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sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Religiosidade hipócrita, gnosticismo e santidade fingida


"Se estás mortos com Cristo quanto aos costumes desse sistema, por que ainda carregam consigo de regras de conduta desse sistema, como "não proves, não toques, não uses"? Essas coisas todas irão se acabar pelo uso, segundo todos preceitos e doutrinas humanas, que até de fato parecem ser coisas sábias, de devoção voluntária, humildade e disciplina corporal, porém não têm valor (espiritual) algum, apenas satisfazem a existência carnal". (Colossenses 2:20-23)

"Para os puros todas as coisas podem ser puras, mas aos impuros e incrédulos tudo os leva à impureza, afinal a própria mente e consciência deles está corrompida, dizem conhecer a Deus, mas suas obras negam isso, pois são abomináveis, desobedientes e reprováveis para tudo que é bom" (Tito 1:15-16)



No título aparece uma palavra um tanto complicada para muitos cristãos (eu diria a maioria) atualmente - já que estudar a história da igreja é algo que infelizmente pouco se é estimulado por todas vertentes cristãs, sejam elas quais forem -, gnosticismo. O gnosticismo original muitos acreditam ter surgido pouco antes de Cristo, nunca tendo sido um sistema único, sempre possuindo várias escolas, pensamentos e até envolvendo-se com visões um tanto bizarras da existência (como os ofídicos, que diziam seguir o conselho da Antiga Serpente do Éden; ou os Cainitas, que diziam ser os herdeiros da marca de Caim!), mas em geral todos pensavam algo bem parecido: que a matéria, humana e a matéria em geral é perversa, ruim e diabólica. Na sua piração chegaram a perverter o relato da criação divina, dizendo que na realidade o Deus do Primeiro Testamento é diferente do Deus do Segundo Testamento, sendo o do Primeiro (ou "Antigo" pra compreensão geral) seria um demiurgo, um ser maligno que criou a matéria corrupta, e o do "Novo" Testamento seria na verdade o Deus bondoso na forma de Jesus Cristo que - pasmem - não teria de fato ressuscitado, seria somente um fantasma ou um espírito elevado, e a salvação não proveio do sacrifício na cruz, e sim viria da elevação mental (meio que um neoplatonismo distorcido, um budismo/proto-kardecismo ou algo do gênero) e do conhecimento secreto (a "gnose"). Combatido por Paulo (I Coríntios 15 por exemplo, que prova que a ressurreição de Cristo foi real e sem ela não faria sentido continuarmos a pregar, além disso mostra que ela foi superior pois houve uma metamorfose - Cristo assumiu uma matéria celestial, elevada, superior a essa matéria atual; além de citações em outras cartas, como as que citei logo no início do texto) e João (I João principalmente, mas o próprio Evangelho de João é uma prova disso), o gnosticismo e seus textos apócrifos e pseudoepigráficos foram perdendo força como organizações infiltradas na Igreja, sobrevivendo atualmente bem à margem apenas nos circuitos do misticismo e ocultismo juntamente com outras sociedades menores como a Teosofia, a Ciência Cristã, a Maçonaria, dentre outras, além de vez por outra virem a tona com polemistas e conspiracionistas baratos e gente da estirpe de Dan Brown e seus "Código da Vinci" da vida.

Entretanto é fato que o gnosticismo deixou marcas profundas dentro da igreja, mesmo após serem execrados pelos pais da igreja como Inácio de Antioquia e Ireneu de Lião. Já no século III Maniqueu, um dito filósofo cristão, criou a doutrina do maniqueísmo, que baseava-se no dualismo do Mazdeísmo/Zoroastrismo persa (duas formas de uma mesma crença que lá propunha a existência de duas divindades - uma boa e uma má -, e que elas travariam uma guerra eterna na existência cósmica) e também visivelmente no budismo e no gnosticismo, pois também opunha a matéria como algo intrinsecamente maligno e que só o espiritual era bom. Embora considerados heréticos pela Igreja, a influencia deles se espalhou pelo mundo, chegando até mesmo em países muçulmanos e na China (!), e continuaram fortes dentro do imaginário católico, tanto que na igreja Oriental esse conceito permanece bastante forte, ao passo que na Ocidental apesar da redução de sua influência ele continua forte em vários rincões, como no ascetismo dos monastérios, dos franciscanos e organizações radicais como a Opus Dei. Práticas de mortificação corporal através de cilícios e autoflagelações (bem como na versão mais radical, as crucificações voluntárias que ocorrem nas Filipinas) são alguns exemplos de uma interpretação errônea do conceito de mortificar nossos membros (que na realidade se refere a vencermos o pecado e nos abster do que desagrada a Deus, não é virar um asceta completo).

