Até que ponto vai a criatividade humana? Até que ponto alguém é capaz de interpretar os fatos ao seu bel-prazer e de acordo com sua vontade? Como a parcialidade se torna aceitável? Como a cegueira se instala? Como, onde e porque a ignorância se torna uma arma?
Creio que todos nós estamos cansados desse papinho velho e infundado de que “o diabo é pai do rock”, de que o estilo é maléfico, profano e deve ser evitado. Não quero de forma alguma vir discutir aqui a veracidade ou a inconsistência dessas afirmações, porque além de ser desnecessário – tamanha a quantidade de discussões acerca do tema – seria de uma redundância extrema. Se você quer saber mais um pouco acerca disso, recomendo que procure aqui mesmo no Whiplash!, onde temos vários artigos tratando sobre o envolvimento de bandas com ocultismo e satanismo e sobre as origens do rock – mais uma prova da idoneidade que esse espaço desfruta e da liberdade que ele proporciona – e daí, aliado ao seu sentimento, sua opinião, seus estudos, pesquisas e observações, tire uma opinião própria.
Porque se eu viesse a explanar mais sobre o tema aqui, mesmo que visse os dois lados da questão, tenho certeza que seria encarado como “mais uma forma de um rockeiro tentar provar por a+b a pureza (ideologicamente falando) do estilo” e isso não seria de todo válido.
Ao invés disso, prefiro analisar o que alegam os nossos “acusadores”, que fatos, que provas irrefutáveis eles apresentam e como o seu conhecimento acerca do tema (que é o mínimo que deveriam ter) foi apurado para tratar do assunto proposto.
Minha vontade de falar sobre isso não surgiu ao acaso, ao longo do tempo já tive a oportunidade de participar de várias discussões sobre o rock, ler dezenas de artigos e até livros acusando o rock de tudo quanto qualquer impropério e não deixando “nenhuma dúvida” sobre sua origem satânica – desculpem se não consigo disfarçar o riso enquanto escrevo isso. E a quantidade de absurdos, a quantidade de atentados á inteligência dos leitores que temos aos montes nestes artigos são coisas realmente impressionantes e hilárias para dizer a verdade (o “impagável” do título da coluna não foi á toa) mesmo que você encare com a maior seriedade possível.
Num dos mais contundentes e – a primeira vista – respeitáveis artigos que já li, feito pelo ministério “Dial-The-Truth” e escrito por Donald Phau, em quase 15 páginas eles analisam o rock a partir de seus grandes expoentes da década de 60 e a partir daí vão pegando tudo que de mais maléfico encontraram, aquele velho artifício de socar o leitor com fatos e mais fatos em seqüência – sempre parciais e superficiais diga-se – para com isso conseguir provar definitivamente aquilo a que eles se proporam.
Mas alguém que tenha um mínimo de conhecimento e experiência sobre o rock não pode levar a sério certas coisas, pois elas mesmas se denigrem, só se você estiver muito disposto e condizente com os autores será capaz de engolir tudo aquilo facilmente, tamanho o nível de besteiras e distorções que são ditas e feitas. Antes de prosseguir, quero assinalar que todos os acréscimos entre parênteses e destaques em negrito fora feitos por mim, ou por necessidade ou para dar ênfase. Em uma de suas passagens, por exemplo, falando sobre o Festival de Altamont em 1969, dizem: “Somente com o cair da noite, que permitia o uso de efeitos luminosos especiais, é que eles (Rolling Stones) subiram ao palco. Mick Jagger, o vocalista, estava vestido com uma capa de cetim, que ficava vermelha sob as luzes. Ele estava imitando Lúcifer”. Mas isso não é nada. Logo em seu início o artigo de Donald Phau nos proporciona uma das teorias da conspiração mais absurdas que já tive a oportunidade de saber, confira: “A música Rock eletrônica (?!?!?!?! – como se não houvesse amplificadores e guitarras elétricas antes disso) moderna, inaugurada no início dos anos 60, é, e sempre foi, um empreendimento conjunto da inteligência militar britânica e das seitas satânicas. De um lado, os satanistas controlam os principais grupos de música Rock por meio das drogas, do sexo, das ameaças de violência, e até do assassinato. Do outro lado, a publicidade, as tours, e as gravações são financiadas por empresas conectadas com os círculos de inteligência militar britânicos. Ambos os lados estão intimamente interconectados com o maior negócio do mundo, o tráfico internacional de drogas”.
