quarta-feira, 26 de junho de 2019

Trino


Trino foi uma das melhores bandas de metal cristão nacional. Nascida em Vitória, Espírito Santo em 1993, começou como uma banda mais na linha do heavy, com o baterista Fábio Kiefer (Puritan), Luciano Fonseca no baixo, seu irmão Leonardo na guitarra e Marcos Rocha nos vocais. Logo migraram pra um som mais thrash metal. Em 1998, advindo da Afterdeath veio Alécio Marques no baixo e da Memorial Death veio Tom Chagas nas guitarras e vocal, formando a mais clássica de todas as formações da banda. Mesmo com diversas mudanças, inclusive de estado (num período em que Tom foi pra Piracicaba, SP, e levou o nome Trino com ele), a banda sempre manteve-se com um som forte, fundindo elementos de thrash, death, groove metal e hardcore.

Trino (demo, 1995)

01 - High Society
02 - Prozac
03 - Cê Pensa que Eu Não Sei?








Completamente diferente de tudo que a banda lançaria depois, essa demo mostra ainda uma banda mais galgada no heavy metal tradicional e speed metal, além de já um bocado de hardcore. Já nessa época entretanto eles já variavam, de músicas totalmente em inglês a faixas em português, uma tradição da banda. O som, a despeito da qualidade demo, é muito bom de se ouvir, lembrando bastante bandas como Holy Danger (dos futuros Tourniquet Guy Ritter e Gary Lenaire) e Saint.

"Cê pensa que eu não sei
Que a vida é vaidade
E que o mundo na verdade
é um poço de ilusão
a machucar seu coração
e que o rei da falsidade
que só pensa na maldade
que é sua destruição!"


Bahal is Dead (demo, 1997)

01 - Bahal is Dead
02 - Holocaust Show
03 - Follow Me
04 - Eloy, Eloy, Lamá Sabactaní!
05 - Who's Sick






Mais galgada no thrash metal do que a demo anterior, lembrando bastante em alguns momentos um crossover na linha do The Crucified, em especial em Holocaust Show "Samba, Carnaval, Samba, Carnaval, Samba, Carnaval, Samba Carnaval! - HOLOCAUST SHOW!", tal qual o primeiro disco, já trazia umas críticas à sociedade, além claro de letras mais direcionadas ao Senhor, como "Follow Me" e "Eloy Eloy Lamá Sabactaní" (inspirada na fala de Jesus antes de sua morte na cruz). Após essa demo a banda seria reformulada pra sua formação mais clássica e mais thrash/death metal, mas por ora a banda ainda era um speed/thrash meio crossover aqui.


Suffocated Breed (demo, 1998)

01 - Suffocated Breed
02 - Spite of the Death
03 - Your Time is Over
04 - Throw Away
05 - Searching for the Light






Agora sim a Trino que eu conheci anos atrás! Os vocais de Tom Chagas acrescentaram uma brutalidade fortíssima pra banda. Deathrash daqueles no estilo clássico de Mortification, Sepultura das antigas, Possessed e Death. Sem dúvidas a mais lembrada é a rapidíssima "Your Time is Over!", um crossover/grindcore delicioso de ouvir, mas no geral essa demo é um arranca-toco daqueles.


Relançamento de 2017
Suffocated Breed (EP, 1999)

01 - Endless Suffering
02 - Touch my Soul
03 - Suffocated Breed
04 - Your Time is Over
05 - Self Deterioration
06 - Searching for the Light
07 - Credo (Afterdeath cover)
08 - Greed Thirst

Extras de 2017

09 - Luchar! (unreleased)
10 - Price of Pain (unreleased)
11 - Credo (versão 2003)
12 - Your Time is Over (versão 2003)

Pesado na medida certa, Suffocated Breed (o EP) é uma evolução indubitável de tudo que rolara anteriormente. As pinçadas da demo (Suffocated Breed, Your Time is Over e Searching for the Light) ficaram ainda melhores, além obviamente do peso alucinante das faixas novas. A regravação de "Credo" feita por eles ficou tão marcante que não é muito difícil pessoas esquecerem que é um cover da Afterdeath. Bom demais ouvir músicas com essa pegada deathrash forte e sem firulas.

Em 2017 a Alerta Records em parceria com a Lex Metalis relançou alguns discos da banda. Um deles foi o EP, que ganhou uma capa nova (posteriormente comentarei de fato essa capa com mais detalhes), além de quatro faixas bônus, duas delas INÉDITAS (Luchar! e Price of Pain). As regravações de Credo (essa versão acabaria se tornando a "default" em shows da banda a partir de 2003, quando ela foi feita, com um acréscimo curioso nos dois primeiros versos da última estrofe "Eu não acredito nos astros do céu, eu não acredito em Papai Noel!") e Your Time is Over (que também tornar-se-ia a versão mais padrão a ser executada pela banda) apareceram pela primeira vez na coletânea 10 Anos, gravadas em 2003, mas só lançadas no ano seguinte. "Luchar!" foi a primeira da banda feita em espanhol, algo que seria bem raro por parte deles.

Versão alternativa, provavelmente de 2003
Nela já constam as faixas bônus.




Versão de 2017
More than a New Life (2001)

01 - The Hatred Seed
02 - Nothing but Pride
03 - Corrosive Pride
04 - Insanity for Infinity
05 - More than a New Life
06 - Implicit
07 - Immaculate
08 - Belief (Regeneration)
09 - Face Without Soul
10 - Hallucinative Percepcions
11 - Escape
12 - Cultura de Muerte
13 - (Secret/Hidden Track)

Bônus (2017)

13 - Rapture (Metal Mission, 2001)
14 - Condamnation Land (Secret/Hidden Track da versão original)
15 - Milícia (Com Antidemon e Atonement, com o nome "Moshab")

Primeiro full da banda, "More than a New Life" mostra nesse disco a pegada meio groove metal/hardcore mais forte. Os vocais de Tom aqui parecem muito com os de Max Cavalera dos tempos de Chaos A.D. no Sepultura. Aliás, a banda toda seguiu esse som, mas sem perder a essência de ser a Trino, nem as letras fortes, combativas e diretas ao ponto. Aqui a banda decidiu fazer um disco em linguagem em sua maioria não-nativa, sendo a maioria das faixas em inglês, a exceção de "Cultura de Muerte", que apesar do título é em português, só o termo "cultura de muerte" que tá em espanhol. No que tange a som, a banda tá arrebentando tudo mesmo, seguindo a tendência musical que eles fariam ao longo dos anos a seguir. O baixo de Mirko Moratti acabou dando o encaixe necessário pra moldar em definitivo o que seria "o som da Trino". Ainda vale a pena citar os violões de Tom e Douglas Chagas em Belief, uma faixa que é um acompanhamento acústico pra uma narração (Douglas também faria outra participação nas guitarras em "Insanity for Infinity", ao passo que Samuel "Bill" Junior tocaria guitarra em "Face Without a Soul", uma das minhas prediletas desse disco).

Em 2017 teve o relançamento do álbum, e mais três faixas novas apareceriam aqui. Quer dizer, uma delas de nova não tinha nada: Condamnation Land, faixa que vinha desde a primeira versão do disco como uma hidden track. Rapture apareceu em algumas versões do primeiro lançamento, mas seu lançamento original foi na coletânea "Metal Mission: Brazilian Collection, vol. 1" de 2001, bem como "Milícia", uma faixa curiosa que originalmente saiu nessa coletânea com o nome de banda Moshab, que nada mais era que uma jam session com membros da Trino, Antidemon e Atonement (só não sei precisar quem de quem, talvez um dia Flávio de Souza me ajude com essa info).

EDIT: Márllon Matos mais uma vez me ajudando kkkk. Moshab era: Fabio Kiefer na bateria, Tom Chagas e Kléber (ex-Antidemon) nas guitarras, Mirko (Atonement) no baixo e Batista (Antidemon) e PC Garcia (Atonement, Vox) nos vocais.

Versão alternativa do disco, única com o nome da faixa oculta "Condemnation Land"
na tracklist (antes do relançamento)



Relançamento 2017
Oposição (2003)

01 - Prelúdio/Oposição
02 - Olho por Olho
03 - Procissão
04 - Abismo
05 - Demência
06 - Altares da Consciência
07 - Em Nome da Discórdia
08 - Doutrina do Ódio
09 - Nunca Mais Sonhar
10 - Chamas da Insurreição
11 - Chagas Abertas

Bônus (2017)

12 - O Ódio nos Olhos de Vocês
13 - Respeito
14 - Nova Disciplina

"Aos oprimidos e miseráveis, nossa luta
Aos detentos e enfermos, nossa dor
Aos oprimidos e injustiçados, nossa voz
A todos que fazem oposição ao sistema da mentira que impera neste mundo, nosso respeito.
Todo nosso louvor àqueles que se despojaram de si mesmos, e ofereceram suas vidas para fazer justiça.
Ao maior exemplo de todos, o CORDEIRO IMACULADO, nossa eterna gratidão!"

Sem dúvidas o disco mais famoso da banda, e o primeiro que eu ouvi deles na vida, creio que no ano que lançou ainda, em 2003 (!). Difícil até dizer com toda precisão qual o som prevalecente nesse álbum, que é uma fusão alucinada de thrash metal e crossover/hardcore. Letras fortes, críticas até o tutano, como "Oposição" (a faixa título), "Olho por Olho", "Doutrina do Ódio", "Chamas da Insurreição", "Procissão", "Demência", enfim, difícil escolher uma só tão boa ao ponto de selecionar como a melhor. No inverso completo do disco anterior, esse foi completamente em português, com os vocais de Tom gritados, porém limpos, fáceis de se entenderem - o que torna a forte mensagem ainda mais simples e direta! Que disco, meus amigos! Pra mim um dos melhores discos da história.

Na versão relançada de 2017 vieram as três faixas inéditas da coletânea Dez Anos, falarei melhor no disco abaixo.

Curiosidade: O sonzinho estranho no início do disco foi extraído da intro de "Pigs (Three Different Ones)" de Pink Floyd, do seu álbum "Animals" de 1977. Sim, é um ronco de porco kkkkk. Anos depois, na Puritan, a temática suína voltaria à tona.


Dez Anos (2004)

01 - O Ódio nos Olhos de Vocês
02 - Respeito
03 - Nova Disciplina
04 - Your Time is Over (nova versão)
05 - Credo (nova versão)
06 - Oposição
07 - Demência
08 - Olho por Olho
09 - Procissão
10 - Altares da Consciência
11 - Abismo
12 - Cultura de Muerte
13 - The Hatred Seed
14 - Corrosive Lie
15 - Nothing but Pride
16 - Escape
17 - Insanity for Infinity


Só uma banda como Trino poderia ter uma compilação tão forte e ranca-toco como a Trino As regravações de "Your Time..." e "Credo" ficaram geniais (já comentei no post sobre "Suffocated Breed"), bem como a seleção das faixas - e a quantidade de músicas escolhidas do "Oposição" já mostra a força do último disco de estúdio. As faixas novas são muito fortes, com letras críticas e meditativas ao extremo. Até uma releitura de uma frase famosa de Karl Marx aparece em "Respeito": "A religião se torna ópio quando nega a informação!", afora a frase bem incomodadora "o cristianismo virou capitalismo sob as mentiras da lei!" de "Nova Disciplina". Vale demais a pena procurar esse álbum, apesar de ele estar fora de catálogo a anos.

