metal Mind Records incluiu 4 faixas bônus, sendo que a mais interessante é a última, "Entering the Eternal Dawn", gravada pra uma coletânea da Nuclear Blast (só não me pergunte qual - já rodei atrás em vão) e que só nesse relançamento aparece num disco oficial da banda. "Altar of God" é uma faixa do disco Relentless de 2002 e sua inclusão aqui é sem dúvidas unicamente pra promover esse disco, e as outras duas apareceram anteriormente no EP "Live Without Fear", sendo relativamente descartáveis. Em 2017 saiu uma versão em LP feita pela Soundmass com uma arte de capa em HD muito boa, confiram essa arte AQUI.

Curiosidade: O uivo do "lobo" no final de "Dark Allusions" é uma das coisas mais bizarras que eu já ouvi. Sério kkkk

Grind Planets (1994)

01 - Terminate Damnation
02 - Eternal Lamentation
03 - Raise the Chalice
04 - The Destroyer Beholds
05 - Until the End
06 - Satan's Doom
07 - Turn
08 - The Majestic Infiltration of Order




Versão em DVD de 2005, com
mais elementos e partes novas.
 Compilação de clipes gravados pela banda para promover os álbuns "Mortification" e "Scrolls of the Megilloth". Curioso a Nuclear Blast ter lançado essa VHS um bom tempo depois desses lançamentos, mas ainda assim é muito divertido e majestoso ver essas maravilhas em seu aparelho de VCR (ou pros que não conseguiram a versão original, uma publicação que um canal oficial da própria banda fez no Youtube divulgando o material completo já ajuda muito). Enfim, cada clipe vem com uma frase, uma citação de um escritor ou bíblica referente à temática da música a ser apresentada. Um belo material, que começa com uma apresentação até meio circense e jocosa, mas que logo mostra a que vem.

OBS: Não recomendo assistir caso você sofra epilepsia. Sério, o próprio VHS alerta algumas vezes: alguns clipes usam muito recurso de luzes que podem dar um efeito "Pokémon" facinho em você (se não entendeu a referência, melhor procurar na internet).


The History of Mortification (1994)

01 - New Awekening
02 - Bathed in Blood
03 - Band Footage
04 - Video Footage






Basicamente dois clipes do primeiro álbum que não saíram no Grind Planets, mais algumas imagens de shows deles na Austrália, Alemanha e Estados Unidos, bem como entrevistas. É bom para acompanhar os primeiros anos da carreira da banda.


Primitive Rhythm Machine (1995)

01 - Primitive Rhythm Machine
02 - Mephiboseth
03 - Seen it All
04 - The True Essence of Power
05 - Toxic Shock
06 - 40:31
07 - Gut Wrench
08 - Confused Belief
09 - Providence
10 - Killing Evil

Amo essa capa, haha, o crânio do que seria um demônio sendo destroçado pela primitiva máquina de ritmo. A partir desse disco, podemos dizer que o Mortification virou definitivamente a "missão metálica" do Steve Rowe, já que ele virou o único membro remanescente da formação clássica. Ele saiu em tour e gravou esse disco com a ajuda de músicos da América: Bill Rice na batera, Jason Campbell e o mitológico George Ochoa nas guitarras (o australiano Dave Kellogg também deu um reforço de peso com as guitarras lead, além de uns vocais tenores na faixa "Providence", de cortesia do fantástico Vett Roberts da banda Recon). E esse disco mostrou-se um verdadeiro tributo sonoro ao groove metal, com diversas faixas fantásticas, todas com uma pegada meio tribal por parte do Bill Rice. Curiosamente isso ocorreu um ano antes do famoso "Roots" da banda secular Sepultura, então nem dá pra dizer que o Mortifa se inspirou na banda brazuca (apesar que o Chaos A.D., disco anterior dos mineiros, já apresentava um pouco dessa pegada tribal). Apesar de alguns preferirem da fase mais groove da banda o Blood World, eu acho esse disco mais legal, principalmente pelos vocais do Steve aqui estarem alucinantes e difíceis de definir, a cada música um ou mais aparecem em variações mais diversas de drive, groove e gutural. Depois da tour desse disco, Steve voltaria pra Austrália e lá formaria a mais profícua e até mesmo estável formação da banda... mas isso é assunto pro próximo disco.

Esse disco foi republicado diversas vezes, a mais recente pela Soundmass em LP com uma capa idêntica a original, só que mais HD e bem escura. De resto, é basicamente o mesmo disco. Outra versão, publicada pela Metal Mind, veio recheada de faixas bônus ao vivo (creio que todas do EP Live Without Fear ou do outro EP ao vivo lançado logo após).


