Banda de hard e heavy rock pernambucana surgida em 1992 por Cauê Cury (guitarra) e os irmãos Felipe (voz e baixo) e Marcos Baía (bateria). Já no ano de estreia lançaram a demo-tape Rebelião e com a faixa-título ganharam o festival Art-Contato 92 como a melhor composição (disputando com várias bandas de rock seculares de Recife, inclusive membros de grandes bandas como a de thrash metal Cruor). Em 1993 foram mais longe: ganharam o festival Art-Contato 93 como a MELHOR BANDA. Seguiram na ativa até a segunda metade dos anos 2000, sendo que em 2000 a banda passou por sua maior mudança de formação, com a entrada de Wendell Francel nos vocais (e posteriormente também no baixo), Hugo Leonardo na bateria e Léo Teixeira nos teclados, gravariam seu único disco full, "Candelabro", em 2005. Foi uma das precursoras da cena pernambucana juntamente com Heaven e Cavaleiros do Rei/Tempero, numa época em que na região poucas bandas tinham se aventurado a tocar rock cristão até então, como Embaixadores de Sião.
Cauê Cury continua sendo um dos maiores guitarristas de Pernambuco e do Nordeste, já tendo ganho várias vezes o prêmio de maior guitarrista da região e atualmente toca com o músico de forró Nando Cordel. Esse sucesso todo levou a banda a ser figura fácil em diversos festivais de Pernambuco e até em outros estados do Nordeste e do Brasil. Em 2013 foram uma das poucas bandas cristãs - juntamente com a pouco conhecida Anno Domini do vocalista Daniel Pinho (das seculares Silent Moon e Terra Prima) a a serem citadas no livro PEsado, do escritor e músico Wilfred Gadelha (um cara declaradamente anti-"white" metal), dando todo devido respeito ao talento dos caras.
Rebelião (1992)
01 - Rebelião
02 - Vivendo pelo Amor
03 - Mateus XXII - XVI (22.16)
04 - Filho de Jesus
Enquanto a cena de SP e RJ bandas como Oficina G3, Resgate, Fruto Sagrado, Calvário e Kletos faziam um hard rock e os primórdios do heavy metal no Brasil, em Pernambuco o Candelabro já fazia um hard'n'heavy impressionante e consistente. "Rebelião", que fala da queda de satã, é a mais pesada do disco, um heavy metal na linha do Bride oitentista. Já as três outras faixas remetem mais ao hard'n'heavy de bandas como Whitecross e Fruto Sagrado nos primórdios. Letras bem direcionadas ao evangelismo e também ao amor de Cristo. Essa demo levou a banda a aparecer no número final (10) da saudosa zine White Metal Detonation, de junho de 1994, coordenada pelo pastor Sandro Baggio (Refúgio do Rock e atual Projeto 242), levando a banda a ser conhecida nacionalmente.
Cada Manhã (Videoclipe, 1995)
Não tenho esse videoclipe, sei entretanto que ele chegou a ser veiculado no país inteiro via Rede Gospel de TV (na época transmitia seu programa Clip Gospel na extinta TV Manchete).
Capa bootleg. Se tiver uma arte real da capa, mande pra mim ;) |
01 - Tocou-me (Procura)
02 - Filho
03 - Estevão
04 - Sonhos Evaporam (Artecristã/MILAD cover)
05 - (Larga) O Jugo
06 - Perdoado
07 - Ver Você Chegar
08 - Superman
09 - A Porta
10 - Desfocalize-se
11 - O Profeta e a Meretriz
Segunda demo da banda, nessa eles decidiram amenizar um pouco mais a sonoridade, colocando alguns elementos de pop/rock, apesar de manter algumas faixas mais pesadas, como as clássicas "Larga o Jugo", "Desfocalize-se" e "Estevão", música mais clássica da história da banda. A sonoridade fundiu elementos do hard rock com o britpop, lembrando muito o que o Resgate faria no ano seguinte em seu quarto álbum, o auto-nomeado Resgate, isso pode ser observado na faixa "A Porta" ou no cover de "Sonhos Evaporam". Essa sonoridade mais hard pop seria adotada pela banda a partir daí, em seus próximos (e poucos) lançamentos seguintes. As letras continuam sendo geniais, como a faixa final, baseada na vida do profeta Oséias, que representava a relação de Deus com seu povo. Isso sem falar no megassucesso "Estevão".