Versão alternativa do 10 anos, data desconhecida



666 Corporation (2005)

01 - Intro
02 - 666 Corporation
03 - Anátema Social
04 - Hipócritas!
05 - Sacro Sodoma
06 - Idiotologia
07 - Sofisma
08 - Do Crucifixo ao Prostíbulo
09 - Intro II
10 - Mais Podre que as Vísceras de Hitler
11 - Câncer Branco
12 - Fratricídio
13 - Intro III
14 - Anticristianismo Terceiro-Mundista

A intro desse disco já me deu muito problema viu... minha mãe me perguntando se eu tava ouvindo disco católico kkkkkkkkkkkkkkkk

666, Vaticano Corporation! Esse álbum, o último com Tom e Fábio na banda, mais a ajuda de Fernando Martins no baixo e voz, é um dos mais pesados da banda. Todo em português, mas com elementos tanto da fase deathrash como da fase mais crossover/HC. É basicamente um disco conceitual, colocando abaixo as ilusões de um país como o Brasil, que se julga um país cristão católico e supostamente firmado nas verdades do Evangelho, mas só os idiotas não percebem o quão enfiados na lama de Sodoma, do capitalismo selvagem, do legalismo e nacionalismo hipócritas e de todas as ideologias (de esquerda ou direita) anticristãs que consomem nossa nação de cima pra baixo e do centro do poder pras margens. Um disco de 2005 que permanece tão atual e real que assusta. Sem dúvidas Trino nunca teve medo de dizer sem dó nem piedade a verdade nua e crua de um povo como nós, tão longe da verdade e da sabedoria que só o Verdadeiro Deus pode dar.

Esse disco marcou a primeira vez que os vi ao vivo (eu poderia ter visto antes, já que a vinda deles aqui em Recife nem era algo tão incomum, mas quis Deus que fosse apenas em 2005). Esse show de agosto de 2005 foi sem dúvidas minha virada musical, foi ali que eu disse "é isso, metal is the law!" haeuhaeuhaeu não foi bem isso que eu falei, mas sem dúvidas Trino mudou tudo, foi ali que eu passei a curtir de verdade metal, e não larguei mais. Faz tempo né... e tem gente que acha que eu sou doido ou perco tempo com isso, ou que eu não cresci, ou sei lá o que mais. DANEM-SE! Não sabem como é bom ser o que você realmente gosta, pouco se lixando pros padrões inúteis de uma sociedade ilusória e patética, onde as palavras de ordem são "mentir, trair e julgar". HIPÓCRITAS!


Evora (2009)

01 - Chapel of Bones (intro)
02 - Nothing Left to Bleed
03 - Darkest Before Dawn
04 - Zeitgeist Addendum
05 - Stronger than Ever
06 - Enemy in Me
07 - Justice as Possession, War as Salvation
08 - Downright Hostile
09 - Parasites of 666
10 - Greed Sphere Domain
11 - Evora

"Nós ossos que aqui estamos, pelos vossos esperamos". A inscrição mais famosa da Capela dos Ossos, em Evora, Portugal, serviu de inspiração para poemas e para reflexão de muitos sobre a transitoriedade dessa vida. E que tema genial para a Trino falar. Essa Trino, aliás, faça-se menção, já que esta versão da banda poderia ser chamada de "Trino SP". Formada por Tom Chagas e mais dois membros novos (Beto Nalin no baixo e Jean Novaes na batera), teve a bênção do único membro fundador que estava na banda até então, Fábio Kiefer, para seguir com o nome. Evora foi lançado de maneira virtual, algo novo praticamente pra cena até então um disco inteiro lançado legalmente pela banda para download, mas quem pegou pode se considerar sortudo, pois pegou um material que em nada deixa a desejar nem a dever aos álbuns anteriores. Os vocais de Tom aqui estão fortíssimos, fora que o timbre inconfundível de suas seis cordas continua firme e forte aqui, em combinação com os novos membros, que mantiveram a qualidade e o peso. Evora musicalmente falando parece uma expansão mais forte e bem produzida de "Suffocated Breed", tamanho o peso, mas a levada clássica não se perde de forma alguma aqui. Recomendadíssimo! Como último disco de inéditas da banda, esse é um verdadeiro tesouro.


AntiBesta (2012)

01 - 666 Corporation
02 - Oposição
03 - Sofisma
04 - Olho X Olho
05 - Demência
06 - Credo
07 - Abismo
08 - Cultura de Muerte
09 - Procissão
10 - Your Time is Over


Depois de alguns anos de silêncio, 2012 marcou o retorno, embora curto, da Trino. Alguns shows, com uma nova formação que muitos até chamavam de "PuriTrino", já que eram os mesmos então membros da Puritan (Fábio Kiefer de volta na batera, Bruno Max no baixo, Flávio Mello na guitarra) e mais os vocais de Geandro Silverol. No que tange às músicas e proposta, "AntiBesta" nada mais é que um disco de regravações. O quanto isso é ruim? NADA. As releituras, nos vocais de Geandro, saíram absurdamente mais pesadas, com seus guturais fortíssimos, retomando a pegada death metal clássica da banda, mas sem perder os elementos de crossover/hardcore, o que fez com que algumas músicas soassem meio metalcore ou deathcore até (!). Na época do lançamento eu devia estar muito excitado pela turnê da banda que passou por aqui pra notar algumas coisas e cheguei a dizer "Esse disco é O MELHOR da banda". Hoje em dia, anos depois e com a maturidade devida, posso dizer que sim, é um disco muito bom, perfeito pra quem quer um som mais pesadão, mas que não, esse não é o melhor disco, e a verdade é que em alguns momentos as versões originais são melhores sim. Não desmerecendo o esforço desse álbum, uma bela homenagem a tudo que a Trino original (A Trino-ES, em detrimento à do álbum anterior, a Trino-SP kkkkk) havia até então feito, mas eu diria que a banda mais "deathmetalizou" as músicas originais na realidade. Sim, é um bruta disco, mas tenho que deixar bem claro que é em nível de som não chega tão perto assim das originais. Ainda assim, uma ótima despedida pra essa que foi sem dúvidas uma das mais brutais bandas de metal cristão brasileira.


TRINO (Box-set, 2017)

Os packs mais completos incluíam:

Box-Set com cinco CDs
DVD com uma apresentação da banda em Recife de 2005 (eu tava lá!)
Adesivo
Squeeze
Camiseta



Pack comemorativo a muito planejado pela Lex Metalis, que com a ajuda da Alerta Records conseguiram juntas lançar esse projeto. Um dos discos falarei melhor abaixo, 95-98.


95-98 (2017)

01 - High Society
02 - Prozac
03 - Cê Pensa que Eu Não Sei?
04 - Bahal is Dead
05 - Holocaust Show
06 - Follow Me
07 - Eloy, Eloy, Lamá Sabactaní!
08 - Who's Sick
09 - Suffocated Breed
10 - Spite of the Death
11 - Your Time is Over
12 - Throw Away
13 - Searching for the Light

Fantástico trabalho de restauração de faixas, "95-98" deixou todo o som das demos numa qualidade aceitável e maravilhosa. Também é um serviço muito irado pra podermos acompanhar a evolução da banda lá nos seus primórdios. A capa, junto com a dos outros relançamentos (Suffocated Breed EP + Bônus, More than a New Life e Oposição), formam o símbolo da banda em formato gigante. Não duvido que teve quem comprou a coleção completa duas vezes só pelas capas kkkkkkkk.

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Ver também

Afterdeath
Puritan

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Mortal




Ed Benrock (bateria, ex- Lifesavers Underground)
Troy Yasuda (guitarras), Jyro Xhan (guitarra e voz) e
Jerome Fontamilas (baixo e voz)


Mortal, nascida como Mortal Wish em 1988 e renomeada para Mortal em 1990, foi um projeto musical americano de rock e metal industrial (sendo a precursora do estilo, juntamente com Circle of Dust/Brainchild, Deithphobia e Argyle Park/AP2, que viriam a surgir pouco tempo depois), dance music e a partir do terceiro disco inseriram influências do rock alternativo e hard rock. Comandada pelos filipino-americanos Jyro (ou Gyro) Xhan (Fold Zandura) e Jerome Fontamilas (Fold Zandura e posteriormente Switchfoot), durou entre 1988 e 1996, com um retorno rápido em 2002. O som deles eram uma fusão muito interessante de estilos, o que ocorreria se Nine Inch Nails se juntasse em alguns momentos com Information Society. A princípio um duo project, a partir de 1994 assumiu de fato um formato mais banda, com a entrada de Ed Benrock na bateria e Troy Yasuda nas guitarras. Uma coisa admirável na banda é sua curiosa linguagem nas letras, sempre bem construídas e com uma visão teológica bem avançada, algo até raro no meio do rock cristão ter uma linguagem tão fortemente apegada a teologia.

Nessa review falarei de Mortal, seu passado como Mortal Wish e dois projetos paralelos similares (Jyradelix e Juggernautz). Fold Zandura ficará para um momento posterior.

Mortal Wish - Early Cuts (demos, 1988)

01 - Communion (Early Mix)
02 - Love Shining
03 - Suggestion For
04 - Your Heart (Early Mix)
05 - Traci Found
06 - The Opening
07 - Go by Faith
08 - Paper Plane (Early Mix)

Pegada bem na linha do Information Society ou do Pet Shop Boys, entre outros grupos de dance music e trip-hop dos anos 1980. Curioso não terem usado essas faixas ao longo da carreira, a exceção das early mixes, que retornariam no EP seguinte. As letras dessas faixas não lançadas já mostravam uma qualidade singular em falar de situações pessoais e experiências cristãs, além de conceitos bem geniais a nível teológico, em especial na minha predileta da banda nessa fase, "Communion".

Curiosidades: O final de Go by Faith (única que não achei suas letras no site MortalFold) me deu um susto, grito bizarro kkkkkkkkk. Não confundir esse Mortal Wish com a banda secular de black metal satânica brasileira.


Mortal Wish - Wish Fifteen (EP, 1988)

01 - Communion
02 - Little-Mis-Obvious
03 - Wish 15 (Secret Mix)
04 - Somewhere Summer
05 - Your Heart
06 - Paper Plane (intro)
07 - Paper Plane




EP que segue bem a linha das gravações demos, a pegada industrial vai aparecendo aos poucos, como em "Little-Mis-Obvious", mas a pegada dance ainda é mais forte aqui. Letras geniais e pegadas únicas. Aqui Jyro e Jerome contavam com a ajuda de Ray Tongpo e Wilson Peralta. Chega a ser impressionante como algo dessa dimensão tinha sido forjado naquela década de 1980, quando a maioria das bandas cristãs eram mais focadas no hard/glam/heavy clássico e nos primórdios do power e thrash metal, além de algumas de punk e new wave/gothic, uma banda se destacar das demais fazendo um som assim e com letras bem sacadas, como a genial "Communion":

How can you decide to change your life and not change the world?
When you seem to have the gift to see beyond the world?
For a man can't paint a picture without changing the scenery
And all the colors of faith can paint what the future sees

Come on, let us pray, get down on our knees and talk with the Lord
Come on let us take time for communion

How can we be free to watch the days go by
Without trying, without hoping to reach a stranger's heart?
When religion turns to fashon and belief becomes a trend
And legalistic ideals become the means to an end

Come on, let us pray, get down on our knees and talk with the Lord
Come on let us take time for communion

Let's take our time, take our time, take our time communion

Though a fool without instruction may trample down the walls
You can strengthen the foundations with prayer
Or you can watch them fall

Come on, let us pray, get down on our knees and talk with the Lord
Come on let us take time for communion  (2x)

Communion, let me hear you pray

Amo os arranjos de Paper Plane. Aquela sensação de estar em num jardim com pássaros e um sino deixam tudo bem calmo e suave.