The Best of Five Years (1996)

01 - New Beginings
02 - Blood Sacrifice
03 - The Destroyer Beholds
04 - The Majestic Infiltration of Order
05 - Nocturnal
06 - Scrolls of the Megilloth
07 - Distarnish Priest
08 - Black Lion of Mind/Grind Planetarium/Pride Sanitarium
09 - Brutal Warfare (live)
10 - Time Crusaders (live)
11 - Blood World
12 - Your Life
13 - Primitive Rhythm Machine
14 - Mephiboseth

Uma das melhores coletâneas do metal cristão, com uma das melhores escolhas de músicas que já vi até hoje. Não tem nenhuma faixa "inédita" (apesar que na época do lançamento as duas primeiras faixas eram inéditas pro público fora da Austrália), e foram escolhidas duas de cada disco lançado de 1990 a 1995. No meu entender foram ótimas escolhas (aliás esse foi o primeiro disco do Mortification que eu comprei - e embora não tenha sido o primeiro que eu ouvi, foi um dos mais marcantes ever). A capa é uma fusão das artes dos álbuns "Break the Curse", "Mortification", "Scrolls of the Megilloth", as duas versões do "Post Momentary Affliction", "Live Planetarium" e "Blood World" (curiosamente não há nenhuma referência ao disco "Primitive Rhythm Machine", exceto pelo citado no encarte do álbum). Foi um dos primeiros discos da Rowe Productions (apesar de originalmente ter saído pela Intense Records). Uma coisa muito legal é a ordem das músicas, que vem na linha cronológica, uma forma muito boa de mostrar as mudanças da banda ao longo desses cinco anos de existência.

Steve Rowe, Keith Bannister e Lincoln Bowen, a
formação mais estável da banda até hoje.


EnVision EvAngelene (1996)

01 - EnVision EvAngelene (in eight parts:
 I - Musical Prelude 1: Emaculate Conception
 II - Musical Prelude 2: The Imminent Messiah
 III - Persecuted Quest
 IV - The Words of Supper
 V - Angelic Sufferance
 VI - Angelic Resurgance
 VII - Frustrated Vision
 VIII - Please Tarry
02 - Northern Storm
03 - Peace in the Galaxy
04 - Jehovah Nissi
05 - Buried into Obscurity
06 - Chapel of Hope
07 - Noah as a Knower
08 - Crusade for the King

Simplesmente uma obra de arte da fase experimental da banda (apesar de ser o primeiro dessa fase, é o mais legal, comparado a tudo que viria a seguir). A estreia de Lincoln Bowen (guitarras, membro que - a despeito de algumas saídas momentâneas - sempre está no Mortification até hoje) e Keith Bannister (bateria) criaria a formação mais estável e profícua da banda (juntos lançaram 3 discos de estúdio, dois ao vivo, um EPs ao vivo e participariam de uma VHS de clipes da banda). A capa é na minha opinião a mais bela da banda pra sempre, com a bandeira do exército de Deus.

Musicalmente o disco é extremamente bem trabalhado (muitos consideram o melhor pra eles - eu não, mas sim, é um dos melhores da banda sem dúvidas), com influências do heavy metal tradicional e até do power metal (junto com o thrash/groove que eles já vinham fazendo). A faixa título é um achado, a maior música do Mortification até os dias de hoje, com incríveis 18 minutos e 49 segundos, e vale a pena ouvir do início ao fim, um épico em oito partes que fala acerca da crucificação de Cristo e que lembra muito músicas de Epic Metal como as do Manowar por exemplo. Incrível que essa faixa tenha ganho um clipe, hahahahaha (e muito bom, por sinal). As faixas seguintes seguem a ideia de fusão acima falada, com os vocais do Steve mais numa linha drive bem particular dele; uma das minhas músicas prediletas é a quase balada (!) "Chapel of Hope". Queria muito aprender a tocar essa maravilha. "Noah as a Knower" seria a primeira de várias faixas da banda falando acerca de um personagem bíblico com um pouco de bom humor.

Eu possuo uma versão em digipak lançada pela Metal Mind que inclui as faixas do EP "Noah Sat Down and Listened the Mortification Live EP While Having a Coffee", possivelmente pela dificuldade de encontrar esse já na época.

Curiosidade: Mortification foi a PRIMEIRA BANDA que o Keith Bannister gravou um disco na vida (antes disso era roadie da banda em tours). Nem parece, sério, ele toca absurdamente bem já nesse primeiro trabalho, só confira "Buried Into Obscurity" pra comprovar.

Live Without Fear (1996)

01 - Mephiboseth
02 - Northern Storm
03 - Primitive Rhythm Machine
04 - New Beginings
05 - Grind Planetarium
06 - Bloodworld
07 - Steve Talks
08 - The Majestic Infiltration of Order
09 - Jesus Grind Satan's Head
10 - Killing Evil


Gravado no nightclub "The Voice" a 03/02/1996, esse disco (que não me pergunte porque ganhou o selo de "Undergrind Vol. 1", já que depois não me recordo de outros volumes - a não ser que esse devia ser uma série que naufragou) é só pra quem está pronto pra um "some serious metal"! Gravado num clube underground, mas com uma qualidade boa pra um disco desse tipo. Recomendo muito a ouvida. Várias músicas desse disco reapareceram em relançamentos da Rowe anos mais tarde, é uma chance de pegar pra ouvir em formato físico, caso seja difícil encontrar a versão original.