Vamos lá, todos em conjunto: “Clap! Clap! Clap! Clap!, só me resta bater palmas para eles. Nem nos meus mais profundos acessos de loucura seria capaz de criar algo dessa natureza. Na seqüência, eles citam “fatos” e “acontecimentos” que supostamente comprovariam esta tese, mas que não conseguem passar de mais uma teoria da conspiração.
E não para por aí: “Os astros do Rock são também criações totalmente artificiais da mídia. Sua imagem pública, bem como sua música, é fabricada atrás dos bastidores pelos controladores do esquema.” – Isto significa, então, numa revelação bombástica, que todas as músicas, todas as composições do rock nunca foram feitas por seus próprios integrantes, que os créditos dados á eles por suas composições são meras formalidades para manter as aparências, certo? Quer dizer então que Brian Wilson (Beach Boys), Keith Richards (Rolling Stones), Pete Towsend (The Who), Alvin Lee (Ten Years After), Ritchie Blackmore (Deep Purple), Roger Waters (Pink Floyd) e Jimmy Page (Led Zeppelin) – para ficar só em alguns exemplos da época – nunca comporam uma música? Digamos então que o talento (genialidade, habilidade, maestria...) que estes têm com seus instrumentos só podem ser advindos de Satanás – seguindo a “lógica” dos autores deste artigo. Ora, meus amigos! É muita ignorância mascarada de verdade para uma pessoa só! Então que se revelem estes “controladores” que ficam por trás das bandas, na verdade só podem ser gênios para comporem tantas músicas maravilhosas, que eles apareçam para o mundo! Aí vem um e diz: “é lógico que eles não vão aparecer seu mané! Isso iria desmantelar o esquema dos satanistas e – ah! claro – da inteligência militar britânica, eles não são burros á esse ponto; Sabe aqueles casos em que a falta de evidências acaba sendo prova para uma teoria? “Se ninguém nunca soube de nada é porque existe mesmo, se não temos nenhuma prova concreta é mais uma afirmação de que estão escondendo alguma coisa e são muito habilidosos nisso”.
Ora, queridos leitores, isto é uma agressão á estas pessoas que deram sua vida por aquilo que gostavam, é uma agressão a quem suou tanto e deu tanto de si para compor uma música (já tentaram compor uma música? podem imaginar o quão difícil isso é?), o cara tem que ser muito louco para fazer uma afirmação dessas sem provas, se os compositores resolvem-se processa-lo eu teria pena dele – na verdade eu já tenho.
E o combate “á qualquer custo” – literalmente – contra o rock continua: “Entre 1963 e 1964 os Beatles e os Rolling Stones tomaram a cultura ocidental. Essa invasão iniciada a partir da Inglaterra foi bem planejada e executada no momento certo. Os EUA tinham acabado de sofrer com o choque do assassinato do Presidente John Kennedy, enquanto que nas ruas o movimento de massa pelos direitos da cidadania tinha feito uma grande passeata na capital Washington, liderada por Martin Luther King, com 500.000 pessoas. A contracultura do Rock seria usada como uma arma para destruir esses movimentos políticos. (essa merece uma avaliação melhor mais pra frente).
Posteriormente, em 1968 e 1969, anos em que ocorreram as greves de estudantes e trabalhadores nos EUA e na Europa, grandes concertos de Rock ao ar livre foram usados para conter o crescente descontentamento da população. Os concertos de Rock foram planejados como um meio de fazer aliciamento em massa para a contracultura saturada das drogas e do sexo sem compromisso. Para os milhões que iam a esses concertos, milhares de comprimidos da droga alucinógena LSD, estavam gratuitamente disponíveis. Essas drogas eram secretamente colocadas em refrigerantes como Coca-Cola, tornando milhares de vítimas incautas em psicóticos selvagens. Muitas dessas vítimas cometeram o suicídio.