Jyradelix (Mortal vs. Psycho-Lizards) - Invincible (1992)

01 - Invincible
02 - Out for Love
03 - Four 29-92
04 - Feeling is Believing
05 - Friday (Bio Mix)
06 - Lisa Rd.
07 - Mysteria (Babylon Mix)
08 - Repercussions
09 - Psycho-Lizards (Sane Mix)
10 - They are Beautiful Gem Version
11 - Invincible (Lift Mix)
12 - Ol' McRave

Disco colaborativo entre a Mortal (já formada como o duo Jyro/Jerome) e o projeto Psycho-Lizards (do irmão de Jerome, Johann Fontamillas, mais Bliss Friday, Love Villian e Wilson Peralta, esse ex-Mortal Wish). Ainda mais voltado pra uma pegada trance/trip-hop, conta em sua maioria com letras bem curtas, mais enfatizando a sonoridade mesmo. Uma faixa em especial acabou ganhando maior repercursão: "Invincible (Lift Mix)", que depois foi rearranjada e virou simplesmente "Lift" pra participação da Mortal no Intense Live Series em 1993. Recomendadíssima para fãs de uns momentos "danceteria", em especial pela inclusão de alguns remixes, acredito que provenientes de filmes (técnica que a Mortal e Deithphobia seriam especialistas, bem como algumas bandas de grindcore por aí afora tipo Vomitorial Corpulence e Desolate Death).

Curiosidades: Ol' McRave é uma versão dance da canção infantil "Old McDonald" (Seu Lobato ou Seu MacDonald aqui no Brasil). Sério haeuhaeuhe


Lusis (1992)

01 - Enfleshed (The Word is Alive)
02 - Mytho-X
03 - If Ever Maria
04 - Fisherman
05 - Painkiller
06 - Tuesday Assassin
07 - Rescinding
08 - Cryptic
09 - Miracle Man
10 - Santa Cruz
11 - S.F.N. (instrumental)
12 - Sinister
13 - Enfleshed (Alive is the Word) (Remix)

Disco absurdamente incrível e pouco rememorado atualmente, Lusis levou Mortal a ganhar da CCM Magazine o prêmio de banda de rock revelação de 1992. Produzido por Terry Scott Taylor (da Daniel Amos) e Allan Aguirre (da Scaterd Few, banda de hardcore/reggaee que também é genial pelas letras bem sacadas), segue a fusão de industrial com dance, como o hit "Mytho-X" e suas falas sobre Jesus baseadas no pensamento dos que estavam a seu redor ("Rebel, Pariah, Hero, Warrior, Legend, Demigod, Savior, Messiah!, What is Real, God, man, Mytho-X!"). Mytho-X tocou em muitas rádios de dance de Los Angeles na época, virando um dos maiores sucessos da banda até hoje, com os samples bem sacados de Errol Flynn. "Fisherman" foi composta em homenagem ao pai de Jyro, C.D.C. Da Villa, que fora pescador. Letras fantásticas como sempre, fora do normal, como a declaração de fé contida em Cryptic ("Peace, Hope, Love, Jesus Christ!") e em Painkiller (com sua pegada bem a lá NIN), mas a mais impressionante sem dúvidas é "Enfleshed", com sua visão da encarnação de Cristo e sua vida em meio ao caos desse mundo, a certeza de que "The Word is Alive and Alive is the Word!" Em nível de peso, "Santa Cruz" e "Tuesday Assassin" são as mais metálica, bem na linha do Ministry.


Fathom (1993)



01 - Alive and Awake
02 - NePlusUltra
03 - Rift
04 - Jil Sent Me
05 - Ex-Nihilo
06 - Above and Beyond
07 - [Silence]
08 - Rainlight
09 - Bright Wings
10 - XIX
11 - Promulgate
12 - Electrify
13 - Godspeed

Hey folks, rise and shine! O segundo álbum da Mortal veio mais galgado no industrial metal, sendo o disco mais pesado da banda nesse quesito. Apesar disso, nesse disco eles flertam com algumas outras sonoridades, como o hip-hop em "Neplusultra" (com os vocais principais assumidos por Mark Salomon das bandas The Crucified, Outer Circle e Stavesacre). Aliás, além do Mark, outro futuro membro da Stavesacre e do projeto industrial CHATTERbOX aparece aqui, Jeff Bellew, ajudando na bateria. Os dois também dariam uma força em Promulgate e Jeff ajudaria na batera de Alive and Awake (faixa que a banda adotaria como de abertura em vários concertos ao vivo deles) e Mark ajudaria nos vocais da longuíssima Godspeed (11:36, reduzidos na versão coletânea anos mais tarde). A faixa Bright Wings foi adaptada de um poema chamado "God's Grandeur" de George Manley Hopkins. "Rift" ficou bastante famosa graças ao videoclipe - único na carreira do Mortal até onde eu saiba, virando a faixa mais pedida em shows da banda graças a essa exposição (falarei acerca do clipe a seguir). Jil Sent Me é a mais curiosa , com um violoncelo e uma sonoridade bem mais pop do que o comum até então pra banda. Genialíssima! A pegada pop reaparece em Bright Wings, já Electrify mostra um lado mais doom/gótico da banda.


Rift (LaserDisc, 1993?)

01 - Rift (Videoclipe)
02 - Making off do videoclipe de Rift




Um dos melhores - quiçá o MELHOR - videoclipe cristão da história, mostrando uma situação cruel e real - e ainda muito atual - que é o abandono dos filhos dentro da própria casa e o aumento de casos de suicídio infantil, mostrando crianças em situações de abuso as mais diversas, como espancamento, desprezo paternal/maternal, abusos sexuais, etc. As cenas do clipe são tão fortes que chegaram a receber um aviso de parental advisory (não na capa do LaserDisc em si, mas um aviso no início do videoclipe). O making off é muito bom também pra entendermos não só como o clipe foi feito, mas perceber o cuidado pra que apenas fosse uma representação da violência, não houve nenhuma criança realmente ferida durante a produção. Esse é o tipo de videoclipe que faz falta no meio cristão, tal qual "Will You" de P.O.D. (outro videoclipe irado). Recomendo bastante.

Esse videoclipe sempre me remete à "Mommy Dearest" da também cristã banda de industrial gothic metal Rackets & Drapes. A temática de violência paterno-maternal aqui também se faz presente nessa introdução perturbadora ao primeiro EP da R&D.


Intense Live Series Vol. 5 (1993)

01 - Lift (Invincible (Lift mix) from Jyradelix reprogramed)
02 - Tuesday Assassin
03 - One Tree Hill (U2 cover)
04 - Rift
05 - Thy Word (Amy Grant cover)
06 - Cryptic





Gravado em 10/04/1993 ao vivo nos estúdios da Intense Records, esse foi o último disco do projeto "Intense Live Series". Bem mais simples que os de outras bandas, com nenhuma faixa de "in studio" ao contrário dos das outras antecessoras, esse veio com três regravações da banda, duas do primeiro disco (Cryptic e Tuesday Assassin) e a clássica "Rift" do disco anterior, Fathom. Lift é uma reprogramação de "Invincible (Lift Mix)" do projeto Jyradelix (Mortal vs. Psycho-Lizards), mais crua e limpa. Também se destacam obviamente os covers irados de "One Tree Hill" do U2 e a clássica "Thy Word" de Amy Grant, seguindo com exatidão o estilo da banda.


Wake (1994)

01 - Paradigm One
02 - June First
03 - Mother's Day
04 - Vial (instrumental)
05 - Filter
06 - Speed of Sound
07 - Oceanful
08 - Serpent-Teen
09 - Moons & Suns
10 - Fall
11 - Sold
12 - God of 3 Strings
13 - Nowhere Man
14 - To My Darling Whippoorwill

Já como banda de fato (Jyro/Jerome/Troy/Ed), a banda incorporou elementos mais próximos do rock alternativo (uma previsão do que seria seu trabalho no Fold Zandura), grunge e de hard rock, afora o pop que já vinha rolando desde o disco anterior. Ok, a faixa inicial, "Paradigm One" (com sua letra originalíssima), já dá o clima mais hard/alternativo do disco. Uma coisa que eu sempre me intriguei é com a capa, que o sino dá pra entender que é referência a acordar, mas o que aquela criatura meio do hinduísmo tá fazendo lá em cima? kkkkk Polêmicas à parte (me lembro logo da capa de "The Fundamental Elements of Southtown" do P.O.D.), esse disco marca essa mudança sonora da banda. Uma mudança que inclusive é meio difícil de eu digerir, pois afora a faixa de abertura eu não fiquei muito a fim das faixas seguintes (kkkkkk). As faixas seguintes tem uma pegada bem na mesma linha. "June First" é uma faixa romântica, já "Mother's Day" o título já diz tudo, uma homenagem às mães. Filter é uma faixa dedicada à Ruanda, tal qual "Ruanda" de Afterdeath, sobre a situação precária do povo de lá em meio à guerra civil. Algumas belas passagens instrumentais como "Vial" dão ao disco esse ar experimental. "My Darling Whippoorwill é outra homenagem, dedicada aos amigos da banda. A balada "Speed of Sound" (o nome chega contradizer né kkkk) é bem bela, mas fora do que poderíamos imaginar da banda. Enfim, é um disco interessante, mas não chega a ser um dos meus prediletos.


Pura (também chamado "Mortal Presents > Pura", 1995)

01 - Judah
02 - Grip
03 - Sand Starr
04 - Solamente
05 - Nightfall and Splendor
06 - Pura
07 - Liquid Gift
08 - Gaza
09 - Bells
10 - Nightfall

Repleto de canções instrumentais meditativas, como Judah, Sand Starr (homenagem à Michaela Starr Smith), Pura (dedicada à esposa de Jyro, Carla Joy Phillips) e Solamente (homenagem ao poeta chileno Pablo Neruda e seu poema "Esta Noche Puedo Escribir", poema favorito de Jyro e que seria referenciado também na faixa "Serena" do Fold Zandura), além de alguns momentos industriais (como "Grip", uma das faixas mais agitadas da banda). Nightfall & Splendor tem os vocais fabulosos de Holly Steinhilber, que dá uma variação no som clássico da banda (ela reaparece na reprise, "Nightfall").

Como a própria banda especifica no disco, não é um disco como os dois primeiros, mas meio que uma "soundtrack da vida", um disco feito para diversos momentos diferentes do nosso viver. Basicamente seria o último disco do projeto, já que eles estavam partindo pro Fold Zandura (devido a problemas legais com a gravadora), e de fato foi o último deles lançado pela Intense Records. Mas como você já imagina, eles ainda queimariam um pouco mais de lenha...


Mortal (1996)

01 - Mission
02 - Kingflux
03 - Overmind
04 - Anything
05 - Scalawag
06 - Mighty Force
07 - Fray Lagoon
09 - Rail, Road
10 - Run (Atmostrange)
11 - Streamrunner


Totalmente voltado pro rock alternativo (embora sem perder alguns elementos do industrial, como é possível ver por exemplo em "Overmind" e "Mighty Force"), o autointitulado álbum de 1996 segue a ideia musical similar ao que Jyro e Jerome faziam no Fold Zandura. Liricamente continuam inacreditáveis, como na linguagem de Kingflux sobre a perfeição contínua, porém movimentação constante da criação divina, ou a sci-fi "Fray Lagoon", sobre um assassino que não encontra paz na sua "profissão". Essa ideia de sci-fi seria aproveitada no último álbum da banda anos mais tarde. O experimentalismo nesse disco é marcante, como é possível notar na trance "Scalawag". Não fez tanto sucesso (principalmente por ter sido distribuído por uma gravadora menor, 5 Minute Walk), mas é um bom álbum sem dúvidas.