Noah Sat Down and Listened the Mortification Live E.P. While Having a Coffee (1996)

01 - EnVision A Beginning (intro)
02 - Buried Into Obscurity
03 - Steve Talks
04 - Noah as a Knower
05 - Interview with Steve





Também gravado no The Voice (no mesmo dia que o anterior), eu chamo esse de "restinho" do show. Entretanto é bom, apesar de minúsculo, com apenas duas músicas, a intro de uma, a fala de Steve sobre a música Noah as a Knower e uma entrevista com o Steve. Esse foi o último lançamento (tirando a VHS Envideon) que a banda lançaria por volta de quase dois anos, muito por conta de uma guerra que o Steve iria passar... falarei disso logo logo.

Curiosidade: A capa desse EP é muito engraçada, kkkkkkkk uma das mais bem humoradas do rock cristão ever.

EnVidion (1996)

01 - EnVision EvAngelene
02 - Mephiboseth (live)
03 - Monks of the High Lord
04 - Primitive Rhythm Machine
05 - Northern Storm
06 - Noah as a Knower
07 - Until the End
08 - Peace in the Galaxy
09 - Accute Obliteration (Metanoia clip)
10 - Warcrime (Screams of Chaos clip)
11 - Interviews

Mais uma coletânea de clipes do Mortification, mas uma sequência de interviews e falas do Steve e dos outros membros sobre a carreira da banda até 1996. A ênfase aqui são em clipes dos discos Bloodworld, Primitive Rhythm Machine e EnVision EvAngelene, apesar da curiosa inclusão de "Until the End". A capa é uma notória fusão de elementos presentes nas capas desses três discos, dando um belo arranjo visual.

Curiosidade: a presença de clipes de duas bandas que faziam parte da Rowe Productions à época: Metanoia e Screams of Chaos, essa última um projeto do diretor do VHS Neil Johnson (também chamado de Galacticus Sarcophagus à época).

Triumph of Mercy (1998)

01 - At War with War
02 - Triumph of Mercy
03 - Welcome to the Palodrome
04 - From Your Side
05 - Influence
06 - Drain Dweller
07 - Raw is the Stonewood Temple
08 - Unified Truth
09 - Visited by an Angel


1997 foi um ano de lutas pra Steve Rowe. Uma leucemia terrível abateu seu corpo. Após várias sessões de quimioterapia e um transplante de medula mal sucedido, por muito pouco o "Metal Missionary" não nos deixou. Mas a misericórdia divina foi fora de série, e o curou de maneira sobrenatural. Essa é a história de "Triumph of Mercy", o triunfo da misericórdia do Senhor que o manteve entre nós, apesar dos médicos dizerem que ele teria só algumas horas de vida e que caso sobrevivesse nunca mais andaria ou enxergaria. A épica faixa título é um testemunho em forma de música escrita por Kate, esposa do Steve. Ele foi capaz de compor e gravar em formato demo na cama de um hospital ainda três faixas. Musicalmente, o disco não é um grande álbum comparado ao anterior, mas segue na fusão de heavy metal clássico com thrash (Welcome to the Palodrome e Drain Dweller são bons exemplos dessa fusão), mas não é um grande álbum, definitivamente. Entretanto eu recomendo por possuir algumas músicas fantásticas (At War with War por exemplo é uma das minha prediletas do Mortifa, quase tirei um cover dela quando fiz parte da Desinfernality - mas do Mortifa só fizemos mesmo "Scrolls of the Megilloth").

Hammer of God (1999)

01 - Metal Crusade
02 - Martyrs
03 - Lock up the Night
04 - In the Woods
05 - A Pearl
06 - Hammer of God
07 - Liberal Mediocrity
08 - Extreme Condictions
09 - Ride the Light
10 - D.W.A.M. (Daniel Was a Mosher)

Bônus

11 - Medley (Lymphosarcoma/The Destroyer Beholds/Distarnish Priest/Love Song)
12 - God Rulz
13 - At War with War (demo 97)
14 - Visited by an Angel (demo 97)
15 - Unified Truth (demo 97)
16 - Metal Crusade (instrumental)

Ainda mais heavy metal que thrash, Hammer of God é um disco interessante de se ouvir, embora não seja um discaço, tem bons momentos. Martyrs por exemplo, com seu videoclip fantástico mostrando a situação de diversos cristãos ao longo do mundo em nações perseguidas. A faixa de abertura é tão massa com sua pegada meio épica que torna ela uma das melhores do disco (ganhou até versão instrumental de bônus). Outros bônus incluem as demos gravadas em 1997 quando Steve ainda estava no hospital, uma versão repaginada de "God Rulz", mais moderna, e um belo medley. Fora dos bônus, a faixa mais curiosa do disco é D.W.A.M., mantendo o lado mais humorístico da banda, que seria ainda observado posteriormente de novo anos mais tarde.