Martinho Lutero foi adepto de alguns desses aspectos de mortificação antes de 1517, o ano que pra muitos marca o início da reforma protestante. A partir desse ponto e seus escritos já nas 95 teses ele passou a romper com esse tipo de visão, percebendo por exemplo que o cristão pode glorificar a Deus onde quer que esteja, no seu trabalho por exemplo (algo que na Idade Medieval muitos consideravam algo ruim, um fardo terrível, quase um carma do ser humano, uma maldição edênica - que vinha da queda no Éden). Graças ao protestantismo essa visão foi sumindo, bem como foi sendo reintegrada de maneira adequada a cultura e arte dentro da igreja (Lutero não temia usar de instrumentos musicais e melodias e músicas "seculares" para uso dentro da igreja e pra louvor ao Senhor), a dessacralização de vários "sacramentos" como o casamento, a confissão e a extrema-unção, a abertura pra ciência e cursos acadêmicos como Direito e Filosofia sem estarem necessariamente forçados à vida religiosa, dentre outras (re)conquistas da Igreja (haja vista que nunca nos Evangelhos e escritos do Segundo Testamento vemos Jesus, Paulo, Pedro e outros apóstolos e discípulos agindo contra a matéria humana, pelo contrário, em Cristo até mesmo o alimentar-se de todos animais da Terra - algo que na lei de Moisés era extremamente regulado e restrito - foi restaurado, pois "Deus purificou", como dito em Atos 10.15). Infelizmente outras vertentes do protestantismo não seguiram os passos de Lutero nesse aspecto, em especial vertentes mais radicais como os irmãos menonitas, os amishes e outras vertentes ultrarradicais contra a relação cristão-mundo, mas mesmo em vertentes mais tradicionais ocorreram movimentos complicados, como uma boa parte dos puritanos e dos metodistas que passaram a demonizar quase toda a inclusão de coisas "deste mundo". O pentecostalismo norte-americano acabou sendo fortemente influenciado por essas duas vertentes, e não a toa no país da "liberdade" e dos ideais do Iluminismo do liberalismo sempre existem casos absurdos, como o caso do "julgamento dos macacos" de 1925 em que se esforçaram em condenar um professor de uma universidade por supostamente ensinar o evolucionismo de Darwin, ou nos anos 1940 com a reação conservadora contra as cruzadas de Billy Graham, nos anos 1960-70 contra os hippies e movimentos sociais, e em especial contra o Jesus Movement, na perseguição MacArtista contra esquerdistas e supostos esquerdistas nos anos 1950, nas leis de regulação das HQs também nos anos 1950, no PMRC e sua censura musical em 1986, nos julgamentos bizarros de supostos suicídios causados por músicas em 1986 e 1991, nos embates de regulação de videogames em 1993, no julgamento de West Memphis 3 até hoje questionado em 1994 - esse último tornou-se a base fundamental de muitos críticos, religiosos e apresentadores de programas policiais especialistas em notícias carniceiras e sensacionalistas de vez por outra atribuírem diversos crimes, serial killers e mass murderes a videogames de ação e violência, filmes e séries de terror, quadrinhos de ocultismo, heavy metal e o satanismo e outras religiões "obscuras". Noutras palavras, veja que em todos esses relatos sempre aparece a mesma premissa de que "o mal está nessas coisas, no consumo delas". O mal então seria nada mais que o que Rousseau atribuía a "culpa da sociedade" e que todos nascem puros (que é a base do que grande parte da esquerda atualmente acredita, e assim surgiram as "vítimas da sociedade" para designar os criminosos - sendo que a grande maioria que entra na criminalidade o faz por opção sim, ou seja, culpa exclusiva da nossa própria perversidade preexistente). Veja que curioso inclusive isso: os "falsos moralistas" de direita e os "politicamente corretos" de esquerda na verdade não estão muito distantes uns dos outros, no fim são "duas faces da mesma moeda".

Eu relembro sempre do filme "A Segunda Chance" de 2006, feito pelo fantástico cantor, compositor, diretor, produtor e escritor Steve Taylor, e que é protagonizado pelo rockstar Michael W. Smith (pastor Ethan Jenkins) e Jeff Obafemi Carr (pastor Jake Sanders). O personagem de Jake tem todo o retrospecto de um típico negro norte-americano do subúrbio, que passou por poucas e boas na vida junto à sua esposa. A direção central da igreja costuma o considerar destemperado, e isso acaba se confirmando de certo modo quando, de púlpito, num culto transmitido pro país inteiro, enquanto apelava aos fiéis da igreja central, que ajudassem na obra de sua igreja, Jake se depara com a indiferença de geral, e assim ele fala "se vocês não estão preparados para ajudar de verdade na obra, guardem seu MALDITO dinheiro!" Pra gente no Brasil pode até ser meramente chocante, mas nos EUA a palavra "DAMN" é um palavrão, uma pornofonia, e basicamente seria similar a dizer "então guardem a p**** da sua grana!" Quando expliquei isso pra minha mãe, ela meio que teve uma reação muito parecida com a do concílio da igreja no filme: "nossa, esse pastor falou palavrão, tá errado!" Eu não posso dizer a ela que ela teja errada em dizer que palavrão é pecado, nem quero dar uma de relativista, liberalista, pós-moderno ou teísta aberto de negar o que desagrada a Deus, porém a questão mais importante acabou sendo obscurecida por uma palavra de quatro letras, que é o abandono e a sensação de muitos de achar que tudo se resolve dando uma "esmola". Ninguém tem coragem de arregaçar os braços e fazer, esquecemos que pessoas não se compram, pessoas de Deus agem voluntariamente e por amor. Mas é isso, é mais fácil olhar o argueiro do que a trave, mais fácil coar o mosquito do que o camelo. Mais fácil condenar alguém que na sua inquietação e inconformismo com a mesmice da igreja decide soltar uma indignação com um palavrão no meio do que perceber que ele é filho do cansaço em estarmos bem confortáveis com nosso bumbum na cadeira acolchoada e no ar condicionado da igreja invés de evangelizar as pessoas não só pregando a Bíblia, mas oferecendo o exemplo e a mão amiga nas dificuldades de todos.

E aí entramos nessa questão. Quantas vezes por exemplo você deve ter ouvido de um cristão "tá ouvindo música 'do mundo', isso é errado!", "também, perde tanto tempo com TV e internet, por isso tá sem nenhuma unção", "esses jogos aí que você joga vão perverter sua mente", "se sua banda tocar nesse evento ou nesse lugar você vai se desviar!", "tuas tatuagens e piercings estão sujando o templo do espírito", "não pode fazer teatro ou dança ou tocar esse ritmo dentro do templo ou num culto", "se tocar música 'do mundo' você vai adorar satanás", "tá escandalizando! (curiosamente escândalo no que Jesus dizia é viver deliberadamente no pecado às vistas de todos! - Mateus 18.7) "fica aí com essas roupas e essas danças aí, isso é carnalidade, modismo, é 'o mundo entrando na igreja'". Pois é, essas e outras coisas que vemos que em mais de dois mil anos desde que nosso Senhor se humilhou a si mesmo vindo à Terra como homem para desfazer a separação entre a Criação Divina (toda ela: homens, animais, plantas, construções, descobertas científicas, objetos, profissões válidas, criações e manifestações artísticas) e o Criador e Dono de tudo e todos, e ainda assim a Igreja continua ignorando esse elemento, com um farisaísmo estúpido, um gnosticismo pagão, um maniqueísmo diabólico, religiosidade hipócrita e santidade fingida, que se atenta ao visual, coloca o cristão numa bolha tachando coisas como artes cênicas (teatro, filmes, novelas, séries), música popular (todos os estilos, mesmo o rock, funk, brega, rap, reggae, pagode, samba, jazz, blues, MPB, seja lá qual for, com letras cristãs ou não), a ciência (que já foi toda coordenada por cristãos como Galileu, Copérnico, Newton e Einstein, mas a excessiva guerra da Igreja contra as descobertas científicas levou a um dualismo inexistente entre fé e ciência), a política (apesar que nesse meio os maus exemplos de muitos dos ditos "políticos evangélicos" acaba falando mais forte - ou deveria - do que a suposta "conspiração do mal comunista contra a fé cristã") e outras partes da existência terrena como coisas corruptas, pagãs, inúteis, falsas, ignorando que Deus é glorificado em todo lugar - mesmo nos piores lugares Deus está presente. Ao atribuir ao diabo o senhorio de alguma coisa, ao dizer "ah, essa música é do diabo", estamos desfazendo aquilo que Jesus fez na cruz, ao tomar todo domínio em Suas mãos. Estamos, parafraseando Paulo, crucificando Jesus novamente.