Godspeed (erroneamente subtitulado "(1991-1994)", 1998)

01 - Paradigm One (Wake)
02 - Alive & Awake (Fathom)
03 - Grip (Pura)
04 - Mytho-X (Lusis)
05 - Rift (Fathom)
06 - Bleeder (coletânea Brow Beat - Unplugged Alternative)
07 - Cryptic (Lusis)
08 - Lift (Intense Live Series V)
09 - Mother's Day (Wake)
10 - Solamente (Pura)
11 - Fray Lagoon (Mortal)
12 - Jil Sent Me (Fathom)
13 - Kingflux (Mortal)
14 - Enfleshed (Lusis)
15 - Godspeed (radio version) (Fathom)


Coletânea da KMG muito bem feita, com a participação direta da banda na escolha das faixas e também nos comentários de cada uma (apesar de não ter as letras delas aqui, cada comentário mostra a história das canções). Foi com essa coletânea que comecei minha vida de fã dessa banda. Apesar do subtítulo 1991-1994, aqui aparecem músicas dos discos Lusis (1992) ao Mortal (1996), além de uma faixa que saiu na coletânea "Browbeat - Unplugged Alternative" de 1993 pela Alarma Records, uma faixa que a própria banda achou curioso como iriam fazer um som acústico sendo eles uma banda tão "plugada". O resultado é surpreendente (no sentido positivo mesmo!). Godspeed aqui ganha uma versão mais curta e amigável para rádios. De resto, faixas muito boas e bem escolhidas, sem dúvidas.

CURIOSIDADE MÓRBIDA: A KMG conseguiu entretanto cometer um erro imperdoável: Lembra da música Bleeder? Pois bem, não é ela que saiu nessa coletânea, e sim "Crack", faixa da banda L.S.U.. O Porquê desse equívoco? Nem me pergunte...


Juggernautz - Juggernautz (2002)

01 - Reach
02 - UR
03 - Everyday
04 - Fury
05 - Mandarin Sky
06 - Pacificoaster
07 - Everlasting
08 - Don't Be Afraid
09 - Believing
10 - You Are the Light


Depois de alguns anos sumido, Jyro fez um projeto solo chamado Juggernautz. Influências de rock industrial e dance somadas a um pouco de rock alternativo dão a tônica desse disco, bem diferentão. Mandarin Sky teve a participação de Carla Joy (esposa de Jyro) nos vocais, de resto é um projeto experimental bem próximo do que o Mortal fazia nos primeiros dois álbuns. Acabou servindo para reunir Jyro e Jerome (este já à época fazendo participações no Switchfoot, onde depois viraria membro oficial) num último disco da banda Mortal.


Nu-En-Jin (2002)

01 - Tenn0
02 - Mr Ar0chet
03 - Dymenshan (Kr-Krik-P0p!)
04 - Muj0 (Uncertainty Mx)
05 - Vilan C0rp (Spy Mx)
06 - FMZ4
07 - Fl0ranclaude
08 - Teraferma
09 - Cl0udbust
10 - Myth0 Ex (Green Edit)
11 - The W0rd is Alive (Jer0mix)

Sombrio e bem mais eletrônico que os discos anteriores da banda, Nu-En-Jin segue com letras fantásticas, um clima meio sci-fi (a faixa "Mr Ar0chet" mesmo segue essa ideia), e assim segue pelas 9 faixas inéditas do disco. Menos conhecido que os outros discos (infelizmente), é uma ótima pedida. As reprogramações de Mytho-Ex e Enfleshed aqui também valem muito o disco.

Desde 2002 Jyro seguiu como diretor, DJ e guru de um coletivo musical de estilos variados por mês, além de participar da banda LCNA (ex-Lucena) usando as iniciais JFM (provavelmente advindas do nome real dele), além de trabalhar pra Metro One Music. Já Jerome segue a anos no Swtichfoot, onde toca teclado, guitarra, alguns outros instrumentos e faz back vocais. Na Switchfoot ele já gravou cerca de sete álbuns.

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Ver também

Fold Zandura
Switchfoot
Lifesavers Underground
CHATTERbOX
Stavesacre
The Crucified


sábado, 22 de junho de 2019

Troad


Troad foi uma banda paulista que surgiu no finalzinho dos anos 1980 e durou até o início dos anos 2000, sendo criada por 3 dos filhos do jazzista Reinaldo Mayer, Rod (guitarra, violão e voz), Rosana Abbud (voz) e Rosângela "Pitita" (bateria, um caso raro na história do rock). Por ela passaram nos primórdios duas cantoras fantásticas: Ana Raia (também piano) e Jimena (Rhimena) Abécia, além de músicos como Esdras Gallo (saxofone), Jeziel Liasch (programação M.I.D.I., também membro da banda de black music cristã Banda Rara), Cebolinha (guitarra, também membro do Actos 2 e Kadoshi), Márcio de Carvalho "Woody" (teclados, também do Oficina G3 e Renascer Praise e vários outros) e Jader Junqueira "Jadão" (baixo, também do Katsbarnea). Esses e mais Emil Szabo e Edmilson Bosco nos arranjos de metais, gravariam o fantástico disco "Águas" de 1991. Posteriormente a banda sofreu uma enorme reformulação, em especial a troca de Rod Mayer por Volpi Vox e com essa reformulação, que deixou a banda mais "banda" de fato lançaram mais 2 álbuns, além de um especial de Natal chamado Natal Ville (já que boa parte da banda fazia parte da Igreja Renascer Alphaville) e foram os principais divulgadores do movimento Sou Careta Drogas Bah!, que com os Show Careta Drogas Bah! levavam pelo país afora a luta contra as drogas. Curioso que muitos conhecem esse movimento hoje em dia e nem imaginam que a Troad foi a maior divulgadora!

Águas (1991)

01 - Excelente
02 - Águas
03 - Fala Senhor
04 - Renascer
05 - Herói
06 - Capital
07 - Pai da Eternidade
08 - Árvores
09 - Só Depende de Você



Mais calmo, com várias canções épicas, como "Águas" (com as três vocalistas fazendo um vocal irado), "Árvores" e "Excelente" (essa última ganharia anos depois uma versão lindíssima de Sandra Simões com o compositor original dessa música, Tarcísio Barbosa). Além desses sons mais suaves, também conta com canções mais ritmadas, como o rock de "Renascer", o funk de "Capital" e a pegada meio jazzística de "Pai da Eternidade", tudo isso com letras geniais de Tarcísio Barbosa e do próprio mestre Rod Mayer. Disco pouco lembrado na atualidade, entretanto entrou na lista dos 100 maiores discos cristãos dos anos 1990, na 88º posição.


Sinceridade prá Mudar (1995)

01 - Sinceridade prá Mudar
02 - Adoradores
03 - Circunstâncias
04 - Inspirador da Vida
05 - Jericó
06 - Utopia
07 - Pés na Areia
08 - Trilhar
09 - O Tempo Passa
10 - A Busca

Reformulação bem vinda, a banda ganhou uma pegada bem mais moderna que a do primeiro disco, adquirindo elementos do funk americano e do rap, "Sinceridade prá Mudar" (que ganhou um videclipe irado na época) traz músicas bem mais acessíveis, mas mantendo a qualidade nas letras. A releitura da tradicional "Jericó" ficou muito boa, além de "Circunstâncias", uma faixa com uma letra absolutamente genial e uma levada mais heavy metal, fugindo um bocado da linha mais black music tradicional da banda. O surf rock de "Pés na Areia" (composta por Estevam Hernandes, Brother Simion e Rod Mayer - olha que time!) também é muito digno de nota nesse álbum, que provavelmente é o que passa mais despercebido dos três da banda.


Por um Fio (1998)

01 - Vinte e Cinco do Doze
02 - Mais Nada
03 - Mosca
04 - Uma Voz
05 - Eletricidade
06 - Tempo Certo
07 - Onde Você Está?
08 - Música no Ar
09 - Loucura
10 - Renascer


Ainda mais "rapper" que o antecessor, e com pouca influência de rock (talvez só o pop/surf rock de "Uma Voz" mantenha isso, porque até a regravação de "Renascer" perdeu a característica de hard rock progressivo da versão original), "Por um Fio" foi o disco de maior sucesso da banda, apesar que as primeiras 7 mil cópias foram todas doadas pela banda pra campanha Sou Careta Drogas Bah! (eu tenho uma dessas cópias - apesar que a minha eu comprei num sebo, fazer o que kkkkk). Chegaram a ser matéria da revista Marie Claire (ed. 144 de Setembro de 2000, quase dois anos após o lançamento do disco) e a faixa "Mais Nada" tornou-se sem dúvidas a mais executada da banda, pau a pau com "Águas" do primeiro disco homônimo. "Eletricidade" ainda conta com um rap do mestre Amaury Fontenele, que mandou muito bem nessa faixa, feita em homenagem ao movimento Sou Careta Drogas Bah! (incluindo os versos "a vida é uma só/não dá pra brincar/por isso é que eu digo/drogas, BAH!"). "Onde Você Está?" lembra aqueles raps românticos da banda secular Sampa Crew (onde DJ Alpiste começou sua carreira). Vinte e Cinco do Doze é uma referência irada ao Natal, embora nós saibamos que não foi nesse dia exatamente, como a própria música faz questão de dizer "agora entendo quando se ouve/a data SIMBÓLICA, vinte e cinco do doze", apenas como uma forma de mostrar o sentido verdadeiro (tanto que essa faixa fez parte naquele ano do álbum "Natal Ville", bem como uma regravação muito boa de "Ele é a Razão" do grupo Som Maior, com a mesma proposta de falar tanto do natal como do sacrifício do Senhor). "Música no Ar" é um hino às origens do movimento gospel (que curiosamente vivia seus últimos anos, já que após 1999 gospel deixaram de ser um movimento e passou a ser puramente comercialismo, infelizmente). É legal imaginar como era bom aqueles tempos de Dama Xoc nas Terças Gospel, os evangelismos na antiga sede da Renascer na Lins de Vasconcelos (antes da mesma cair), os primeiros S.O.S. da Vida, as primeiras Marchas pra Jesus (quando ainda era mais evangelística do que esse lado politizado e pouco genuinamente cristão), bem como o pelotão de artistas: Brother Simion com o Katsbarnea, Kadoshi, F.O., Troad, Resgate, Oficina G3, Livre Arbítrio, Banda Rara, Essência, João Alexandre, Carlinhos Félix, Rod Mayer, Fruto Sagrado e Rebanhão. Realmente tempos bons que fazem muita falta nessa era mais comercial e menos amorosa. "O amor de quase todos esfriará"... Mas eu creio que a música ainda está no ar, prestemos atenção no que ainda vai rolar, vem a hora já chegou quando os Verdadeiros surgirão e na verdade do Espírito o adorarão!

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Conferir na seção de coletâneas algumas participações da banda nas coletâneas da Gospel Records.

Ver também

Rod Mayer/Mingo & Rod Mayer

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Oficina G3



Oficina G3 foi sem sombra de dúvidas a banda de maior sucesso da história do rock cristão brasileiro. Surgida em 1987 na igreja Cristo Salva em São Paulo, SP, por José Afram Júnior (Juninho Afram, guitarra), Túlio Régis (vocal), Rod Mayer (ex-Troad e Renascer Praise, guitarras), Walter Lopes (bateria, futuro Judas o Outro), Wagner Garcia (Maradona, baixo) e pouco depois o pastor Luciano Khun (Manga, vocais, atualmente no ministério Vineyard e no projeto RockBox com Zé Bruno da Resgate e Marcão ex-Fruto Sagrado), a banda seguiu com diversas formações ao longo dos anos, passando do hard rock progressivo pro hard'n'heavy, pro pop rock, nu metal, metal progressivo e até flertando com o metalcore. Por ela passaram diversos artistas, como os guitarristas Marcos Pereira, James "Jimmy" Conway, Paulo Rogério "Déio" Tambasco (ex-Katsbarnea, Anno Domini e Renascer Praise) e Celso Machado, os bateristas Johnny Mazarão (Dose Certa), Luiz Fernando "LuFe" (ex-Katsbarnea, Renascer Praise e Patmus), Alexandre Aposan e Maick Souza, os vocalistas Pedro Geraldo "PG" Mazarão (ex-Corsário) e Mauro Henrique (ex-FullRange e Vértice), o baixista Eduardo "Duca" Tambasco (ex-Sacrificium e Anno Domini), os tecladistas/pianistas Márcio de Carvalho "Woody" (ex-Troad, Renascer Praise, Kadoshi e vários outros artistas) e Jean Carllos (ex-Vértice) e o saxofonista (!) Jonatas "Natinha". Seguiram até 2017, quando anunciaram um hiato que até hoje não foi finalizado, infelizmente.