10 Years Live Not Dead (2000)

01 - Dead Man Walking
02 - Buried into Obscurity
03 - Medley
04 - Martyrs
05 - Peace in the Galaxy
06 - Hammer of God
07 - Influence
08 - Steve Thanks
09 - Mephiboseth
10 - Chapel of Hope
11 - Liberal Mediocrity
12 - God Rulz
13 - King of Kings



"WHO WANTS THERE HERE SOME METAL? WHO WANTS THERE HERE SOME JESUS CHRIST METAL?" Esse disco ao vivo da banda traz pra mim ótimas recordações, já que foi o primeiro da banda que eu ouvi na vida. Gravado no Blackstump Festival, em Appin, cidade do estado de New South Wales, Austrália, em 01/10/1999, as músicas escolhidas em sua maioria são dos três últimos álbuns da banda (EnVision EvAngelene, Triumph of Mercy e Hammer of God), contando com o Medley de quatro músicas dos quatro primeiros discos oficiais da banda que já havia aparecido no "Hammer of God". "Mephiboseth" é a única aí que vem de outro disco diferente dos três citados acima (Primitive Rhythm Machine). "Dead Man Walking" é um som novo que tem uma pegada muito próxima do que a banda vinha fazendo nos últimos discos e é um belo número, com a letra novamente falando da doença que o Steve vencera. Esse pôster fantástico acima do texto é uma forma de mostrar a luta que ele passou e a vitória final obtida. "King of Kings" não é uma música nova, apenas um grito de guerra do Steve. Lamentavelmente esse é o último álbum com Keith Bannister na bateria, e como ele faria falta (serião, depois dele nenhum batera que passaria pelo Mortifa me empolgaria mais).

The Silver Chord is Severed (2001)

01 - Metal Blessing
02 - Access Denied
03 - Hardware
04 - Bring the Joy
05 - Standing at the Door of Death
06 - Whom They Would Kill
07 - I am a Revolutionary
08 - Forsake the Flesh
09 - Sensitive Nerve Endings
10 - The Silver Chord is Severed


Entra Adam Zaffarese, o membro mais jovem a fazer parte da banda. Num período como esse, era de se esperar que o som da banda desse uma "modernizada". E em parte isso aconteceu, mas muito mais na produção do que no som propriamente dito. O disco é um thrash metal consistente, mas não chega a ser um disco realmente bom de se ouvir. As duas primeiras faixas a bateria do Adam com umas influências de hardcore (a guitarra do Lincoln também contribuiu) são uma boa entrada, mas aí vem "Hardware" e começa o disco a decair numa sonoridade chata, arrastada, meio doom (só que um doom mal feito, bem diferente de alguns dooms que apareciam em álbuns anteriores). E assim o disco segue com uns altos e baixos, músicas fracas como "Bring the Joy" por exemplo dividem espaço com músicas complexas como "Standing at the Door of Death" e algumas genéricas como "I am a Revolucionary" (que tem uma letra massa, apesar do som fraco). Enfim, é um disco bem baixo padrões, eu definitivamente não curto muito ele (apesar dele constar na minha coleção, numa versão dupla com o Break the Curse). Uma versão alemã vem com o disco ao vivo 10 Years Live Not Dead como disco duplo, é uma versão bem rara.

Esse disco é tão bizarro que a capa é meio preguiçosa a arte e a logo é a pior logo do Mortification de todos os tempos.

Curiosidade: A extinta loja (e atual produtora de eventos) Blessing Rock Street, de Pernambuco, é inspirada na faixa de abertura desse disco.

Conquer the World (2001)

01 - Intro
02 - Metal Blessing (clip)
03 - South Africa (tour)
04 - Europe (tour)
05 - USA (tour)
06 - South America (tour)
07 - Access Denied (clip)
08 - More South America (tour)
09 - Standing at the Door of Death (clip)
10 - Funny Stories and Bloppers
11 - Outro/Credits

Extras do relançamento de 2008, músicas tocadas ao vivo no Blackstump Festival 2002:

12 - Metal Blessing
13 - Brutal Warfare
14 - Grind Planetarium
15 - 3 of a Kind

Num formato meio documentário, Conquer the World mostra a jornada da banda em sua turnê mais extensa da história. Até aqui no Brasil eles passaram pra divulgar o "The Silver Chord is Severed" (mano, não tinha um disquinho melhor pra divulgar não?). Apesar disso, é um baita DVD, vale a pena conferir pra ver as performances inesquecíveis da banda (principalmente aqui em BR).


Power, Pain & Passion - Ten Years 1990 - 2000 (2002)

01 - Human Condition (from Post Momentary Afflition)
02 - Toxic Shock (from Primitive Rhythm Machine)
03 - Death Requiem (from Scrolls of the Megilloth)
04 - Martyrs (from Hammer of God)
05 - Satan's Doom (from Mortification)
06 - Hammer of God (from 10 Years Live Not Dead)
07 - Scrolls of the Megilloth (from Live Planetarium)
08 - Mephiboseth (from Live Without Fear)
09 - Buried Into Obscurity (from EnVision EvAngelene)
10 - Monks of the High Lord (from Blood World)
11 - At War With War (from Triumph of Mercy)
12 - Illusion of Life (from Break the Curse)
13 - Metal Blessing (acústica)
14 - Standing at the Door of Death (acústica)
15 - Your Life (acústica)
16 - Grind Planetarium (acústica)

Apesar de dois anos de atraso, essa coletânea veio num bom momento. As músicas não seguem uma ordem cronológica dessa vez, mas isso não chega a ser um problema, pois também é legal ver tudo misturado (ahahahah). A escolha das músicas foi boa, inclusive procurando umas que ninguém lembra tanto, como "Illusion of Life" e "Monks of the High Lord".

