sábado, 24 de agosto de 2019

Narnia (Suécia)





Clive Staples Lewis foi um dos maiores escritores cristãos - quiçá o maior - do século XX. Suas obras refletem a vida de um homem que saiu do ateísmo materialista para uma crença inabalável em Deus, e seu compêndio apologético de 1952 "Cristianismo Puro e Simples" é admirado e usado até hoje por diversos teólogos. Além dos livros de importância mais teológica, ele também ficou famoso por seus livros de fantasia, sempre com alegorias à fé cristã, como "Cartas de um Diabo a Seu Aprendiz" (1942) a Trilogia Cósmica ("Além do Planeta Silencioso" de 1938, "Perelandra" de 1943 e "Aquela Força Medonha" de 1945) e, claro, o mais famoso, a série de romances "As Crônicas de Nárnia" de 1949 a 1954, uma das mais belas alegorias da história salvífica de Cristo, representado pelo leão Aslan. A obra inteira de Lewis inspirou filmes (como a série de filmes da Disney adaptando "As Crônicas de Nárnia") e várias bandas de rock cristão, como Sixpence None the Richer, King's X (no disco "Out of the Silent Planet" e na música de mesmo nome do sucessor, "Gretchen Goes to Nebraska"), Silent Planet, além de uma banda bretã por nome Narnia, que só existiu láaaa na década do movimento de Jesus, lançando o disco "Aslan is not a Tame Lion" de 1974. Um dia decerto falarei dela. Mas óbvio que não é dela que esse artigo se refere...

...e sim da sua homônima muito mais famosa da Suécia! Antes do Narnia, Christian Liljegren (vocais) já havia participado de algumas outras (muitas!) bandas, sendo que a mais ativa era a banda de hard rock / metal clássico Modest Attraction (onde lançou dois álbuns nos anos 1990), quando conheceu em 1993 Carl Johan Grimmark (guitarra e as vezes teclados, baixo e etc), à época na banda Sentinel, que nunca foi muito longe. Foi quando em 1996 decidiram se juntar num projeto que originalmente seria de estúdio, com pegadas de shred/neoclássico e power metal melódico. Assim nascia o Narnia, que logo após o primeiro disco, Awakening de 1997, ser lançado e provar-se um sucesso com a distribuição da japonesa Poly Canyon, eles conseguiram juntar membros e tornaram-se de fato uma banda, e seguiram com novos e impressionantes lançamentos, como "Long Live the King" (1998), Desert Land (2001), The Great Fall (1993) e Enter the Gate (2006). Em 2008 Christian saiu da banda para dedicar-se mais à banda Golden Resurrection e ao Audiovision (ele inclusive também terminou com o Divinefire - outra banda dele - pelo mesmo motivo na época), e em seu lugar entrou o uruguaio-brasileiro Gérman Pascual (que posteriormente se juntaria ao CL no ressuscitado Divinefire e também formaria o Empire 21), e lançariam com o novo vocalista o disco "Course of a Generation" (2009), que não destoava em nada no som da banda - o timbre do Gérman (e até a aparência física) lembravam muito a do CL. Mas em 2010, alegando problemas de agenda, a banda encerrou suas atividades, até 2014, quando voltaram com Christian de volta aos vocais e de lá pra cá já lançaram dois discos de estúdio, um disco ao vivo da turnê da banda pelo Brasil em 2017 e seguem firmes e fortes em sua jornada. They Still Believe!


Versão da Nuclear Blast (1998),
mais famosa pelo mundo
Awakening (1997)

01 - Break the Chains
02 - No More Shadows from the Past
03 - The Return of Aslan (instrumental)
04 - Heavenly Hole
05 - Time of Changes (Modest Attraction cover)
06 - The Awakening
07 - Touch from You
08 - Sign of the Time
09 - Let me Rest in Your Arms (bônus da versão japonesa)



Apesar do início mais speed metal com "Break the Chains", Awakening já mostra bem os elementos mais melódicos já a partir de "No More Shadows from the Past", um dos clássicos desse disco. Pra um disco duo project, esse aqui mostra uma qualidade impressionante. As guitarras de CJG estão já aqui com uma pegada fora de série, vide o instrumental, um som que tem muito de Yngwie Malmsteen, um dos mestres da guitarra neoclássica. "Time of Changes", originalmente "Firefall" quando tocada pela Modest Attraction, acabou sendo uma das mais famosas do disco.



