quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Love Life / Fear Not



Love Life foi uma banda de hard rock/glam metal cristã formada no final dos anos 1980 por Darin Eby (guitarras), Gary Hanson (bateria), Rob Romero (baixo) e Larry Worley (vocais, futuramente na banda solo de Robert Sweet). Na linha do Skid Row e Slaughter, a banda lançou um único disco com esse nome, "Good Bye Lady Jane", um dos discos mais aclamados do metal cristão. Com a saída de Darin e a entrada de Chris Howell (futuro Red Sea), a banda mudou de nome pra Fear Not e lançaria ainda um disco em 1993 auto-intitulado, antes de perder o fôlego pras bandas alternativas daquela época como ocorreu com várias bandas de glam e sumir da cena por quase duas décadas, até que em 2019 eles voltaram com o EP "For the Wounded Heart".


Love Life - Good Bye Lady Jane (1991)

01 - Real Love
02 - Do You Love Me?
03 - Hearts on Fire
04 - When Loneliness Comes Knockin'
05 - Girl Gone Bad
06 - Fill 'er Up
07 - Goodbye Lady Jane
08 - In Blue Again
09 - 1000 Reasons
10 - A Hard Day's Night (cover do The Beatles)
11 - Do You Believe in Love?


Com uma pegada que muito remete a bandas como Skid Row (nos vocais principalmente bem fortes e agudos de Larry), Slaughter e Danger Danger, além de bandas cristãs como The Brave e Siloam, esse disco arrepia demais! É uma pérola pouco lembrada na cena do hard rock/glam metal, com moral pra não só fazer sucesso dentro da cena cristã, como também no secular. Talvez a distribuição por uma gravadora pequena como a Blondie (ou o fato de ser uma banda cristã) possa ter atrapalhado nesse sentido, mas ouvir uma balada como "When Loneliness...", as velozes "Real Love" e "Girl Gone Bad" e a simples e direta faixa título já bastariam pra mostrar o poder de fogo da banda. O cover dos Beatles aqui ficou bem legal, um daqueles casos que o John Lennon estava bem errado ao dizer "músicas dos Beatles só os Beatles tocam bem"... Se você tem aquele argumento estúpido e retardado de "cover secular é coisa de endemoniado", recomendo ir catar coquinho bem longe daqui! Fill 'er Up é um curto riff de Darin Eby que bem que merecia ter ficado maior.


Versão de 25 anos da Roxx (2017)
Fear Not - Fear Not (1993)

01 - Giv' it Up
02 - We Have a God
03 - Mr. Compromise
04 - Suicide Sunshine
05 - 'till the End of my Days
06 - There is Love
07 - Easy Come, Easy Go
08 - Money Money
09 - Mad World
10 - Take Hold


Mudança de integrantes (sai Darin, entra Chris Howell), de gravadora (pra Pakaderm dos irmãos Elefante e distribuição pela Word!) e também uma certa mudança de som, adotando uma pegada mais funkeada (isso é notável já na faixa de abertura), bem na linha de Skid Row e Guardian nos álbuns Fire and Love e Miracle Mile, até o nome mudou - pra Fear Not. Com uma pegada mais elaborada e uma produção mais apurada, chega a espantar que "Fear Not" também tenha ficado pra trás na história, muito disso pelo aumento cada vez maior da galera mais "alternativa" na cena do rock (aqueles já eram os tempos do Nirvana e Pearl Jam né). Apesar de ter virado muito mais um disco cult, "Fear Not" teve seu reconhecimento de qualidade, em 2017 a Roxx Records preparou uma edição especial de relançamento pelos 25 anos, com duas novas faixas (You've Got Love e Love is Alright) e totalmente remasterizado, com fotos da banda e toda a qualidade que a Roxx sempre dá para esses relançamentos de clássicos. Isso estimulou o retorno da banda, para nossa alegria!

Curiosidade: Take Hold tem uma curiosa sonoridade latina no trecho do solo, algo bem genial pro som do disco.


For the Wounded Heart (EP, 2019)

01 - Don't Wanna None (Come Get Some)
02 - Shadows Fade
03 - Carry Me
04 - Love is Alright
05 - Shipwrecked Hypocrite






Um bem-vindo e inesperado retorno, com a mesma formação de "Fear Not" de 1993, mais a adição de Eddie Green nos vocais principais (Larry Worley foi pras guitarras e fazendo backing vocais), o que deu uma sensível mudança, já que o vocal de Eddie é bem mais grave que o do Larry. A pegada da banda passou a ter elementos bem modernos, o que na realidade não comprometeu a qualidade da banda, muito embora tenha deixado eles mais próximos de um Stryper na fase Reborn ou do Holy Soldier na era Promise Man (esse último sem os excessos grunge, obviamente). "Carry Me" me fez lembrar de "Incondicional" do Oficina G3, algo que tenho minhas dúvidas se é positivo ou não. No fim é um EP legal, mas é um enorme desprendimento sonoro àquilo que a banda fizera no início dos anos 1990 tanto ainda como Love Life como já Fear Not.


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