Voltando a um tópico que citei mais acima, a censura no mundo da música que se estabeleceu entre 1985-6 nos Estados Unidos foi liderado por várias senhoras ditas cristãs, dentre elas Tipper Gore, naquela época esposa do então senador Al Gore. Atacaram diretamente vários artistas, dentre eles a banda secular Twisted Sister, e músicas como Under the Blade foram consideradas violentas ou estimuladoras de sadomasoquismo. O vocalista da banda, Dee Snider, foi ao congresso americano e confrontou diretamente todos lá, chegando ao ponto de dizer "as pessoas costumam entender aquilo que elas mesmo pensam, aquilo que sua mente já assim se propõe e está cheia. Se a sra. Gore viu sadomasoquismo na minha música, é porque é isso que a mente dela está cheia!" Basicamente uma releitura do que Jesus disse anos antes "não é o que o ser humano consome que o contamina, e sim aquilo que dele mesmo sai... porque o que sai da boca do homem provém de sua mente, e por isso tais coisas que o contaminam, pois é da mente humana que provém maus pensamentos, assassinatos, adultérios, depravações morais e sexuais, roubos, mentiras e blasfêmias" (Mateus 15.11,18-19). Curioso que à época Dee Snider se declarava cristão, casado e com filhos, dizendo-se um pai de família responsável, coisa que ele continua ATÉ OS DIAS DE HOJE, e também já fazendo campanhas contra o uso de drogas, algo até curioso dentro do rock. Já Tipper Gore... essa se separou do esposo nos anos 1990 (ué...) e seus filhos alguns foram até presos por abuso de drogas (olha que bela criação "cristã"...). Algo parecido aconteceu com um certo pastor chamado Jimmy Swaggart. Durante os anos 1970 e 1980 ele denunciava a "perversidade sexual" do rock, em especial o rock cristão, dizendo que rock cristão era a "nova pornografia se infiltrando nas igrejas". Atacava artistas seculares como Ozzy Osbourne (que curiosamente se declara cristão a anos) e até bandas cristãs como Larry Norman e Stryper (essa última os irmãos Sweet, líderes da banda, se converteram JUSTAMENTE NA IGREJA DO SWAGGART!). Pois bem, esse "defensor da moral e bons costumes americanos" acabou duas vezes sendo apanhado com prostitutas, numa delas, a primeira, ainda tentou fazer um pedido de perdão na TV patético - principalmente quando lembramos que pouco depois lá ia ele de novo nesse mesmo erro, isso sem falar que ele era um dos maiores pastores da diabólica Teologia da Prosperidade nos EUA. Bem, dá pra imaginar o quanto ele tornou-se um mau exemplo pra fé cristã, por vezes zombado por artistas como Ozzy, Poison, Black Sabbath e outros tantos. Esse é o perigo do zelo excessivo baseado em aparências, em perseguições devido ao conforto pessoal de cada um. Esse tipo de zelo já causou problemas demais, e continua causando, vide quantos atualmente não odeiam mais os cristãos por serem cristãos e sim por muitos NÃO SEREM REALMENTE O QUE PREGAM! Noutras palavras, aqueles que lutam para viver o Evangelho Integral sofrem porque, como diria meu pastor, Ivan, parece que "as vozes dos idiotas falam mais alto do que as dos sensatos". E é meio isso mesmo: os maus exemplos sempre recebem do seu senhor, o diabo, espaço a mais para atrapalhar a obra do Senhor. Infelizmente herdamos essa mesma religiosidade fingida. Livros como a série "Ferramenta" por exemplo sempre demonizam tudo que vem da cultura em geral. Não é muito difícil você causar horror ante um pai cristão dos anos 1990 se falar nomes como Pokémon e Cavaleiros do Zodíaco, já que sempre os disseram que tais animes eram "coisas do diabo", "tinham mensagens subliminares", "hipnotizavam seus filhos pra tornarem-se zumbis do diabo", etc.

Sejamos vigilantes e cautelosos, pois não devemos ser guiados por vista e sim por fé (2 Coríntios 5.7). A aparência é enganadora. Jesus foi desprezado e considerado escória e indigno de atenção pelo mundo (Isaías 53), mas o diabo, o enganador, é capaz de se manifestar até como anjo de luz (2 Coríntios 11.14), portanto ele sempre assume a forma mais agradável, a mais vistosa, aquilo que parece fantástico. Um texto que eu gosto muito de lembrar, embora me falhe a memória agora a autora e a fonte, é de uma gótica cristã, que era confrontada por um irmão que dizia que as vestes dela não eram dignas de uma donzela cristã. Ela respondeu olhando pra ele e dizendo "o seu terno, paletó e gravata também não o são, já que antes dos cristãos adotarem esse tipo de vestimenta, eram usados por mafiosos italianos. Não acho que mafiosos sejam bons exemplos para imitarmos...". Aqui no Brasil ainda há irmãos que acham absurdo outros usarem camiseta e bermuda, mas esquecem que os "homens de bem" que usam terno, paletó e gravata em Brasília e em várias sedes de poderes do Brasil em sua grande maioria "de bem" só têm o nome, porque trabalham contra o próprio povo os roubando e usando a ideologia (seja ela de esquerda, direita ou do lado que for) apenas para manipular os "politizados". A aparência é pura ilusão. Um dia todos nós voltaremos ao pó, e antes disso seremos cadáveres apodrecidos e fedorentos que virarão caveiras dignas de filmes de terror. E isso independente da forma que morrermos, um dia seremos assim (exceto se Jesus vier e nos resgatar antes de morrermos). Portanto tudo o que somos perece pelo uso, e ainda assim, imperfeitos, corruptíveis, com o mal nascido desde nossa concepção dentro de nós, ainda assim Jesus quer resgatar esses seres corruptos e os usar pra sua honra e glória. Sendo assim, quem somos nós para impor regras de "não pode, não faça, não use, não assista, não entre aí"? O Espírito Santo é quem nos guiará para os lugares que Deus assim determinar, ainda que sejam pro espanto do mundo, pois "Deus escolheu coisas insanas desse mundo pra deixar as que se achavam sábias confusas, e escolheu aquilo que era fraco pra deixar os que se acham fortes confusos, e escolheu aqueles que eram ditos como desprezíveis, imundos e que nem mesmo eram 'alguma coisa' pro sistema pra deixar todos os que se acham alguma coisa confundidos, e assim nenhum ser possa se achar glorioso diante do Senhor" (I Coríntios 1.27-29).