As quatro faixas finais foram tiradas de duas apresentações da banda de 2001, e curiosamente são todas acústicas. Receberam o título apropriado de "Acoustic Blessing" e apesar de ser curioso thrash metal acústico, até que ficou legal.


Relentless (2002)

01 - Intro
02 - Web of Fire
03 - God Shape Void
04 - Priests of the Underground
05 - Bring Release
06 - Syncretize
07 - The Other Side of the Coin
08 - Altar of God
09 - Sorrow
10 - 3 of a Kind
11 - Arm the Annointed
12 - New York Skies
13 - Apocalyptic Terror

Melhor disco da banda em muitos anos, "Relentless" é o que conta com a formação maior com membros oficiais: além do Steve (voz e baixo) e do Adam (bateria), temos aqui o brilhantíssimo Jeff Lewis no único disco dele na banda (infelizmente, pq ele toca pra caramba!) e Mick Jelinic, ambos na guitarra, o que deu mais preenchimento de guitarras, além de que os dois são brilhantíssimos, e resgataram um thrash metal sólido e fantástico, que dá gosto demais de ouvir. A única faixa meio dissonante nesse brilhantismo todo é a repetitiva "The Other Side of the Coin", mas nem por isso é uma faixa ruim, só passa longe da brutalidade do resto do disco, mesmo a doom metal "Sorrow" encaixou bem pacas. Aliás, o álbum fecha com a mais brutal faixa da banda em anos, "Apocalyptic Terror", um death metal sólido e delicioso, que antecipava o caminho da banda em retornar a essa fase.

O disco foi relançado anos mais tarde pela Soundmass com uma leve mudança na logo (usando a logo clássica da banda em azul cinzento) e quatro faixas ao vivo gravadas no evento Christmas Rock Night na Alemanha em 2002 (Metal Blessing, Web of Fire, God Shaped Void e 3 of a Kind), mas não tive ainda contato com essas faixas pra poder dar meu veredicto.

Curiosidade: Minha primeira camiseta de metal foi com a peita desse disco. Demorei pra explicar pra minha mãe (kkkkkkk) o conceito da capa, uma analogia à armadura de Deus numa versão atualizada.


Brain Cleaner (2004)

01 - Boaconstrictor
02 - Too Much Pain
03 - Purest Intent
04 - Free as a Bird
05 - Brain Cleaner
06 - I'm Not Your Commodity
07 - The Flu Virus
08 - Livin' Like a Zombie
09 - 12 Men (Light Force cover)
10 - Louder than the Devil
11 - E.D. (Evil Death)

Back to the basics. Esse disco foi realmente o retorno da banda a fase clássica, com elementos de death e thrash abundantes, embora algumas faixas, como a de abertura, pareçam mais próximas da fase mais thrash "limpa", a faixa seguinte, "Too Much Pain", já traz de volta o clima bruto que a muito não se ouvia. É maravilhoso ouvir aquele som brutal de volta na banda.

Liricamente a banda continua trazendo sua mensagem cristã pura e simples, mas pela primeira vez Steve Rowe decide trazer duas faixas em que ele expressa seu desapontamento com os críticos a seu ministério ("Purest Intent" e "I'm Not Your Commodity"). "Livin' Like a Zombie" é uma das mais iradas faixas do disco, sem sombra de dúvidas. "12 Men" é uma versão repaginada da clássica faixa da antiga banda de Steve, Light Force (originalmente chamada de "Fishermen") e relata a vida dos apóstolos e sua escolha pelo Senhor Jesus para o servir. "Free as a Bird" é uma peça instrumental de baixo fantástica, me remetendo à "Flight of Victory" do disco Post Momentary Affliction. Já "E.D." traz um pouco daquele lado mais bem humorado da banda.

O disco teve um relançamento pela Soundmass que eu não tive acesso, com uma leve modificação na capa e na logo, além de sete faixas bônus ao vivo gravadas no Revolution Metal Fest, no México, em 2004. Um dia pretendo descobrir essas faixas pra poder avaliar melhor.

Curiosidades:

- O garoto na capa é filho do Steve.
- A faixa "Livin' Like a Zombie" é tão irada, mais tão irada, que uns engraçadinhos colocaram ela como a trilha sonora de um vídeo macabro chamado "BME Pain Olympics". Não, não recomendo de jeito NENHUM você procurar o que se trata esse vídeo...

