terça-feira, 23 de maio de 2023

Letras: Resurrection Band / REZ


Uma coisa a se dizer das letras da Rez Band é que elas não são para quaisquer cristãos... Não pelo menos a turminha que está acostumada a só ouvir gospelzinho de show do gênero, não mesmo viu... Se preparem porque orgulhosamente venho falar mais uma vez dessa banda que já fiz review por aqui mesmo, mas está na hora de destrinchar os significados das letras da REZ BAND!

Obviamente não vou elencar todas, mas várias das mais relevantes da banda sem dúvidas!

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2000: A essa altura faltava coisa de uma década e meia pro ano 2000. Previsões apocalípticas e futuristas afins. E onde cada um se enxergava quando esse tempo chegasse, caso chegasse?
80,000 Underground: Relato sobre a infame continuidade da prática mais vil da humanidade: a escravidão, e o silêncio forçado que submetem os pobres escravizados;
Across These Fields (e Reprise): A parte 1 representa a vida de alguém que se considera livre distante de Deus. A reprise já representa a liberdade real, com a consciência do Senhor em nós mesmos;
Afrikaans: Anos antes de Peter Gabriel apresentar ao mundo a música-denúncia Biko, Rez Band já fazia sua denúncia sobre os horrores do apartheid na África do Sul. Enquanto tantos "pastores famosinhos" aí afora até hoje até dão justificativas abomináveis sobre os horrores desse tempo que até hoje deixaram marcas na nação sul-africana, existem verdadeiros servos de Deus que mostram que nada, absolutamente NADA justifica essas aberrações;
Alienated: Nosso Senhor foi "alienado" desse mundo que nunca compreendeu Sua mensagem. Será que começaremos um dia a entendê-la?
Altar of Pain: O "altar da dor" é a mídia e sua obsessão desde a muito na juventude e em os conduzir para influências cada dia mais perversas e psicóticas;
Amazing: "Quando a vida me coloca para baixo", o amor maravilhoso de Deus sempre nos levanta!
American Dream: Uma das minhas prediletas, questionando as "grandes" conquistas do Sonho Americano "Espias de Watergate... saudações às famílias em seus televisores nas salas: suicídio, genocídio, aborto, desenhos animados, terrorismo, violência, refugiados famintos, consciência cauterizada, recesso da realidade, tiranos nucleares, planos computadorizados, tornando toda humanidade refém!"
Ananias and Sapphira: Você pode mentir para todos, mas nunca conseguirá enganar a Deus;
Area 312: Um "dia comum" na vida de jovens secundaristas e sua "sabedoria de juventude" (ou seja, nenhuma né!);
Armageddon Appetite: O ser humano em suas ambições, guerras, armamentos nucleares, tudo isso mostra o desejo humano pela autodestruição;
Attention: Acima de onde nossos olhos e telescópios mais potentes possam detectar está o Todo-Poderoso, atento a tudo e todos aqui embaixo;
Autograph: Embora ofereçam muitos autógrafos falsos de artistas por aí afora, e também o do próprio Cristo (a mensagem Dele), essa música fala acerca do autêntico autógrafo, a Palavra do Senhor, no coração de todos que buscam a ele, "assinado pelo Seu sangue";
Awaiting Your Reply: Podemos descansar confiantes aguardando a resposta do Senhor, Ele sempre nos ouve e no tempo certo nos responderá;
Babylon: Praticamente uma continuação de American Dream, mostrando mais uma vez a falsa religiosidade e as consequências das escolhas pervertidas da sociedade consumista norte-americana e sua ambição imperialista;
Beggar in the Alleyway: "Quando deixastes de fazer a um desses pequeninos, deixastes de fazer a mim!" A música faz uma comparação de Cristo como um daqueles mendigos que muitas vezes fazemos literalmente nenhum caso no meio da rua;
Bennie & Sue: Uma história de um casal de jovens vivendo "altas aventuras" pecaminosas com consequências trágicas;
Broken Promises: Das canções mais "gospel" da banda, essa é a minha preferida, provavelmente a melhor deles nesse aspecto, seguida de perto por Paint a Picture e The Struggle. As vezes nós até podemos tolamente acreditar que Ele não vai cumprir suas promessas, quando na verdade se há alguém que sempre quebra suas promessas, esse alguém vemos toda vez que contemplamos o espelho ou nosso reflexo "promessas quebradas, quebradas por mim, nunca por Você!"