Menos de meio século atrás, nossos filhos estudavam violino e piano, aprendendo a música dos grandes compositores eruditos, como Bach, Mozart e Beethoven. Como mostraremos, as mesmas companhias de discos que hoje promovem o Rock "pauleira" satânico (uhu!) executaram operações secretas (lembram do que falei acima?) para destruir a herança musical dos grandes compositores clássicos.
Nos últimos trinta anos, a civilização ocidental esteve sob a mira de um plano deliberado de guerra cultural, com o propósito de eliminar a herança cultural judaico-cristã. O sucesso desse plano precisa ser impedido”.
Então o rock foi usado para alienar as pessoas? Então o rock foi usado para desviar os jovens de seu engajamento político e social? Então o rock criou uma massa de imbecis que não queriam saber de nada a não ser se drogar? O mais interessante é que a história prova justamente o contrário. O mais interessante é que foram justamente esses “jovens perdidos nas drogas e no sexo” que participaram ativamente das revoluções sociais e políticas.
Não lhe parece que conteúdos desse teor tenham forte aproximação com o preconceito que a sociedade até hoje tem de que rockeiro é burro, sem cultura, vagabundos, vândalos e drogados? Tenho plena certeza que sim. Este é o “do it yourself” dos sem escrúpulos, dos que não medem esforços para impor uma “verdade” que eles divulgam, dos pseudo-intelectuais baratos, dos críticos meia-boca que assassinam a ética e os ideais que deveriam prezar.
E tocando em outro ponto que eles levantaram, não conheço nenhum outro estilo musical que esteja tão ligado á música clássica. Há no rock/metal uma influência profunda e evidente da música clássica. Milhares de bandas e instrumentistas (Yngwie Malmsteen, Michael Romeo, Alex Staropoli...) estudam, divulgam e colocam música clássica em suas composições. Não vejo como o rock poderia ser um instrumento de oposição aos compositores eruditos. Por toda a ligação já explanada que o rock tem com a música clássica, acaba é acontecendo o contrário, a pessoa que gosta de rock/metal geralmente também gosta da música clássica, e se torna um consumidor e apreciador desse tipo de música. Essas pessoas deveriam saber um pouco mais sobre o assunto antes de falarem alguma coisa.
Já num outro artigo que procura identificar a origem, ou pior, “a autoria” do rock, cita algumas frases, letras de músicas e partes de entrevistas para validar afirmações como: “O rock é a música de adoração ao Diabo”, “O rock é a música da imoralidade sexual”, O rock é a música da dependência química: é uma droga!” e “O rock não é aceito por Deus na adoração”, além de afirmações ainda mais repugnantes e infundadas como “o rock é uma possessão demoníaca”. E ainda, nos chamam de “ímpios, drogados, cultuadores de demônios, adúlteros e fornicadores”. E não contentes, finalmente afirmam que “o rock se originou no paganismo vodu e na feitiçaria oriundas das religiões demonistas da África”, fazem esta afirmação se baseando em uma outra referência, ou seja, esta origem do rock é mais divulgada do que poderíamos supor. Inclusive li um artigo inteiramente dedicado á essa questão, posso afirmar que nunca vi algo tão forçado, superficial e infundado. Até que ponto as pessoas vão quando querem empurrar alguma “verdade” goela abaixo de seus semelhantes. E o mais incrível é que cristãos (de todos os tipos) sérios, estudiosos, leitores contumazes, recebem isso de peito aberto e pior: fazem desse monte de vultos e mentiras, armas para irem contra o rock. Já as alegações mais profundas dão conta da própria estrutura (harmonia-melodia-ritmo) do rock, que segundo eles proporciona aos jovens o descontrole, a loucura, a violência, a libertinagem sexual, e num acesso especialmente megalomaníaco, assassinatos e todo tipo de crime. Mas o mais grave é que estendem isso á personalidade do rockeiro, crendo que todo ser que goste rock faz esse tipo de coisa ou é forte candidato a faze-las. Como se fosse algo “monorítmico” e além de tudo, invariável. Esquecem-se de que isso é tão pessoal e individual de cada um, que se torna absurdo afirmar tal coisa. O rock/metal é capaz de transmitir TODOS os tipos de sensações – está aí um dos motivos pelo qual amo o estilo – ele é completo, variável, pode ser simples e puramente empolgante e extremamente