Single 1998 (1998)
Não sei muitas informações desse primeiro single, sei que ele após a gravação aqui foi mixado nos EUA pelo produtor Ed Cash. Continha 3 faixas, incluindo... Estevão. Sim, ela aqui, numa melhor produção, estourou em rádios e em programas de TV locais com as aparições da Candelabro.
60 (Single, 2001)
01 - 60
02 - Estevão
03 - Procura
Depois de Felipe Baía sair da banda pra se dedicar mais ao ministério pastoral, a banda passou por uma enorme reformulação, sendo a mais notória a entrada de Wendell Francel nos vocais. Em janeiro de 2001 gravaram seu segundo single, "60", dessa vez não em formato videoclipe e sim em CD-R. 60 tem uma pegada meio hard blues e fala de uma verdade baseada no Salmos 90.10 (apesar que Moisés citava aí 70 anos e não 60) e a futilidade de uma vida vivida só pra nós. As outras faixas foram regravações da demo: Estevão ganhou no final um rap/rock na linha da banda Juízo Final:
"Estevão, diácono, servo de Deus
Fala a verdade para os fariseus
Pois nem as pedras puderam sua voz calar
Pois a Verdade fala por si só
Não precisa ninguém provar
Agora entendo o que Cristo diz
Negue-se a si, negue-se a si
Tome a sua cruz e SIGA-ME!"
Já a faixa "Procura" (originalmente chamada "Tocou-me") ficou ainda mais agitada, e sua letra continua fantástica demais. Basicamente uma crítica aos mais diversos tipos de caminhos (incluindo aí os de religiosidade "pseudocristã") pra se chegar a Deus, quando o melhor de todos é realmente deixar Ele nos tocar naturalmente.
CURIOSIDADE: A banda chegou a distribuir esse single como promo, inclusive o disponibilizando pra download no finado site deles (www.candelabro.net).
Candelabro (2005)
01 - Candelabro
02 - O Jugo
03 - O que Sou
04 - 60
05 - Não Há
06 - Procura
07 - Tua Graça
08 - O Profeta e a Meretriz
09 - Histórias, Sonhos e Lamentos
10 - Liberdade
11 - Estevão
Uma coletânea praticamente, com algumas das melhores canções que a banda já tinha feito, como "O Jugo", "60", "Procura", "O Profeta e a Meretriz" e "Estevão". Curiosamente "Cada Manhã" não apareceu aqui, bem como nenhuma canção da antológica primeira demo (talvez pela proposta sonora lá ser bem mais pesada). De todo modo, essa formação da banda conseguiu fazer o trabalho mais consistente, com uma baita pegada que funde o hard rock e o pop/rock na linha do Oficina G3 e Virtud. Faixas inéditas, como a "Candelabro", "O que sou", "Não Há", "Tua Graça", "Liberdade" e a enfim criada "Histórias, Sonhos e Lamentos" seguem a linguagem eficaz, poética e bíblica, mostrando também as lutas internas de cada um de nós. As regravações ganharam uma roupagem muito boa, poucas mudanças de arranjos pontuais, mas que deram um gás novo e mais vívido pras faixas. Felipe Baía faz o rap no final de Estevão nessa versão. O disco vendeu bastante aqui em Pernambuco, lembro quando lançou o quanto espalhavam cartazes em lojas cristãs e pelo centro do Recife, além de anúncios na rádio Evangélica FM 100,7, mostrando o quando a banda havia conquistado o respeito na cena, sendo fácil ser convidada em eventos como o finado Recifeliz com Jesus e a Marcha para Jesus Recife (onde os vi ao vivo pela primeira vez, creio que em 2002 ou 2003, e pirei na hora. Eles e a Calvário D.C. foram sem dúvidas as bandas daquele dia no show - isso porque eu não tinha chegado mais cedo pra ver a Alta Cúpula hahaha). Essa banda definitivamente faz muita falta, uma clássica banda que poderia fazer aí qualquer dia desses uns shows comemorativos, por que não?
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Cauê Cury chegou a gravar junto com os caras da Acesso Livre. Confiram depois na review da banda.
Candelabro; Acesso Livre; Alta Cúpula, sem falar na Calvário d.C. que tiver o Prazer de Ser vocalista... meu, muito topi as bandas das antrola!!!
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