Can't Get You Outta My Mind: Por mais que as circunstâncias tentem, nada pode tirar o Senhor de nossa mente;
Child of Blues: Música que sempre me faz lembrar dumas canções da banda secular Creedence, falando do relato de alguém que veio da mais pura pobreza, filho da tristeza e de uma mãe solteira sofredora e batalhadora que sempre inspira confiança pro filho, ainda que com toda discriminação da sociedade que enfrentam;
City Streets: A busca por "saídas" para o vazio infinito em nossos corações em drogas, e a incapacidade delas conseguirem preencher esse vazio;
Colours: Não importa as cores do nosso coração nem do nosso exterior, Ele quer ser o Senhor de todas nossas cores e até de nossas sombras, dos dias claros aos obscuros Ele estará presente;
Comatose: Canção que relata o ciclo vicioso do mundo da prostituição e das drogas;
Concert for a Queen: Inspirado em Cantares (onde mais poderia ser né?), uma belíssima canção para uma rainha (nesse caso específico, uma canção do Glenn pra Wendi) que vira, na união dos dois, uma canção para o Rei dos reis, pois o amor verdadeiro entre um casal é um concerto para o próprio criador do amor;
Crimes: Um chamado àqueles arruaceiros e tantos que se metem na criminalidade para abandonarem esse desejo autodestrutivo de suas mentes, não importando as motivações que levaram cada um a essa escolha desastrada;
Dead to the World: O relato real e pesado de sobreviventes do mundo das drogas e suas transformações. Clichê? Talvez, mas há clichês que valem muito;
Death Machine: A tal "máquina da morte" aqui da música é a indústria armamentista e sua sede de sangue, poder e dinheiro para os que dela desfrutam, e as consequências para os que são vítimas desse mesmo maquinário mortífero;
Defective Youth: A velha guerra de gerações, e a rebeldia sem sentido dos tantos filhos pródigos que se acham donos do saber, mesmo normalmente não sabendo de porcaria nenhuma!
Elevator Musik: Materialismo e superficialidade que atinge inclusive a tal "indústria fonográfica". Pois é, se lá nos Isteitis dos anos 1980 a REZ já denunciava essa porqueira, imagina aqui no nosso Brasil varonil e suas manias musicais, tanto no secular quanto na música cristã "de elevador" que transformam de fato o coração de zero pessoas para o bem, apenas a velha alienação;
Empty Hearts: Relato real - e perturbador - de um caso de violência doméstica ocorrido próximo ao apartamento do casal de vocalistas Glenn e Wendi Kaiser, e o velho "em briga de marido e mulher ninguém mete a colher" questionado nessa canção;
Every Time It Rains: Sempre que chove, a esperança n'Aquele que chorou e morreu por nós deve ser relembrada;
Fiend or Foul: Pela boca do diabo em pessoa (ou quase né, é só uma representação pô, só os malucos fundamentalistas devem implicar com essa) mostrando todos seus "maravilhosos" feitos com a humanidade, como a corrupção praticada por políticos, grandes corporações e instituições capitalistas e até religiosas, o aborto e outras terríveis práticas "normalizadas" por nossa imunda sociedade;
First Degree Apart: Fala acerca dos julgamentos temerários feitos por moralistas de todos tipos contra tantos de nós. Quer dizer... será que não somos também alguns desses juízes?
Gameroom: Será que nossa vida é igual a um arcade de videogame? E ser o rei dos videogames nos dá liberdade ou alienação?
Golden Road: Há um lugar muito melhor que as belezas aparentes e temporais que a humanidade criou nesse mundo, o melhor lugar de todos!
Heart's Desire: A maldição da cruz que deu-nos salvação, é tudo o que nosso coração deve desejar;
Hidden Man: Referência à nossa guerra interior contra nosso velho homem, o tal "homem oculto" dentro de nós;
Hotfootin': Uma divertida homenagem aos pregadores sérios da palavra de Deus, em especial aqueles pregadores de rua que você já deve ter visto por aí - e as vezes até zombado deles...
I Need Your Love: A maior constatação da humanidade: somos desesperados pelo amor de Deus;
If You Love Grows Cold: "O amor de quase todos esfriará". Será que é o nosso caso?
In My Room: Música que relata a realidade de tantos lares, com confusões e desentendimentos entre os familiares;
In Your Arms: Dueto romântico de primeira qualidade da banda. 
Irish Garden: Antes de U2 mandar sua famosíssima Sunday Bloddy Sunday relatando os terrores da guerra civil irlandesa, Irish Garden já relatava o caos desse conflito religioso e político que até hoje afeta a Irlanda do Norte e a República da Irlanda;
Land of Stolen Breath: Como encontrar paz num mundo cheio de pobreza, fome, desigualdade, numa terra do "fôlego roubado"?