Curiosidades: Tá, a maioria da galera deve manjar essa, mas o nome da banda originalmente era somente G3 ou Grupo 3, pois na igreja tinham o Grupo Cristo Salva e a banda Estação Céu (aliás, quem tiver o disco "Máquinas Humanas" dessa banda pra me fornecer eu agradeço!). Nos shows das Terças Gospel promovidos pela Renascer em Cristo nas pessoas do Estevam Hernandes e Antonio Abbud, este último sugeriu a banda a usar um nome mais comercial e deu a ideia de "Oficina G3". Muitos até hoje acham que esse "oficina" é "conserto", tsc tsc tsc... kkkk. Bom, nos primeiros shows do Dama Xoc eles chegaram a se apresentar como "Cristo Salva", o nome da igreja e do primeiro grupo! Ah sim, outra curiosidade: eles tinham umas músicas que nunca usaram nos primórdios, inclusive um som que se chamava "Bandeira" e pelo que ouvi falar era tipo um "Walk this Way" do Aerosmith com o Run-DMC. Sério! Pena que nunca rolou gravação dela. A banda foi uma das primeiras no Brasil a tocar num programa infantil de TV aberta, o Show Maravilha da Mara Maravilha, em 1990. Pouco depois ela em seu disco de 1991 "Curumim" gravou uma versão de Naves Imperiais. Alguém ainda duvida que eles foram importantes para a conversão dela? Pra finalizar, Juninho Afram, que foi aluno de mestres como Mozart Mello, Kiko Loureiro (Megadeth, ex-Angra) e Edu Ardanuy (ex-Dr. Sin), já foi eleito algumas vezes o melhor guitarrista do Brasil, quase sempre disputando com seus dois últimos professores o título. OBS: Algumas dessas infos peguei no site do James Conway e outras no livro "Meus Dias de Oficina G3" do Luciano Manga, lançado primeiramente pela MK Livros e depois pela EV7 Produções.

"Oficináticos... chegou a hora..."

Maradona, Manga, Túlio, Juninho,
Walter e James, cerca de 1991



Ao Vivo (ou Ao Vivo no Dama Xoc) (1990)

01 - Naves Imperiais
02 - Farol
03 - Bom é Louvar
04 - Comunicação
05 - Cante
06 - Viver por Fé
07 - Magia Alguma
08 - Você Pirou
09 - Parar para Pensar



Lado esquerdo: James, Natinha, Juninho, Manga
Lado direito: Woody, Maradona, Waltão e Túlio
Esse disco é curioso pelo fato de ser a primeira banda cristã que eu ouço falar que começou com um disco ao vivo (F.M.I. daqui de Pernambuco foi a segunda), e curiosamente o disco teve uma média de público pelo que contam bastante forte. Mesmo sendo um dos primeiros discos do chamado "movimento gospel" e inclusive um dos primeirões da Gospel Records (o número 5 da gravadora), chega a espantar ter conseguido chegar tão longe. E as faixas são bem gravadas e distribuídas. Maioria das letras são de Juninho Afram ou do Túlio Régis (que infelizmente sairia em 1992 por alguns problemas conjugais), a exceção de "Cante" e "Magia Alguma", ambas de Mike (ex-Rebanhão, que fazia parte da mesma igreja que os caras, apesar de ser bem mais velho que eles).
Série Ouro de 1999

"Naves Imperiais" tem uma intro bem progressiva, com o teclado de Woody, o sax de Natinha, a guitarra (aí eu acredito que do Juninho) e o baixo do Maradona, antes do começo propriamente dito da música. Sempre achei essa versão a mais irada de todas, apesar da extensão longa (quem já viu a apresentação do Oficina completa no SOS da Vida 1991 sabe do que tô falando kkkkk). Esse clima progressivo/space rock foi proposital, já que a ideia da faixa veio do amor de Túlio Régis por ficção científica e também seu desejo por fazer uma "guerra espiritual" para resgatar pessoas num momento que a Cristo Salva passava por problema de membros saíndo da igreja (esse tema seria usado também pela banda Metanoya na faixa "Guerra"). "Farol" é uma das mais divertidas músicas, o início da música parece uma daquelas músicas zoadas do Ultraje a Rigor (kkkk). Algumas faixas jamais foram reaproveitadas pela banda novamente - infelizmente -, como Farol, Bom é Louvar e a balada fantástica Comunicação (essas duas últimas posteriormente Túlio regravaria em sua carreira solo), já as outras de uma maneira ou de outra reapareceriam em lançamentos posteriores da banda, até mesmo o dueto responsivo "Você Pirou", com Manga e Tulio alternando as vozes... aliás, tem muita gente que não curte muito esse disco por causa dessa alternância dos dois. Eu curto, embora tenha que admitir que não é dos melhores da banda e esse ponto é justamente um dos que pesa. De resto, é legal demais um disco deles com até um saxofone (!).

O disco saiu na época em LP, CD e cassete cromo (apesar que a versão CD é dificílima de achar). Anos depois, em 1999 quando a Gospel Records começou sua série de discos "Série Ouro" e relançou nessa coleção o disco completinho.

A banda Metanoya fez uma versão de "Cante Oh, Minh'Alma" em seu disco "Guerra" de 1993.


Juninho, Walter, Manga, Maradona e Marquinhos


Nada é Tão Novo, Nada é Tão Velho (1993)

01 - Mais que Vencedores
02 - Pastor
03 - Resposta de Deus
04 - Valéria
05 - Razão
06 - Deus Eterno
07 - Consciência de Liberdade
08 - Perfeita União

Faixas extras da versão CD:

09 - Naves Imperiais
10 - Cante
11 - Viver por Fé
12 - Parar para Pensar

Hardão na linha de bandas como Deep Purple, Petra, Stryper e outras dos anos 1970 e 80, NETNNETV é um disco muito irado. Só pelas faixas originais que foram pro LP/K7 já valeria muito, (falei valeria, não Valéria, desculpe, próximo kkkkk), e agora os vocais encaixam bem melhor. Juninho canta em Mais que Vencedores, Resposta de Deus, Deus Eterno e Consciência de Liberdade, Walter Lopes em Pastor, Consciência de Liberdade e na versão CD Parar para Pensar e todas outras ficam a cargo dos vocais potentes de Manga, mas em nada a mudança vocal é ruim, eles se encaixam perfeitamente nas músicas que foram escolhidas por cada um. Minhas prediletas aí são "Razão" (e seu riff bem peculiar e similar ao de outra música que ainda viria e tornar-se-ia a mais famosa...), "Consciência de Liberdade", "Deus Eterno" e "Mais que Vencedores". Pra versão CD a banda já não mais contava com Maradona no baixo, e Duca Tambasco, à época na Sacrificium (antiga Big Johnny e os Caçadores de Almas Perdidas, banda do seu irmão Daniel) e na Anno Domini (banda de seu outro irmão, Déio), entrou pro time para gravar as quatro regravações, que ficaram todas muito boas - apesar de "Cante" ter ficado muito curta em relação à original. Viver por Fé é minha predileta dessas quatro que vieram depois. Duca realmente acrescentou muito em qualidade pra banda nessas faixas, e acabou tornando-se membro permanente até à última formação da banda. Já Maradona seguiu sua carreira como designer (inclusive tendo ajudado em capas da Estação Céu e do Resgate trabalhando pra Vision). Foi eleito 70º melhor disco da década de 1990 pelo site Supergospel e sem dúvidas é um fantástico disco.

Curiosidade: "Nada é tão novo, nada é tão velho" é uma frase contida na música "Perfeita União", baseada no livro de Eclesiastes.

Jean, Manga, Juninho, Walter e Duca

Indiferença (1996)

01 - Davi
02 - Fé
03 - Magia Alguma
04 - Glória (instrumental)
05 - Glória
06 - Profecias
07 - Espelhos Mágicos
08 - Novos Céus
09 - Indiferença
10 - Duca's Jam
11 - Contra-cultura
12 - Your Eyes I
13 - Your Eyes II (instrumental)
14 - Não Temas
15 - Rei de Salém (Cristo Salva cover)

Sem dúvidas para muitos fãs - eu incluído - esse é o MELHOR disco da banda. A entrada de Jean Carllos nos teclados, advindo direto de Brasília e da Kadesh/Virtud foi muito bem vinda, pois acrescentaram um encorpamento musical incrível, que se nota já na primeira faixa, Davi. Isso também trouxe o G3 pra um som ainda mais hard oitentista, bem na linha do Stryper e do Whitecross e o que o Petra vinha fazendo desde a chegada de John Lawry na banda (os teclados do estreante Jean me remetem muito ao estilo de Lawry). É muito único esse disco a produção de Paulo Anhaia aqui está fantástica, o disco conta com letras fantásticas, a guitarra de Juninho aqui está fenomenal, mesmo aqui ele carregando as seis cordas sozinho. Duca está mais solto no baixo, a batera de Waltão fora de série, além dos vocais de Manga (sempre brilhante), Juninho (que toca simplesmente a faixa mais famosa da história da banda, Espelhos Mágicos, com seu riff inicial bem parecido com Razão - é, eu disse que ia falar disso, mas é uma bela música, inesquecível - até porque a anos atrás em shows de bandas daqui era uma das mais tocadas kkkkk) e Walter Lopes, apesar que nesse disco ele se limitou a "Fé", um hard blues daqueles. "Glória" (em duas partes), o velho hino "Vencendo Vem Jesus" da Harpa e Cantor Cristão e nos EUA chamado de Battle Hymn from Republic (um hino cantado na independência americana e que teve sua primeira grande versão rock com o Stryper) ficou bem aos moldes do que o Stryper havia feito com esse hino na versão americana, além do solo alucinante de Juninho no início, imitado por muitos guitarristas até hoje. Indiferença (primeira música da banda a ganhar videoclipe), a faixa título, é uma rara faixa da banda que não faz menção direta a Deus, sendo conhecida pela letra firme e crítica à sociedade em geral, com sua indiferença a tudo e todos ao redor, em especial os mais pobres. Aliás, parte da vendagem do disco foi revertida pros projetos sociais da Igreja Renascer em Cristo naquela época. "Duca's Jam" é um instrumental simplesmente fantástico de Duca, que também é bem imitado pelos baixistas por aí afora. "Your Eyes" foi a primeira faixa em inglês da banda, também dividida em duas partes e a segunda é simplesmente um dos melhores solos da história juntamente com o de Glória. Minha faixa predileta aqui sem dúvidas é "Contra-cultura", uma faixa que poderia ser melhor tocada pela banda, pela letra muito forte em favor da nossa fé. "Rei de Salém", última faixa de Túlio Régis pra banda, na verdade é um resgate do primeiro grupo do Manga e Túlio, o "Grupo Cristo Salva". No final da música uma parte oculta a capella com um "glória glória, glória glória, glória glória a Deeeeus". Até a capa do disco é icônica (embora eu prefira a do anterior). O disco foi eleito o 22º melhor disco cristão da história e o 10º melhor disco da década de 1990 pela Supergospel, por pouco é que não foi: um disco fenomenal!

Curiosidade: Ouvi essa versão de Davi a primeira vez no programa do CMF da Manchete Gospel FM Recife em 2001 e achei que era uma banda de metal coverizando o Oficina G3 (nesse tempo eu só conhecia os acústicos e "O Tempo", por favor, não me matem! kkkkkkkkk)

Bootlegs: Indiferença Ao Vivo de 2000. Curioso que a banda só terminou a turnê desse disco quando Manga havia saído da banda, então já era PG nessa bootleg (Manga só fez shows com a banda até o início de 1997, quando saiu para assumir um ministério pastoral, e um certo carinha que se converteu num show deles e tinha uma banda de Hard/Heavy cristã pesadona chamada Corsário assumiu os vocais: Pedro Geraldo Mazarão, PG).