Erasing the Goblin (2006)
01 - Razorback
02 - Erasing the Goblin
03 - The Dead Shall Be Judged
04 - Escape the Blasphemous Temple
05 - Your Time
06 - Forged in Stone
07 - Way, Truth, Life
Versão da MCM
08 - Humanitariam
09 - Short Circuit

Versão da Rowe:

10 - Dead Man Walking

Versão MCM

10 - Servants of Supreme Message (na versão Soundmass é a faixa 11)



Versão da Soundmass
Erasing the Goblin segue a ideia de voltar às origens, com um death/thrash metal forte, ainda mais bem produzido que o anterior, com os vocais do Steve muito mais brutos do que nunca, em certos momentos bem guturais mesmo, como em "The Dead Shall Be Judged". "Escape the Blasphemous Temple", "Humanitarian" e "Forged in Stone" tem uma pegada meio doom em alguns momentos (a primeira inclusive lembra muito , já "Way, Truth, Life" tem Steve brincando com os vocais numa pegada meio black metal. Enfim, é um baita disco, vale a pena conferir.

Na época de lançamento ele saiu por dois selos diferentes, com capas diferentes e a última faixa diferente também (na versão limitada da Rowe Productions vinha uma versão de estúdio de "Dead Man Walking", já na da MCM vinha "Servants of Supreme Message"). Anos depois, em 2013, veio uma versão da Soundmass, com outra capa (essa inspirada na versão DVD de "Grind Planets" e com as duas faixas das versões anteriores, mais versões ao vivo gravadas em 2007 no Nordic Fest.

Curiosidade: O nome original do disco seria "Impaling the Goblin", mas foi alterado porque "empalamento" em diversas culturas pode sofrer um duplo sentido por parte de muitos que empregam essa palavra.


Live Humanitarian (2007)

01 - Erasing the Goblin
02 - I'm Not Your Commodity
03 - Hammer of God
04 - Purest Intent
05 - Medley (Lymphosarcoma/The Destroyer Beholds/Distarnish Priest/Love Song)
06 - Priests of the Underground
07 - The Dead Shall Be Judged
08 - Spoken Word (I)
09 - Humanitarian
10 - Spoken Word (II)
11 - Dead Man Walking
12 - Standing at the Door of Death
13 - Spoken Word (III)
14 - Escape the Blasphemous Temple
15 - Spoken Word (IV)
16 - Chapel of Hope

Gravado ao vivo no Imax Theater, na cidade de Perth, Austrália, em 2006 (não sei o dia infelizmente), esse é sem dúvidas o disco ao vivo mais fraco da banda. Apesar do repertório bem escolhido, com várias faixas boas da fase mais recente da banda, mais algumas bem pinçadas de outras fases, a produção deixa a desejar, e parece que a banda e o próprio Steve tão fazendo tudo enjoados. Minha opinião, é claro, esse disco é meio chato, só isso mesmo. Talvez o fato de várias faixas já terem aparecido em outros ao vivo da banda, e várias outras clássicas estarem tudo vagando por aí sem serem lembradas... pode ser, não sou o dono da verdade. Enfim, taí um ao vivo que eu não recomendo.

No ano seguinte o show saiu em um DVD duplo, tendo o primeiro disco todo o show presente no CD, obviamente com as imagens do show; já o segundo disco mostra imagens da casa do Steve, seus hobbies, alguns extras curiosos sobre a banda, mas nada muito relevante.

(Nota triste: o baterista nesse disco e do Erasing the Goblin, Damien Percy, que também tocou nas bandas Skymaze e Terraphobia, faleceu em 07/02/2018, vítima de uma doença crônica).



The Evil Addiction Destroying Machine (2009)

01 - The Evil Addiction Destroying Machine
02 - The Master of Reinvention
03 - A Sense of Eternity
04 - Elastisized Outrage
05 - One Man with Courage Makes a Majority
06 - Pilots Hanging from Shoulder Dust
07 - Pushing the Envelope of Red Sunrise
08 - I'm Not Confused
09 - Alexander the Metalworker
10 - Resurrection Band (A Tribute to Rez)


Numa pegada bem autoral ao extremo (primeiro disco com todas as músicas totalmente compostas pelo Steve), e um pouco de punk no meio, esse disco é uma salada interessante de sons. Não é, entretanto, um álbum muito marcante, ao meu ver. Uma coisa curiosa são os títulos das músicas, em especial pelo tamanho enorme de alguns, eu meio que me senti vendo o disco "Hellig Usvart" da Horde, cada título maior e mais estranho que o outro (kkkkkkkk). Mas no geral é um disco meio bagunçado, e a despeito de momentos curiosos, como a intro de "One Man with Courage Makes a Majority" (com um baixo que parecia curiosamente brasileiro demais) ou a faixa final, em homenagem a banda Resurrection Band (que ajudou no retorno de Steve Rowe pra fé cristã e a criar bandas de rock e metal cristãs como Light Force, Mortification e Wonrowe Vision); a despeito dessas, o disco é igual à capa: uma bagunça enorme (até a logo da banda ficou mal posicionada ao lado do título gigantesco e mal diagramado). Não é um disco ruim, e a combinação de Steve, Mike Jelinic e o retorno do Adam Zaffarese na batera funciona bem, mas passa longe de ser um disco memorável, em especial quando sabemos que o disco começou a ser produzido LOGO A SEGUIR AO ERASING THE GOBLIN! Três anos de produção e saiu um álbum no máximo mediano, é bem triste isso pros padrões de Mortification.