Que Deus abra nossos olhos e tire de nós toda trave, e sejamos assim "sagazes como serpentes, mas inocentes como pombas" (Mateus 10.16b).

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Estereótipos, preconceitos e tolices no mundo rock


Quando comecei esse blog a um pouco mais de seis anos atrás, a primeira matéria foi "O Impagável Anti-Rock", texto de Maurício Gomes Angelo pro Whiplash. Curioso que tal texto mostrava claramente como o atraso de pensamento e o preconceito claro de pessoas que não curtem um estilo e lhes atribui o mal (na realidade, dentro do mundo dito cristão esse pensamento notavelmente gnóstico de separação entre a "maligna" matéria e o "santo" espiritual é ainda muito comum e tá tão entranhado que até assusta como inadvertidamente uma quantidade gigantesca de cristãos são hereges sem nem perceber). Motivações as mais diversas existem para esse ódio inconsequente e irracional pelo rock (bem como por outros estilos como os brasileiros funk carioca e tecnobrega - que, frise-se, eu não curto e tenho até ojeriza pelos estilos em si, mas a muito tempo sei que o mal não está nesses ritmos e que as pessoas têm direito de curtir o que quiserem!), e algumas dessas motivações advém da origem negra, proletária e marginal do estilo, ou da religiosidade estúpida mesmo. Mas há casos que espantam por mostrarem-se frutos de ignorância descabida, estereotipação ou pior, conspiracionismo retardado. Nos anos 1950 não era incomum alguns americanos dizerem que o rock era criação dos sovietes para destruir a juventude cristã norte-americana - em contrapartida do outro lado da Cortina de Ferro os comunistas denunciavam como o rock chegava para apregoar o "american way of life" e destruir o sistema marxista-leninista-stalinista em que viviam. Nos tempos de Guerra Fria essas ilações ridículas até fariam sentido. Mas em pleno 2019 somos obrigados a ver isso (extraído do canal O Globo porque me recuso a dar view pro canal de origem), partindo de um MAESTRO formado em música clássica (que eu amo de paixão tanto quanto amo rock e nem por isso discrimino um ou o outro) e que, acredite, foi colocado como novo presidente da Funarte (uma repartição do Ministério da Cidadania no Brasil responsável por políticas públicas para fortalecer TODAS formas artísticas do Brasil). Veja o que esse senhor foi capaz de dizer, em pleno 2019!



É assustador não? Mas é preciso perceber que mentecaptos do governo atual (OBS: Se você apoia esse atual governo isso não é problema meu e nem quero aqui criar revanchismo, cada um acredita no que quer, seja Papai Noel, Zeus ou Olavo de Carvalho) são apenas um dos muitos lugares onde o estereótipo do rock existe, em especial no Brasil.

Por exemplo, em 1982 rolou o festival "O Começo do Fim do Mundo" no SESC de Pompéia, SP, unindo por dois dias as duas maiores facções do punk paulistano: os paulistas (da cidade de SP) e os do ABC. A união um tanto frágil e tensa gerou alguns momentos de desentendimento sim, mas por um período grande eles foram "um só povo". Daí as forças policiais instigadas por governantes estúpidos e ignorantes dos tempos ditatoriais no Brasil decidiram por fim em tudo aquilo na base do cassetete. Lamentável, sem dúvidas. Mas ainda pior é o que a mídia reservava. A "repórter" Silvia Poppovic mostrou os punks como baderneiros idiotas e sem futuro algum, praticamente justificando a ação policial (a mesma Silvia anos mais tarde foi criticada sem dó nem piedade ao atacar a instituição policial quando de ações nas favelas de RJ - o que em partes eu concordo com ela, porém é uma disparidade de discurso tão grande quanto a de Rachel Sherazade que anos atrás dizia que "quem tinha pena de bandido que leve pra casa" numa matéria em que o povo amarrou um marginal no poste e o espancou, porém atualmente diz que NUNCA defendeu excessos nem torturas...).

Nem preciso dizer o quanto a Rede Globo prestou um desserviço a todos os headbangers, metallers e metalheads ao criar o termo "metaleiro" e criar o estereótipo de "metaleiro" como um "vida louca" qualquer e que odiava todos os outros estilos (OK OK, verdade seja dita, muitos bangers que foram pro Rock in Rio em 1985 agiram de maneira estúpida - e muitos continuaram em edições posteriores do evento -, mas isso era basicamente uma parte apenas da turma, e acabou criando uma falsa ideia que se espalhou do "headbanger tr00" que sua vida é metal e nada mais).



Não é a toa que anos mais tarde apareceriam cretinos tão fanáticos e estúpidos quanto os fãs retardados de grupos pop dentro do cenário metal. Pois é... a paródia feita no Programa Legal em 1991 acabou virando uma realidade incontestável devido a muitos que caíram na armadilha do estereótipo construído no Rock in Rio seis anos antes...

Entre os anos de 1992/93 a Globo exibia a novela De Corpo e Alma. Nessa novela de Glória Perez vieram, como é de praxe nas novelas dela, uma quantidade significativa de temas, como doação de órgãos, inversão de papeis entre homens e mulheres, boates de striptease masculinos e, após o assassinato de sua filha Daniela Perez (que atuava na novela curiosamente com o assassino dela na vida real do lado) a morosidade da justiça e nosso código penal ultrapassado (aliás, isso ainda é uma temática tão atual e terrível!). Entretanto a autora foi extremamente desajeitada ao incluir um personagem "gótico" como Reginaldo Freitas (interpretado por Eri Johnson). O personagem tinha um visual muito forçado e seu modo de viver, agir e pensar era no máximo uma paródia de mau gosto do movimento gótico. Infelizmente esse tornou-se a forma que muitos enxergam os góticos até hoje, como pessoas depressivas, aversas à vida e isoladas de tudo e todos, que vivem em cemitérios fazendo rituais e - pasmem, há quem creia nisso mesmo - praticando atos de vampirismo e licantropia!






(OBS: Apesar disso, uma lástima a Daniela ter morrido em meio a trama - ainda mais da maneira que foi. Teria sido interessante ver o desenvolvimento desse possível romance entre os dois).