Atrás: Juninho, Walter, Duca e Jean. À frente: PG

Acústico (1998)


01 - Indiferença
02 - Quem
03 - Davi
04 - Naves Imperiais
05 - Mi Pastor
06 - Autor da Vida
07 - Pirou
08 - Espelhos Mágicos
09 - Profecias
10 - Más que Vencedores
11 - Cante
12 - Deus Eterno



Ah, a era dos acústicos... Diversas bandas seguiram essa ideia, mas poucas como o Oficina G3. Pra começo de conversa, diferente da Catedral (e de outras como Fruto Sagrado, Resgate, Katsbarnea e outras que fariam depois deles) eles decidiram fazer o disco inteiro em estúdio. Isso ajudou na qualidade do trabalho, que ficou muito bem construído. A produção de Geraldo "Gera" Penna (também produtor de Rhimena Abécia) deixou o disco limpo e suave, além de que todas as faixas sofreram bons rearranjos, perdendo praticamente todas as características de rock pesado, indo pra uma sonoridade bem latina em sua maioria. Indiferença mesmo pegou muita influência de rock latino a lá Maná, Davi seguiu o mesmo rumo (incluindo uma sanfona de Jean aí nesse meio),  bem como Cante e as faixas em espanhol Mi Pastor e Más que Vencedores - ambas versões mais latinas das originais. Arthur da Gaita (que também faz aparições em discos do Praise Machine e Código C nessa época) faz uma participação irada aqui em Indiferença e em Mi Pastor, dando um ar de blues fantástico pras músicas. A percussão de Ricardinho também é bem vinda aqui, em algumas faixas como "Davi" e "Cante" ela se destaca fortemente. Espelhos Mágicos, Cante e Naves Imperiais acabaram aqui ganhando uma versão mais "balada", e isso tornaria ainda mais popular essas faixas. Mas sem sombra de dúvidas as inéditas Quem (de Juninho Afram) e Autor da Vida (de PG) foram os maiores destaques do disco. Essa última aliás foi meio que a faixa que deu o ponto do que viria a seguir na carreira do G3: o pop/rock. Por fim, Pirou seguiu como um dueto, dessa vez entre PG e o convidado ex-vocalista Manga. Essa versão ficou infinitamente melhor que a original, e com uma pegadinha latina marota que deixou tudo ainda melhor.

Curiosidade: O disco termina com um scratch e uma fala dizendo "Acabou" e gritos de "OH NÃO, NÃO NÃO NÃAAAAAAAAAOOOOOOO!!!" Bom humor também faz parte do G3, sem dúvidas kkkkk


Acústico Ao Vivo (ou "aCÚSTICO aO vIVO - oLYMPIA) (1999)

01 - cANTE
02 - iNDIFERENÇA
03 - pROFECIAS
04 - DEUS eTERNO
05 - qUEM
06 - mAGIA aLGUMA
07 - mI pASTOR
08 - pIROU
09 - nOVOS cÉUS
10 - nAVES iMPERIAIS
11 - dAVI
12 - sOLOS
13 - eSPELHOS mÁGICOS
14 - aUTOR dA vIDA
15 - mÁS qUE vENCEDORES

Em algumas versões antigas: 16 - bÔNUS

*Nas versões VHS e DVD está incluído uma pregação de Walter Lopes entre Magia Alguma e Mi Pastor. E pra quem não manjou, essa forma de escrita acima é idêntica à capa do disco.

Durante a turnê do disco Acústico, em 1999 no Olympia a banda acabou tornando o show num disco e show em VHS (posteriormente relançado em DVD). E aí ficou claro que a banda estava num crescendo impressionante. Os gritos de "Ô Oficina, cadê você, eu vim aqui só pra te ver" me lembravam muito o "Uh Uh é Catedral!" (que ainda estava de boa com a galera cristã antes da polêmica da Usina do Som em 2001, mas já tinha o Oficina G3 pau a pau em popularidade à época). O trabalho acústico colocou a banda no circuito do pop/rock, e esse show ficou claro esse crescendo da banda como poucos. Não tenho plena certeza, mas acredito que esse foi o disco mais vendido da história da Gospel Records até hoje.

No quesito repertório são todas as músicas do trabalho acústico de estúdio, mais uma versão que ficou imortalizada de "Magia Alguma" (até hoje o solo de piano do Jean aqui é marcante) e uma versão não muito diferente da original de "Novos Céus". "Davi" perdeu um pouco os arranjos de sanfona, o que é uma pena, pois a versão de estúdio é iradíssima comparada a essa. Os solos de Ricardinho na percussão e Walter na bateria também são inesquecíveis. Arthur tá aqui também pra mandar sua gaita em Indiferença e Mi Pastor - que acho que Walter cantou bem mais solto inclusive aqui. O dueto em "Pirou" ficou até mais legal aqui do que no estúdio, essa faixa realmente foi criada pra ser sempre executada ao vivo. A faixa "bônus" na verdade são trechos bem curiosos, acredito que do final do show, e mais o finalzinho da versão de estúdio again. Salvo engano nos relançamentos da Gospel Records (que pecaram cruelmente na arte do CD propriamente dita e no encarte que praticamente desapareceu) esse bônus sumiu - na verdade era mais um easter egg, então né kkkkkk nem faz muita falta.

Como eu antecipei, o encarte original tinha mais informações e fotos, coisa que a Gospel Records solapou cruelmente - fez o mesmo em relançamentos de outros discos deles, argh! Corte de custos em geral só dá errado pra nós colecionadores...

Curiosidade: A primeira banda com que me apresentei, a Conexão Pop, de curtíssima duração, com eu e Jair nos vocais e Davidson no violão, tocamos Autor da Vida no colégio que fazíamos parte, isso no final de 2001 e eu tinha meus 13 anos. Nossa, tô ficando velho mesmo, bicho kkkkkkkkkkk 


The Best of Oficina G3 (2000)

01 - Naves Imperiais (versão do Ao Vivo)
02 - Mais que Vencedores
03 - Deus Eterno
04 - Razão
05 - Magia Alguma (versão do Indiferença)
06 - Indiferença
07 - Autor da Vida (em estúdio)
08 - Quem (em estúdio)
09 - Cante (acústico ao vivo)
10 - Davi (acústico ao vivo)
11 - Pirou (acústico ao vivo)


Primeira coletânea do G3, lançada quando a banda já tinha assinado com a MK Publicitá, logo não tem nenhuma participação direta da banda, o que talvez explique a seleção não muito "The Best" ao meu ver. Ao menos o encarte possui as letras e algumas fotos da banda, mas nada de muito brilhante. Contudo, é um guia básico do básico do som da banda, embora note-se curiosamente que as faixas da fase underground da banda foram escolhidas algumas mais "calmas", como Deus Eterno, Mais que Vencedores e Magia Alguma, provavelmente pra atingir mais o público "mainstream" que a banda conquistara, já que a era underground aparentemente tinha ficado pra trás. Aliás, e como ficou viu, já que nessa época foi quando surgiram as histórias de que a banda proibia o pessoal tirar a camisa no show, fazer pogo (roda punk ou mosh pit, tudo a merma coisa kkkkk) ou stage dive (pular do palco ou "dar um mosh" pros leigos). Realmente os tempos eram outros...


O Tempo (2000)

01 - Intro
02 - O Caminho
03 - Atitude
04 - Ele Vive
05 - O Tempo
06 - Preciso Voltar
07 - Perfeito Amor
08 - Necessário
09 - Hey Você!
10 - Brasil
11 - Sempre Mais
12 - Ingratidão
13 - Tua Voz


O início de maneira sistemática da era "oficinática" foi a partir desse disco. A MK ajudou a banda a atingir um patamar muito maior, além de os tirar da obrigação de eventos para a Renascer (uma questão meio polêmica que até hoje nunca foi bem explicada). Juntando essa divulgação mais ampla com a sonoridade pop ainda mais aprofundada, mesmo com uns sons ainda remetendo ao hard rock, só que de maneira bem menos forte, caso de Atitude, Ele Vive, O Caminho, Necessário e Ingratidão, além da genial Brasil. De resto são mais baladas e músicas bem suaves, como O Tempo e Sempre Mais (as duas ganharam videoclipes e o da faixa título, com a participação do coral Kerigma, foi o primeiro clipe 100% gospel nacional a aparecer na MTV Brasil e no Multishow em 2001!), Preciso Voltar e Perfeito Amor, clássicos que tocam inclusive em algumas igrejas, de tão suaves e com características de louvor e adoração. O clipe de "O Tempo" era figurinha fácil não só no Conexão Gospel (programa da gravadora MK Music apresentado pela Marina de Oliveira) como em outros programas similares de música gospel da RIT e da Rede Gênesis.

Apesar do descontentamento causado aos fãs oldschools (muitos chegaram a dizer "Oficina bom era o dos tempos do Manga" - eu já fiz parte desse coro anos atrás jaeihaeijea), a verdade é que esse disco foi muito bem em vendas e conquistou uma leva nova de fãs, além de que a qualidade deste é indiscutível. Um ótimo álbum, até melhor que os acústicos por estar mais conectado à proposta pop da banda, chegando a ser eleito o 25º melhor disco de 2000 pelo site Supergospel. A nota triste é que foi o último com Waltão na batera, que no final de 2001, nas gravações do sucessor de O Tempo saiu da banda. Sua saída nunca foi totalmente explicada (alegou diferenças musicais com o rumo que a banda queria levar, mas logo a seguir entrou num grupo de nu metal... não entendi...), mas a seguir ele ingressaria na banda Judas o Outro e também faria carreira solo.

Curiosidade: A faixa "Ele Vive" apareceria também na coletânea NIG Strings Evolution I (2002), na versão original e numa versão playback. A NIG Strings é uma empresa de cordas e equipamentos de guitarra, violão e baixo que por anos patrocinou Juninho e Duca, que tocariam nas duas edições seguintes dessa coletânea, mas agora com jams originais deles mesmos ("Fazendo Hora" do Duca no volume 2, e Juninho com "Little Boy" no volume 2 e duas versões de "Hands" no volume 3)


O Tempo Ao Vivo (DVD, 2001)

01 - O Caminho
02 - Necessário
03 - Perfeito Amor
04 - Hey Você
05 - Atitude
06 - Tua Voz
07 - Pregação (Walter Lopes)
08 - Ele Vive
09 - Solo (Duca)
10 - Brasil
11 - Preciso Voltar
12 - Solo (Waltão)
13 - Sempre Mais
14 - Ingratidão
15 - O Tempo
16 - Solo (Juninho)
17 - Glória


A MK tem uma fixação por shows de lançamento de CDs de sua gravadora gravados e lançados em VHS (ou DVD, como esse, que foi já lançado só nesse formato). O show é o repertório completo do disco "O Tempo" como é de se esperar, embora não na ordem "correta" (só "O Caminho" está no seu devido lugar - a banda costumaria usar essa faixa como abertura em todos shows a partir daí até a saída de PG). Além disso, alguns solos, uma pregação muito boa de Walter Lopes e uma versão ao vivo de "Glória" do álbum Indiferença. Um otimo show e até hoje um dos DVDs de rock cristão brasileiro mais vendidos da história (chegou a receber disco de ouro).


Platinum (2001)

Ao Vivo no Dama Xoc:
01 - Naves Imperiais
02 - Você Pirou

Nada é Tão Novo, Nada é Tão Velho:
03 - Mais que Vencedores
04 - Deus Eterno

Indiferença:
05 - Indiferença
06 - Magia Alguma

Acústico:
07 - Quem
08 - Autor da Vida

Acústico ao vivo:
09 - Cante
10 - Davi

+ Faixa interativa com fotos, história da banda, etc.