complexo, e digo que inexplicavelmente, até os dois ao mesmo tempo. Nenhum outro estilo é capaz de proporcionar tantas sensações diferentes (creio que ao menos isso seja irrefutável) e quantas sensações você já experimentou ao ouvir o rock? Posso dizer por experiência própria que foram (e ainda são) inúmeras às vezes em que o rock serviu não para extravasar a minha raiva, mas para controlá-la, evitando que eu fizesse alguma besteira. E com certeza absoluta não estou sozinho quando digo isso. O rock me transmite paz, prazer, alegria e satisfação. Ás vezes o simples fato de ouvir determinada música é como se estivesse desabafando com alguém, como se estivesse dizendo tudo o que desejaria falar. É um refúgio, um companheiro. E por favor, não venham me dizer que essas minhas palavras significam que estou colocando o rock como substituto de Deus, argumentos como esse são tão banais e ridículos que é possível antecipá-los de antemão como estou fazendo agora.
Mas voltando a pluralidade musical e emotiva do rock (que por si só coloca por terra a tese do “frenesi assassino em massa”), voltamos a velha questão da personalidade própria de cada um. Não é porque você joga Resident Evil que vai sair por aí com uma 12 na mão dando tiro em todo mundo. E não é o rock que vai fazer de você uma ameaça para a sociedade ou um satanista em potencial. E é isso que esses senhores parecem não entender, ou simplesmente não seja conveniente para eles entender e aceitar isso.
Nossa via crucis continua e num outro artigo intitulado “Rock Religioso – A Música do Diabo na Igreja!”, os autores citam: “Os roqueiros cristãos dizem que precisamos ser como o mundo, ter a mesma aparência e ouvir a mesma música, para podermos alcançar a juventude atual”.
É importante colocar essa posição porque isso é uma alegação bastante comum. E que felizmente é mentira. Eu não usaria o termo “ser como o mundo” porque nunca vi nenhuma declaração de ninguém do meio dizendo isso. Da nossa parte, o que é comum dizer, é que usamos o rock – como estilo musical inócuo, livre de amarras demoníacas ou qualquer besteira que o valha, ressaltemos mais uma vez – para alcançar naturalmente pessoas que não entrariam em contato com a palavra de Deus de outra forma.
Aí eles dizem: “Esse tipo de raciocínio é uma das doutrinas de demônios que os cristãos estão aceitando. A mesma Bíblia que operou com sucesso até agora, continuará a operar entre os jovens e os velhos”.
Muito bonito e puro, não acham? Pois que bom que este argumento não entra em choque com o que estamos fazendo. Pelo contrário, a bíblia também é nossa aliada. E acredito piamente que o rock cristão não deve ficar confinado somente ao público cristão. Pois já que o objetivo é levar a palavra, é no meio de shows seculares de todos os tipos que isso vai ser alcançado. Uma coisa que acho horrível nos cristãos é essa eterna mania de pensar e agir como se fossem seres humanos especiais, únicos, supremos, separados 100% do mundo e também aquela coisa de achar que todos estão errados e ele está irredutivelmente certo. Usando frases como “descer ao nível deles”, “não devemos nos misturar com eles”. Eles quem cara pálida? Então não estamos “no mundo”, então não fazemos parte “do mundo”? (Sim, eu conheço João 15:19-20 e derivados). Então não sofremos dos mesmos males “deles”? Então não somos tão sujos e desprezíveis quanto “eles”? Os cristãos vivem no seu mundinho particular e permanecem ali com suas verdades “supremas e inabaláveis”. Será que você consegue se livrar desse círculo de mentiras, enganação e apostasia? Será que você consegue se misturar com “eles”? Será que você consegue viver verdadeiramente neste mundo sem agir com arrogância e supremacia? Será que você consegue deixar de menosprezar os outros por qualquer motivo, aparência ou padrão de comportamento que você ache – ou foi ensinado a achar – inadequado? Será que você consegue ser um mortal que não detém a verdade absoluta ou a resposta para tudo? Recomendo que tente, apenas tente, pode te fazer muito bem. Fazendo shows em locais seculares, todas as pessoas que vão ali apenas para curtir o som acabam se deparando com a mensagem cristã e isso as fazem refletir, e mesmo que não venham a se “converter”, isso pode ocasionar uma mudança positiva de comportamento ou atitude.
E isso não tem nada a ver com se vender aos valores do mundo ou fazer algo que vá contra a palavra de Deus. Agora, existem bandas que se deixam seduzir pelo dinheiro, pela fama? Sim. Existem bandas que acabam se desviando de seus propósitos iniciais? Sim. Existem bandas que acabam suavizando sua mensagem para alcançar mais mercado? Sim. Isso é motivo para denegrir o rock cristão? Não. Essas bandas são a maioria? Não. Isso é o bastante para enfraquecer a cena? Não. Isso é o bastante para manchar os nossos propósitos? Não. E o que você esperava? Perfeição? Santidade? Sinto muito. Seja onde, em quem ou em o que quer que seja você nunca vai encontrar isto.
Dando continuidade na análise do artigo encontramos uma cronologia do rock n roll, veja uma parte dela:
Heavy Metal - Década de 70
Mensagem: Sexo, abuso das drogas e nada de restrições morais. As letras promoviam a rebeldia, a violência e a homossexualidade. Inserção de mensagens satânicas camufladas, que só podiam ser ouvidas tocando-se a música do fim para o começo. Além disso, atos sexuais começaram a ser praticados abertamente nas pistas de dança das danceterias.
Música: Aumento nas batidas e no volume. A batida, ou o pulso da música hipnotiza os ouvintes das letras malignas. Os representantes admitem abertamente suas taras e perversões sexuais e as encenam no palco, contribuindo para a decadência moral e a degradação da sociedade.
Principais Representantes: Kiss, Rod Stewart, Bee Gees, The Who, Led Zeppelin, Elton John, Alice Cooper, Village People, Stevie Wonder, Black Sabbath, The Rolling Stones, Eagles, Jethro Tull e Deep Purple.
Rock Teatral Satânico: Fim dos Anos 70 Até o Presente
Mensagem: Muita violência. Satanás não está mais escondendo seus motivos. As letras repudiam abertamente o cristianismo e apresentam o Diabo como a solução. Violência, sexo, rebelião e drogas não são apenas promovidos, mas são encenados no palco. As letras chegam até a promover o suicídio. A MTV coloca as mensagens satânicas nos lares por meio dos vídeos dos concertos de Rock.
Música: Violenta, alta, abrasiva. Tornou-se uma combinação de Discoteca, Hard Rock, e música dos anos 50. A música sintetizada cria um som "robótico", estimulando o poder controlador da música Rock. O Rock transforma-se no veículo mais poderoso por meio do qual Satanás comunica suas mensagens malignas à juventude.
Principais Representantes: Kiss, Eagles, Iron Maiden, Cindi Lauper, Black Sabbath, Judas Priest, Van Halen, AC/DC, The Grateful Dead, Michael Jackson, WASP, Prince, Boy George e Alice Cooper.