Versão da Nuclear Blast (1999)
Long Live the King (1998)

01 - Gates of Cair Paravel (intro)
02 - Living Water
03 - Shelter through the Pain
04 - The Mission
05 - What You Give Is What You Get
06 - The Lost Son
07 - Long Live the King
08 - Dangerous Game
09 - Star Over Bethlehem
10 - Shadowlands (outro)

Já como uma banda de fato, com a entrada de Andreas Johansson (bateria), Martin Claesson (teclados) e a efetivação de Jakob Peterson no baixo (ele fez participação no Awakening), o Narnia mostra nesse um som mais consistente e com letras cristãs bem centradas. Letras como a belíssima "The Lost Son" (baseada no Filho Pródigo), canções clamando a Deus por forças (Shelter through the Pain), evidenciando nosso chamado (The Mission, Long Live the King) e também mostrando os perigos na jornada (Dangerous Game) mostram o compromisso da banda com trazer a mensagem divina. Sem dúvidas quando lembro de "Living Water" eu piro muito, porque traz uma das melhores músicas de abertura que uma banda de metal já poderia ter feito, quando ouvi em 2017 eles tocando essa ao vivo foi realmente alucinante. Listado em 74º lugar no top 100 de Maurício Gomes no Whiplash na sua saudosa coluna Christian's Voice.

Curiosidade minha: Primeira vez que ouvi falar do Narnia foi não ouvindo um disco deles, mas do... Mortification! É que nas fotos do show "10 Years Live not Dead" o Steve aparece usando uma camisa com a peita desse álbum, mostrando que a partir desse a banda começaria a atingir um público muito maior que em seu primeiro disco.


Desert Land (2000)

01 - Inner Sanctum
02 - The Witch and The Lion
03 - Falling from the Throne
04 - Revolution of Mother Earth
05 - The Light at the End of Tunnel (instrumental)
06 - Angels are Crying
07 - Walking with Wire
08 - Misty Morning (instrumental)
09 - Trapped in this Age


Curioso como só a partir desse disco aparece realmente uma letra com referência direta aos romances das Crônicas de Nárnia (mais especificamente ao primeiro capítulo - e segundo cronologicamente - "O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa"). Além dessa ótima faixa, esse disco, pra muitos o mais consistente da banda, traz um clássico eterno: Inner Sanctum (coverizada pela saudosa banda pernambucana Royal Blood). A letra impressionante desta faz uma oposição à vida de luxuria e ganhos fáceis que passam em comerciais e meios de comunicação e a dependência de todos nós pelo único capaz de ver nossa realidade verdadeira e interior. A banda segue de maneira magistral o seu som, variando entre momentos velozes como as duas primeiras faixas, e baladas como "Revolution of Mother Earth". As peças instrumentais do disco continuam mostrando o talento incrível de CJG, muito na linha do Malmsteen, ao passo que os vocais de CL ganharam um que de Dio muito mais visível do que nos dois primeiros álbuns, uma marca que ficou com eles até hoje (àquela época a banda chegou a fazer turnê com a banda solo do saudoso mestre do heavy metal). A longa e épica faixa "Trapped in the Age" mostra as consequências de uma má escolha na vida, sem dúvidas uma das mais belas e pouco lembradas canções da banda. A capa desse disco, a terceira e última feita pelo famoso artista plástico e músico sueco Kristian Wåhlin (também conhecido como Necrolord, que também fez capas pra diversos grupos seculares e alguns cristãos como Laudamus e Extol) é de longe a mais bonita de todas as capas do Narnia com o Aslan na frente, numa versão dele em "esfinge".


The Great Fall (2003)

01 - War Preludium (narração)
02 - The Countdown has Begun
03 - Back from Hell
04 - No Time to Lose
05 - Innocent Blood
06 - Ground Zero (instrumental)
07 - Judgement Day
08 - Desert Land (instrumental)
09 - The Great Fall of Man (part. Eric Clayton)


"O mundo está mudando constantemente ...
A cada segundo nasce uma nova vida e um sonho é realizado
Estou olhando para a luz das estrelas, oprimido pela pequenez de minhas ações ...
Sempre tropecei enquanto procurava desesperadamente a sabedoria das eras ...
Amanhã... vou mudar o mundo"

Quando uma banda segue em crescendo trabalho após trabalho é difícil simplesmente avaliar seus discos sem cair no lugar comum do "caras, que discaço!". É esse meu dilema com o Narnia (kkkk). The Great Fall é um achado genial, um disco meio até conceitual, dividido em duas partes. A primeira é a veloz e forte fase um que vai da intro narrada até a faixa cinco. Um petardo atrás do outro, como a speed metal "Back from Hell" (com o CL fazendo vocais bem fortes e gritados no refrão) e a mais melódica (porém igualmente marcante) To Time to Lose, além do som meio Deep Purple de "Innocent Blood". É como se ilustrasse um lado mais ativo, mais agitada de um homem tentando fugir do seu lado terrível e cruel com suas próprias forças.