Coletânea quase idêntica à anterior lançada pela Gospel Records (e com certeza sem participação da banda na seleção musical), foi só uma tentativa da gravadora continuar lucrando com a banda. Ao menos lançaram nesse disco uma exclusividade: a faixa interativa, que nenhum outro disco da gravadora teve direito. Mas de resto, é uma coletânea quase cópia carbono da antecessora.

ERRATA: Apesar da Wikipédia datar de 2003, a coletânea é de 2001. Eu sei disso, além de eu ter um exemplar datado desse ano, eu vi a venda desde essa época kkkkk


Humanos (2002)

01 - Pulso
02 - Onde Está?
03 - Apostasia
04 - Te Escolhi
05 - Eu Sei
06 - Ele Se Foi
07 - Criação
08 - Don't Give Up
09 - Memórias
10 - Minha Luta
11 - Simples
12 - Até Quando? (Humanos)
13 - Desculpas
14 - Pra Você
15 - O Teu Amor (feat. Walter Lopes) - Faixa Bônus

Lembro quando esse disco saiu, meu colega Diogo descolou um exemplar com um amigo dele, eu botei no microssystem e de repente sou atordoado por "Onde Está?" (com Duca fazendo umas partes meio rap) e fiquei pensando "nossa, será que o Oficina voltou às origens?" Técnicamente não. As faixas mais pesadas seguiam mais a sonoridade do nu metal e isso não era ruim, apesar de muitos da "crítica especializada" malharem essa mudança sonora pra um som "da moda". A realidade é que o G3 acabaria virando realmente uma banda que seguia tendências, mas isso em nada comprometeu de maneira significativa a qualidade de seus álbuns. OK, o Humanos tem um probleminha sim: a inconsistência de ritmo. Em meio a petardos como "Apostasia" e "Até Quando?" conviviam faixas do quilate de "Memórias" e "Criação", além de várias baladas e pop rocks, muitos até meio esquecíveis em comparação com os do disco anterior (Don't Give Up é a maior decepção pra mim, só alguns trechos do refrão são em inglês...). No fim, o que vale é a voz do povo nessas horas e o disco alcançou o disco de ouro, teve os clipes de "Te Escolhi" e "Ele se Foi" (feito em desenhos manuais, um belo trabalho, apesar da música ser bem chatinha pra mim...) executadas à exaustão e "Te Escolhi" foi a primeira faixa da banda a parar no projeto "Os Arrebatados Remix". A faixa bônus, "O Teu Amor" é a única que Waltão gravou pra esse disco, e é um pop consistente (provavelmente esse era o caminho que queria ele seguir na banda, mas acabou saíndo pouco depois). PG em meio à turnê saiu da banda no final de 2003, e sua saída é sem dúvidas a mais conturbada da história, até hoje nenhum dos lados deu detalhes decisivos, embora à época PG alegou que iria seguir carreira pastoral, não podendo continuar a fazer turnês musicais (daí ainda em 2004 o cantor lança "Adoração", o primeiro da carreira solo, e aí começam as informações desencontradas...).

Curiosidades: No clipe de "Te Escolhi" o baterista não é LuFe e sim Johnny Mazza, irmão de PG. E sim, eu sei, você também raramente chama "Até Quando?" de "Até Quando?" (música em que Jean Carllos estreia nos vocais). Não há esse que não chame a música de HUMANOS (até eu fiz isso quando pedi a música uma vez na extinta Gospel FM Recife 91,3 haeuhaeuahe). Normal, normal... até o maior oficinático deve falar essa errado...



Duca, Jean e Juninho, os integrantes mais longevos da banda



Além do que os Olhos Podem Ver (2005)

01 - Intro
02 - Mais Alto
03 - Réu ou Juiz
04 - Meu Legado
05 - Através da Porta
06 - Além do que os Olhos Podem Ver
07 - A Lição
08 - O Fim é Só o Começo
09 - Lugar Melhor
10 - Amanhã
11 - Sem Trégua (feat. Marco Antônio - Fruto Sagrado)
12 - De Olhos Fechados
13 - Ver Acontecer
14 - Queria te Dizer

Apesar da saída atribulada de PG, a banda soube se reestruturar, mesmo em meio às polêmicas, entrevistas e declarações confusas entre eles. O disco, pra muitos, liricamente teria um direcionamento com "indiretas" ao ex-vocalista (fato negado pela banda, embora Duca admita que pensava em falar diretamente desses assuntos, mas posteriomente repensou e colocou uma temática mais aberta, sobre a hipocrisia dentro do cristianismo) (curiosamente o Fruto Sagrado passou pelas mesmas acusações na época de lançamento do disco "Distorção" com a saída de Bênlio Bussinger). O tema sobre a hipocrisia permeia letras como "Mais Alto", "A Lição", "Réu ou Juiz", "Ver Acontecer" e "Sem Trégua". Apesar da demora para a conclusão das gravações (muito por causa da saída inesperada de PG), o resultado é fenomenal. Pra mim esse é o segundo maior disco da banda, e os vocais de Juninho se encaixaram perfeitamente na proposta da banda pra esse disco, mais influenciado pelo rock e metal progressivo de bandas como Fates Warning, Symphony X, Theocracy e principalmente Dream Theater. Apesar disso, o disco ainda tem uns momentos meio nu metal, como a faixa "A Lição", com seu instrumental que vez por outra era comparado (sei lá porque - ou não) com a música "Numb" da banda secular americana Linkin Park. Juninho (o único membro fundador desde "Humanos" na banda), Duca e Jean, juntamente com os contratados LuFe (bateria) e Déio Tambasco (guitarra) fizeram um discasso. Duca, Déio e LuFe devem ter relembrado os velhos tempos de parceria na Anno Domini nesse disco, sem dúvidas! "O Fim é só o Começo" é uma exceção nesse universo de progressivos, com uma pegada mais blues rock e a participação mais ativa do Déio nas guitarras nessa. De resto, são músicas com o melhor do rock e metal progressivo, não a toa o melhor disco de rock de 2005 e um dos melhores daquele ano em quaisquer gêneros na música cristã.

"Lugar Melhor" ganhou um videoclipe onde o tecladista Jean, mesmo numa música mais calma, mostrava sua técnica curiosa de ficar colocando o teclado como se tivesse caíndo, muito louco kkkkk. A dobradinha com o então vocal do Fruto Sagrado Marcão em "Sem Trégua" (faixa que me lembra bastante "As I Am" do Dream Theater, só que mais lenta) é um dos pontos mais fortes sem dúvidas desse disco. O fato de ambas bandas pertencerem na época ao cast da MK facilitou bastante esse belo encontro.

O disco foi o primeiro da banda a ser indicado ao Grammy Latino, perdendo para "Deixa o Teu Rio me Levar" de Soraya Moraes (ex-Metanoya) no prêmio de melhor álbum cristão em lingua portuguesa, já no Troféu Talento foram 3 indicações: Melhor Clipe pra "Lugar Melhor", Melhor Banda e Melhor Álbum de Rock, sendo que as duas últimas eles levaram, os primeiros troféus da carreira da banda. Além disso o disco é considerado 97º melhor disco da música cristã nacional e 14º melhor disco cristão dos anos 2000 pelo site Supergospel. Não é pouca coisa, e acredito que merecia muito mais, esse disco é surpreendente, desde a intro dos cachorros latindo até à última nota da atmosférica Queria te Dizer.


MK CD Ouro: As Dez Mais (2006)

01 - O Tempo
02 - Perfeito Amor
03 - Necessário
04 - Sempre Mais
05 - Onde Está
06 - Te Escolhi
07 - Ele Se Foi
08 - O Teu Amor
09 - Lugar Melhor
10 - Mais Alto



Coletânea capitaneada pela MK na coleção "CD Ouro", focando apenas em faixas lançadas de discos da gravadora (diferente da Line Records, a MK e a Gospel Records costumavam só focar em lançamentos da própria gravadora =( ). A seleção de faixas é bem interessante, considero que para um 10 mais foram boas escolhas, não saberia bem o que tirar (talvez "O Teu Amor" por "Preciso Voltar" ou "Até Quando"?). No geral, uma coletânea aceitável, embora sem nenhuma novidade, nem um encarte tão vistoso (nisso a Gospel Records era melhor nas coletâneas kkkk).


Elektracustika (ou Oficina Elektracustika G3) (2007)

01 - Intro
02 - Além do que os Olhos Podem Ver
03 - Desculpas
04 - Mais Alto
05 - Cura-me
06 - Resposta de Deus
07 - A Deus
08 - Eu, Lázaro
09 - Ele Vive
10 - Razão
11 - Preciso Voltar
12 - A Lição
13 - Deserto
14 - Perfeito Amor
15 - Me Faz Ouvir

Projeto inovador, comemorativo de 20 anos da banda, numa época em que o mercado estava saturado de discos acústicos, Elektracustika é um álbum semiacústico com alguns elementos eletrônicos que deixaram ele um som progressivo e acústico e folk, tudo ao mesmo tempo. Todas as releituras aqui ficaram fantásticas, e as cinco inéditas tornaram-se verdadeiros hinos no mesmo nível que as antecessoras, em especial minha predileta, "A Deus". Entretanto, o single de trabalho deles foi "Eu Lázaro", uma bela faixa falando do amigo de Jesus ressuscitado após 4 dias morto. Sem dúvidas um disco fantástico. Na época eu num curti muito porque achei meio "fraquinho", mas o tempo e a experiência fazem a gente ouvir os discos com uma análise menos "roqueirona" e mais crítica. No geral, Elektracustika é um fantástico trabalho, com a participação pela primeira vez dos contratados Celso Machado (guitarras) e Alexandre Aposan (bateria). Além desses, uma participação especial de Matheus Ortega tocando flauta celta na intro, em Além do que... e em Cura-me. Apesar de não ter sido um grande sucesso nem unanimidade entre os fãs, a crítica realmente amou esse disco, que conseguiu apesar de tudo isso conquistar disco de ouro. Esse disco marca a despedida de Geraldo Penna como produtor da banda desde os tempos do primeiro acústico, haja vista que a banda já visava rumos mais insanos!

Juninho, Jean, Mauro, Duca e Aposan (que só viraria membro fixo após 2010)



Depois da Guerra (D.D.G.) (2008)

01 - D.A.G. (Durante A Guerra) (Intro)
02 - Meus Próprios Meios
03 - Eu Sou
04 - Meus Passos
05 - Continuar
06 - De Joelhos
07 - Tua Mão
08 - Muros
09 - Depois da Guerra
10 - A Ele
11 - Incondicional
12 - Obediência
13 - Better
14 - People Get Ready (Curtis Mayfield and The Impressions cover)
15 - Unconditional

Depois de anos com Juninho nos vocais, finalmente a banda insere um novo vocalista: Mauro Henrique, egresso das bandas brasilienses Vértice e FullRange. O vocal dele deu uma diretriz muito mais firme pra banda, que seguia no metal progressivo firme e forte, mas agora inserindo alguns elementos de thrash metal (provavelmente influência de Marcello Pompeu e Heros Trench, membros da icônica banda secular brasileira Korzus) e também flertando um pouco com o metalcore, nos vocais mais guturais de Jean em trechos de faixas como "Meus Próprios Meios", "Meus Passos", "Muros" e "Better". Os momentos mais progressivos e pesados alternam bem com os momentos mais melódicos, como as baladas "Continuar", "Tua Mão", "A Ele" e a icônica "Incondicional" (uma releitura de "I Tried to Change" da banda anterior de Mauro, Fullrange). Tão marcante que até versão em inglês recebeu, igualmente muito boa por sinal, além de um videoclipe belíssimo. Better também foi resgatada de um projeto externo ao Oficina, dessa vez do Celso Machado. Letra em inglês fantástica. O cover de "People Get Ready" (faixa que também fora anteriormente coverizada por artistas cristãos de rock os mais diversos como Larry Norman e Darrell Mansfield) também caiu bem demais nesse disco. Letras fortes e que batem novamente de frente com situações de hipocrisia religiosa estão aqui presentes com força como "Muros" e "Depois da Guerra" - dona de outro videoclipe da banda -, mas também letras falando de guerras pessoais, situações e dificuldades do dia a dia do cristão, como "Meus Próprios Meios", "Meus Passos", "Continuar", "De Joelhos" e "Tua Mão", mostrando que o disco realmente representa uma evolução musical e lírica da banda.