Twenty Years in the Underground (2010)

01 - Nocturnal (re-recorded)
02 - Grind Planetarium (re-recorded)
03 - Impulsation (re-recorded)
04 - Hammer of God (re-recorded)
05 - The Majestic Infiltration of Order (re-recorded)
06 - Eyes of Destruction (primeiro show, 15/06/1990)
07 - Searching (primeiro show)
08 - City Streets (primeiro show)
09 - Bloodworld (primeiro show com Lincoln e Keith, 19/08/1995)
10 - Scrolls of the Megilloth (primeiro show com Lincoln e Keith)
(Busking in Christchurch City Square, Nova Zelândia, 03/05/1996)
11 - Spoken I
12 - New Beginings
13 - Spoken II
14 - Chapel of Hope
(Ao vivo no Revolution Metal Fest, México, 20/11/2004)
15 - Spoken III
16 - Too Much Pain
17 - Spoken IV
18 - 12 Men
(Ao vivo no Nordic Fest, 09/11/2007)
19 - I'm Not Your Commodity
20 - Priests of the Underground

(Tem um disco II também, mas é somente o Live Planetarium + as faixas acústicas que já haviam saído na coletânea "Power, Pain and Passion").

Pra uma coletânea de 20 anos e DA NUCLEAR BLAST, realmente essa deixou um bocado a desejar. Mas é muito legal por um lado ouvir sons regravados de cinco faixas clássicas da banda, bem como ouvir versões de clássicos do Light Force numa roupagem mais Mortification, ao vivo no primeiro show (apesar da qualidade de gravação ser bem ruinzinha, mas o vocal deathrasher do Steve no lugar do vocal mais clássico do Steve Johnson é admirável). Alguns momentos marcantes aparecem no primeiro disco, como o primeiro show com Lincoln e Keith na banda, e alguns shows ao longo dos anos. No geral, é uma coletânea interessante, nada excepcional diante das antecessoras, mas marcante a seu modo. O disco dois, como citei acima, nada mais é que o Live Planetarium e o "Acoustic Blessing", e vale mais a pena pros que não tiveram acesso ao disco do Live Planetarium nem a coletânea Power, Pain and Passion.

Scribe of the Pentateuch (2012)

01 - Extradiefor
02 - In Garland Hall
03 - The Jaws of Life
04 - Scribe of the Pentateuch
05 - Weapons of Mass Salvation
06 - The White Death

Extras (Best of the 00's):

07 - Priests of the Underground
08 - Too Much Pain
09 - Erasing the Goblin
Versão de 2013 pela Soundmass
10 - Elastisized Outrage



EP muito legal, com músicas bem na linha thrash death, feito como homenagem aos 20 anos do "Scrolls of the Megilloth". Feito com financiamento dos fãs, no estilo "vaquinha", esse disco tornou-se uma mistura boa e uma homenagem legal aos fãs da banda. Enquanto "Extradiefor" e "The Jaws of Life" vem com um thrash/death metal bem pesado e rápido, "In Garland Hall" e "Scribe of the Pentateuch" trazem pela primeira vez na história do Mortification vocais cantados LIMPOS por parte do Steve, algo realmente impressionante. A pegada desses vocais parecem um viking metal, uma sonoridade que até então a banda jamais havia experimentado. Nesse ponto, um ar de novidade impressionante! Por fim, Weapons of Mass Salvation tem uma pegada que vai do doom/death ao death mais acelerado, uma combinação muito boa, e The White Death também segue uma linha mais doom metal, mas com a alternância do uso de guturais e dos vocais limpos do Steve, que deu um ar mais doom clássico em detrimento do doom/death simples. No fim, é uma ótima combinação de músicas. A versão original da Rowe vinha ainda com 4 faixas bônus de discos lançados na década de 2000, e é interessante pra conhecer a carreira da banda durante esse período. Já a versão da Soundmass, com uma capa modificada, no lugar dessas faixas apresenta um show gravado no Easter Fest em 2013 com 9 faixas, dentre elas três desse disco. A qualidade pelo que me consta é mais bootleg, mas vale a pena pros fãs mais hardcore da banda.

Rumores diziam que esse seria o último lançamento da banda e que encerrariam a carreira, numa despedida ao meu ver digna. Mas não foi o que aconteceu...