Light/Light: Enquanto as sombras do medo tentam sufocar nossos sonhos, peçamos à Luz do Mundo que nos dê a direção e força para seguir em frente;
Lincoln's Train: A comparação ao presidente Abraham Lincoln é bem vinda aqui, ao falar dos traumas e consequências da escravidão do povo norte-americano, em especial para os negros;
Little Jeannie: Relato fortíssimo sobre o vício no crack;
Love Comes Down: Nunca nos sintamos só: o amor está vindo lá dos céus para nós;
Lovespeak: A música que me fez amar essa banda. O amor fala de diversas formas, basta a gente aprender a ouvir sua voz que nos livra do laço do passarinheiro e das garras do inferno. Há esperança, pois o amor de Deus não olha pros nossos tempos passados;
Lovin' You/Can't Stop Loving You: Não importa o que aconteça, não consigo nunca parar de amar a Deus;
Mannequin's Dream: Metáfora para pessoas que vivem suas vidas como manequins, ou seja, inertes ante tudo ao seu redor;
Midnight Son: Mesmo na mais profunda escuridão, a resplandecente Estrela da Manhã, o Filho da Meia-Noite estará lá para iluminar nossas vidas;
Military Man: Uma das minhas mais amadas deles, sonho com o dia que poderei coverizar essa. Basicamente é a voz dos amantes da vida militarista, da "ordem" que ela traz consigo, mas o fim trágico e solitário que muitos dos militares quando efetivamente vão a uma guerra descobrem seus terrores e o quanto elas não valem nada a pena, não importa quem esteja "certo" ou seja o "mocinho" nela;
Mirror: Quando o ser humano encara a si mesmo e percebe que suas escolhas e maus caminhos não o levam a nenhum lugar além da autodestruição num ciclo infindo;
Mommy Don't Love Daddy Anymore: Partindo de um testemunho pessoal do próprio Glenn, fala de uma família se desfazendo, e a sensação de quem fica no meio do fogo cruzado de uma separação;
N.Y.C.: Vislumbres das belezas e problemas daquela caótica Nova Iorque do final dos anos 1970/início dos anos 1980 (a música saiu no álbum Colours de 1980, contemporânea ao caos que a cidade enfrentava à época com a criminalidade crescente da "Cozinha do Inferno");
Nervous World: Nosso mundo é completamente maluco. Depende de nós mudar isso;
Numbers: O relato (real!) de um sobrevivente da Guerra do Vietnã e dos horrores dessa guerra e de todas guerras transformados em canção "nós somos todos apenas números";
Paint a Picture: Um delicado hino em louvor ao Senhor, e um pedido para que ele, o Pintor do Mundo, possa mudar a pintura de nossas vidas solitárias. Uma das melhores músicas mais "gospel" da banda;
Parting Glance: Partindo do fato do disco Lament (1995) que essa música dá início ser um disco conceitual, essa pequena canção evidencia a dúvida presente em cada ser humano sem Deus;
Players: "Só uma vez, seus pais não precisam saber, se você me ama de verdade..." o velho convite para o prazer sexual fora do relacionamento matrimonial, a mesma velha chantagem emocional, as mesmas consequências trágicas: DSTs, AIDS, gravidez não-planejada, abandono familiar, abortos, traumas mentais, violência...
Quite Enough: Ele é mais que suficiente para nós!
Rain Dance: Quando tudo parece seco e vazio em nós, quando nossa sede parece insuportável, Ele sempre manda Sua chuva de amor que nos dá vida abundante;
Rainbow's End: Tal como o arco-íris é um sinal da fidelidade de Deus e de Sua proteção após o dilúvio estabelecido a Noé e todos seus descendentes, tenhamos certeza que Ele será nossa Arca nas tempestades de nossa vida; 
Reach of Love: Só em Cristo encontramos o amor real nesse mundo de tantos falsos amores e de tanta frieza;
Reluctance: Será que você realmente ama? Ou será só sua relutância de perceber que seu coração é mais duro que uma pedra de diamante?
Richest One: "Se eu conseguisse uma moeda por cada cidade que andei, por cada música que cantei... por cada dor que senti dentro de mim, eu seria o homem mais rico do mundo!" E agora a maior riqueza conquistamos: o Evangelho!
Right of Time: Não, o amor de Deus não se atrasa. Ele sempre está no tempo certo, sempre, para nos encontrar!