A percepção canhestra do que é o movimento gótico é tão perceptível por parte da produção da novela e da Globo que a capa da trilha sonora internacional da novela tem o Reginaldo, porém NENHUMA MÚSICA de gótico internacional, de quaisquer vertentes que sejam. Pra você ter uma ideia, a música do personagem é "Fora de Ordem" de Caetano Veloso (que saiu na trilha sonora nacional que - grande surpresa! - não tem nenhuma música gótica nacional também), um MPB que meio que insinua que o personagem realmente é um deslocado fora de ordem... tradução do movimento nível zero absoluto!

Teve espaço pra Richard Marx, mas não pra The Cure ou Siouxie and Banshees, que que
esses produtores andam fumando? (OBS: Eu tenho original esse LP kkkk)

Esses são apenas alguns exemplos do que a mídia deslocada e ignorante BR faz. Isso sem falar de casos de "críticos musicais" a lá Flávio Cavalcanti que em revistas como a Veja e outras detonavam o rock como "música pobre" e "elogios" similares. Essas bobalhadas todas que até hoje dominam a mente e o imaginário dos que não curtem o gênero não por achar ele barulhento e panz, mas pelo preconceito e ignorância imbecis. Mas nada supera "Estrela-Guia" (2001), uma novela bem mequetrefe (com apenas três meses de duração, unicamente pra pegar carona no sucesso da cantora pop Sandy e seu irmão Junior na época) e inserido de maneira bem ridícula as comunidades hippies que ainda persistem no Brasil. Realmente ridículo! Ou a reportagem do Fantástico sobre os emos, lembra dessa merda? Quantos até hoje acham que emocores são todos assim?

Mas sabe o pior? É que algumas dessas tabaquices acabaram contaminando de fato o mundo do rock. Vide os "Rock Wins" da vida. Quando essa página era grande no Facebook, viviam como verdadeiros "caga-regras" do rock, caçando quem curtia outros gêneros e até mesmo os chamando de posers pra baixo. Curioso que essa geração "Rock Wins" é uma das que realmente menos contribuíram e menos contribuem até hoje pro rock. A maioria dessa turma nem de rock gosta mais hoje em dia e muitos aí não iam nem pra show do Restart (só pra citar uma das mais comerciais - e chatas, na minha opinião - bandas do rock nacional), quanto mais shows de outros gêneros. Infelizmente a mentalidade Rock Wins contaminou até o cenário dito "gospel", vide tantos "roqueiros de uma banda só" como os oficináticos, panheads, catedráticos, rosarianos e seja lá que babação a uma banda você faça. Muitos desses chegam ao ponto esdrúxulo de achar suas bandas não só "as melhores" (o que as pessoas tem até o direito de achar, tudo bem né) como também de ignorar por completo o trabalho de outros músicos do rock cristão e até classificar como "ruim" (pffff...). Há também a tropa dos tr00s crentes, que só ouvem "underground" e acham que qualquer som que faça sucesso é "modinha" e "puro som gospel mercadológico de quinta" (me envergonha admitir que já fui sim partidário dessa tropa cretina!). Essas babaquices que remetem os tempos que os punks vs. bangers ou góticos vs. o resto do rock ou black metal (e bangers não-cristãos em geral) vs. "white metal" (essa treta ainda infelizmente é real e estúpida) reinavam absolutas. Essas picuinhas ajudam a aumentar ainda mais os estereótipos de quem já tá predisposto a odiar o gênero, e quando essas advém de ditos "roqueiros cristãos" isso torna as coisas ainda mais trágicas.

Existem um monte de situações que parecem tanto complicadas que eu vejo no universo do rock. A primeira questão é as já citadas divisões estúpidas entre as vertentes. Mas há outras. A rixa exagerada contra outros estilos fora do rock, aquela bobalhada a lá Edu Falaschi de "paga-pau de gringo" (embora de fato eu seja meio chato com os "fãs" que só vão pra show de banda de fora, eu devo salientar que por vezes as bandas locais e produtoras também pecam feio em achar que show underground tem que ser "de todo jeito", quando a parada não é e nem nunca devia ter sido essa, ainda mais em pleno século XXI!), os "roqueiros de uma banda só", a turminha que não vai a um show, nunca compra um CD ou camisa oficial, nunca nem foi no Spotify, Deezer, Bandcamp ou canal oficial do Youtube ou Youtube Topic de uma banda, mas se acham no direito de baixar e compartilhar mp3 ilegal e comprar camisas piratas, a trupe do rock cristão que acha que por ser roqueiro precisa de agir exatamente igual aos outros (e aí fazendo coisas que não agradam a Deus em nome do lema "Sexo, Drogas e Rock'n'Roll"), entre tantas outras atitudes que são aceitáveis quando somos meninos, mas não podemos permanecer na meninice pra sempre, temos de evoluir (I Coríntios 13:11). Sim, embora seja um texto geral pra todo mundo do rock, os cristãos também precisam dessa ênfase, afinal como esperamos mostrar que fazemos música de qualidade, liberdade verdadeira e fiéis ao que cremos quando não somos capazes de realmente ser luz para o resto do rock, senão motivo de zombaria não por sermos cristãos, mas por nos perdemos em picuinhas como ideologias, politicagens, imitações baratas ou shows de péssima qualidade ou pura e simplesmente voltados pra proselitagem barata. Podemos ir muito além, basta termos a certeza do que cremos, em Quem confiamos e não esmorecermos.

God bless rock'n'roll!





sábado, 5 de outubro de 2019

Rock "cristão" ou "feito por cristãos"?


