Um certo inimigo da cruz de Cristo travestido de "santo profeta" tinha um costume bem curioso (acho que ainda tem) de xingar todos os roqueiros, em especial os cristãos (pessoas as quais ele deveria as ter como suas irmãs, mas ele as tem como leprosas!). Entre seus adocicados "elogios" um ficou famoso a um tempo atrás em quem conhece esse sujeito: "vagabundo, chifrudo, CURTIDOR DE BOB DYLAN!" O porquê de considerar curtir Bob Dylan um insulto é algo que provavelmente vai me intrigar o resto de minha vida, pois na minha opinião humilde e fecal uma pessoa que curte Bob Dylan não é um insulto e sim um gênio!
Afinal Robert Allen Zimmerman, o Bob Dylan, tem uma grande contribuição na história não só do rock como da música como um todo, até mesmo da música cristã. Nascido em Duluth a 24 de maio de 1941, começou a fazer poesias ainda aos dez anos de idade, tocando piano e guitarra num estilo rock-a-billy na adolescência, mas 1959 na universidade de Minnesota ele voltou-se pra folk music, estilo que ele fundiria ao rock com uma maestria que só ele mesmo saberia fazer, e em 1961 lançou seu primeiro disco homônimo. Daí pra frente ele seguiria revolucionando (e causando polêmicas em alguns momentos), como quando em Highway 61 Revisited (1965) ele abandonou o fardo de "bardo do folk" que carregava junto com a cantora e amiga Joan Baez, e passaria a inserir elementos elétricos no seu som (o que lhe valeu a alcunha de traidor por parte de alguns). Ignorando a multidão de críticas, Bob Dylan seguiu, tal qual David Bowie, sendo um mutante musical, e com isso influenciando diversos músicos até hoje (até John Lennon dos Beatles ainda nos tempos áureos da banda se confessava fã do músico americano). Uma de suas músicas, "Hurricane" de 1976, inspirada no boxeador Rubin "Hurricane" Carter, que foi indevidamente preso por assassinato em 1966 unicamente por ser negro, tornou-se porta-voz de um protesto que seria satisfeito em 1985 com a absolvição de Rubin e anulação da pena. Essa foi só uma das muitas intervenções musicais de Bob em sua carreira (outra bem famosa foi sua participação no projeto USA for Africa em 1985), que lhe renderiam uma gama impressionante de prêmios: além de estar entre os atos musicais que mais venderam, ficou em 2º lugar como artista mais importante pela revista Rolling Stone (perdendo apenas pros Beatles), DEZ Grammys, introdução ao Hall da fama do Rock, dos compositores e dos artistas de Nashville, medalha presidencial da liberdade concedida por Barack Obama e ser o único artista da história a ter Grammy (premiação musical), Pulitzer (jornalismo), Oscar (trilha sonora de filme), Globo de Ouro (trilha sonora de filme) e NOBEL de Literatura! Será que o "voz de pato" é bom?
Bem, e antes que alguém diga "tá, e o que tem de cristão nisso tudo que tu falou, Johnny?" Então, não é segredo pra ninguém que o Bob é filho de judeus, mas no final dos anos 1970 ele teve um encontro com Cristo em meio ao Movimento de Jesus (tal qual artistas como Pat Boone, B.J. Thomas, Cliff Richards, Mylon LeFevre e tantos outros) e chegou a lançar 3 álbuns com sonoridade mais próxima ao gospel e letras voltadas ao Senhor - e que foram pavoneados por seus antigos fãs e críticos musicais da época. Mesmo após voltar à carreira secular, Bob nunca largou a fé cristã, chegando a declarar por ocasião do lançamento do disco "Christmas in the Heart" de 2009 "sou um crente verdadeiro". Curiosamente muitos atribuem a Bob justamente o contrário, que ele seria um satanista, haja vista que em certa entrevista ele teria dito ter feito um trato com o "chefe-comandante dessa Terra e do mundo que não podemos ver", algo que duvido muito - não da declaração em si, mas sim que ele atribua essa chefatura ao diabo, já que ele é nascido judeu e seguidor do Cristianismo, sabe bem que, como Jesus declarou em Mateus 28.18 "TODA AUTORIDADE ME FOI DADA NOS CÉUS E NA TERRA!" Sim, Jesus é o Senhor de tudo e de todos, aceitando nós ou não! E sei bem que Bob Dylan sabe bem e escolheu servir alguém, não o diabo, mas ao Senhor.