Ok, não é um disco que é quase unanimidade como "Além do que..." ou "Indiferença", mas, amigo, ELE GANHOU O GRAMMY LATINO! Sim, finalmente a banda levou seu primeiro Grammy pra casa, além de ser um dos discos mais elogiados da banda até pela crítica não-cristã. Esse disco finalmente tornou o Oficina G3 uma banda com relevância além do universo "gospel", embora também tenha criado um "esteriótipo", já que eles passariam a ser vistos como a "primeira", quiçá a única banda de rock cristão brasileira na cabeça de muitos fãs (que quando lembravam de outra era Rosa de Saron, Palavrantiga, Rodolfo Abrantes, talvez Catedral e Resgate, ou as estrangeiras Flyleaf, Fireflight ou Skillet, ignorando quase totalmente todo o resto das bandas do enorme universo do rock cristão, e causando um certo mal estar até dentro da cena mais underground - ironicamente a mesma que o Oficina G3 fazia parte na sua primeira década de existência!). Enfim, apesar dos pesares, esse álbum (que eu ganhei de presente num amigo secreto da empresa e que vi dois shows desse disco, um deles eu "ressuscitei" dentro do mosh pit - sim, eles nessa fase tinham voltado a deixar "os meninos rodarem" kkkkkkk -, já que eu tava quase morto antes do show devido uma bobagem que eu mesmo fiz de tomar um vinho estragado - eu as vezes faço muita besteira na minha vida, Deus que me perdoe - e Deus em sua misericórdia me curou DENTRO DO MOSH PIT! Ainda dizem que isso é do diabo, hahahaah) é fantástico, da capa lindíssima (eu diria a melhor da banda) ao som.



Som Gospel (2009)

01 - O Tempo
02 - Além do que os Olhos Podem Ver
03 - Te Escolhi
04 - Necessário
05 - O Teu Amor
06 - Mais Alto
07 - Eu Lázaro
08 - Amo Você
09 - Desculpas
10 - A Lição
11 - Ele Se Foi
12 - Brasil
13 - Pulso/Onde Está?
14 - Lugar Melhor
15 - Me Faz Ouvir

Parte do projeto de coletâneas da MK de artistas que faziam parte do cast da gravadora a alguns anos. Essa coletânea é um pouco mais extensa, cobrindo os lançamentos da banda na MK até 2007, além da inclusão da raríssima "Amo Você", que só tinha até então aparecido na coletânea "Amo Você Vol. 9 de 2003 (última música gravada por PG na banda inclusive). De resto, uma bela coletânea, embora boa parte das músicas já tivesse aparecido na coleção MK de Ouro. O material de capa de toda essa coleção eu achei muito ruim, sem nenhum encarte e feito realmente pra ser acessível, mas sem prezar pela qualidade de material. Nesse ponto não precisaria nem ter feito, sorry.


D.D.G. Experience (DVD e Blu-Ray, 2010)

01 - D.A.G.
02 - Meus Próprios Meios
03 - Meus Passos
04 - Eu Sou
05 - Até Quando? (Humanos)
06 - Mais Alto
07 - Ver Acontecer
08 - Obediência
09 - Continuar
10 - A Ele
11 - Incondicional/Unconditional
12 - Mensagem Juninho
13 - People Get Ready
14 - Tua Mão
15 - De Joelhos
16 - Better
17 - Muros
18 - De Olhos Fechados
19 - Depois da Guerra (D.D.G.)
20 - God Gave Rock'n'Roll to You (Argent cover)

Gravado em 25 de julho de 2009 na desativada usina de Santa Bárbara d'Oeste, esse show marcou em definitivo essa fase mais prog metal/metalcore da banda, tocando todo o repertório do DDG (inclusive uma versão fundindo as letras em português e inglês de Incondicional, com a intro de violão de Celso substituída por sua guitarra mais distorcida), mais algumas faixas de discos anteriores rearranjadas ou mais pesadas. Basta ver o modo brutal que Jean canta em "Até Quando?" (mais até do que já era antes!) e "Ver Acontecer", mostrando que o metalcore de bandas como As I Lay Dying e August Burns Red realmente estava por ali. A versão de "God Gave Rock'n'Roll to You" ficou perfeita, fechando com chave de ouro esse disco e essa fase da banda. Sim, essa fase...


Histórias e Bicicletas (Reflexões, Encontros e Esperança, 2013)

01 - Diz
02 - Água Viva
03 - Encontro
04 - Confiar
05 - Não Ser
06 - Compartilhar
07 - Descanso
08 - Aos Pés da Cruz (Kléber Lucas cover)
09 - Sou Eu
10 - Lágrimas (feat. Leonardo Gonçalves)
11 - Save Me from Myself (Carpark North cover)


Admita, você como eu ficou cabreiro quando o G3 soltou esse. Pouco depois de um disco e um DVD de rock pesado, flertando com o metalcore, eles jogam um experimental como esse. Por muito tempo eu realmente fiquei cismado, mas uma boa audição me fez perceber o quanto a banda colocou toda sua evolução sonora nesse disco, uma fusão de Switchfoot e Carpark North com um Dream Theater ou um Harmony da vida, fazendo uma mistura boa de metal progressivo com eletrorrock. Já na faixa de abertura, Diz, isso fica claro. A produção foi bem silenciosa, feita toda em Londres (único disco até hoje da banda gravado fora do Brasil, no estúdio RAK) e se a princípio parece um downtune pr'aqueles que esperavam novos "Meus Próprios Erros" ou "Muros", na realidade tá mais pra uma evolução, pois é um disco que não segue muito as "tendências" da época, seguindo uma linha mais experimental mesmo. Músicas longas - bem progressivas mesmo - e com letras focadas ainda mais nas experiências pessoais, muito resultado de problemas pessoais da banda mesmo (Jean e Duca passaram por divórcios e Mauro perdeu sua esposa para o câncer durante a produção). Junte-se a isso as declarações do líder da igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, sobre que 99% dos cantores cristãos são "endemoniados", combatida por diversos artistas, incluindo o Mauro Henrique, e temos um disco intimista, com momentos suaves, como Confiar (música principal de trabalho da banda pra esse disco) e a versão de "Aos Pés da Cruz" de Kleber Lucas, uma escolha que surpreendeu muitos fãs inclusive. "Encontro" possui um poema chamado "Praxe Edificante" declamado pelo cantor Roberto Diamanso, que foi uma peça genial pra ideia central da música. "Lágrimas" tem a participação especialíssima do grande cantor Leonardo Gonçalves, que também ajudou na produção do disco juntamente com Déio Tambasco. Foi o único disco de Aposan como membro oficial da banda, já que problemas de ordem contratual com a gravadora MK o forçaram a sair do grupo em 2014 infelizmente. A versão da música do cantor americano Dennis Jernigan que ficou mais famosa na voz da banda dinamarquesa Carpark North ficou muito fiel à do conjunto da Dinamarca, uma boa forma de fechar esse projeto. Apesar da estranheza causada a muitos fãs, esse disco chegou ao disco de ouro, foi sucesso de crítica e ganhou o troféu Promessas de 2013 na categoria melhor disco de rock.


Histórias e Bicicletas - O Filme (2015)
Um raro caso de banda cristã brasileira que chegou a
fazer um documentário sobre as gravações desse que seria
seu último álbum (pelo menos até o momento)


Gospel Collection (2014)

01 - Além do que os Olhos Podem Ver
02 - Cura-me
03 - Até Quando
04 - Minha Luta
05 - O Caminho
06 - Onde Está
07 - Te Escolhi
08 - Mais Alto
09 - Continuar
10 - Incondicional
11 - Perfeito Amor
12 - Atitude
13 - Tua Voz


Curiosa coletânea e compêndio feita pela MK de músicas extraídas de shows da banda ao longo dos anos. Nesse interim têm músicas de 2001 do DVD "O Tempo", uma faixa do evento da MK Canta Rio 2002 (a 5), três faixas do Canta Zona Sul 2004 (já sem PG), duas no Louvorzão 2008 (outro evento da MK) e duas do D.D.G. Experience em 2009, já com Mauro. É uma boa coletânea, extraíndo bons momentos da banda num único disco. No fim a MK finalmente acertou numa coletânea, olha aeeeee! Mas mais pelo fato de ser músicas ao vivo de diversas épocas.








DNA G3 / Singles (2016/2017)

01 - Tudo é Vaidade
02 - João
03 - Retrato
04 - Deezer Apresenta: O Caminho
05 - Deezer Apresenta: João (acústico)

Encarnando de vez a faceta de ministério (com eventos como o DNA G3 e o Oficina na Igreja), a banda fez alguns projetos curiosos e diferentes, singles (tal qual o Resgate está fazendo pra comemorar seus 30 anos). Sem a batuta da MK e totalmente independentes pela primeira vez na história da banda, eles fizeram faixas bem galgadas no rock alternativo, incluíndo aí no projeto Deezer Apresenta uma versão bem legal pra "O Caminho" com Mauro nos vocais e duas versões de "João", uma delas pro Deezer Apresenta totalmente acústica. As letras seguem a linha reflexiva, inclusive João, que relata a experiência de João Batista em batizar Jesus Cristo, seu Senhor (e nosso). Boas faixas, com produção de Leo Ramos da banda de indie rock secular Supercombo e as do projeto Deezer Apresenta por Dani Aguiar (que também produz a carreira da cantora Daniela Araújo).


Desde 25 de setembro de 2017 a banda entrou num hiato, embora tenha feito shows comemorativos, o último em dezembro em SP com a participação de ex-membros como Walter Lopes, PG, Luciano Manga, Alexandre Aposan, Déio Tambasco e Lufe, além de um show beneficente em 2018 em prol de Túlio Régis que fora diagnosticado com câncer. Juninho Afram segue tocando de vez em quando com o Vineyard (onde gravou a belíssima "Quebrantado" em 2008 no show "Vem Está é a Hora")  e em carreira solo (em 2018 lançou uma versão para Reckless Love de Cory Asbury chamada "Ousado Amor" que fez muitíssimo sucesso). Mauro tem a alguns anos tocado de vez em quando com o Rosa de Saron e segue em carreira solo, cantando com artistas como Leonardo Gonçalves, Guilherme de Sá (ex-Rosa de Saron) e Eli Soares (Preto no Branco). Duca e Jean seguem em seus ministérios, e no caso do baixista, as vezes mal compreendido por sua posição política ácida ao posicionamento mais "à direita" da maioria da igreja, posicionamento que ele demonstra no Twitter de vez em quando, mas nada agressivo ou anticristão, ao contrário do que muitos afirmam.

Meus votos e orações é que um dia eles tragam a banda novamente à vida. Se não for assim, então que registre-se aqui a importância inequívoca da banda pro rock cristão, sem dúvidas a mais importante banda da cena, ainda que por vezes tenha eclipsado as outras (mas o talento deles ajuda muito nesse sentido). Longa vida ao Oficina G3!

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Oficina participou de algumas coletâneas na Gospel Records e também diversas da MK, entre elas as da coleção Arrebatados Remix e da Amo Você (onde lançaram a raríssima "Amo Você"). Conferir algumas posteriormente na seção de coletâneas.

Ver também

Manga
PG
Túlio Régis
Judas o Outro
Walter Lopes
Virtud
Déio Tambasco
Katsbarnea
Patmus
LuFe
Vértice
FullRange
Celso Machado
Alexandre Aposan
Rosa de Saron