A parte 2 segue uma pegada bem mais obscura, tanto nos dois solos como nas duas músicas "normais". É o oposto do anterior, uma clara evidência da nossa impossibilidade de vitória contra nossa decaída natureza sem Deus. A enorme (maior faixa da história da banda, com 14 minutos e 19 segundos) "The Great Fall of Man" conta com os belísismos e góticos vocais de Eric Clayton (da banda Saviour Machine), dando a tônica final ao disco, de que "o tempo da redenção dia após dia está chegando no fim", e temos que clamar por essa redenção em nossas vidas, conquistada na cruz do Calvário.

Listado em 48º na lista do Top 100 de Maurício Gomes no Whiplash. Um dia vou postar aqui no Blog essa matéria e dando obviamente os devidos créditos ao criador original, conheci muita banda boa por essa lista.

 

At Short Notice... Live in Germany (DVD, 2004; CD, 2006)
01 - Introduction
02 - Inner Sanctum
03 - The Mission
04 - War Preludium / The Countdown has Begun
05 - Back from Hell
06 - No Time to Lose
07 - Long Live the King
08 - Living Water
09 - Shelter Through the Pain
10 - Dangerous Game / Guitar Solo
11 - Awakening
12 - Break the Chains
13 - The Witch and The Lion
14 - After All These Years (só na versão DVD)




Gravado na turnê "The Great Fall" em Owen, Alemanha, a 29/03/2003, esse fantástico show vai além, cobrindo parte da carreira da banda até então, com faixas dos quatro discos da banda lançados até então. A energia ao vivo da banda é indubitavelmente grande, com o CL fazendo um show a parte com suas interpretações fortíssimas das faixas da banda. Só quem viu eles ao vivo (como eu) têm uma ideia melhor do poder deles para conquistar o público já nas primeiras notas. Uma coisa notável foi a ideia da banda de colocar quatro das cinco faixas iniciais de "The Great Fall" na ordem exata que aparecem no disco, dando um vislumbre real de show de turnê do disco. Uma pena que a versão CD eliminou a intro e o solo de guitarra após Dangerous Game (no DVD ambos aparecem). Muito bom ver ao vivo a evolução sonora da banda diante de nossos olhos.


Enter the Gate (2006)

01 - Into the Game
02 - People of Bloodred Cross
03 - Another World
04 - Show All the World
05 - Enter the Gate
06 - Take me Home
07 - This is My Life
08 - Aiming Higher
09 - The Man of Nazareth
10 - Hymn to the North (bônus da versão japonesa e mexicana)


Esse disco eu tenho um carinho especial, haja vista que foi o primeirão da banda que eu ouvi na vida (sério, eu conhecia Narnia desde 2002, mas só em 2006 eu realmente ouvi o som deles!). Sim, eu poderia ser contaminado pela nostalgia, mas vamos tentar ser mais "técnicos" (risos), esse disco é um ponto de discórdia pra muitos fãs antigos da banda, já que aqui eles decidiram colocar muito mais elementos de power e progressive metal, o que pra os mais puristas da fase neoclássica/melódica foi a banda "se vendendo". Não vejo com esses olhos, haja vista que musicalmente o som mantém elementos neoclássicos, além do que, ainda que a banda - vá lá - tenha "se vendido" ao som que estava "bombando" na cena à época com bandas como Theocracy e Divinefire (essa última também do CL) e as seculares Symphony X, Stratovarius, Angra e Blind Guardian (outra que também foi acusada de "se vender" pro progressivo nesse tempo), o fato é que o som casou perfeitamente com o que a banda se propunha nesse disco. CJG faz um trabalho excepcional nos teclados e obviamente na guitarra, deixando realmente o disco com arranjos bem prog/power de deixar queixo caído. Pra mim esse é - sem parecer pedante ou simplesmente nostálgico - o melhor disco da banda, com músicas inesquecíveis que tive o prazer de cantar ao vivo como "Into the Game", "People of Bloodred Cross" e "Another World", afora as também inesquecíveis "Enter the Gate", "Show All the World" e "This is my Life". "The Man of Nazareth" mantém a já tradicional ideia da banda de encerrar os álbuns com uma faixa longa e belíssima. Curiosamente esse disco não possui nenhuma faixa instrumental (uma pena).


Decade of Confession (2 CDs, 2007)
Disco duplo contendo muito do que o Narnia produzira até então.
Além de faixas de todos os discos, ainda conta com alguns sons lançados
anteriormente só no Japão, como "Can't Get Enough of You", "Hynm to the North"
e "Let me Rest in Your Arms", além de um remix de Show all the World,
um cover da banda secular Uriah Heep (Sunrise) pra uma coletânea da Nuclear Blast
e um fantástico cover pra cristã Jerusalem (In His Majesty's Service).
Uma das melhores e mais bem produzidas coletâneas da história do metal!



Grimmark - Grimmark (2007)

01 - Pray
02 - How Many Times
03 - Hiding from the Sun
04 - Free
05 - Resurrection
06 - Monkey Man
07 - Save Our Souls
08 - The Kingdom
09 - The New Song (instrumental)



Na época o Narnia estava passando por um processo de reformulação, com a saída de Christian para se dedicar ao Audiovision. Com isso CJG se sentiu a vontade para lançar seu fantástico disco solo. Um disco com uma pegada bem mais neoclássica com power metal, além dos vocais de Grimmark, mais a participação de músicos como Jan-Sören Eckert (baixo, também das seculares Iron Savior, Masterplan e Running Wild) e Peter Wildoer (bateria, das seculares Darkane, Arch Enemy, Soilwork, James LaBrie e vários outros). Pra quem esperava um disco só de instrumentais, não é definitivamente o caso aqui, onde só a faixa final é instrumental. A voz de Grimmark é bem legal de se ouvir, embora seja menos melódica e mais próxima de um Fish do Marillion do que de um Dio. Não que isso seja ruim, bem pelo contrário, o encaixe é inegável. Uma pena que Grimmark não lançou mais nenhum trampo solo até hoje além desse.



Course of a Generation (2009)

01 - Sail Around the World
02 - When the Stars are Falling
03 - Course of a Generation
04 - Scared
05 - Kings are Come
06 - Rain
07 - Armageddon
08 - One Way to Freedom
09 - Miles Away
10 - Behind the Curtain
11 - Master of Lies (bônus da versão da Nightmare Records)


Olsson, Grimmark, Johansson e Pascual
Único disco da banda com os vocais de Gérman Pascual, única novidade de fato na formação da banda, já que CJG, Andreas Passmark Olsson (baixo) e Andreas Johansson (bateria) se mantinham em suas posições desde o fantástico The Great Fall (Johansson desde o Long Live the King). Os vocais de Gérman (ex-vocal da secular Mind's Eye) remetem de certo modo ao que o seu antecessor fazia, tendo uma certa similaridade, porém com um bocado mais de agressividade (em certos momentos lembrando um pouco também o vocal de Geoff Tate das seculares Queensrÿche e Operation Mindcrime), o que casou bem com a proposta de COAG, um disco muito mais progressivo e mais agressivo que todos os seus antecessores. Muitos fãs chiaram (eu na época detestei essa mudança, e por anos abominei o novo vocal), mas a verdade é que o vocal casou perfeitamente com a proposta da banda, e sem dúvidas acrescentou muito em qualidade. "Rain" era outra canção que a saudosa banda de Paudalho Royal Blood curtia muito tocar, e acho que isso me fez rever o disco e perceber que ele era bom sim, ainda que diferente dos anteriores. A agressividade em faixas como "Behind the Curtain", "Armageddon" e "Course of a Generation" fica clara e no fim mostra o quanto a banda conseguiu evoluir muito no seu som e variar bastante. Achei curioso alguns reviews (como um que li na Encyclopaedia Metallum) dando notas medianas e até baixas pro disco, parecia mais coisa de fã "viúva" do CL. Chega até a ser triste quando pensamos que no ano seguinte a banda pausou as atividades, não prosseguindo nessa levada. Enfim, demorou um bom tempo para ouvirmos a banda novamente.

