sábado, 29 de dezembro de 2018

RM6







RM6 (Romanos 6) é uma banda de Pop/Rock cristã de Osasco/SP. Surgida em 1988 pelos pastores Marcelo Monteiro e Paulo Alexandre, nos primórdios do movimento gospel, demorou por volta de dez anos para enfim lançar seu primeiro álbum, que fez um sucesso impressionante à época. Continuam na atividade até hoje, lançando vez por outra um novo disco.


Proteção (1997)

01 - Quem é o Teu Deus?
02 - The Way
03 - Se Deus é Por Nós
04 - Proteção
05 - Tempo de Liberdade
06 - Cavalos
07 - Filho Pródigo
08 - Rei da Glória
09 - Tua Presença
10 - Valeu
11 - Além das Estrelas


Disco de maior sucesso da banda (e uma das capas mais belas da história do rock cristão), Proteção possui simplesmente os dois maiores singles da banda: a faixa-título e "Tempo de Liberdade". Nas rádios como a Manchete Gospel FM essas duas rolariam entre as mais pedidas até 2000 e continuariam sendo fortes pedidas muitos anos depois. Mas além dessas, as três primeiras faixas, "Cavalos" e "Rei da Glória" traçam uma sonoridade bem AOR, com as vozes sendo divididas entre Marcelo e Paulo, esse último a voz principal dos dois maiores sucessos da banda.

Uma coisa curiosa das letras são a facilidade de dar adjetivos ao Senhor. "Quem é Teu Deus?" tem uma resposta enorme sobre quem Ele é (e muito forte e linda a resposta), bem como The Way, Proteção e todo o refrão de Tempo de Liberdade é uma sequência de demonstrações das qualidades inequívocas que só nosso Deus possui. Aleluia!

Não Há Impossíveis (2002)

01 - Não Há Impossíveis
02 - Eu Creio
03 - Livre
04 - Amigo
05 - Amor de Deus
06 - Bom Pastor
07 - Vinde a Mim
08 - O Poder da Oração
09 - Rei da Glória
10 - Água Viva



Formação mais enxuta, esse disco é mais técnico, mas ainda bem pop/rock. A faixa-título, a balada doce "O Poder da Oração" (predileta da minha mãe) e "Água Viva" foram os maiores sucessos, mas sem dúvidas o disco inteiro traz um pop/AOR muito bom de se ouvir, bem construído e contagiante. "Rei da Glória" ganhou uma versão mais black music, ficou muito boa. "Amigo" e "Vinde a Mim" são outros ótimos destaques.


RM6:3 (2007)

01 - O Sol
02 - Teu Nome
03 - Nada é Maior
04 - Em Ti
05 - Esperança (Brother Simion cover)
06 - Deus é Amor
07 - 23
08 - Segue-me
09 - Que Amor é Esse?
10 - Fogo


Ainda mais pop, flertando inclusive com a tendência sonora da trupe do "Worship Rock" dos anos 2000, o terceiro álbum da banda mostra ainda a maturidade cada vez mais sólida do grupo. O vocal de Paulo Alexandre aqui é prevalecente, assumindo em definitivo o posto de vocalista principal do grupo. Alternando entre canções pop como "Nada é Maior" e baladas como "Teu Nome" e letras totalmente voltadas pro louvor ao Senhor declaradamente, ainda mantém o lado rock ali perto nas guitarras, como dá pra vê nos arranjos de "Em Ti", de "Fogo" e de "23". O cover pop da clássica "Esperança" ficou fantástico (o vocal de Paulo em um certo momento me enganou e eu achei que o próprio Brother tava presente). A produção de Dudu Borges (ex-Patmus e Resgate) mais uma vez abrilhanta o projeto.

Curiosidade: O disco não foi lançado pela Gospel Records e sim totalmente independente (isso explica a parca distribuição do material, que nunca inclusive vi a venda aqui em Pernambuco), salvo engano devido uns problemas que Paulo e Marcelo (que na época eram bispos da Renascer em Cristo) passavam com a direção da igreja. Apesar do relativo sumiço da banda no resto do país, eles permaneceram com uma base forte no sudeste, o que garantiu sua manutenção até os dias de hoje.



RM6 ao Vivo (2015)
Em breve












Ao Vivo no Estúdio Show Livre (2017)

Em breve






Louvor, Arte & Cia


Louvor, Arte e Cia é um grupo pouco famoso (infelizmente) de rock cristão Brasileiro. Pouco infelizmente mesmo, afinal o projeto foi um dos mais divertidos que já passou na música cristã, bem antes dos Mamonas Assassinas ou de um análogo cristão destes, Nazaritos, o Louvor, Art & Cia já trazia canções e aparições divertidíssimas. Ainda tem em seu currículo terem sido os vencedores do Primeiro Concurso da Imprensa Gospel FM de novas bandas, em 1991 (participando da coletânea com a música "Criação"), participações no SOS da Vida Gospel Festival e ser uma das quatro bandas cristãs que chegou a aparecer no Jô Soares (!) - as outras foram Complexo J, Cia de Jesus e o vocalista da Antidemon, pastor Batista (esperava a aparição do nome Catedral aqui na lista? Parafraseando o pessoal do grupo de humor Choque de Cultura, "ACHOU ERRADO!"), entre outros feitos que valem a pena. Apesar de fora da mídia, o grupo de certo modo continua em atividade esporadicamente. Tenho contato com Décio Figueiredo e Zé Roberto Moreno, dois poetas pouco valorizados da nossa cultura cristã, e que merecem ser citados sem dúvidas.

Curiosidade: Na apresentação do Jô Soares em 1991, o tecladista futuramente tornar-se-ia um dos que tocariam a música "Vem Dançar Com Tudo", abertura da novela "Avenida Brasil" de 2012, uma das novelas mais famosas do mundo inteiro, feita pela Rede Globo. Sim, é aquela música do "Oioioi!"


Criação (1994)

01 - Tempo
02 - Milagres
03 - Overdose
04 - Quando Você
05 - Razão
06 - Cine Calvário
07 - Tá Amarrado!
08 - Criação
09 - Indignação
10 - Meditação

Divertido ao extremo, é um disco fantástico. Já falei um pouco dele em outro blog meu (Clássicos do Rock Cristão, onde você também pode baixar o álbum), além de também ter sido objeto de análise do extinto site "O Propagador". "Tempo" e "Criação" têm uma pegada bem anos 1980, aquele rock feito no Brasil na época, "Indignação" é meio heavy rock, embora mais lenta, é a mais pesada do disco. As baladas "Razão" e "Meditação" são belíssimas. "Overdose" tem uma pegada meio funk americano. Os destaques de curiosidade vão pras faixas restantes: "Quando Você" tem uma sonoridade próxima ao som de bandas da Jovem Guarda, mais notoriamente The Fevers e Renato & Seus Blue Caps, "Cine Calvário" emula o estilo pop easy listening de Frank Sinatra, pra combinar com a temática "hollywoodiana". Já "Milagres" e "Tá Amarrado!" são as mais engraçadas do disco. A primeira me remete à canção "Para Dançar" do Rebanhão/Janires, em sua primeira fita K7 (alguns versos são iguais ou similares, inclusive na ordem, sobre as habilidades de Jesus e dos discípulos sem precisar de meios humanos). Já "Tá Amarrado!" (expressão pentecostal que se popularizou com uma música do Marcos Antônio) é uma crítica às superstições, de maneira muito divertida e engraçada.

Curiosidade: Em 1996 a Gospel Records relançou o disco com data de 1996 em CD, com fotos diferentes da banda e uma arte de contracapa totalmente diferente (com uma foto da banda), tornando essa versão bem rara ante a versão mais comum em LP.

________________________________________________________

Confira mais da banda na seção de Compilações, no disco "I Festival de Música Gospel da Imprensa Gospel FM".

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Petra



Petra é sem dúvidas o projeto mais famoso do rock cristão mundial. Surgidos nos EUA durante o Jesus Movement, rapidamente se tornaram a banda mais representativa da cena. E sim, é rock mesmo, e daí o nome “Petra”, que em grego significa “rock” (“Rocha”, em português), e também uma representação do que Jesus falou em Mateus 16:18 “Pois também eu te digo que és Pedro (petros), e sobre esta pedra (petra) edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”, e a pedra em questão é saber que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo. Sendo assim, esses são os dois sentidos do nome, uma ligação direta com Jesus e também a afirmação de tocarem SIM rock'n'roll para o Senhor. Nenhuma relação com a cidade de Bela (Petra) em Edom, ao contrário do que afirmam sites de quinta categoria que combatem o rock cristão.


Petra (1974)



01 – Wake Up
02 – Get Back to the Bible
03 – Gonna Fly Away
04 – Storm Comin'
05 – Parting Throught
06 – Walkin' in the Light
07 – Mountains and Valleys
08 – Lucas McGraw
09 – Backslidin' Blues
10 – I'm Not Ashamed



Numa pegada bem mais southern rock, lembrando bastante bandas como Allman Brothers, Black Oak Arkansas e Lynyrd Skynyrd, esse primeiro álbum segue uma linha bem mais suave, com músicas legais como “Wake Up”, “Gonna Fly Away” e a balada “Mountains and Valleys”, que fazem toda a diferença, com letras evangelísticas e de louvor a Deus. A instrumental “Parting Throught” também é fascinante. "Backslidin' Blues" foi a primeira canção de blues cristã contemporânea gravada num vinil, ao passo que a cômica "Lucas McGraw" virou um clássico cult da banda. Os vocais a essa época eram divididos pelos dois guitarristas Bob Hartman e Greg Hough.


Come & Join Us (1977)

01 – God Gave Rock'n'Roll To You (Argent cover)
02 – Ask Him In
03 – Sally
04 – Without You I Would Surely Die
05 – Come and Join Us
06 – Where I Can Go
07 – Holy Ghost Power
08 – Woman Don't You Know
09 – God Gave Rock'n'Roll To You (Reprise)





Esse foi o primeiro disco da banda a fazer um relativo sucesso, muito em conta pelo cover icônico de “God Gave Rock'n'Roll to You”. A versão deles ficou tão entranhada que raros são os que conhecem a versão original da banda secular Argent do álbum “In Deep” (1972). O Petra lançou mais 2 regravações dessa canção ao longo da carreira, além de ter recebido versões de entre outros Bride e Oficina G3 (além da famosa versão da secular Kiss).

Mas além dessa canção, o álbum prossegue com uma sonoridade mais para o southern rock, com faixas iradas como “Without You I Would Surely Die” e “ Woman Don't You Know”, além da quase “Bee Gees” “Holy Ghost Power” (devido os vocais bem agudos e uma levada meio disco). Esse foi o disco em que Greg X. Volz (ex-E Band) participou pela primeira vez do Petra, apesar de ainda não como membro oficial (o principal vocalista ainda era o original Greg Hough).

Meu primeiro contato com esse disco foi em formato CD, e por alguma razão várias faixas estavam com os nomes trocados. Provavelmente um erro (grosseiro ao extremo) da BV Films, distribuidora do disco no Brasil. Curiosamente, a primeira versão desse disco em vinil teve uma ordem de músicas também diferente.

Curiosidade: O disco deveria se chamar "God Gave Rock'n'Roll To You", mas a gravadora Myrrh não permitiu (na época um título desses com certeza deixaria a turma conservadora com os cabelos em pé - ainda mais por se tratar de uma música secular, ainda que com a letra levemente modificada). A canção Killing my Old Man também foi limada desse disco (o título parecia controverso - mesmo sendo uma verdade bíblica -. A música só veria a luz do dia dois álbuns depois).


Washes Whiter Than (1979)

01 – I'm Thankful
02 – Why Should The Father Bother?
03 – Morning Star
04 – Magic Mirror
05 – Mary's Song
06 – Yahweh Love
07 – (Couldn't Find Love) Without You
08 – Taste and See
09 – Magic Words
10 – Deep Love




Esse álbum representou a primeira vez que a banda quase acabou. Vários membros saíram do nada da banda, e o guitarrista Bob Hartman ficou sem saber o destino que a banda teria. Com a valiosa ajuda de Greg X. Volz, que a partir deste integraria em definitivo a banda nos vocais principais, esse álbum pode ver a luz do dia. O vocalista Rob Frazier também ajudou bastante como vocal em algumas faixas.