Rooster Crow: Pequena intro (posteriormente expandida na banda seguinte do Glenn, Glenn Kaiser Band) inspirada na negação tríplice de São Pedro antes do galo cantar. E nós, o que sentiremos após ouvirmos o galo cantar?
S.O.S.: A certeza do socorro bem presente em tempos de angústia;
Shadows: Uma dramatização cruel do que leva tantos jovens à pior das escolhas: o suicídio;
Silence Screams: A MINHA CANÇÃO PREDILETA DA BANDA! Nunca escondi isso né? Bem, fala de diversos "gritos de silêncio" enquanto tantas vozes de idiotas, manequins, lunáticos, charlatões e palhaços se fazem mais fortes. Pela capa do álbum homônimo (1986) esses tais aí são os membros da política e aproveitadores afins;
So In Love with You: Não importa onde eu estiver, como eu estiver, quando for, em algum lugar desse mundo eu direi: EU ESTOU APAIXONADO POR TI JESUS!
Someone Sleeps: A tragédia das vítimas de guerras nessa balada bem dolorida;
Souls for Hire: Nossa mente têm várias "saídas e soluções" tal qual um "mágico com um coelho nas mãos, diversas ideias em seu comando", mas será que alguma delas te livrará do comprometimento da alma com o pecado ardente dentro de nós?
Stark/Spare: Só em Cristo há realmente solução para todas as mazelas da nossa realidade. Câncer, pobreza, desigualdade, só Ele pode acabar com toda essa desgraça;
Summerthrown: Lírica e sonoramente similar a músicas da King's X (tá, o Ty Tabor tá nesse disco, isso ajuda a explicar né kkkk) mostra o carinha do álbum Lament tentando encontrar na luz do sol o alento para sua vida, para lhe esquentar do frio em sua alma;
Surprised: O personagem do álbum Lament quando se dá conta de todo tempo perdido e a surpresa por encontrar em Cristo a solução real que ele tanto procurava e finalmente ele pode ver;
Tears in the Rain: As ilusões, armadilhas, mentiras e outras tantas insanidades no mundo da fama e do showbizz;
The Chair: Música que fala do drama dos cadeirantes, suas dificuldades e preconceito que sofrem;
The Crossing: Há situações que parecem perdidas, mas podemos atravessar tudo com o poder do Senhor conosco;
The House is on Fire: A "casa pegando fogo" são os pulmões de um fumante - não importa se é nicotina, maconha, crack, até seu belo cachimbo da paz, o sufocar é terrível! 
The Main Event: A história teve tantos grandiosos eventos para os homens. Mas o maior de todos foi numa cruz vulgar;
The Struggle: Das músicas com lírica mais cristã da banda, essa tá no meu top 3, mostrando a luta diária do nosso viver, de arrancar nosso resto de odre velho por odres novos, pois sem o Senhor "eu não consigo nem me encarar!"
Three Seconds: Racismo, um "caso isolado" a cada três segundos...
Waitin' of Sundown: Diria Gordon Gekko: "a ambição, por falta de uma palavra melhor, é boa!" Boa para quem? "A ganância é mãe do pecado e o pecado é o pai da morte!"
Waves: Nas maiores ondas dessa vida, Ele está no nosso barco sempre para nos proteger;
Where Roses Grow: Uma das prediletas de todos fãs da banda, esse blues incrível convida o ouvinte a ouvir a voz de Deus e correr "onde as rosas crescem";
White Lies: "Ah, é só uma mentirinha, não dá em nada...", em especial aquelas que tentam esconder anos e anos e séculos de opressão branca sobre o povo negro. Sim, uma senhora lapada na cara do racismo estrutural;
White Noise: É, eu sei, normalmente as pessoas que conhecem essa música costumam gostar muito dela pelo riff animalesco no início dela, cortesia de Stu Heiss, mas a letra é tão animal quanto, ao falar das contradições de gerações e de como para muitos - inclusive os políticos - a Verdade é só "ruído branco";
You Got Me Rockin': O Evangelho de Deus nos faz "rock and roll" (balançar todo nosso viver e virar 180º graus!);
Zuid Afrikan: Anos após Afrikaans, essa música segue a mesma lógica, para falar agora de maneira mais ampla sobre o neocolonialismo africano e as consequências trágicas que até hoje são visíveis lá.

 
Dedico esse post a duas pessoas que foram importantíssimas para mim, por me apresentarem essa bandaça, o pastor Sandro Baggio (Refúgio do Rock/Projeto 242) e o Steve Rowe (Mortification).

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