Curiosidade: Um dos filhos de Brother Simion se chama Dylan, óbvia homenagem ao cantor americano.
Slow Train Coming (1979)
01 - Gotta Serve Somebody
02 - Precious Angel
03 - I Believe in You
04 - Slow Train
05 - Gonna Changing My Way of Thinking
06 - Do Right to My Baby (Do Unto Others)
07 - When You Gonna Wake Up
08 - Man Gave Names to All the Animals
09 - When He Returns
Lembro como se fosse hoje quando li o meio-irmão de Elvis Presley, Rick Stanley, na sua biografia comentar que as pessoas, quando não encontram a Deus, sempre servem a alguma coisa, como ele serviu ao irmão Elvis e Elvis serviu a seus fãs, aí ele citou a frase de Dylan na faixa de abertura desse disco fantástico "você sempre servirá a alguém!". A faixa, a melhor na minha opinião de toda a carreira cristã do Bob, ganhou um Grammy de melhor performance vocal masculina - o primeiro aliás de sua carreira - e foi seu primeiro hit número um em três anos, mas também ganhou a fúria de John Lennon, outrora um de seus maiores admiradores, que chegou a escrever e gravar a faixa "Serve Yourself" pouco antes de morrer em 1980 (só sairia numa antologia) e dizendo na música "sirva a si mesmo!" Uma lástima tal desnecessária afronta dele, mas fazer o que né... Fato que Dylan ignorou e seguiu em frente, como em músicas tais quais "Precious Angel", "When He Returns" e o reggae de "Slow Train". A temática cristã transparece demais nesse disco, que curiosamente foi o mais bem aceito da fase cristã pela crítica na época, e foi colocado em 16º lugar entre os 100 mais importantes discos de música cristã contemporânea pela revista americana CCM. Mantendo elementos de country, reggae e gospel, é sem dúvidas um disco genial, que ainda contou com a guitarra do mítico Mark Knopfler (Dire Straits).
Capa alternativa "menos religiosa" |
01 - A Satisfied Mind
02 - Saved
03 - Covenant Woman
04 - What Can I Do for You?
05 - Solid Rock
06 - Pressing On
07 - In the Garden
08 - Saving Grace
09 - Are You Ready?
Disco com muito mais influência do gospel nos arranjos, e com uma letra como "Saved" como faixa-título, não poderia deixar mais claro a conversão de Dylan. Letras fantásticas e sonoridade mantendo-se numa qualidade fortíssima, entretanto já nesse alguns ditos críticos passaram a criticar a ideia do álbum e do Dylan em falar de sua fé acima de tudo - uma crítica absurdamente vazia como dá pra perceber né. Enfim, a despeito dessas críticas, é um trabalho que vale demais a ouvida. Nesse mesmo ano Dylan daria uma canja no álbum "So You Wanna Go Back to Egypt" do saudoso Keith Green, mostrando que sua ligação com a galera do Jesus Movement seguia forte.
A capa original do famoso ilustrador de capas Tony Wright ilustra bem o conceito de salvação. Uma lástima que a gravadora preferiu uma abordagem "menos religiosa" ao relançar o disco pouco depois, com uma foto simples do Dylan no palco.
Third Day fez uma versão de "Saved" no seu disco "The Offerings Experience Vol. I" (obrigado Márllon pela info!)
Between Saved and Shot of Love (1981, não-oficial)
01 - Is It Worth It?
02 - High Away
03 - Hallelujah
04 - Magic
05 - You're Still a Child to Me
06 - Wind on the Water
07 - All the Way Down
08 - My Oriental Love (instrumental)
09 - We're On Borrowed Time
10 - I Want You to Know I Love You
11 - On a Rocking Boat
12 - Movin' (On the Water)
13 - Almost
14 - Don't Ever Take Yourself Away
15 - Mystery Train
16 - Heart of Mine
17 - Watered Down Love
18 - Shot of Love
Uma série de canções feitas pelo Bob e nunca lançadas oficialmente (algumas até foram parar no disco Shot of Love, outras só numa antologia chamada "The Bootleg Series Volumes 1-3" de 1991). Já nessa é possível ver que Bob Dylan queria incluir números mais "mainstream" e menos religiosos no seu próximo disco (como de fato ocorreria). Vale a ouvida por conter muitas canções raras e igualmente bem produzidas como o Dylan sempre fez.