Dos três primeiros, dentro da fase southern da banda, esse é o mais fraco. Reflexo óbvio da fase conturbada que a banda passava, isso não impediu que saíssem clássicos, como o folk de abertura do disco, “I'm Thankful”, “Morning Star”, ou a eterna “Yahweh Love”, provavelmente a mais lembrada até hoje desse disco. Mas de fato é um disco pouco marcante, e as poucas vendas por pouco não fizeram a banda parar de vez. E ainda bem que não foi o que aconteceu…

Curiosidade: Greg na mesma época da gravação desse disco recebeu uma proposta de cantar na banda de AOR secular REO Speedwagon. Ainda bem, pra nós, que ele não aceitou.




Never Say Die (1981)


01 – The Coloring Song
02 – Chamelleon
03 – Angel of Light
04 – Killing my Old Man
05 – Without You We Can Do Nothing
06 – Never Say Die
07 – I Can Be Friends With You
08 – For Annie
09 – Father of Lights
10 – Praise Ye The Lord


...Por que esse disco aconteceu! O apropriado título do disco representava um desejo real da banda de se manter viva. E conseguiram! Uma repaginada genial no estilo também ajudou um bocado, saindo do Southern e indo para um Hard Rock na linha setentista, a banda conseguiu traçar um novo horizonte. Esse disco é coberto de hits, como as cinco primeiras faixas e “For Annie”. Várias delas voltariam em versões ao vivo da banda ou no projeto Classic Petra. “The Coloring Song” originalmente era da banda original de Greg, E Band. Esse é o disco de estreia do fantástico baixista Mark Kelly, que ficaria na banda por longos anos, além do ótimo tecladista John Slick.


More Power to Ya (1982)


01 – Stand Up
02 – Second Wind
03 – More Power to Ya
04 – Judas's Kiss
05 – Rose Colored Stained Glass Windows
06 – Run For the Prize
07 – All Over Me
08 – Let Everything that Hath Breath (Praise the Lord)
09 – Road to Zion
10 – Disciple



Esse é pra muitos o melhor disco da banda na fase com Greg Volz. O disco em que estreou o baterista Louie Weaver, membro mais presente no Petra (depois do Bob Hartman) ao longo dos anos, a pegada hard rock ficou mais evidente (vide as clássicas Stand Up, Second Wind, Let Everything... e Judas's Kiss). Mas as belas baladas “Rose Colored...”, “More Power to Ya” e “Road to Zion” também são dignas de nota, pela forma doce, porém sem melosidade, em que são apresentadas. A canção “All Over Me”, pouco lembrada por muitos, é também uma ótima pedida desse álbum. Mark Kelly canta a faixa final do álbum.

Curiosidade: A canção "Judas's Kiss" possui um backmasking (mensagem subliminar) no início da faixa, colocada propositalmente pela banda, para criticar os "caçadores subliminares". A frase "What are you lookin' for the devil for when you oughta be lookin' for the Lord?" (Por que você procura pelo diabo quando deveria procurar pelo Senhor?) é audível de trás pra frente, sendo uma bela tapa nos religiosos de plantão.

One Bad Pig fez um baita cover de Judas's Kiss no seu disco “Swine Flew” de 1990.



Not of This World (1983)

01 – Visions (Doxology)
02 – Not of This World
03 – Bema Seat
04 – Grave Robber
05 – Blinded Eyes
06 – Not By Sight
07 – Lift Him Up
08 – Pied Piper
09 – Occupy
10 – Godpleaser
11 – Visions Reprise (Doxology)



Um verdadeiro clássico, esse disco tem um visual impressionante tanto na capa (os dois anteriores também possuem capas lindíssimas, mas essa aqui é insuperável) e também na contracapa com os músicos desenhados e como se estivessem se preparando para decolar do planeta o mais rápido possível. Esse clima espacial é ajudado pelos teclados, que deram um ar mais AOR pra banda (sonoridade que eles iriam se aprofundar daí pra frente).

Músicas como Bema Seat, Grave Robber (nome que inspirou a banda horror punk cristã Grave Robber), Not By Sight, Godpleaser e a faixa-título tornaram-se hits inesquecíveis. Até hoje são tocadas pela banda e já receberam versões em discos posteriores deles.

“Not of this World” recebeu uma versão em português da banda Livre Arbítrio chamada “Peregrinos”, no álbum “Liberdade de Expressão” (1994); e a faixa "Grave Robber" ganhou uma versão em português do Grupo Hágios chamada "Ladrão de Sepulturas" no álbum "Depois do Sol" (1990). Já a contracapa ganhou uma homenagem (ou seria um plágio????) da banda Raízes na primeira versão de seu disco de estreia, “Diga Não” (1991).

Curiosidade: Esse disco tem uma coisa especial pros fãs de rock cristão brasileiros: foi o primeiro LP internacional de rock cristão lançado no Brasil, em 1985 pela Music Maker (posteriormente pela Bompastor – essa versão eu possuo).


Beat the System (1984)


01 – Beat the System
02 – Computer Brains
03 – Clean
04 – It Is Finished
05 – Voice in the Wind
06 – God Gave Rock'n'Roll to You (1984 version)
07 – Witch Hunt
08 – Hollow Eyes
09 – Speak to the Sky
10 – Adonai


Entra John Lawry nos teclados, e assim forma-se a chamada Classic Petra, a formação mais representativa da década de 1980: Greg Volz, Bob Hartman, Mark Kelly, Louie Weaver e John Lawry (e que curiosamente que gravaria apenas esse e o ao vivo, antes de formarem o projeto Classic Petra mais de duas décadas depois).

Com a chegada do novo tecladista, a banda mergulhou de vez na AOR, fazendo desse disco um verdadeiro festival tecnológico. Basta ver a genial “Computer Brains”, que já no nome denuncia essa sonoridade mais “digital”. O rock reggae da faixa-título é fantástico, e a nova versão de “God gave...” ficou bem mais AOR e moderna. Hollow Eyes fala da guerra do Byafra e do vazio nos olhos das pobres crianças que sofriam nesse conflito na África, sendo uma das primeiras canções cristãs a mexer com a temática social.

Curiosidade: A maior parte dos teclados, bem como toda a bateria e baixo do disco, foram gravados pelo produtor Carl Marsh, que as adicionou de forma sintetizada, junto a Rhett Lawrence.


Captured in Time & Space (1985)


01 – Beat the System
02 – Computer Brains
03 – Clean
04 – Grave Robber
05 – Speak to the Sky
06 – Hollow Eyes
07 – Rock Medley (Stand Up/Not By Sight/Judas's Kiss)
08 – Mellow Medley (Coloring Song/Road to Zion/More Power to Ya/John's Solo/Jesus Loves You/The Race/Bob's Solo/Louie's Solo/God Gave Rock'n'Roll to You)
09 – Praise Medley (Let Everything That Hath Breath/Without Him We Can Do Nothing/Praise Yet the Lord/Hallelujah Chorus)
10 – Godpleaser
11 – It is Finished

Show ao vivo clássico dos anos 1980, durante a turnê do álbum Beat the System, tanto que eles aproveitaram bem várias canções do disco. Mas além dessas eles fizeram vários medleys fantásticos, uma prática que eles repetiriam no álbum “Farewell”. Com músicas de diversas épocas da banda bem representadas, é um disco que recomendo muito. OBS: Também em VHS e DVD, com menos músicas, mas vale a pena conferir. Muito boa a inclusão do coro de Hallelujah de Handel. Nota triste: é o último com Greg Volz nos vocais.

Nota: Amo a sintetização de "Jesus Loves You". Sou louco pra instalar uma MIDI dessas no meu teclado hahahah.

Curiosidade: Há uma música entre "Godpleaser" e "It is Finished" que aparece apenas na versão K7. Alguns chamam ela de "The Great I Am", mas ela nunca foi devidamente nomeada ou lançada.



Back to the Street (1986)


01 – Back to the Street
02 – You Are I Am
03 – Shakin' the House
04 – King's Ransom
05 – Whole World
06 – Another Crossroad
07 – Run For Cover
08 – Fool's Gold
09 – Altar Ego
10 – Thankful Heart



Sai Greg Volz e chega o vocalista mais profícuo do Petra, John Schliitt (ex-vocalista da banda secular Head East). John mostra seu grande talento e extensão vocais já nesse lançamento, com nome representativo (de volta pra estrada).

O AOR a partir desse disco ficará mais forte do que nunca, com alguns momentos também flertando com o Heavy Metal. "Shakin' The House" é minha predileta desse disco, com sua pegada mais pesada. Já numa sonoridade mais próxima de um Foreigner, "Fool's Gold" e "Run For Cover" são faixas únicas desse disco. Esse é disco que traz a sonoridade que ficou marcante na banda, graças aos vocais raspados do John. É também o primeiro disco produzido pelos irmãos John e Dino Elefante (ex-Kansas, Mastedon).

Curiosidade: Último disco com a guitarra espacial na capa, depois de vários lançamentos com essa estilização fantástica.



This Means War! (1987)

01 - This Means War!
02 - He Came, He Saw, He Conquered
03 - Get Your Knees and Fight Like a Man
04 - I Am Avalable
05 - Kenaniah
06 - You are My Rock
07 - The Water is Alive
08 - Don't Let Your Heart Be Hardened
09 - Dead Reckoning
10 - All the King's Horses

Mais AOR/Arena Rock do que nunca, em certos momentos, como na faixa título, flertando com o heavy rock, esse é sem dúvidas o disco mais anos 1980 da banda. Aliás, a faixa título, juntamente com as duas faixas seguintes, guiam a banda por temáticas de guerra espiritual, uma tendência que eles continuariam a seguir por anos (uma de suas diversas coletâneas chegou a receber o nome "Still Means War" e possuía apenas músicas com esses motivos).

É muito satisfatório ouvir os teclados sintetizados desse disco (cortesia de titio John Lawry), bem como o vocal do John Schlitt, que aqui mostra ainda mais seu talento e sua extensão vocal fabulosa. O disco ganhou na categoria "Disco de música cristã contemporânea do ano" na edição de 1988 de uma premiação holandesa, além de (tal qual o antecessor e o sucessor) ter concorrido ao Grammy na categoria de "Melhor Performance Cristã".


On Fire! (1988)

01 - All Fired Up
02 - Hit You Where You Live
03 - Mine Field
04 - First Love
05 - Defector
06 - Counsel of the Holy
07 - Somebody's Gonna Praise His Name
08 - Open Book
09 - Stand in the Gap
10 - Homeless Few



Disco de estreia de Ronny Cates no baixo, além de marcar o início da formação mais estável da banda (Schlitt, Hartman, Cates, Weaver e Lawry). Essa formação participaria de seis álbuns, sendo portanto a mais duradoura de fato. A temática com motivos militares como uma parábola se mantém forte nesse lançamento, com faixas como All Fired Up, Mine Field e Defector. "Counsel of the Holy" ganhou um videoclipe muito bom, sendo provavelmente a faixa mais lembrada desse disco, ao passo que "Homeless Few" toca num problema social até hoje (infelizmente) forte, que são os mendigos e as pessoas abandonadas nas ruas.


Petra Means Rock (1989)

01 - Stand Up
02 - Get On Your Knees and Fight Like a Man
03 - Hit You Where You Live
04 - Killing my Old Man
05 - Shakin' the House
06 - Second Wind
07 - Clean
08 - Not By Sight
09 - All Fired Up
10 - Praise Ye The Lord
11 - He Came, He Saw, He Conquered
12 - Without Him We Can Do Nothing
13 - Angel of Light
14 - Judas' Kiss
15 - Let Everything That Hath Breath
16 - Counsel of the Holy
17 - God Gave Rock'n'Roll To You

Essa é a melhor coletânea realmente oficial da banda. Existem trocentas outras (e são muitas mesmo, como Petraphonics, War & Remembrance, Still Means War (que possui uma faixa rara, Onward Christian Soldiers), Greatest Hits Vol. 1 (eu possuo essa), Power Praise, Petrafied, The Early Years, The Praise Collection, The Coloring Song, entre outras - além de uma pá de coletâneas não-oficiais). Mas essa reúne realmente as melhores da banda, pelo menos as mais rock'n'roll. Recomendo muito para os fãs do rock mais hard da banda, principalmente pela primazia (foi a primeira coletânea deles).