Curiosamente a revista Heaven's Metal em 2010 colocou esse em 62º lugar no seu Top 100 melhores discos de metal cristão, sendo que nenhum outro disco do Narnia entrou nessa lista. Pois é...


Narnia (2016)

01 - Reaching for the Top
02 - I Still Believe
03 - On The Highest Mountain
04 - Thank You
05 - One Way To The Promised Land
06 - Messengers
07 - Who do You Follow?
08 - Moving On
09 - Set the World on Fire
10 - Miracle (bônus japonês)
10 - Living Water (versão 2017/bônus da versão da gravadora Massacre)
11 - Utvandrarna (bônus da versão da gravadora Massacre)


O retorno! E em alto estilo! Tão bom perceber que as vezes bandas conseguem voltar e voltam verdadeiramente bem. Narnia conseguiu isso. Voltando um bocado a um som com características entre o Long Live the King e o Enter the Gate, ou seja, neoclássico com power metal e progressivo, "Narnia" marcou bem também o retorno do vocalista mais famoso e amado da banda, Liljegren. Novamente com um tecladista fixo (Martin Härenstam) e os mesmos Grimmark, Johansson e Olsson de volta aos seus postos, esse disco mantém tudo de bom que a banda fazia antes de sua parada. Em questão lírica não há dúvidas de que a banda continuou com uma lírica cristão forte, como a já clássica "Messengers", que é uma belíssima homenagem aos missionários que arriscam sua vida levando o Evangelho em locais inóspitos e muitas vezes muito avessos ao Evangelho. Não tenha dúvidas, corra atrás desse disco. Ele vale demais a pena. I Still Believe!

We Still Believe - Made in Brazil (2018)
Gravado no Brasil em 2017, um dos países em que o Narnia é mais querido,
Uma belíssima homenagem ao seu público daqui de todo o país.

From Darkness to Light (2019)

01 - A Crack in the Sky
02 - You Are the Air That I Breathe
03 - Has the River Run Dry
04 - The Armor of God
05 - MNFST
06 - The War that Tore the Land
07 - Sail On
08 - I Will Follow
09 - From Darkness to Light Part I
10 - From Darkness to Light Part II (instrumental)


Minha primeira audição dessa belezura que saiu a pouco, 02/08/2019. O que dizer? Sinceramente, não sei haha. Acho incrível como o Narnia ao longo dos anos conseguiu provar que não é dessas bandas que ficam presas na mesma cartilha sonora, no mesmo som idêntico e sem variações, ao mesmo tempo que nunca foge de suas raízes nem se joga em experimentalismos sem cuidado ou puramente pra tentar atingir esse ou aquele alvo cegamente. Por exemplo, eu ao ouvir "Has the River Run Dry" fiquei perplexo que a música consegue fundir elementos de hard rock setentista (meio Rush até) e guitarras a lá Uli Jon Roth, Yngwie Malmsteen, Chris Impellitteri ou da dupla do Cacophony (Marty Friedman e Jason Becker), puro Shred. E o teclado de "The Armor of God" parece uma obra de arte com um tom mais atmosférico, meio folk metal. Não conheço muitas bandas que consigam fazer arranjos tão complexos e belos assim como o Narnia, mas eles conseguem ir bem além do esperado. Não a toa é provavelmente disparado o melhor disco de 2019 e um dos melhores discos da década de 2010 no metal em geral - não só cristão, frise-se. Liricamente não há dúvidas de que a banda não foge da raia e persiste em letras diretas em adorar a Deus e mostrar quem Ele é para todos. A profissão de fé contida no refrão de MNFST não poderia ser mais clara nesse sentido. A balada de "The War that..." com os vocais femininos no coro de Hallelujah é sem dúvidas a melhor balada da banda até hoje, bem trabalhada e delicada. Fechando o disco temos a faixa título dividida em duas partes, a última delas um fantástico instrumental. Sem dúvidas um disco que já nasceu clássico. Recomendadíssimo!

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Ver também

Divinefire
Modest Attraction
Audiovision
Wisdom Call
Flagship
7Days
Golden Resurrection
Bordeline
Trinity
Rob Rock
Jerusalem
Fires of Babylon
System Breakdown
Saviour Machine
Leviticus
Harmony
Gérman Pascual
Essence of Sorrow
Empire 21



Eu e Christian na passagem da banda em 21/04/2017 aqui em Recife

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