A alguns anos atrás a CCM americana (e posteriormente na versão BR, a saudosa CCM Brasil, na edição 09 de janeiro de 2000) saiu uma matéria interessantíssima a respeito de artistas cristãos como Sam Phillips, The Alpha Band, U2, Steve Taylor, King's X, Jars of Clay, The Call e outros que por muitas vezes não seguem as "regras" do "gospel" ou largavam a carreira religiosa, bem como artistas supostamente "não-cristãos" como Joan Osbourne e Prince que por vezes trilhavam os caminhos da música religiosa. Algum tempo antes a mesma CCM (matéria que sairia na edição 08 de dezembro de 1999 da CCM Brasil) falava da dificuldade de rádios "cristãs" passarem músicas, mesmo de artistas declaradamente cristãos, mas que porventura tivessem enveredado pra outras temáticas que não a fé cristã, por exemplo a explosiva "Baby Baby" de Amy Grant ou "Kiss Me" de Sixpence None the Richer. Em 2001 fãs de "rock gospel" ficaram atônitos com supostas declarações da banda Catedral acerca da igreja e do público "gospel" - declarações essa diga-se de passagem já comprovadamente falsas, manipuladas ou inventadas pelo então repórter do site Usina do Som responsável pela desastrosa entrevista -, e muitos abandonaram a banda, já contrariados desde que eles assumiram em 1999 que iriam tocar "para todo mundo" e não só para o público cristão. Curiosamente no mesmo ano um cantor cristão por nome Robinson Monteiro explodia no Programa Raul Gil, à época na Rede Record, com versões de cantores seculares como Whitney Houston e Crowded Horse, lançando um disco de grande sucesso nacional, "Anjo" (música do Roupa Nova que acabou virando o apelido do cantor), com a grande maioria de suas canções de autoria secular. Desde meados dos anos 2000 bandas como Palavrantiga, Aeroilis, Tanlan e Crombie, debaixo de um manto chamado de "Novo Movimento" (ou "Crossover") vem desafiando os limites do que é música e lírica cristã.

Essa discussão sobre os limites do que um cantor cristão pode fazer é tão antigo que muitos creem vir de bem antes do cristianismo. Como falei no texto que também dá pra encontrar aqui no Blog acerca da linha do tempo da história da música cristã, acredita-se que o Rei Davi chegou a usar canções da época como base instrumental para alguns de seus salmos. Salomão fez uma canção de amor para uma de suas esposas fantástica que todos conhecemos como Cantares (ou Cântico dos Cânticos) de Salomão e que está presente tanto na bíblia hebraica (só o antigo testamento) como nas de qualquer vertente do cristianismo. Martinho Lutero, o reformador da igreja, usou canções usadas em campos de cevada para criar cânticos que levaram diversas pessoas a se arrependerem verdadeiramente ao Evangelho, para desespero de muitos de seus opositores que diziam que "as canções de Lutero 'destruíram' (crivo meu) mais corações que suas pregações e livros". O "Saltério de Genebra", primeiro hinário oficial da igreja calvinista, foi encomendado pelo Jean Calvino em pessoa para Louis Bourgeois, que pediu ajuda a Clement Marot, poeta francês que usou canções francesas populares para fazer a métrica dos cânticos, muitas dessas para entretenimento do rei francês Francisco I, uma situação que levou Marot a fugir dos católicos franceses furiosos e se abrigar em Genebra pra não ser morto (!). Séculos mais tarde os irmãos Wesley (John e Charles), fundadores do metodismo, criaram as canções evangelísticas, feitas com o intuito direto de trazer pessoas a Cristo, mas usando canções populares e folclóricas de origem germânicas, como a famosa "O Dia de Descanso e Júbilo", que originalmente chamava-se Mendebras e é cantarolada até hoje por qualquer um que trabalhe nos campos de cevada alemães. William Booth, criador do Exército da Salvação, foi o maior criador dos hinos de marcha, usando marchas populares de exércitos e hinos como o "Battle Hymn of Republic" para fins evangelísticos (esse último no Brasil é conhecido como "Vencendo Vem Jesus" ou "Glória Glória Aleluia"). Na primeira metade do século XX o famoso evangelista Billy Sunday usou de expedientes similares aos de D.L. Moody e outros já citados, e vários cantores como Joshua White, Blind Willie Johnson, Rosetta Tharpe, Mahalia Jackson e Gary Davis fizeram carreiras paralelas cristãs e seculares, encontrando pouca ou nenhuma oposição em alguns momentos dentro da igreja, algo bem diferente do ocorrido com os primeiros roqueiros, como Elvis Presley, Chuck Berry, Sly Stone, Carl Perkins, Jerry Lee Lewis, B.B. King e Johnny Cash, que enfrentaram severa repressão por parte do mundo cristão. No final dos anos 1960 o Jesus Movement tentou levar ao público jovem de seu tempo uma música mais contemporânea, o que levou à fúria de muitas igrejas conservadoras. Aqui no Brasil a oposição ao "rock cristão" (quem nunca ouviu Lourival Freitas tocando seu country - olha que ironia - "Tem Roqueiro na Igreja" dizendo que "se você não for bem crente dar vontade de dançar", que "seus barulhos não têm nada de Evangelho" e que os pastores deixam tocar na igreja com medo de "logo se desviarem e virarem vagabundos") já provinha desde os precursores dos anos 1970, piorou quando o Janires e o Rebanhão com suas letras geniais e sonoridade bem variada levou eles a acusações de conter "mensagens subliminares" em seu disco de estreia "Mais Doce que o Mel" de 1981, entre outros; e piorou ainda mais com o "movimento gospel" do final dos anos 1980 até o final dos anos 1990. Bem, esse último até quebrou no fim de sua jornada como movimento muitos preconceitos acerca do rock, porém acabou gerando um efeito colateral bem curioso: a rejeição a toda música "secular".

A aversão à "música do mundo" obviamente precede o movimento gospel, e já era famosa a muito uma frase: "queria que meu vizinho virasse crente pra me dar todos os discos dele!", já que não era incomum esse ato (minha mãe mesmo fez isso - e se arrepende amargamente faz tempo haha). Porém o gospel sem querer acabou criando uma barreira de separação: agora existe a música "gospel", cristã, boa, adequada (apesar de muitas terem heresias terríveis) e a música "secular", "mundana", corrupta, feita por "servos do diabo" e que não trazem nada de bom, cantar essas músicas feitas por eles, mesmo as que supostamente falam bem de Deus ou ouvir versões que eles porventura façam de canções cristãs vai enfiar na sua cabeça e na sua vida demônios e etc e tal. Colocaram que se o movimento gospel trouxe a abertura para outros ritmos, agora tornava-se desnecessário completamente ouvir, comprar, assistir ou ter quaisquer coisas "seculares", sob pena de estar sustentando "adoradores do demônio". Alguns pastores chegam até a afirmar aquela velha teoria que muitos teólogos mais atenciosos já descartam completamente de que satã quando ainda era um querubim era regente dos corais celestes e que levou todos os instrumentos e ritmos com ele pro inferno (esse é "o bichão" mesmo hein cara! Roubou o que é de Deus na cara dura). Com isso, artistas cristãos que fazem covers de bandas seculares ou que decidem se aventurar numa carreira mais "mainstream" ou similar são chamados de traidores, vendidos, mundanos ou falsos cristãos. A situação é tão ridícula que já vi cantores e bandas como Novo Som e João Alexandre serem xingados por cantar canções românticas. Esse último chegou a declarar que não fazia "música gospel", o que causou certo celeuma no cenário. Algo parecido pode ser dito sobre o termo "white metal" (inventado pela gravadora Metal Blade unicamente pra banda Trouble - formada por cristãos, mas nunca declaradamente "gospel" e que odiava o rótulo "white metal" - pra separar de bandas que cantavam sobre o demo, as "black metal" antes do termo designar um estilo), termo inventado por uma gravadora não cristã e que acabou por rotular, segregar e virar chacota no meio "secular" - principalmente no Brasil, onde o nível de intolerância chega a estados alarmantes, em especial quando enfiam ideologia no meio da parada (o termo "unBlack metal" acabou caindo na mesma situação inclusive). Rebelando-se contra esse termo, Claudio Tiberius e cia, fundadores do C.M.F. (Christian Metal Force) e da DevilCrusher, acabaram encerrando a banda e criando a Berith, uma das mais polêmicas bandas cristãs brasileiras por justamente em meio aos anos 1990 se recusar a se identificar como "white metal" e tocar em todos lugares e com as mais diversas bandas, chegando a tornar-se amigos íntimos da banda secular Torture Squad.