Realm of the Skelataur (2015)

01 - The Cost
02 - Feed Your Hungry Ears
03 - Extrinsick Forces
04 - Realm of the Skelataur
05 - Slaughter Demon Headz
06 - Our Anthem
07 - 40 Day Fast
08 - Total Thrashing Death
09 - Enrapture
10 - Grave Sucking
11 - Pushing Weird Buttons

... e até o momento ESTE foi o último lançamento de inéditas da banda. Um disco que parece começar de maneira arrastada, com a faixa "The Cost", um doom/death que definitivamente foi uma má escolha em colocar logo na abertura (apesar de ser uma letra fantástica, remetendo a "Martyrs" sobre o custo de servir ao Senhor na vida de Deitrich Bonhoeffer, o polêmico "anarquista cristão" que tentou matar Adolf Hitler em nome da liberdade da fé - não que eu apoie esse tipo de conduta, mas sem dúvidas um homem que teve coragem em meio de tantos que venderam sua fé pro nazismo). Ao menos as duas faixas seguintes já trazem o peso de volta, e assim o disco segue com momentos mais doom e momentos bem death/thrash. Lincoln Bowen está de volta (novamente!), o que é fantástico, pra mim o guitarrista que junto com Mike Jelinic mais contribuiu pro som da banda. O bom humor continua presente, inclusive nas faixas grind "Slaughter Demon Headz", "40 Day Fast" e a minúscula "Grave Sucking" (somente 7 segundos!). À época que saiu eu realmente não curti em nada o disco, achei arrastado, chato, com os piores vocais da história e a pior capa de todas (apesar que esse último ítem eu continuo a dizer que acho mesmo, desenho tosco hahahah), mas reouvindo percebo que o disco é bom sim. Talvez a primeira faixa tenha me dado uma impressão muito negativa, mas ouvindo com mais cuidado percebi que ele é um disco bem legal de se ouvir. Nada tãaaaaaaaaaao memorável como alguns álbuns anteriores, mas também não chega a ser "o pior" da banda, de forma alguma. De lá pra cá Steve tem se dedicado mais ao Wonrowe Vision, mas não chegou a de fato jogar o Mortification pra inatividade completa, apenas um "quase hiato". Quem sabe um disco novo apareça um dia. Mas sem dúvidas a banda cumpriu uma missão metálica de sacerdotes do underground, revolucionários, monges do supremo Senhor, sem acomodação foram influências na vida de muitos, nunca buscando fama e sim SALVAÇÃO!


Shades of Death - A Best of Mortification (2017)

01 - Scrolls of the Megilloth
02 - Three of a Kind
03 - Your Life
04 - God Shaped Void
05 - Noah as a Knower
06 - Destroyer Beholds
07 - From the Valley of Shadows
08 - Human Condition
09 - Toxic Shock
10 - Love Song
11 - 40:31
12 - The Other Side of the Coin
13 - Bring the Joy
14 - At War With War
15 - Free as a Bird
16 - Realm of the Skelataur
17 - Way, Truth, Life
18 - Mephiboseth
19 - Flight of Victory

Coletânea definitiva da banda, apesar de faltarem várias músicas e alguns discos a serem representados, é uma boa seleção em 19 faixas. Até duas instrumentais aparecem aqui, bem como algumas faixas que nunca apareceram antes em coletâneas. No fim, é um apanhado interessante de músicas, que vale muito a pena conferir.

Ancient Prophecy / Overseer (2017)

Lado A
01 - Ancient Prophecy
02 - Time Crusaders

Lado B

01 - Overseer
02 - Butchered Mutilation




Lançado em vinil, esse EP (com uma capa muito bem feita, unindo elementos das capas do SOTM e do PMA) é um ótimo lançamento de colecionador, como um single de das duas faixas mais longas do Mortification (uma do Scrolls e outra do Post Momentary), mais a aparição de no lado A a raríssima versão de estúdio de "Time Crusaders" que originalmente saiu na coletânea "Godspeed - Australian Metal Compilation I" (1994) da Rowe Productions, faixa que pouquíssimas vezes apareceu em discos oficiais da banda; e no lado B "Butchered Mutilation", que saiu originalmente na coletânea "5 Years Nuclear Blast Compilation" (1993) e já figura fácil em alguns relançamentos do Mortification. Uma boa combinação pros fãs, mas sem dúvidas não é pra ouvintes casuais da banda.


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Steve Rowe já escreveu dois livros: a novela Minstrel, com tons de fantasia, mas como alegoria ao Evangelho e ao ministério de missionário headbanger, e "Metal Missionary - The Steve Rowe", sua biografia. Futuramente mais informações numa matéria do blog sobre literatura relacionada ao rock cristão.

Mortification participou de diversas coletâneas. Conferir na seção de coletâneas.

Houve TRÊS tributos à banda. Conferir na seção de tributos.

Pesquisar também o filme "Return to Innocence" (2001), com participação de Steve Rowe na produção.

Ver também:

Light Force
Wonrowe Vision
Paramaecium
Horde
InExordium
Altera Enigma
Revulsed
Day of Atonement
Cybergrind
Martyrs Shirne
Teramaze
Callous
Erase
Terraphobia
Abolishment of Hate
Sympathy
Scourged Flesh
Templar
Grave Forsaken
Recon
Deliverance
Vengeance Rising
Worldview