Convenhamos, só o simples fato de chamarem Rod Stewart, Bee Gees, Elton John, Village People, Stevie Wonder, Eagles, Cindi Lauper, Michael Jackson, Prince e Boy George de “heavy metal” é motivo suficiente para não dar o menor crédito ao resto do artigo. Até nisso os caras descuidaram. Isso sem contar as outras bandas citadas que não se encaixam muito bem na definição de heavy metal, mas tudo bem, até aí nós perdoamos. E eu não sabia que o heavy metal tinha evoluído para “rock teatral satânico”, vocês sabiam? E eu que achava que ignorância tinha limite. Até nos casos onde o exagero era necessário. Enganei-me. E bem, achei também que o resto do artigo valesse a pena citar, enganei-me mais uma vez. É a mesma ladainha e os mesmos argumentos e insistências que já foram expostos aqui.
Há também um livro bastante famoso no Brasil chamado: “A Mensagem Oculta do Rock”, que tem na capa um lobo saindo das chamas, escrito por Jefferson Magno Costa, Claudionor Corrêa de Andrade, Gilberto Moreira e Geremias do Couto e publicado pela editora CPAD. Já o devo ter lido mais de 10 vezes. Há várias explanações sobre as tão conhecidas mensagens invertidas (mensagens ao contrário, subliminares) e sobre a história do rock n’ roll, e claro, aglomeração de fatos (como a exaustivamente comentada chacina de Charles Manson) e declarações que comprovem a “origem satânica” do estilo. Talvez valha a pena ler. A propósito, o Whiplash! também tem um artigo dedicado ás mensagens ao inverso, inclusive com arquivos de áudio em mp3 para você acompanhar.
Creio que isso era usado mais por diversão (como fez o Iron Maiden) do que para incutir em sua mente “mensagens de louvor e submissão á Satanás”. Desde sempre, tudo que se quis falar com relação ao ocultismo ou coisa parecida foi feito muito mais abertamente do que escondido.
Outra coisa que todos se esquecem é que o mal existe. Está aí. Sempre esteve. E basta qualquer citação a demônios ou coisas maléficas nas letras, qualquer letra mais depressiva, mais obscura, mais mística para logo virem apontando o dedão: “Olha lá! Olha lá! Não falei? Essa banda é do capeta! É do capeta! Olha essa letra que perversidade…”. Além de parecerem crianças saltitantes, parecem que idealizam um mundo sem dor, sem amargura, sem guerras, sem desgraças, sem questionamentos, parece que fecham os olhos para a realidade.
E é claro que é muito fácil achar centenas de bandas satanistas e blasfemadoras no rock n roll. Elas existem e estão aí para quem quiser ver, ler e ouvir. Só é importante ratificar uma última vez que isso não se estende á tudo e á todos e isso não significa que o rock nasceu nas profundezas do inferno.
Enfim meu amigo, não sou eu que vou te convencer disso ou daquilo. Só exponho aqui os fatos para que você não fique a mercê de qualquer besteira que se têm dito por aí. Posso dizer que desde que comecei a ouvir o rock eu não passei a simpatizar com Lúcifer, não me tornei alguém mais ou menos violento e nem rebelde (embora alguns pensem o contrário). Mas isso é porque você se torna alguém mais atento, mais crítico, mais questionador, mais reflexivo, mais ativo, mais ligado ás artes e deixa de ser um fantoche nas mãos das várias formas de controle que existem por aí. E óbvio que ninguém gosta e entende isso. Tudo que vai contra a maioria, a mesmice, é visto com maus olhos, como errado (lembram?). Não passa de mais uma forma de controle.
Deixe-me alfinetá-los (a eles, não a vocês) uma última vez: “A todos aqueles que amam o rock n’ roll: eu os saúdo!”.
Links (ou referências por falta de endereços) dos artigos citados nesta matéria:
O rock é do homem, de Deus ou do diabo? – José Pedro Monteiro de Almeida
O jovem e a música rock na evangelização – Gildásio Jesus Barbosa dos Reis
As raízes satânicas da música rock – Donald Phau (www.av1611.org) .
Rock Religioso, a música do Diabo na Igreja – Alan Yusko e Ed Prior (www.bigfoot.com/~rapture77)
Fonte: O impagável anti-rock http://whiplash.net/materias/christiansvoice/000573.html#ixzz2QOiMlJaB