Nesse retrospecto todo, fica ainda aquela situação, em que muitos contestam bandas como Stryper e Ultimatum, que não têm nenhum problema em fazer covers de bandas seculares - chegando a deixar claro, como no caso da Stryper, que não são uma banda "cristã" e sim feita por cristãos. Contestam bandas como Midnight Oil, Rodox, Moby, Aunt Beans, Alice Cooper, Bruce Cockburn, Tonio K., P.O.D., As I Lay Dying, Pat Boone, Mark Heard, Megadeth, Bob Dylan, Catedral e U2, formadas por cristãos, mas que não se comprometem diretamente com a música cristã. Contestam cristãos como Nicko McBrain (Iron Maiden), Tom Araya (Slayer), Cleberson Horsth e Serginho Herval (Roupa Nova) e o saudoso Serginho Knust (Yahoo) por tocarem em bandas seculares. Contestam bandas como Palavrantiga, Circle of Dust, Argyle Park, Pimentas do Reino, Crombie, Marcela Taís, Resgate e Lorena Chaves por letras "pouco claras" acerca da sua fé. Exigem um padrão de lírica sempre "gospel", querem que se fale o tempo todo de "Jesus Cristo te ama, te salva" ou "Glória a Deus" o tempo inteiro. A questão é que mesmo a Bíblia - que tem como centro e âmago Jesus Cristo, indubitavelmente - não se basta nos temas relacionados à louvor e adoração a Deus ou proclamação do Evangelho da Salvação. Até mesmo dentro da Palavra de Deus é possível ver cânticos com temáticas e motivos variados, que no fim todos são pra glória de Deus. O exemplo do livro de Cantares é bem importante pra mostrar que é possível cantar sobre as belezas da criação e do amor entre um homem e uma mulher pra adorar a Deus, mas além disso, há outros exemplos, como todo o livro de Lamentações de Jeremias, cânticos feitos como lamento pelo estado de Jerusalém antes e depois de sua queda pelas mãos da Babilônia, mas não se restringe a este: o salmo 88 de Hemã é sem dúvidas o salmo mais "gótico" da Bíblia, terminando de maneira bem críptica e dura. Jeremias mesmo fez lamentação sobre o rei Josias por ocasião de sua morte (2 Crônicas 35.25). O salmo 73 é mais um hino de denúncia das injustiças sociais do que um simples louvor a Deus. Em Josué 6 foi mandado o povo tocar trombetas não em louvor a Deus, mas como um clamor de guerra, e o mesmo pode ser visto em Juízes 7.8, 16-22 e em 2 Crônicas 20.21-22. Cânticos na Bíblia aparecem para os mais diversos motivos, mas na história da música cristã também foi assim, como por exemplo "Quão Grande És Tu", de Stuart Hine, que nasceu enquanto ele andava por um bosque e via a grandiosidade da criação divina. Sim, cantar sobre as belezas criadas por Deus é uma forma de louvar ao Criador. Então é algo bem complicado persistir em xingar pessoas cristãs que escutam secular ou que cantam letras "pouco religiosas". Primeiro porque não se pode julgar temerariamente pra não sermos julgados, pois a medida que julgamos indevidamente voltará contra nós (Mateus 7.1-2), quem somos nós pra definir se as pessoas são ou não de Deus baseados em aparências e regrinhas tolas da nossa "cultura cristã" (termo ridículo inclusive, já que o cristianismo não é uma cultura e sim uma fé transcultural que pode muito bem se manter dentro de qualquer cultura, obviamente removendo aquilo dentro da cultura que desagrada a Deus). Além disso, a Bíblia não estabelece regras realmente sobre o serviço ou o louvor a Deus, exceto uma: deve ser "em Espírito verdadeiro" (João 4.23-24). Como diria Lutero a um sapateiro que lhe perguntou como faria pra servir bem a Deus: "faça um bom sapato e venda-o por um preço justo". Todas nossas atividades devem ser pra glória de Deus, devem ser atos de louvor e adoração a Deus, e isso não só em cânticos "gospel". Será que estamos tentando fazer o papel de juízes na Terra de maneira indevida? Pois é, pensemos nisso.

Deixo pra finalizar o cântico "Falso Véu" de João Alexandre que ele fez pro Vencedores por Cristo que representa muito essa piração toda por parte de alguns hipócritas que precisam ser mais adeptos do "misericórdia quero e não sacrifícios" (Oséias 6.6 e Mateus 9.13).

Quem é que pode te garantir
Que este teu jeito
De servir a Deus
Seja o melhor
Seja o mais leal
Um padrão acima do normal?