Nota: Na coletânea "Rock Block" de 1995 há uma faixa chamada "The Rock Block" logo na abertura, que é digna de nota, por ter em primeiro lugar a mensagem subliminar de "Judas's Kiss" na rotação correta, além de um medley fantástico de músicas: Angel of Light, Counsel of Holy, Shakin' the House, Not by Sight, Hit You Where You Live, Judas' Kiss, Stand Up, Get On Your Knees and Fight Like a Man, Chameleon e God Gave Rock'n'Roll To You. Vale a pena procurar por essa também.

Atualização: A coletânea "Petraphonics" (1992) também possuí um fantástico medley chamado "Radio Daze", só com canções mais baladas da banda.


Petra Praise: The Rock Cries Out (1989)

01 - I Love You Lord
02 - King of Kings
03 - Jesus, Jesus, Glorious One
04 - The Battle Belongs to the Lord
05 - Take Me In
06 - Salvation Belongs to Our God
07 - The King of Glory Shall Come In
08 - No Weapon Formed Against Us Shall Prosper
09 - I Will Celebrate/When the Spirit of the Lord
10 - I Will Sing Praise
11 - Hallowed Be Thy Name
12 - Friends (All in the Family of God)
13 - I Will Call Upon the Lord
14 - We Exalt Thee


Primeiro de uma série de três discos (ou quatro se contarmos com a versão em espanhol deste aqui) com letras puramente de louvor e adoração ao Senhor, mas com o estilo característico da banda, numa fusão de seu hard rock natural com uma sonoridade mais congregacional, incluindo um coral para acompanhar a banda. A escolha das músicas foi de canções tradicionais de compositores de música cristã até algumas composições próprias, todas com o mesmo clima congregacional. Essa tendência "Praise" influenciaria algumas bandas ao longo dos anos, entre elas Resgate e Stauros, que gravaram seus próprios discos "Praise". De certo modo também influenciou uma leva de bandas que no final dos anos 1990 e início dos anos 2000 fariam um estilo de rock worship, como Sonicflood, The Katinas, Filhos do Homem, Rede Ativa, entre outras.

Esse foi o primeiro disco da banda a mostrar a foto da banda em contrapartida às elaboradas capas de todos os álbuns anteriores. Apesar disso, a capa combina muito bem, e juntando ao resultado sonoro, esse tornou-se o segundo disco mais vendido da banda, perdendo apenas para o seguinte, "Beyond Belief". Ganhou um merecido Dove Awards em 1990.

Curiosidade: A faixa "Friends" é bem na linha do gospel tradicional, uma raridade na banda, com sax de Greg Vail pra dar um clima mais jazzístico ao som.


Beyond Belief (1990)

01 - Armed and Dangerous
02 - I am on the Rock
03 - Creed
04 - Beyond Belief
05 - Love
06 - Underground
07 - Seen and Not Heard
08 - Last Daze
09 - What's in a Name
10 - Prayer



Agora estamos ante o maior clássico da banda. Embora eu pessoalmente prefira o "Not of this World", é inegável o impacto que esse disco teve. Hits inesquecíveis como as cinco primeiras faixas e "Seen and Not Heard", dois grandes videoclipes (Creed e Love), esse foi o disco que indubitavelmente introduziu muitos ao som da banda. A tendência Arena Rock do estilo de bandas como Aerosmith e AC/DC aqui foi elevado à quinta potência. A produção desse disco é incrível, clara, limpa. Nem dá pra chamar de disco de transição dos anos 1980 pros 1990, é simplesmente um disco em que o som dos anos 1980 ganhou uma produção de 1990, isso ainda no primeiro ano dessa década. As letras são diretas para o cristianismo, e admito que a primeira música desse disco que me conquistou foi a balada "Love" (primeira música do Petra que ouvi na vida na realidade).

Como tantas qualidades, não é de se espantar o disco ser o mais vendido da banda, tendo recebido disco de ouro em 3 de outubro de 1995, recebido um filme curto com todos os videoclipes do disco (os seis singles que eu citei acima), recebido quatro Dove Awards (um em 1990 pelos vídeos, três em 1991 - Álbum de Rock, Melhor Música de Rock "Beyond Belief", e Packaging) e um Grammy de melhor disco de rock cristão de 1990, depois de cinco indicações ao longo dos anos.


Unseen Power (1991)

01 - Destiny
02 - Who's On the Lord's Side
03 - Ready, Willing and Able
04 - Hand on my Heart
05 - I Need to Hear From You
06 - Dance
07 - Secret Weapon
08 - Sight Unseen
09 - Hey World
10 - In the Likeness of You


Esse disco marcou uma guinada mais noventista no som da banda. Com uma sonoridade mais pop/alternative e flertando mais com o heavy metal e o blues, esse álbum tenta levar a banda para um público mais moderno. Faixas como "Ready,Willing and Able", "Dance" e "Sight Unseen" ainda mantém uma proximidade com o estilo clássico da banda, ao passo que a balada "Hand on my Heart" já traz uma pegada pop comercial. Isso não chega a ser negativo, mas pros fãs mais antigos com certeza a partir desse álbum começa a ter uma estranheza com o som da banda.


Petra En Alabanza (1992)


01 - Amo Al Señor
02 - Rey de Reyes
03 - Cristo Glorioso Rey
04 - La Batalla es de Nuestro Señor
05 - Señor Llevame a Tus Atrios
06 - La Salvacion es de Nuestro Dios
07 - El Rey de Gloria Entrara
08 - Yo Celelare / El Espirito de Dios
09 - Te Alavo
10 - Tu Nombre Santo Es
11 - Amigos
12 - Clamare a mi Señor
13 - Te Exaltamos


Basicamente as mesmas músicas do Petra Praise I traduzidas pra língua espanhola, com exceção da ótima No Weapon Formed Against Us Shall Prosper. A tradução ficou muito boa, e as músicas encaixaram muito bem. Vale muito a pena conferir essa versão também.


Wake-Up Call (1993)
01 - Midnight Oil
02 - Good News
03 - Strong Convictions
04 - He's Been in My Shoes
05 - Praying Man
06 - Underneath the Blood
07 - Sleeping Giant
08 - Believer in Deed
09 - Marks of the Cross
10 - Just Reach Out



Disco que também foi um sucesso estupendo (vencedor de um Dove e um Grammy). Trouxe consigo uma sonoridade mais simples, um hard rock cru e direto, com flertes ao heavy rock (Midnight Oil), e três baladas no final do disco, já marcando a mudança de sonoridade que a banda iria assumir a partir do próximo álbum. É um disco marcante, e também o último da formação épica (Schlitt, Cates, Weaver, Hartman e Lawry - os dois últimos iriam sair da banda por um longo período). Foi um disco de respeito, e uma inegável despedida dos bons tempos dos anos 1980.


No Doubt (1995)

01 - Enter In
02 - Think Twice
03 - Heart of a Hero
04 - More than a Thousand Words
05 - No Doubt
06 - Right Place
07 - Two are Better than One
08 - Sincerely Yours
09 - Think on These Things
10 - From All You're Worth
11 - We Hold Our Hearts Out to You


Mudanças drásticas para uma nova década. Embora tenha gravado as guitarras desse álbum, Bob Hartman, o único membro fundador restante da banda, parou de realizar turnês para cuidar da família, embora tenha continuado a ser o produtor da banda. Essa situação duraria alguns anos e discos, levando a banda a um rejuvenecimento, não necessariamente bem vindo entretanto. Isso explica o porquê de nas fotos do disco e promos aparecer o novo guitarrista David Lichens. John Lawry também deixou a banda, sendo substituido pelo competente, porém não tão brilhante Jim Cooper, que fora seu técnico de teclados durante o período daquele na banda.

Musicalmente a banda continuava a fazer um hard pop, mais moderno, com algumas músicas bem diferentes da cara da banda, como More than a Thousand Words, com sua sonoridade pop worship que poderia facilmente ser confundida (não fosse o vocal do John Schlitt) com uma canção do Jars of Clay ou do Third Day. Eu particularmente amo a faixa-título, que foi uma das primeiras que ouvi da banda, e até hoje me fascinam. De resto, ainda pinço Enter In, From All You're Worth e Right Place como faixas imperdíveis.


Petra Praise 2: We Need Jesus (1997)

01 - Song of Moses
02 - Lord, I Lift Your Name on High
03 - Be of Good Cheer
04 - Show Your Power
05 - I Love You, Lord
06 - The Holiest Name
07 - Let Our Voices Rise Like Incense
08 - Ancient of Days
09 - I Waited for the Lord on High
10 - Lovely Lord
11 - Medley: Only by Grace/To Him Who Sits on the Throne/You Are Holy [Medley]
12 - We Need Jesus (feat. John Elefante and Lou Gramm)



Segundo disco da série Praise em inglês, segue a fórmula do primeiro: canções tradicionais e algumas originais, em sonoridade rock. Diferente do primeiro entretanto, existe uma variação maior de estilos, indo bem além da mistura de hard rock com louvor tradicional, e investindo muito num som mais congregacional de fato, o que levaria a ganhar o Dove de melhor disco de louvor e adoração (e não de rock) em 1998. É o primeiro disco sem Ronny Cates no baixo (substituido por Lonnie Chapin). Bob Hartman assumiu as guitarras, mas não saiu (novamente) em turnê, e os teclados foram assumidos por músicos de estúdio. "We Need Jesus" tem a participação dos vocais do produtor John Elefante (ex-Kansas e Mastedon) e de Lou Gramm (ex-vocalista da banda de AOR secular Foreigner e de outros trabalhos no rock). "Lord, I Lift Your Name on High", canção de louvor de 1989 de Rick Founds, ganharia ainda versões de Carman, The Insyderz, Lincoln Brewster, SONICFLOOd e diversas outras versões inspiradas na do Petra, inclusive no Brasil foi gravada pela Comunidade Carisma, com o nome "O Teu Nome Exaltarei".

Musicalmente, esse disco não passa longe de grupos como Renascer Praise, Delirious?, Hillsong United, Diante do Trono, Filhos do Homem ou David Quinlan. A proposta desse álbum praticamente virou uma constante na atual cena do "Worship & Praise".


God Fixation (1998)
01 - If I Had to Die for Someone
02 - Hello Again
03 - A Matter of Time
04 - Falling Up
05 - Over the Horizon
06 - God Fixation
07 - Set for Life
08 - Magnet of the World
09 - Shadow of the Doubt
10 - St. Augustine's Pears
11 - The Invitation


Além de Lonnie Chapin, entram Pete Orta (guitarra) e Kevin Brandow (guitarra/teclados), para seguir ainda mais o caminho de renovação sonora da banda. Foi portanto o primeiro disco da banda a contar com pouquíssimas contribuições do membro fundador Bob Hartman, que se limitou mais a escrever as letras da maior parte das canções e ajudar em uma ou outra música, a maioria das melodias ficando a par dos novos membros e do produtor John Elefante.

O resultado parece visível até na capa do disco, mais próxima de capas de álbuns de bandas como Newsboys e dc Talk, tornando esse disco o mais noventista da discografia da banda. A própria faixa de abertura me fez a princípio achar que ia ouvir o disco 2 do Petra Praise 2, já que a sonoridade era praticamente similar, bem pop. Parecia que estava ouvindo Third Day. A impressão continuou na faixa seguinte, meio grunge. E assim segue por quase todo o álbum. Para os fãs do som clássico da banda, só as mais bem executadas "A Matter of Time" (que ganhou videoclip e foi uma das primeiras do Petra que eu ouvi na época de minha conversão) e "God Fixation" são relativamente interessantes, embora não sejam exatamente hard rock e sim alternative rock numa linha bem próxima de R.E.M. por exemplo. Até o solo de "A Matter of Time" (solo?) é bem pobre - e na época em que internet não era uma maravilha no Brasil, eu ficava me perguntando o que acontecera ao grande guitarrista Bob Hartman - mal sabia então que ele não tocava no álbum.