Shot of Love (1981)
01 - Shot of Love
02 - Heart of Mine
03 - Property of Jesus
04 - Lenny Bruce
05 - Watered-Down Love
06 - The Groom's Still Waiting at the Altar
07 - Dead Man, Dead Man
08 - In the Summertime
09 - Trouble
10 - Every Grain of Sand
Último da trilogia cristã de Dylan. Com uma pegada muito mais rock que os dois trampos anteriores, além de não ser um disco 100% letras religiosas, como é evidenciado por exemplo na homenagem ao humorista Lenny Bruce e no country romântico "Heart of Mine". Aliás essa última teve a ajuda de dois grandes músicos ingleses: Ringo Starr (Beatles) na bateria e Ron Wood (Faces, Jeff Beck Group, Rolling Stones) na guitarra. Acabou por ser um disco muito criativo, embora tenha novamente dividido a opinião dos críticos da época - e do público e companheiros da música também. Keith Richards (também do Rolling Stones, olha só!) chegou a insultar Bob como o "profeta do lucro" e até Caetano Veloso em 1982 soltou a infame "Ele Me Deu um Beijo na Boca" em que diz "Eu sou do clã do Djavan/Você é fã do Donato/E não nos interessa a trip cristã/De Dylan Zimmerman". Na boa turma, cês tão parecendo aquelas criancinhas do black metal de um certo país chamado Brasil que fica macaqueando ódio ao Cristianismo só pra aparecer e fingir que realmente dão valor a isso só pra não serem mal vistos pela turminha que querem andar... ops, acho que falei demais né? kkkk. Enfim, fato é que Bob acabaria por voltar pra carreira mainstream aos poucos até que em 1983 lança "Infidelis" (que nomezinho meio "sugestivo" pra alguns kkkk), onde ele realmente voltou "à velha forma" pros críticos e fãs de plantão, muito embora ali no meio do disco uma faixa como "Man of Peace" com o verso "as vezes satã aparece se fazendo de homem de paz" mantenha uma linha tênue com os trabalhos anteriores e mostrando que a fé de Dylan mantinha-se de pé, mesmo que agora mais "reservada".
Christmas in the Heart (2009)
01 - Here Comes Santa Claus
02 - Do You Hear What I Hear?
03 - Winter Wonderland
04 - Hark the Herald Angels Sing
05 - I'll Be Home for Christmas
06 - Little Drummer Boy
07 - The Christmas Blues
08 - O' Come All Ye Faithful (Adeste Fideles)
09 - Have Yourself a Merry Little Christmas
10 - Must Be Santa
11 - Silver Bells
12 - The First Noel
13 - Christmas Island
14 - The Christmas Song
15 - O' Little Town of Bethlehem
Curioso quando Dylan lançou esse álbum, poucos dos que o questionaram lembraram de sua conversão no final de 1978 ao cristianismo, questionando mais ele ter nascido judeu, e Dylan prontamente respondeu que mesmo quando ainda identificava-se com o judaísmo ele nunca deixara de comemorar o natal em Minnesota. Várias canções tradicionais natalinas, com aquele típico estilo da época, mas obviamente com a instrumentação e arranjos de Dylan, tornando-o bem country. A voz de Bob aqui está bem a lá Louis Amstrong, o que também soou bem demais pra proposta do disco. Vale muito a ouvida, um dos melhores discos natalinos da história. Toda a verba do disco aliás foi doada por Dylan para instituições de caridade, mais uma mostra de sua fé cristã.
Curiosidade: Na produção do disco quem assina é o boneco de neve Jack Frost em pessoa. Não não, kkkk não é o boneco, claro, é só um pseudônimo do Bob Dylan de brincadeira mesmo kkkk.
________________________________________________________
Embora seja um texto feito por uma pessoa não-cristã e com algumas opiniões que não concordo, vale a pena dar uma sacada no texto da Sul21 sobre a fase cristã de Dylan, é bem esclarecedor e legal de sacar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário