segunda-feira, 18 de março de 2019

Light Force




Light Force (ou Lightforce) foi uma das primeiras bandas de metal cristão da Austrália, juntamente com Rosanna's Riders e Cry Mercy, e existiu entre 1985 a 1990, sendo essa a primeira banda de Steve Rowe, que à época nela apenas tocava o contrabaixo. A sonoridade alternava de gêneros entre o heavy tradicional de um Iron Maiden a um Epic/Power/Speed Metal de um Manowar. No final da vida a banda começou a inserir elementos de thrash metal germânico a lá Kreator e Sodom, o que levou a uma mudança completa inclusive no nome, e assim, no lugar dela surgiria uma das maiores bandas de metal cristão de todos os tempos: Mortification!


Battlezone (1987)

01 - Choose to Win
02 - Evil Desires
03 - Reigning With The King
04 - Eyes of Destruction
05 - I Won't Conform
06 - The Day is Near
07 - Battlezone
08 - Fast Lane




Versão não-oficial com faixas bônus
Após duas demos (Blue Demo, e Yellow Demo - também chamada de "Angel Rocker" demo) que nunca tive acesso infelizmente) com a vocalista original, Phadrah Hirschfield (que ainda faria uma participação especial lendo um trecho das Escrituras - e acredito que um back vocal também na faixa-título), entra Steve Johnson (vocais e teclados), que junto com Steve Rowe (baixo), Cameron Hall (guitarra) e Errol Willenberg (bateria) fariam o primeiro disco full da banda. Na época, lançado independente e com poucos recursos, saiu apenas em K7, e é raríssimo (incluindo aí a versão mais longa de "Fast Lane", que eu nunca achei pra ouvir).

A faixa de abertura segue um speed metal bem na linha de bandas como Acid e Motörhead, e a faixa seguinte segue a mesma ideia. A balada "Reigning with the King" é belíssima, dá uma quebra de ritmo boa pra o que vem a seguir, "Eyes of Destruction", música que já foi regravada pela banda Screams of Chaos e pela própria Mortification em seu primeiro show (acessível no DVD do Break the Curse 20 anos ou o áudio no XX Years). O gutural no início da música representando a voz de satã é provavelmente o primeiro gutural a vera da história do rock cristão (embora tenham havido outros guturais de leve aparecendo em registros anteriores de outras bandas). Essa música é a que mais representa os caminhos que a banda levaria anos depois, quando tornaram-se thrash metal. O resto do disco segue uma linha mais NWOBHM, remetendo a bandas com Saxon e Iron Maiden. Um ótimo disco, sem dúvidas.

Recentemente, em ano não conhecido, saiu uma versão bootleg do disco, com capa nova e três faixas ao vivo que apareceram em uma coletânea da Light Force. Interessante lançamento distribuído apenas pra fãs e sem intenção de venda.


Mystical Thieves (1989)

01 - Mystical Thieves
02 - Crossfire
03 - City Streets
04 - Metal Missionary
05 - Children of Sorrow
06 - Searching
07 - Fastlane
08 - Babylon





Contracapa da versão CD original desse disco.

Estou aqui vendo uma review de um indivíduo da Encyclopaedia Metallum sobre esse disco e rindo das considerações que levaram o indivíduo a dar apenas 35% de qualidade pra esse disco. Não, não vou dar 100%, longe disso (eu daria uns 75% pelo menos), mas os comentários do cara já mostram que ele deve ser um daqueles fãs radicais de thrash metal que não suportam nem ouvir um power metal americano ou um som inspirado na NWOBHM. Porque o cara consegue desdenhar até do trabalho do baixo do Steve! HAUSHEUAHEU minha nossa. Ok, a voz do Steve Johnson não é essa maravilha, sem dúvidas, mas o cara se esforça. O disco contém na abertura (a faixa-título) e na faixa de fechamento (Babylon) uma dupla de sons épicos, sendo o primeiro com umas pegadas que vão além do simples NWOBHM, já com a cavalgadura do Steve e a bateria do Errol meio thrash. Murray Adams mantém o lado mais melódico nas guitarras, mas com uma agressividade muito boa. O lançamento pela Pure Metal Records conferiu um melhor esmero na produção, deixando o som limpo e nós livres pra curtir o speed metal de Crossfire (que também acompanharia o Mortification nos primórdios da banda), a agressiva City Streets (um speed/thrash bem veloz, que me lembrou Judas Priest e Saint), a clássica e profética "Metal Missionary" (um dos meus hinos como banger cristão - e regravada anos mais tarde pela Mortification) e seu refrão marcante com os gritos urrados do Steve e de Mark Hamilton (futuro Vomitorial Corpulence) lá no fundo, e todo o resto do disco segue de maneira muito consistente. O contrato com a Pure Metal rendeu à banda aberturas de shows com a Whitecross (trechos dessa apresentação aparecem em um relançamento anos mais tarde da Soundmass) e Vengeance Rising (alguns acreditam que foi o contato com esta que levaria Steve a depois deixar o som mais pesadão), mas curiosamente não foi o suficiente pra manter a banda estável e no final de 1989 vários membros saíram e deixaram Steve só. Só pra fazer uma mudança total na banda...


Break the Curse (Demo, 1990)

01 - Journey of Reconciliation
02 - Blood Sacrifice
03 - Brutal Warfare
04 - Illusion of Life
05 - Break the Curse
06 - Impulsation






... e que mudança! Steve Rowe trouxe de volta Cameron Hall (guitarras) e um talentoso baterista, Jayson Sherlock, e juntos experimentaram uma sonoridade bem mais thrash do que tudo que já haviam gravado anteriormente. Assim nascia Break the Curse, um clássico do thrash metal australiano, mas que não ficaria exatamente famosa com a Light Force, e sim na versão ampliada que sairia em 1994 com mais quatro faixas gravadas na época, mas não publicadas, e com uma capa e nome de banda completamente diferentes. É só conferir nas reviews do Mortification pra entender.

Basicamente uma pegada bem na linha do thrash alemão, os vocais de Steve mostram uma brutalidade bem na linha do Milie Petrozza (Kreator), e enfim, é uma produção que traz consigo uma evolução da banda pra um lado mais brutal, tal qual aconteceria naquela mesma época com uma banda secular americana chamada Pantera, que saiu do glam/speed metal pra um thrash/groove metal fora de série.



The Best of LightForce - Mortification's Begining (1994)

01 - Babylon
02 - Eyes of Destruction
03 - Atomic Decay (live)
04 - Searching
05 - I Won't Conform
06 - Epidemic of Injustice (live)
07 - Metal Missionary
08 - Choose to Win
09 - City Streets
10 - Back to Basics (live)
11 - Mystical Thieves


Na época em que achar os discos da banda eram uma raridade, e somada à fama que o Mortifa já tinha naquela época, Steve viu por bem lançar essa coletânea para contar um pouco dos primórdios de sua carreira. Considero uma ótima ideia, apesar de não curtir muito a voz do Steve Johnson (pelo que vi de outros críticos, parece um consenso isso hahahaha), de resto a banda é boa sim. As faixas ao vivo trazem um pouco da energia da banda e é bom demais ver que eles ao vivo soavam tão bem como em estúdio. Eu mesmo cheguei em 2012 a montar uma bootleg com as faixas extras que sairiam também num relançamento do Mystical Thieves só pela qualidade ao vivo da banda. Outra coisa que vale a pena nessas faixas ao vivo é que elas nunca foram gravadas em estúdio, sendo assim verdadeiras raridades, tal qual "Trinity" (faixa rara que só apareceu no relançamento citado acima).


1986 to 1989 (2013)

01 a 08 - Disco "Mystical Thieves" completo
09 a 15 - Disco "Babylon" quase completo (exceto pela última faixa, Fast Lane).
16 - 12 Men (originalmente "Fishers of Men")
17 - Slay the Enemy (originalmente "Come With Us").







Basicamente uma coletânea reunindo os dois discos completos da banda (a exceção da versão mais longa de "Fast Lane" presente em "Babylon") e mais duas músicas que originalmente advinham da segunda demo da banda, e com títulos novos. Essas duas faixas que dão o ar de novidade real pros que só tiveram acesso aos materiais full e a "Break the Curse", ao contemplarmos o vocal da Phadrah cantando é bom demais. A pegada da banda nessa época era mais NWOBHM pelo pouco que dá pra perceber, ainda um pouco distante do que tornar-se-ia. Única coisa que lamento é que, pra uma coletânea nomeada "1986 to 1989" eu esperava bem mais. Esperava um disco duplo, com o segundo CD contendo as DUAS DEMOS COMPLETAS. E, claro, as DUAS versões de Fastlane. Enfim, no final das contas, uma boa pedida, e vale a pena conferir. Aliás, no ano seguinte a esta coletânea, no álbum "Brain Cleaner" apareceria uma versão repaginada e puramente deathrash de "12 Men" feita pela Mortification. Daí se tira a importância da LightForce na vida da Mortification, quase um "Hellhammer na vida do Celtic Frost", guardadas as devidas proporções.

Procura-se:


Metal Missionaries (1991)

Um documentário de três horas sobre a banda. Se alguém tiver, pode repassar que agradecerei muito.

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