Enfim, é um ótimo disco para fãs de worship rock (o também chamado "Louvor Jovem"), mas pros fãs de hard rock mesmo, esse não é muito indicado, sendo provavelmente - pelo menos pra mim - o mais fraco da discografia.


Double Take (2000)

01 - Judas' Kiss
02 - The Coloring Song
03 - Dance
04 - Beyond Belief
05 - The Longing (new song)
06 - He Came, He Saw, He Conquered
07 - Beat the System
08 - This Means War!
09 - Breathe In (new song)
10 - Creed
11 - Praying Man
12 - Just Reach Out



Seguindo mais uma tendência da época, esse álbum é o disco de acústicas da banda. Exceto pelas novas canções (The Longing e Breathe In, inclusive esta cantada pelo Pete Orta), todas outras são repaginamentos acústicos de músicas clássicas da banda, a maioria da época já do John Schlitt, e estas em geral ficaram boas, como "Dance", "This Means War!" (essa inclusive ouvi pela primeira vez nessa versão e por vezes prefiro esta ao hard mais pesado da original) e "Beyond Belief". Já versões da fase de Greg Volz, talvez só The Coloring Song saiu bem. Judas' Kiss virou um folk meio desastrado. Beat the System ficou bem distante da original quase reggae, virando uma música mais arrastada. Até "Just Reach Out", uma de minhas prediletas da era Schlitt, ficou estranha. Os arranjos orquestrais foram ok, mas em músicas como "Beat the System" eu considero que atrapalharam o som, infelizmente. As novas faixas funcionaram bem e são as melhores desse disco. The Longing foi escrita e arranjada por Joel Hanson (PFR) e Breathe In foi escrita, arranjada e cantada (!) pelo guitarrista Pete Orta.

A reação dos fãs a esse disco foi bem próxima ao que eu ou críticos especializados tiveram. Mesmo a proposta sendo de "reapresentar de uma forma nova velhos clássicos da banda para um novo público", o resultado deixou demais a desejar, não atraindo novos fãs e ainda afastando os antigos. De certa maneira, essa foi a causa da segunda grande crise da banda, com a saída de todos os membros, menos Weaver e Schlitt.


Revival (2001)

01 - Send Revival, Start with Me
02 - The Noise We Make
03 - Oasis
04 - The Prodigal's Song
05 - Amazing Grace
06 - Jesus, Friend of Sinners
07 - Better is One Day
08 - Meet With Me
09 - You Satisfy
10 - We Want to See Jesus Lifted High
11 - How Long


Depois de mais de duas décadas nas asas da Myrrh Records e posteriormente da Word Records, o desempenho fraco dos últimos discos e a crise na formação da banda levaram a perda do contrato, vindo eles a assinarem com a novata InPop. Após anos fora das turnês, Bob Hartman volta pra banda, que como trio decidem gravar esse álbum, o terceiro (e último, pelo menos até o momento) da safra Praise da banda. E esse foi fundo no processo, ao ser um disco de versões de músicas tradicionais, sendo TODAS as músicas de outros autores, nenhuma original da banda.

O resultado: Embora seja mais um disco que lembra bastante o modal do Petra Praise 2, com aquela pitada de modernidade no som, dá pra ouvir alguns ecos do som clássico do Petra em alguns momentos, mais notoriamente em The Noise We Make e Amazing Grace. Àquela época, bandas como PFR, SONICFLOOd, Third Day e The Katinas abundavam por aí afora, com a sonoridade do Worship Rock, e esse disco acabou sendo uma fonte de inspiração pra essa galera sem dúvidas. O acréscimo de instrumentos sintetizados e samplers manteve a proposta de renovação sonora, sem no entanto interferir no andamento dado pelas guitarras de Hartman ou na bateria e percussão de Weaver. Rick Cua foi o músico de estúdio que gravou o baixo desse álbum, e outros músicos de estúdio foram recrutados pela InPop para ajudar em outras partes, como os teclados.




Jekkyl & Hyde (2003)

01 - Jekkyl and Hyde
02 - It's All About You Will Know
03 - Stand
04 - Woulda, Shouda, Coulda
05 - Perfect World
06 - Test of Time
07 - I Will Seek You
08 - Life As We Know It
09 - Till Everything I Do
10 - Sacred Truth

A saída traumática de Weaver (nunca ficou muito claro os problemas que levaram a sua demissão em 2003) seguiu-se um desejo dos fãs de que enfim a banda voltasse às origens ou traçar algo realmente similar ao que faziam até pelo menos uma década antes. E foi o que fizeram!

Numa pegada influenciada pelo metal progressivo de bandas como Queensrÿche, Sacred Warrior e Fates Warning, fundida com um hard/heavy na linha de Dio, Poison, Eternal Ryte, Armageddon e outras do gênero oitentista, esse é indubitavelmente o mais pesado disco da carreira da banda. Vi uma crítica a um tempo atrás (não me recordo a fonte agora) que esse disco era desnecessário e que não trazia nada de novo por parte do Petra, diferente do que eles fizeram ao longo dos anos, em que sempre trouxeram novidade ao som da banda. E a resposta que eu dou é: Se os fãs me pedem pra fazer algo "a moda antiga", quem sou eu pra dar razão pra crítico? E esse disco acertou bem no alvo! Lamentavelmente foi o último disco de estúdio da banda - até o momento (tirando a versão em espanhol que sairia no ano seguinte) -, portanto não sabemos como seria se tivessem continuado nessa sonoridade, com os novos membros que trouxeram mais do que novidade, trouxeram de volta o Petra como o Petra sempre deve soar: Rock'n'roll, gostem os newschools ou não (lembrando que dois anos depois, o Oficina G3, no Brasil, também faria uma inclusão do metal progressivo nos seus lançamentos a partir de 2005). A bateria do disco foi feita por Peter Furler (Newsboys).

Curiosidade: A faixa título é baseada no conto de Robert Louis Stevenson, "O estranho caso do Dr. Jekkyl e Mr. Hyde", aplicado à vida humana na luta contra o pecado e nossa velha natureza ("Killing My Old Man" parte 2?). Essa temática já tinha sido usada na música "Virtue & Vice" da banda cristã Holy Soldier, e seria usada depois pela banda Resgate na música "O Médico e o Monstro". Tenho esse conto em casa, muito bom, recomendo.

Jekkyl Y Hyde (En Español) (2004)
01 - Jekkyl Y Hyde
02 - ¿Quién es tu conécte alla?
03 - Parate
04 - Lo que pudo ser
05 - Un mundo perfecto
06 - La Prueba
07 - Te adoro
08 - Así es nuestra vida
09 - Moldéame
10 - Pacto de Amor




Basicamente o mesmo disco de 2003, só que com letras em espanhol, traduzidas por Alejandro Allen, que também trabalhou no projeto "Colección Coral Petra II". Não houve mudanças significativas, e a linguagem novamente encaixou bem no álbum.


Farewell (2005)

01 - All About Who You Know
02 - Dance
03 - Amazing Grace
04 - Test of Time
05 - Creed
06 - Right Place
07 - Rock Medley (Sight Unseen/It is Finished/Think Twice/I am on the Rock/Midnight Oil/Mine Field/This Means War!/It is Finished (reprise))
08 - Jekkyl and Hyde
09 - Acoustic Set feat. Greg X. Volz (Rose Coloured Stained Glass Windows/Road to Zion/More Power to Ya/For Annie/No Doubt/The Coloring Song/Love)
10 - Grave Robber (feat. Greg X. Volz)
11 - Keyboard Solo (feat. John Lawry)
12 - Beyond Belief
13 - Guitar Solo (feat. Bob Hartman)
14 - He Came, He Saw, He Conquered


Ao vivo em Franklin, Tennessee, esse foi o segundo disco (e DVD) ao vivo da banda, e como o nome sugeria, seria a tour de despedida da banda (pelo menos por muitos anos). E foi uma despedida muito bem executada. A escolha das músicas foi muito boa, com 3 canções do último disco de estúdio, algumas clássicas de discos da fase Schlitt, dois fantásticos medleys, a participação especialíssima de Greg Volz e John Lawry. Realmente mostraram o quanto iriam fazer falta para todos nós fãs da banda. Na época em que assisti o show pela TV Gênesis eu chorei (sério) porque provavelmente nunca mais os veria lançar nada (entretanto logo eles voltariam de diversas formas).

O show é fantástico, vale muito a pena ouvir e também acompanhar em DVD.

Curiosidade: Três faixas acabaram não sendo usadas. "Judas' Kiss" e "Lord, I Lift You Name on High" foram posteriormente reaproveitadas no álbum do projeto do vocalista e do guitarrista, II Guys from Petra "Vertical Expressions". Já o solo de bateria improvisado (devido a quebra de uma das cordas do Bob) feito por Paul Simmons e nomeado de "C-H-R-I-S-T-I-A-N" jamais apareceu em nenhuma versão, infelizmente.

Curiosidade: Na turnê de despedida a banda tinha 33 anos. Coincidência?

Holy is Your Name (single) (2013)

01 - Holy is Your Name











Depois de anos em projetos paralelos, como Project Damage Control, II Guys from Petra e Classic Petra, desde 2013 a banda oficialmente voltou, com John Schlitt, Bob Hartman, Greg Bailey no baixo, Cristian Borneo na bateria e John Lawry nos teclados. Embora em turnê constante, a única música nova que lançaram foi esse single, bem worship. Me parece uma possibilidade de um Petra Praise IV, só não sabemos quando. Por ora, pros felizardos, é continuar a acompanhar os shows deles.

OBS: Como adoração, essa música é fantástica. Como rock... não muito hehe


_____________________________________________________________________

Relacionados:

Classic Petra
II Guys From Petra
E Band
Greg X. Volz
John Lawry
John Schlitt
Kansas
Mastedon
Petra Youth Choir
Project Damage Control

Confira também na seção de Tributos os álbuns Never Say Dinosaur e La Coleción Coral de Petra 2.

sábado, 15 de dezembro de 2018

Origem do rock cristão e subgêneros - Parte III

Sim, eu sei bem que demorou pra sair, mas enfim a parte III e última da série "origem do rock cristão e subgêneros". Apesar de ser a última, ainda pretendo depois fazer um spin-off sobre a origem do rock cristão brasileiro também. Mas aqui falaremos sobre os subgêneros do metal cristão e também sobre o goticismo.

Goticismo


Muitos incautos atribuem ao goticismo a imagem de pessoas depressivas, satanistas, ocultistas, de seres que vez por outra aparecem em produções estúpidas do universo da mídia, como aquele "gótico" da novela "De Corpo e Alma" (1992-93) da Rede Globo. Na realidade nada pode ser mais falso.

O goticismo, ou ao menos o termo "gótico" advém de antes da Idade Média. É atribuído aos povos godos (visigodos e ostrogodos), que estavam entre os considerados "povos bárbaros" que ajudaram a destruir o Império Romano no final da Idade Antiga. Mas, ao contrário do que se pinta sobre que esses povos simplesmente vinham e somente arrasavam tudo (tanto que o nome de um desses povos, "Vândalos", transformou-se em sinônimo pra desordeiro e destruidor), pelo contrário, eles modificaram positivamente a cultura ao seu redor.

Ao longo da Idade Média essas mudanças foram sentidas nas construções de igrejas. O estilo românico, mais horizontal, simples, foi suplantado pelo estilo gótico, com catedrais que desafiavam a gravidade, cada vez mais verticais e afiladas, no intuito de apontar diretamente a Deus. As catedrais de Notre-Dame são exemplo básico dessa beleza ímpar, as quais ainda impressionam até hoje - curiosamente um personagem com traços puramente góticos foi criado tendo como cenário de fundo uma dessas catedrais, "O Corcunda de Notre-Dame".

O termo gótico caiu em desuso no fim da Idade Média com o surgimento do Renascimento, mas no século XIX voltaria a tona, agora saindo do âmbito arquitetônico e passando para o literário, dentro do Romantismo, em especial o que advém da segunda fase do movimento, o Ultrarromantismo. Escritores como Edgar Allan Poe, Mary Shelley, Bram Stoker e Álvares de Azevedo estão entre os principais promotores dessa linha de escrita que traria ao mundo seres como "o Monstro de Frankenstein", "Drácula", os beberrões de "Noite na Taverna", "O Gato", "Dr. Jekkyl e Mr. Hyde", "Macário", entre outros seres fantásticos e que traziam consigo o desespero humano, o medo pelo diferente, os desejos mais vis que corroem a alma, entre outras temáticas que decerto até foram consideradas "malditas" por muitos, mas que inspiram até hoje a música, o cinema e outros meios de mídia, cultura e arte.

Na música o goticismo já dava seus passos desde compositores de música clássica, como Wagner, mas o gênero "Rock Gótico" demoraria para chegar um pouco mais. Alguns precursores como Nico e David Bowie apareceram, mas só em meio ao pós-punk viriam bandas como Bauhaus, Joy Division, New Order, Smiths, The Cure, Siouxie & Banshees, The Cult, Depeche Mode, Christian Death e Dead Can Dance, só pra citar algumas, nas mais diversas subdivisões do gênero (como deathrock, synthpop, new romantic, E.B.M., gothic metal - apesar de muitos góticos rejeitarem a associação com a cena metálica). No cenário nacional não foi diferente, e os pós-punks/góticos/darks tomaram a cena nos anos 1980, com bandas como Arte no Escuro (BSB), Black Future (RJ) e as paulistas filhas da Vanguarda Paulista Patife Band, Cabine C, Mercenárias, Azul 29, Agentss, entre outras.

E sim, não demorou para surgirem bandas cristãs do gênero, afinal o goticismo é ligado à igreja desde as origens, então nada mais natural que surgirem bandas como The Predators, Crowd Control (ambas do Reino Unido), Mad at the World, Lifesavers Underground (L.S.U.), No Longer Music, The Awakening, Virgin Black, Weeding Party, Saviour Machine, Undish, Amos, Days are Nights, Poets Awake (as últimas três brasileiras), entre outras. É um cenário a ser explorado, pois a cena gothic/dark, diferente de grande parte da cena underground, é em geral menos avessa aos diferentes tipos de cosmovisões religiosas.

Subgêneros do Metal

No post anterior já falei sobre as origens do metal e sua ligação com o cristianismo. Agora irei focar em cada subgênero, mostrando algumas bandas de cada subgênero.

Heavy clássico: as primeiras bandas cristãs do gênero foram Rez Band e Jerusalem, ainda que ambas na realidade fizessem mais um hard rock, mas já mais agressivo, em muitos momentos descambando pro heavy metal. Logo outras surgiriam, como 100% Proof, Saint, Messiah Prophet, Stryper (no início), Philadelphia e Barren Cross, além da precursora do speed metal cristão, Bloodgood.

Thrash metal: Seguindo a crista da onda dos anos 1980, várias bandas surgiram nessa época fazendo o som thrash, algumas vezes mais speed metal, noutras entre o thrashcore e o crossover também. Algumas das precursoras foram Tempest (não a de hard rock/heavy dos irmãos Rowe), Stone Vengeance (primeira banda de metal cristã só de negros), Have Mercy, Heaven's Force, Immortal (não a de black metal norueguesa, evidentemente), Realm, Deliverance e Vengeance Rising. Ainda houve algumas que faziam um som mais próximo do HC, seguindo uma linha crossover, como The Crucified, The Lead, Empty Tomb e Torn Flesh. Nos anos 1990, com a ascensão do Groove metal, vale a pena citar também bandas como Mortification, Slamcat, Godfear, Living Sacrifice e Soul Factor.

Power metal: Na linha clássica americana algumas bandas se destacaram, como Recon, Sacred Warrior, Haven, Eternal Ryte, e a provável precursora, Emerald. Já na linha mais alemã (melódica) do gênero, podemos destacar como precursoras as bandas Lightmare, Chrytzyne, Seventh Avenue e Stauros.

Industrial metal: Mortal Wish (não a brasileira de black metal, óbvio) foi a primeira banda a fazer um som assim no mundo cristão. A banda, que aposteriori mudaria de nome pra Mortal, antecipou essa cena que infelizmente é composta ainda por uma quantidade não muito extensa, tampouco conhecida de bandas, como Circle of Dust/Brainchild, Generation, Echelon High, Rackets and Drapes, Lvl, Klank, Virginia Creeper, X-Propagation, Screams of Chaos, Deitiphobia, Chatterbox, Kohllapse e Argyle Park/AP2.

Doom metal: Uma curiosidade nesse gênero é o fato de uma das primeiras do gênero ser também a primeira a ser chamada "white metal": Trouble. Embora não fosse de fato uma banda cristã, Trouble trazia muitas influências da fé cristã, visíveis em seus primeiros quatro discos principalmente. Infelizmente é um gênero de poucas bandas, como Faith, The Skull, Place of Skulls, Ex-Hortation, Virgin Black, Morphia, Incelência, 8-Ball Cholos, dbeality, Entorn, David Benson, Seventh Angel, entre outras. A mais importante delas sem dúvidas é a australiana Paramaecium, banda reconhecida até mesmo nos meios seculares.

Death metal: Algumas bandas como Vengeance Rising, Drop Dead e Creation of Death já tentavam fazer algo nesse sentido, mas só a Mortification conseguiu fazer um disco genuinamente death metal em 1992, com o clássico "Scrolls of the Megilloth", abrindo as portas para outras bandas nesse que é um dos estilos com o maior número de bandas cristãs. Algumas das mais importantes: Crimson Thorn, Antidemon, Corpse, Metanoia, Lament, Krig, entre outras.

Progressive e symphonic metal: As primeironas a fazer um som mais prog metal cristã foram Trytan, Sacred Warrior, Recon, Battalion e King's X (essa última não era declaradamente uma banda cristã, mas seus primeiros discos eram sem dúvidas cristãos). Logo surgiriam algumas mais elaboradas, na linha de bandas como Dream Theater e Symphonic X, caso de bandas como Titus, Darkwater, Harmony, Altera Enigma, Galactic Cowboys, Echo Hollow, Abstract Shadows e Menahem, entre outras. Já a trupe do symphonic tem menos representantes, como HB, Angel's Fire, Perpetual Legacy, Scandinavian Metal Praise, Lilium Vitae e Virgin Black (eles de novo? Pois é!).

Black metal: O termo "black metal" surgiu nos anos 1980 como designativo de "bandas do mal", "do diabo", etc. Não a toa foi nessa época que criaram o termo "white metal" pra designar as cristãs (termo geralmente rechaçado pela maioria atualmente). Daí quando o australiano Jayson Sherlock (Mortification, Altera Enigma, Paramaecium e várias outras) decidiu fazer um som similar ao que vinha da Noruega e Suécia, o Beheadoth (posteriormente com o nome mudado para Horde), ele criou o termo "Hellig Usvart" (Sacro Unblack), cunhando a expressão "Unblack Metal" (atualmente também pouco usada pela maioria do gênero). Algumas precursoras junto à Horde foram as pouco desenvolvidas Vomoth (também da Austrália) e Kolapso (Brasil) e a Apostasy (EUA), além das norueguesas Antestor (a mais famosa atualmente) e Crimson Moonlight. Também vale destacar algumas q seguiram subgêneros do black metal: no folk metal a Holy Blood, no viking metal a Arvinger, no vampiric metal a Satan's Doom (BR), no pirate metal a Cat 'O Nine Tails e no mid-eastern metal a Orphaned Land.

Nu e alternative metal: algumas bandas tentaram se aventurar nos primórdios desses gêneros, como a brasiliense Arcanjo, mas só a P.O.D. realmente virou referência. Aliás, baita referência, já que é reconhecida também no mercado secular. Além dessas vale a pena citar bandas como 38th Parallel, Red, Fold Zandura, Dig Hay Zoose, Skillet, Plumb, 2TM 2:3, The Throes, 12 Stones, East West, Pillar, Rodox, Thousand Foot Krutch, Disciple, Judas o Outro, Brian "Head" Welch, Verdade Crua, entre outras.

Metalcore e outras fusões core: A primeira a possivelmente fazer um som nessa linha foram as americanas Embodyment e Living Sacrifice, juntamente com as australianas Callous e Embodiment 12:14. Logo viriam outras bandas, como Underoath, As I Lay Dying, Retrieve, Alessa, Impending Doom, Sinai Beach, Still Remains, Betraing the Martyrs, August Burns Red, Bloodlined Callygraphy, Seventy Times Seven, Doomsday Hymm, Zao, Benea Reach, Training for Utopia, Demon Hunter, Forevertree, For Today, I Built the Cross, Inhale Exhale, Maylene and the Sounds of Disaster, The Showdown (que depois migraria pro doom/stoner metal), Improviso Divino, entre várias outras que tornam essa cena uma das mais profícuas da história da música cristã. Acredita-se inclusive que existem mais bandas cristãs ou com ligação com o cristianismo entre a turma do metalcore/deathcore/mathcore do que não-cristãos (!). Além disso a aceitação de várias delas pelo mercado secular é impressionante, tornando sem dúvidas essa trupe a mais frutífera de todas. A despeito do "modismo", o fato é que nenhum gênero gerou tantas bandas cristãs como esse.

domingo, 25 de novembro de 2018

Force 3


Banda de Heavy Metal inglesa bem pouco conhecida de geral.

Warrior of Light (1988)

01 - Heartbeat
02 - Trouble on the Streets
03 - Wondering
04 - Golgotha (He is Risen)
05 - See the Light
06 - Miracles
07 - Don't Give Up
08 - Warrior of Light






A obscura banda de Stockport durou bem pouco (infelizmente), mas tempo suficiente para mandar esse petardo metálico, formado por Charlie Wilson (guitarra e vocais, ex-100% Proff), Andy Jackson (bateria e vocais) e G.B. Bennett. Numa pegada que remete a bandas como Iron Maiden, Saxon e Diamond Head (NWOBHM, obviamente), faziam um som que até hoje me faz lamentar bastante o sumiço deles da cena de forma tão precoce. Músicas como "Trouble on the Streets" e "Heartbeat", além da faixa-título, já traziam a proposta da banda, além da mensagem de serem guerreiros da Luz Celestial. "Golgotha" e "Miracles" direcionam a Cristo sem rodeios.

Apesar de obscura, chegaram a aparecer na compilação "The Axeman" da Pure Metal em 1988 com a faixa-título, que também ganhou uma espetacular versão cover power metal da banda Treasure Seeker anos depois.


quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Siloam



Fantástica banda de hard rock/AOR do Canadá, me remete logo ao Skid Row e ao Firehouse em vários momentos. Seu nome é baseado no Poço de Siloé (Siloam em Inglês) mencionado na Bíblia em João 9.

OBS: Existiu uma banda Siloam anterior a essa, participante do Jesus Movement. Falarei sobre essa em outro post.

Sweet Destiny (1991)

01 - Here I Am Again
02 - Miss Lazzy
03 - Child of Time
04 - Chemical King (Big Fight)
05 - Eastern Skies
06 - Deceiver
07 - After the Fire
08 - Lethal Lady
09 - Sweet Destiny
10 - Decent Souls


O estilo glam nessa época estava no auge, e Siloam traz isso com muita propriedade. Não a toa está citado nos 100 maiores discos de rock/metal da Heaven's Metal Magazine. A sonoridade Skid Row notória e o vocal é um absurdo de lindo. "Lethal Lady" é a mais pesada do disco e eu simplesmente amo essa canção, bem como a faixa-título, que me remete logo à Bon Jovi.


Dying to Live (1995)

01 - Apathy
02 - Daddy's Little Girl
03 - Dying to Live
04 - Pain Inside
05 - Home Comin'
06 - Brand New Man
07 - Tender Heart
08 - My Pal Judas
09 - Lost in the Rain
10 - Welcome to Despair
11 - Pain Inside


Estranhamente demorei um tempo absurdo para ouvir esse disco (na verdade, acredite, eu nem sabia da existência desse até esse ano, 2018! kkkkkkkk). E como perdi tempo sem ouvir esse... seguindo os passos de Firehouse, Siloam chutou todas as tendências da época de bandas de hard rock seculares (e até mesmo cristãs, não é mesmo Bride, Guardian, Holy Soldier e Whitecross?) de sair do hard rock pra fazer um bagulho "alternativo/grunge/sombriozinho" blá blá bla... e seguiu a risca o som clássico deles. Aliás, nem diria tão a risca, porque esse disco é bem mais pesado. Calma, não vira nenhum speed metal, kkkkk, mas sim, tá na linha do hard'n'heavy, estilo Great White e Dokken. Irado demais. Tem faixas que fazem o baixo tocar com tudo (My Pal Judas) e um lado meio blues (Pain Inside).


CRock (1996)

01 - Somewhere I'll Be Free
02 - Mandy
03 - Tell Me World
04 - Dignity
05 - Rose Among The Thorns
06 - Get It Right
07 - Dreamer's Pie
08 - Zero
09 - Hey Man
10 - Pharisaical Friend
11 - In the Ghetto

Constância no hard rock. Em meados dos anos 1990 isso era quase um absurdo, uma banda de hard rock que continuasse a executar esse som, com raras exceções. Ponha os grandes hard rockers da Siloam nessa conta. Seguindo uma linha até mais funk'o'metal, na linha de bandas como Extreme, Siloam continuou fiel às raízes do seu som, e faz um ótimo disco aqui também, embora não tão memorável como os anteriores. Uma lástima ter sido o último dessa banda. "In the Ghetto" é um cover de Elvis Presley.





sábado, 17 de novembro de 2018

Resgate



Se existe uma banda que representa bem o rock cristão brasileiro é a banda Resgate. Sua formação clássica permanece imutável desde 1989: Zé Bruno (Vocal/Guitarra), Jorge Bruno (Bateria), Hamilton Gomes (Guitarra) e Marcelo Bassa (Baixo). Apesar das mudanças de sonoridade e, em dado momento da carreira, a abertura mais ampla de sua linguagem do rock gospel para o Novo Movimento, a ideia do nome "Resgate" permanece a mesma: resgatar vidas através da mensagem advinda do puro rock'n'roll. Uma outra curiosidade: Os quatro são pastores, originalmente bispos da Renascer em Cristo, atualmente usando apenas o título de pastores na Igreja A Casa da Rocha, coordenada por eles.


Vida, Jesus & Rock 'n Roll (1991)
1 - Ainda Há Tempo
2 - Mestre
3 - Eu Passei
4 - Quem é Ele?
5 - Amor Perfeito
6 - Paralelo
7 - Ele Vem
8 - Rock da Vovó
9 - Sem Deus


O começo da banda foi bem curioso, pois a ideia inicial era ser uma banda na linha do Hard Rock e Heavy Metal clássico, e é possível ver traços de bandas como Deep Purple, Whitesnake e Van Halen, já na música de abertura "Ainda Há Tempo", "Ele Vem" (que ganhou um videoclip pouco pretencioso à época), "Paralelo", "Eu Passei", "Quem é Ele?" ou a antológica "Rock da Vovó". A mensagem é claramente cristã, sem nenhuma dúvida, a música "Mestre" (a mais curta e leve do álbum) deixa isso bem claro ao falar da mensagem da salvação na cruz, e por aí vai, com temáticas como o amor de Cristo (Amor Perfeito), a volta de Cristo (Ele Vem), a diferença entre a vida sem Deus e a com Deus (Paralelo, Sem Deus) e a transformação advinda da conversão (Eu Passei, Rock da Vovó). A produção do Edson Guidetti com Rick Bonadio é bem simples e direta, remetendo às bandas dos anos 1980. O disco foi lançado originalmente de forma independente em 1990, e a banda na primeira tiragem teve de vender de mão em mão (e também trocar manualmente um erro de grafia na música "Eu Passei", que ficou com o nome "Eu Parei). Em 1991 a Gospel Records relançou dentro de seu cast em formato LP e K7 (salvo engano em CD também, mas é bem difícil achar). Em 1999 numa comemoração pelos dez anos da gravadora relançaram sete dos seus primeiros títulos no formato Série Ouro, e esse foi um dos contemplados. Esse formato é mais fácil ainda de se encontrar em sebos. Eu possuo esse e também o formato LP. Atualmente, desde 2014 é possível encontrar em formato digital, bem como toda discografia da banda.


Novos Rumos (1993)

01 - Daniel
02 - Novos Rumos
03 - Consciência
04 - Controle
05 - Florzinha
06 - A Paz
07 - Leve Fardo
08 - Mistérios
09 - Todo Som
RELANÇAMENTO EM CD
10 - Quem é Ele?
                                                   11 - Paralelo
                                                   12 - Rock da Vovó
                                                   13 - Ele Vem

Seguindo uma linha mais hard rock e com vocais mais firmes e graves que o álbum anterior (característica plena do Zé Bruno em toda sua carreira aposteriori), Novos Rumos apresenta um Resgate bem mais seguro do som que faziam, com letras mais bem trabalhadas, como a épica "Daniel" inspirada na vida do profeta Bíblico, "Consciência" falando da necessidade da confiança exclusiva em Deus (tema que se prolonga na faixa seguinte, "Controle"), e o primeiro som deles falando sobre a verdadeira paz (A Paz), tema que voltaria anos depois. Mesmo em meio a esse som mais direto e cru, cortesia da produção genial de Edson Guidetti e Rick Bonadio, ainda teve espaço pra balada acústica "Todo Som" (que até hoje é cantada em diversas igrejas), também a bela "Leve Fardo" com um andamento mais calmo e letra doce, e também um lado mais humorístico na versão speed metal de "Florzinha", uma canção infantil cristã, com a participação de Brother Simion (à época na banda Katsbarnea) na gaita.

O disco teve duas versões: em LP, com a capa que aparece nesse post, e em CD, que além de um rearranjo de posição do nome da banda e do disco mais centralizados, ainda vinha com quatro faixas do álbum "Vida, Jesus e Rock'n Roll". A escolha dessas quatro foi totalmente aleatória, não seguindo a ordem das faixas no LP original, além de que eu senti falta da simples "Mestre", mas de resto as quatro foram bem selecionadas.

Rhimena Abécia fez uma versão para "Todo Som" em seu único álbum solo, "Olhe Para o Céu".


On the Rock (1995)

01 - Doutores da Lei
02 - Acusador
03 - Abrir os Olhos
04 - Papo de Lóki
05 - 5:50 AM
06 - Tempo
07 - Príncipe
08 - Tá Aberto Lá? Só Pra Saber!
09 - Sobre a Rocha
10 - Fogo
11 - Solidão
                                                       12 - Vida
                                                       13 - Palavras
                                                       14 - He'll Come Again


Sem dúvidas se você deu de cara com um fã da Resgate antigo, provavelmente ouvirá dele "On the Rock é O MELHOR DISCO da banda." Alguns mais empolgados dirão até "é o último bom". Exageros a parte, eu também considero esse disco a magnum opus da banda. Sai Edson Guidetti e Rick Bonadio, entra Paulo Anhaia, produtor mais afeito ao som do rock pesado. Não a toa esse é também o disco mais hard rock da banda, flertando diversas vezes com o heavy metal clássico. A voz do Zé está clara e agressiva, até mesmo na balada imortal "5:50 AM" (pros leigos, leia-se "Dez Pras Seis"), e a produção do disco deixou umas ideias muito iradas. Na transição de 5:50 AM pra "Tempo" ouve-se claramente um relógio tocando no final daquela e badalando no início dessa. A faixa de transição "Tá Aberto Lá? Só Pra Saber!" termina abruptamente da fala do baterista Jorge pra pancadaria de "Sobre a Rocha", podendo pegar ouvidos desprevenidos de surpresa. O lado humorístico da banda está presente nessa e nas faixas "Papo de Lóki" e "Fogo", o heavy mais instigado em "Acusador", os hards mais elaborados de "Tempo", "Solidão" e "Doutores da Lei" levaram essas músicas a ganharem várias regravações por parte da banda ao longo dos anos em shows ao vivo gravados por eles. Já as baladas "5:50 AM" e "Palavras" também ficaram marcadas na história da banda, sendo lembradas até hoje (e também tendo recebido suas devidas regravações ao longo dos anos). "He'll Come Again" foi a primeira entrada da banda em letras em inglês, nesse caso uma versão para "Ele Vem" do primeiro álbum.

A produção, como já dito, é fantástica, as fotos mostram o momento da banda - todos, exceto o Jorge, cabeludos ao extremo (curiosamente na gravação do clipe de "Solidão" eles haviam cortado os cabelos, salvo engano nesse período eles haviam sido ordenados pastores) -, mas a diagramação da capa ficou um tanto que estranha. A cor roxa ficou bastante berrante, nem bandas de glam metal mais sleazes bizarronas da cena de Los Angeles usavam esse tipo de cor. De toda forma, por ser um clássico atemporal da banda, esse detalhe promovido pelo Wagner Maradona (ex-Oficina G3) acaba sendo ignorado e o foco na foto dos músicos numa estação de trem acaba valendo mais a pena. Em 2015, foi considerado, por vários historiadores, músicos e jornalistas, como o 21º maior álbum da música cristã brasileira, em uma publicação dirigida pelo Super Gospel. Mais tarde, foi eleito pelo mesmo portal o 4º melhor álbum da década de 1990. Daí se tira a importância absurda que esse disco teve para a cena do rock cristão brasileiro. Lamentavelmente para os fãs do rock mais "pauleira" esse foi o último em muitos anos que a banda fez nessa linha.





Resgate (1997)

01 - Liberdade
02 - Pouco Importa
03 - E Daí?
04 - O Jantar
05 - Terceiro Dia
06 - Antes
07 - No One
08 - Em Todo Lugar/"Life is" (faixa oculta)





Na contramão dos álbuns anteriores, "Resgate" foge dos anos 1970/80 e se lança nos anos 1960, seguindo a linha de bandas como Oasis e Blur, o chamado britpop. Normalmente mudanças de sonoridade tão abruptas são mal vistas e sempre há aqueles que dirão que a banda "se vendeu". Nesse caso, se houve uma "venda" da banda, não consigo enxergar tanto, haja vista que apesar do Britpop estar no auge àquele tempo, as influências nesse disco vão de mais longe, dos Beatles e dos Rolling Stones por exemplo. Isso torna a banda muito mais completa do que as contemporâneas que tentavam seguir o som britânico e não o faziam com efetividade.

Sendo assim, esse disco é extremamente vintage, uma ideia que a banda continuaria a seguir ao longo dos anos. No encarte fotos dos tempos dos pais e avós da banda e fotos deles ainda crianças dão o clima de retorno a tempos bem antigos, e essa era a ideia da banda. A produção do Paulo Anhaia conseguiu colocar os quatro dentro dessa imersão ao antigo de maneira impressionante (isso quando se pensa que a "masterização" foi feita na cozinha da mãe do produtor - extremamente crua a produção, sem dúvidas, lembrando alguns discos do Larry Norman e do Randy Stonehill).

Liricamente, esse disco foi um dos que fugia os padrões das letras gospel, sendo portanto o início da transformação da banda nesse sentido. Músicas como "E Daí?" (uma descrição da vida humana e da busca tola pela aparência), "Liberdade", "Pouco Importa", "O Jantar", "Antes", todas com letras mais pensativas, não tão diretamente "góspeis",  à exceção da faixa final "Em Todo Lugar", que ainda assim não fala diretamente o nome de Deus, embora deixe claros seus atributos, inspirada em Salmos 139. Essa foi a faixa mais famosa do disco, ganhando um clipe gravado em Londres (onde mais você imaginaria? Até por Abbey Road eles passam no clipe! Mais Beatlemaniaco impossível). "No One" é uma faixa em inglês bem trabalhada, na época letras em inglês na música "gospel" eram cantadas de maneira meio capenga, mas aqui Zé fala de maneira bem fluente. Ah, ainda tem uma faixa oculta que nunca teve um nome oficial (aqui chamei de "Life Is"), mas sua melodia curiosamente lembra "Os Dez Leprosos" de um disco que só sairia muitos anos depois, "Eu Continuo de Pé". Em 2015 foi eleito pelo Supergospel como o 50º mais importante disco da música gospel, além de depois ser considerado o 6º melhor disco da década de 1990.


Praise (2000)

01 - Te Vejo
02 - Infinitamente Mais
03 - Ao Rei
04 - Restauração
05 - Nada me Faltará
06 - Sol do Meio-dia
07 - Sete Dias
08 - Suficiente Pra Mim
09 - Minha Rocha
10 - O Nome da Paz


Três anos sem nenhum lançamento, chegaram até a especular que a banda havia encerrado a carreira. A possibilidade não era de todo inacreditável: à época, só os irmãos Bruno continuavam em São Paulo, como bispos de áreas diferentes do estado, Marcelo era bispo primaz da Renascer de Rio de Janeiro e Hamilton passara a Bahia (dois anos depois iria pra Pernambuco). Mas para provar que estavam vivos e bem, em 2000 chegava esse que foi o disco que me iniciou na banda.

Seguindo um rumo oposto ao disco anterior, que vinha com letras mais filosóficas e menos "diretas", esse disco, que foi eleito o 19º melhor disco da década de 2000 pela Supergospel, trazia letras (em sua maioria compostas pelo Zé Bruno) com cunho de louvor e adoração, lembrando os três trabalhos do Petra voltados nesse sentido (logo outras bandas seguiriam essa linha também). A produção de Paulo Anhaia junto com Rick Bonadio tornou o álbum muito agradável de ouvir e reouvir, com a inclusão de um Hammond tocado por Roberto Pacciello e mais vocais de apoio de Faty, Priscila Maciel e Daniel Quirino, que ampliou o clima mais "praise" do disco. Minhas faixas prediletas da banda constam desse disco: "Infinitamente Mais", "Sol do Meio-Dia", "Restauração" (a mais pesada do disco, escrita junto com Estevam Hernandes, líder da Renascer em Cristo) e "O Nome da Paz" (escrita em conjunto com Sônia Hernandes, lembro-me de em 2013 ter cantado essa canção com a The Ransom no aniversário de Hamilton Gomes na antiga sede da Renascer Pernambuco). Mas todas as faixas são geniais, tanto que são figuras fáceis em discos e DVDs ao vivo da banda.




Acústico (CD e DVD, 2001)

01 - Rock da Vovó
02 - Acusador
03 - Antes
04 - Daniel
05 - Infinitamente Mais
06 - Água Viva
07 - Em Todo Lugar
08 - O Jantar
09 - O Nome da Paz
10 - Solidão
                                                      11 - 5:50 AM
                                                      12 - Palavras
                                                      13 - Ele Vem
                                                      14 - Lucifeia


Lembro-me de uma entrevista da banda na Revista Gospel 02 à época que me tornou muito fã deles, ao falarem da demora por lançarem um disco ao vivo. A verdade é que eles temiam pela qualidade do som gravado ao vivo. Um temor que se desfez nesse acústico. Seguindo a tendência Acústico MTV da época já seguida por diversas bandas de rock e até outros estilos dentro do gospel à época (Catedral, Oficina G3, Fruto Sagrado, Katsbarnea e Livre Arbítrio, além do Petra, Tourniquet e da Resurrection Band no exterior), o Resgate gravou essa belezinha na Renascer Copan em São Paulo e o resultado foi fantástico. Reedições belíssimas de velhos sucessos, além das novas "Água Viva" e "Lucifeia" (uma música curiosa que fala acerca da beleza exterior), tornaram esse disco um sucesso absoluto da banda.

Foi relançado em 2014 para formato digital com várias alterações acerca de menções à antiga igreja Renascer em Cristo, devido às polêmicas envolvendo a saída deles do ministério. Nada que desabone nem a conduta da banda, nem diminua o brilho do disco em si.



Eu Continuo de Pé (2002)


01 - A Resposta
02 - Os Dez Leprosos
03 - A Voz do Deserto
04 - Era uma vez um Cego
05 - Amor
06 - Gratidão
07 - Pra Todos os Efeitos
08 - Puro Amor
09 - Jamais
10 - Nome Sobre Todo Nome


Mesmo bandas fantásticas como a Resgate têm seus momentos de baixo teor criativo. E "Eu Continuo de Pé" é sem dúvidas o disco menor celebrado da banda. Depois de três álbuns de hard rock, um mais britpop com letras bem diferenciadas, um disco com linguagem mais louvor e adoração e um acústico, esse disco meio que ficou pelo caminho, ainda que tentando seguir os passos do último disco de estúdio, o "Praise". Não é um disco ruim, e tem bons momentos sem dúvidas, como "A Resposta", "Amor" e "Pra Todos os Efeitos", mas não chega a empolgar como os outros álbuns da discografia. O trabalho de produção ficou muito bom, como se espera do mestre Paulo Anhaia - nesse que seria seu álbum de despedida em anos da banda. O tecladista e também produtor Dudu Borges (ex-Patmus) começaria sua jornada com a banda - chegando inclusive a ser efetivado como quinto membro por vários anos. Nesse ponto sua inclusão foi extremamente positiva, pois é inegável que o trabalho de arranjos do disco ficou fantástico, a despeito do "mais do mesmo" que é notado no trabalho. A arte de capa e fotografia segue a tendência retrô vintage do "Resgate" de 1997, inclusive a arte do CD em si tem a forma de um LP, o que dá esse toque antiquado (outra banda que fez algum parecido antes tinha sido a Praise Machine em seu primeiro álbum, "O Toque"). Nesse ponto, um trabalho subestimado, mas nem tanto.




15 Anos (2004)

CD:
  1. Água Viva
  2. E daí?
  3. Sete Dias
  4. O Nome da Paz
  5. Pra Todos os Efeitos
  6. Infinitamente Mais
  7. 5:50 AM
  8. Sol do Meio Dia
  9. A Resposta
  10. Restauração
  11. Em Todo o Lugar
  12. Tempo
  13. Daniel
  14. Lucifeia
  15. Todo Som
  16. O Rio
  17. Mais Longe
  18. O Meu Lugar
DVD:

  1. Água Viva
  2. Tempo
  3. O Jantar
  4. Sete Dias
  5. O Nome da Paz
  6. Pra Todos os Efeitos
  7. Solidão
  8. Infinitamente Mais
  9. 5:50 AM
  10. Sol do Meio Dia
  11. Florzinha
  12. A Resposta
  13. Restauração
  14. Em Todo o Lugar
  15. E daí?
  16. Daniel
  17. Lucifeia
  18. Todo Som

    (Faixas ocultas: O Rio, Mais Longe, O Meu Lugar) + três videoclipes

Apesar da má fase de "Eu Continuo de Pé", a banda teve fôlego para dois anos depois mandar esse que pra mim é o melhor show deles. Fizeram a versão definitiva para faixas como "Água Viva", "Todo Som" e "Lucifeia" (que até então só conheciam versões acústicas). Todas as regravações ficaram muito boas, em especial com o acompanhamento do teclado de Dudu Borges, que inaugurava sua estadia na banda oficialmente como produtor (e já praticamente o quinto membro da banda). Até a divertidíssima "Florzinha" apareceu por aqui, com um back-vocal a lá Mamonas Assassinas ou Nazaritos. As faixas novas (O Rio, Mais Longe, O Meu Lugar) foram muito bem nas rádios na época, e "Meu Lugar" ganhou um videoclipe que até hoje é o de maior sucesso da banda.

No DVD há uma diferença de ordem das músicas e também três músicas que não constam no CD (O Jantar, Solidão e Florzinha), o que torna sobre certos aspectos o DVD muito mais completo. Aliás, no DVD também constam depoimentos, making-of do clipe de "O Meu Lugar", vídeos raros da banda, entre outros elementos que tornam esse um item essencial demais para qualquer fã da banda.


Até Eu Envelhecer (2005)

01 - Meus Pés
02 - Passo a Passo
03 - Astronauta
04 - Te Encontrar
05 - Eu Vou Chegar Lá
06 - A Gente
07 - O Médico e o Monstro
08 - Teu Sinal
09 - A Saída
10 - Apocalipse Now
11 - O Perdido e o Sentido


Resgate é uma banda famosa pelo estilo vintage que assumiram sem medo dentro da música rock cristã brasileira. Poucas conseguiram levar isso a um nível tão autêntico como eles. E esse disco segue essa ideia, entretanto sem medo de inserir alguns elementos mais "atuais". A presença de Dudu Borges, agora efetivamente membro da banda, ajudou a fundir os elementos beatle-esque da banda com alguns efeitos eletrônicos, que podem ser vistos na space-rock "Astronauta" por exemplo. Em questão de temática esse disco é misto, e isso acaba pesando negativamente. Algumas letras, como "Astronauta", "O Médico e o Monstro" (que ganhou um videoclipe muito divertido e louco) e "O Perdido e o Sentido" são fabulosas, ao passo que "Eu Vou Chegar Lá", "Meus Pés" e "A Gente" contém muitos elementos bem neopentecostais mesmo (talvez a época mais "teologia da prosperidade" da banda, infelizmente). Até mesmo um trecho de pregação do Estevam Hernandes consta em "Meus Pés", ao passo que "A Gente", embora seja um apanhado interessante e divertido de experiências da banda ao longo dos anos, têm elementos que são impossíveis de passar em branco e ignorar o quão desnecessários são. Não a toa são músicas que a banda ou parou de tocar ou mudou drasticamente a letra tempos depois.

"Apocalipse Now" é uma regravação fantástica da canção da banda Katsbarnea na versão da letra original, e um dos pontos altos desse disco, bem como as já citadas "Astronauta", "O Médico e o Monstro" e "O Perdido e o Sentido", além das belíssimas "Passo a Passo" e "Te Encontrar". O trabalho de capa e fotos novamente cai no vintage, com diversos objetos retratados nas fotos que alguns nem eu como historiador soube identificar (risos). Fantástica produção de Dudu Borges. No geral, um disco um bocado melhor do que o antecessor de estúdio, e já apontando, ainda que de leve, o caminho que a banda tomaria num futuro não muito distante.



Até eu Envelhecer Ao Vivo (2008)

  1. "Meus pés"
  2. "Terceiro dia"
  3. "O Rio"
  4. "Passo a Passo"
  5. "O Nome da Paz"
  6. "Astronauta"
  7. "O Meu Lugar"
  8. "Rock da Vovó"
  9. "5:50 AM"
  10. "O Médico e o Monstro"
  11. "Palavras"
  12. "O Perdido e o Sentido"
  13. "Te Encontrar"
  14. "A Gente"
  15. "Restauração"
  16. "Apocalipse Now"
  17. "Leve e Momentânea"   

Terceiro álbum ao vivo da banda e último disco lançado pela Gospel Records e como membros da Renascer em Cristo. Esse disco tem um apanhado de canções do álbum homônimo de estúdio e mais alguns outros sucessos da banda, tocadas no antigo Tom Brasil, atual HSBC Brasil no dia 10 de julho de 2006, mas só saiu em fevereiro de 2008, quase dois anos de atraso, um indicativo da crise que a gravadora e a igreja sofriam (não a toa, pouco depois a gravadora ia se apagar até o fim em 2010). O show em si é muito legal, e as versões das músicas ficaram muito boas. A última faixa, "Leve e Momentânea", originalmente foi tocada por eles no álbum "Renascer Praise 10", finalmente ganhando uma versão própria da banda. Uma despedida e tanto da sua jornada na Gospel Records.



Ainda Não é O Último (2010)

01 - A Hora do Brasil
02 - Depois de Tudo
03 - Outra Vez
04 - Genérica
05 - Neófito
06 - Jack, Joe & Nancy In The Mall
07 - O Vesúvio
08 - Tudo Certo
09 - Transformers
10 - Una Vuelta Más
11 - A Terapia
                                                      12 - Vou Me Lembrar


RGT-2010. Primeiro disco do selo Sony Gospel, a banda inaugurou não só essa repartição da gravadora como rompeu seus próprios padrões líricos. Com músicas que falavam de temáticas bem curiosas como sobre a política esquerdista no poder do Brasil à época (A Hora do Brasil) e a pouca criatividade  e imitação pobre da cultura nacional e falta de compromisso das igrejas e bandas gospel (Genérica, Neófito), foi um completo rompimento com a linguagem "gospel" e uma guinada para o Novo Movimento. A sonoridade da banda aqui foi pro lado mais pop/rock e indie rock, mas com variações geniais, como um jogral em "A Hora do Brasil", um quase espanhol em "Una Vuelta Más", instrumentos únicos em "A Terapia" e "Jack, Joe & Nancy In The Mall" (faixa essa com um "inglês" fake divertidíssimo com uma mensagem antidrogas e um videoclipe feito em Londres fantástico). Foi eleito o 95º melhor disco da música cristã pela Supergospel em 2015. Foi também o álbum de despedida de Dudu Borges, mas o mais elaborado feito por ele como produtor e membro da banda. Essa mudança da banda que viria a seguir foi genial, necessária e objetiva, e muito proclamada por eles em entrevistas à época e posteriores. Reflexo da saída deles da Renascer? Talvez sim, mas foi uma ótima virada de chave.


Pretérito Imperfeito, Mais que Perfeito (2011)


01 - Rock da Vovó
02 - Ele Vem
03 - Daniel
04 - Todo Som
05 - Acusador
06 - 5:50 AM
07 - Palavras
08 - Liberdade
09 - Em Todo Lugar
10 - Restauração
11 - Infinitamente Mais
12 - Nome da Paz
13 - Lucifeia
14 - Água Viva
15 - Para Todos os Efeitos
16 - O Rio
17 - O Meu Lugar
18 - Passo a Passo
19 - Astronauta
20 - Assim Caminha a Humanidade? (inédita)

Em comemoração aos 20 anos de banda, enfim uma coletânea de melhores sucessos do quarteto mais criativo e constante do rock cristão brasileiro. A escolha de músicas foi de todos os discos lançados pela finada Gospel Records (exceto o álbum "Até eu Envelhecer Ao Vivo") e mais uma inédita, "Assim Caminha a Humanidade?" que ficara de fora do álbum "Ainda Não é o Último". No encarte algumas avaliações sobre essas canções, a história de cada uma e de cada disco, nos inserindo no universo criativo da banda. Curiosamente do álbum "Eu Continuo de Pé" somente a badalada "Para Todos os Efeitos" apareceu, numa constatação que a própria banda fez no comentário da faixa em questão sobre a qualidade inferior desse trabalho ante os outros. Ótima arte de capa! A versão que eu tenho é, entretanto, uma package de papelão - eu tenho um certo trauma desse formato...



Este Lado Para Cima (2012)

01 - Eu Estou Aqui
02 - Eu Só Preciso Acreditar
03 - Errando e Aprendendo
04 - O Que Não Precisa
05 - Em Nome de Quem?
06 - Fora do Sistema
07 - Eles Precisam Saber
08 - Inocente
09 - Sempre Tem Uma Assim
10 - Este Lado Para Cima
11 - Quem Sou Eu?
                                                      12 - Recomeçar / Este Lado Para Cima (rotação correta - ou não)

De volta ao básico, a banda volta a ser um quarteto, Paulo Anhaia volta à produção, o som volta ao estilo cru do início da carreira, mais hard rock/AOR (a exceção das baladas "Inocente", "Fora do Sistema" e "Recomeçar" e da folk "Errando e Aprendendo"), o experimentalismo da banda se uniu ao som clássico e original, forjando um dos álbuns mais pesados do pop/rock cristão da época. As letras são numa linha de um disco conceitual, com críticas diretas ao modo de vida apregoado pelas igrejas neopentecostais (alguém aí falou "Renascer em Cristo"?). Faixas como "Errando e Aprendendo", "O Que Não Precisa", "Fora do Sistema" e o hino "Eles Precisam Saber" são verdadeiras "tapas na cara" da sociedade gospel/neopentecostal narcisista e pouco cristã. Esse clima ferrenho chegou a respingar até mesmo na fraca qualidade repetitiva de vários grupos ditos cristãos contemporâneos e também aos prêmios como o Troféu Promessas, críticas estas que levaram a banda a ser banida da premiação pra sempre.

A produção do Paulo Anhaia está animal, além da simplicidade da capa, com pouca elementação vintage, mais preocupada em zoar com o "Este Lado Para Cima" do título, com quase todas as fotos invertidas. Até a faixa-título foi totalmente invertida, de forma até engraçada, pois lembra aquele povo que caça mensagens subliminares em discos por aí afora.


Aos Vivos (2013)

  1. "Eu Estou Aqui"
  2. "Depois de Tudo"
  3. "O que não Precisa"
  4. "Restauração"
  5. "A Hora do Brasil"
  6. "Infinitamente Mais"
  7. "Vou me Lembrar"
  8. "Em Todo Lugar"
  9. "Jack, Joe and Nancy in the Mall"
  10. "Errando e Aprendendo"
  11. "Palavras"
  12. "Pra todos os Efeitos"
  13. "Sete Dias"
  14. "Medley (O Nome da Paz/Quebrantado)"
  15. "Daniel"
  16. "A Gente"
  17. "Fora do Sistema"
  18. "Eu só Preciso Acreditar"
  19. "Eles Precisam Saber"
  20. "Todo Som"
  21. "5:50 AM"
  22. "Rock da Vovó"

Quarto álbum ao vivo da banda, esse lançado somente no formato DVD, Aos Vivos mostra uma banda muito madura e de qualidade. O material em sua maioria é composto de músicas dos dois discos de estúdio anteriores, alguns sucessos de outros álbuns e mais um medley com a canção "Quebrantado" de Vineyard. Fantástico é pouco pra definir esse show.

Algumas curiosidades desse álbum: Nessa versão a música "A Gente" foi extremamente reduzida, removendo referências à antiga igreja da banda. Outra curiosidade, essa um tanto quanto triste, é que o disco teria a participação de Juninho Afram (Oficina G3) no solo de guitarra de "Eles Precisam Saber" (aliás também era planejado sua participação na versão de estúdio), mas a questão da gravadora MK Music com quem Juninho era ainda contratado impediu esse feito, uma lástima e que também indica o tamanho do abismo que o chamado comércio gospel chegou ao ponto de existirem essas picuinhas dentro do cenário. Lamentável. Ao menos a banda deu seu recado ao comentar sobre a Declaração de Direitos da Humanidade, que o homem tem o direito de saber da existência de Deus, ainda que ele rejeite esse conhecimento, ele tem esse direito.




25 Anos (2015)

  1. "Leve Fardo"
  2. "Depois de Tudo"
  3. "Ninguém vai Saber"
  4. "5:50 AM"
  5. "Ao Rei"
  6. "A Terapia"
  7. "Sempre Tem Uma Assim"
  8. "Doutores da Lei"
  9. "Vou me Lembrar"
  10. "Amor"
  11. "All You Need Is Love"
  12. "Luz"
  13. "Ele"
  14. "Amigo de Deus"

Quinto álbum ao vivo da banda, gravado em 2014 em comemoração aos 25 anos da banda. Um apanhado de músicas nunca dantes gravadas ao vivo, mais algumas inéditas ("Ninguém Vai Saber", "Luz", "Ele") e versões para "All You Need is Love" dos Beatles e "Amigo de Deus" de Adhemar de Campos - esse inclusive participa da gravação, juntamente com os irmãos Carlos e Paulo Anhaia. A qualidade é inquestionável e é um disco que se revela necessário. Os arranjos de "Doutores da Lei" com o teclado de André Matos e a participação da Orquestra Musitá ficaram fantásticos, com a orquestração deixando o som perfeito! Liricamente as inéditas continuam traçando a ideia de letras mais pensativas e geniais, uma proposta que vale a pena dar a mão e apoiar a banda na empreitada. Resgate RULES!



Ao Vivo na Kiss FM (2016)

01 - Doutores da Lei
02 - A Hora do Brasil
03 - Depois de Tudo
04 - Infinitamente Mais
05 - O que Não Precisa
06 - Ninguém Vai Saber
07 - 5:50 AM
08 - Eu Estou Aqui
09 - Luz



Álbum que faz parte do projeto da Rádio Kiss FM, é o sexto ao vivo da banda e o TERCEIRO SEGUIDO. Por isso, diferente dos outros, achei esse um tanto quanto desnecessário. Apesar do formato de gravação via videoconferência/transmissão ao vivo dia 20/09/2016, eu achei particularmente um pouco demais. Pra uma banda que não curtia ao vivos, digamos que eles estavam já exagerando ao meu ver. Mas é um disco bem gravado, só curto demais (nove músicas apenas).



No Seu Quintal (2017)

01 - História
02 - Ainda Vou
03 - No Seu Quintal
04 - Te Explicar
05 - Por que Você Não Sai?
06 - Despertar o Sol (part. Jorge Camargo)
07 - Lágrimas
08 - O Solitário
09 - Turn! Turn! Turn!
10 - Na Equação


O mais folk dos álbuns da banda, com um flerte com a MPB (na faixa "Despertar o Sol") e também do rock psicodélico e progressivo. Essa é a conclusão de "No Seu Quintal". Maduro, lindo, é um dos discos mais criativos e corajosos da atualidade na música cristã brasileira. O disco foi basicamente produzido por Lucca Bruno, filho de Zé Bruno e sobrinho de Jorge Bruno, com a ajuda de Rodrigo Guess. Originalmente era pra ser um disco ao vivo acústico que chegou a ser apresentado em 2016 (O SÉTIMO DA HISTÓRIA DA BANDA E QUARTO SEGUIDO! Ainda bem que não rolou, mesmo que fosse tudo inédita, kkkkkkkkk). A desistência foi pela qualidade sonora da gravação, e assim eles decidiram retrabalhar em estúdio, o que se revelou uma decisão acertadíssima.

A qualidade musical é inquestionável, com um quê também de nostalgia, em faixas como "Ainda Vou", que me lembraram logo do trabalho da banda Hibernia. O cover para "Turn! Turn! Turn!" de Pete Seeger ficou muito bem trabalhado. Confesso inclusive que nem conhecia o artista até esse cover, e a letra baseada em Eclesiastes 3 (lugar que também foi usado pela banda anteriormente para compor a faixa "Tempo" do "On the Rock") encaixaram bem com as ideias da banda (essa música anteriormente já havia recebido um cover de Larry Norman e também era muito cantada pela Amy Grant, entre outros artistas). A faixa título faz uma pequena homenagem a "My Sweet Lord" de George Harrison no canto de fundo de "aleluuuuuuuuia!". Referências aos anos 1960 e 1970 abundam nesse disco, algo maravilhoso de se ouvir.

No aguardo pelo que ainda virá, sei que será bom, se assim Deus permitir e eles poderem continuar a servir a missão de Cristo, como eles mesmo dizem, "até eu envelhecer e te encontrar".


Outras aparições da banda:

- Clip "Uma Onda de Calor" (1992)
- Renascer Praise I (1993), II (1995), III (1996) e X (2003)
- Vinde - Atitude e Solidariedade (coletânea, faixa "Fé e Obras", 1994)
- Faixa de abertura do SOS da Vida (2000)
- Fé e Obras (coletânea, faixa "Fé e Obras", 2001)
- Código C - Por Todos os Lados (faixa "Homens" - 2002)
- Marcelo Aguiar - Coração de Adorador (faixa "Ele Venceu" - 2005)
- Igreja Batista Koinonia (Show Bootleg, 2015)
- Mensagens Devocionais (disco de mensagens, 2016)
- Pontes (Show Bootleg, 2017)