De onde vem tanta presunção
De ser mais santo
De ser capaz
De agradar a Deus
Crente nota dez
Superior acima dos fiéis

Pobre este entendimento
Que não vem de céu
Fraco discernimento
Frágil, falso véu
Tenta encobrir em vão
Teu lado animal
Luta, perseguição
Tanto desejo mau
Confusão
Divisão

Se alguém quer mesmo
Agradar a Deus
Saber das coisas
Compreender
Mostre em mansidão
De seu caminhar
Ser gentil no gesto e no olhar
E a diferença que existe em nós
Poeira vinda do mesmo chão
É somente o amor
Que nos alcançou
Graça imensa
Imenso perdão
É somente o amor
Que nos alcançou
Graça imensa
Imenso favor


Que Deus nos abençoe e esse texto foi mais uma reflexão e não um "faça exatamente igual a mim". Ninguém é obrigado a seguir o que seu irmão segue, mas deve-se haver respeito, não o ataque às diferenças tão singelas. Sei que existem casos reais de cristãos que vendem seu chamado pro pecado, mas muitos desses curiosamente persistem a estar no mercado "gospel". Curioso não? Pensemos e oremos uns pelos outros e deixemos o dedo pra "furar bolo" invés de apontar!

quarta-feira, 17 de julho de 2019

A intolerância de Críticos de rock cristão - Exposta! (por Bruce Carter - traduzido por João "Johnnÿ" Dias)

É preciso muito para me irritar. Eu me orgulho em ser capaz de me dar bem com quase todo mundo. As pessoas que me conhecem pessoalmente sabem que eu sou uma pessoa de integridade, com uma fé profunda e duradoura no Senhor Jesus Cristo, como demonstrado por uma atitude cristã para com todos que encontro. Eu conheço muitas poucas pessoas que eu não pude obter amizade. Eu conto entre os meus melhores amigos pessoas com quem tenho diferenças substanciais - judeus, muçulmanos, mórmons, testemunhas de Jeová, ateus. Minha amizade com eles não se baseia apenas no desejo de “convertê-los”. Embora eu sempre esteja disposto a conversar com eles sobre a fé em Jesus quando e se perguntarem, eu não forço a minha religião goela abaixo e recebo a mesma consideração deles em troca. Eventualmente, se a minha fé é real e boa, a verdade de uma vida suave, amorosa e sincera vai levá-los a pedir a minha fonte de paz. Eu também tenho amigos que estão envolvidos profundamente no pecado: adultério, homossexualismo, drogas, bruxaria, gula e ganância. Meu desejo é que eles se arrependam e se voltem para Jesus Cristo. Enquanto eu afirmá-los como amigos, eu não me envolvo em seu pecado. Um conselho vindo de mim não fará nada para mudá-los: o seu desejo de se arrepender deve vir da direção do Espírito Santo. Se me pedem para fornecer ajuda ou conselho, vou dar tanto em abundância. Se não, vou dar o exemplo.

Esta é a marca de um cristão maduro, aquele que compreende que Deus deu ao homem o livre-arbítrio, e que, por vezes, é rejeitar a Deus e Sua bondade.
 Talvez a única coisa verdadeira que satanás disse foi uma pergunta que fez a Deus na sala do trono: Jó te ama livremente, ou é porque você tem abençoado?

Jó 1.6-11: Um dia os anjos vieram apresentar-se perante o SENHOR, e Satanás também veio com eles.
 O Senhor disse a Satanás: "De onde você vem?" Satanás respondeu ao Senhor: "De rodear a terra, e indo e voltando pela mesma." Então o Senhor disse a Satanás: "Você viu a meu servo Jó? Não há ninguém na terra semelhante a ele. Ele é íntegro e reto, um homem que teme a Deus e evita o mal". "Será que Jó teme a Deus por nada?" Satanás respondeu. "Você não colocou uma cerca em volta dele e de sua família e tudo que ele tem? Tens abençoado a obra de suas mãos, e seus rebanhos e manadas estão espalhados por toda a terra. Mas estende a tua mão e tudo o tira dele tudo o que tem, e ele certamente vai te amaldiçoar a sua face."

A Resposta final de Deus era para permitir que as bênçãos fossem tiradas, e Jó questionou - o que não é errado - mas ele não amaldiçoou a Deus.
 Deus deu a Jó - e a nós - o dom do livre-arbítrio. Nós não amamos a Deus porque somos obrigados a isso, nós amamos a Deus porque nós escolhemos. Se o próprio Deus manda termos livre escolha, quem sou eu para questionar essa decisão? Eu deveria bater um judeu na cabeça para dominá-lo assim que ele vai ouvir a Palavra de Deus? Eu deveria pregar sobre a gula para a mulher que está lutando com isso? Claro que não! Eu levaria os dois para longe de Jesus Cristo. Se eu mostrar meus vizinhos que Jesus os ama incondicionalmente, não importa se há ou não vontade neles, é uma chance de que eles virem para a igreja comigo, eles são muito mais propensos a aceitar um convite assim. É não “forçar a barra”, a amizade é "sem amarras". Nós dois seremos enriquecidos. Se eu perder peso sozinho e uma senhora gorda vê o que eu fiz - eu vou ser muito mais credível quando eu digo que Deus através de Jesus Cristo pode livrá-lo do pecado. Essa é uma abordagem muito melhor do que em países muçulmanos, onde os líderes religiosos falidos aprovam leis tornando-se contra a lei, punível com a morte, se você sair do islamismo. Nada fazem mais do que invalidar a sua religião. As pessoas são muçulmanas porque eles são forçados a serem muçulmanos. Se Maomé tinha qualquer fé em Deus, estaria provavelmente agora de cabeça baixa sentindo desonra. A religião que ele estabeleceu só pode existir se as pessoas são forçadas a serem um membro.

Eu estou escrevendo isto no dia 14 de setembro de 2001 - três dias após o ato mais horrendo de guerra já perpetrado contra os Estados Unidos.
 Parece de muitas maneiras que Deus teria retirado a sua bênção de nossa terra, que muitas das liberdades que desfrutamos alguma vez serão limitadas a um grau para que possamos ser mais seguros. Uma viagem para o aeroporto será muito mais complicada para quem duvida de que dificuldades virão. Mas eu optei por mostrar ao país hoje, em uma hora de oração e reflexão, a reflexão sobre a bondade de Deus. Um conhecimento seguro que na provação que estiver por vir, Deus nos livrará das mãos do maligno e continuará a manter a mão de bênção sobre o último bastião de liberdade deixado no mundo. Deus não levantou Sua mão de bênção de nossa nação. Humilhamo-nos, arrependamo-nos do pecado, e oremos.

Há aqueles que tirariam o direito de homens livres de ter uma escolha.
 Eles iriam impor o islamismo em nós, destruir nossa fé e capacidade de servir a Jesus Cristo. O desejo de controlar a vida dos outros parece ser o mais forte desejo humano de todos, superando o desejo de sexo, até mesmo o desejo para a própria vida - como os pilotos suicidas revelaram. Estes homens maus fariam qualquer coisa para nos fazer todos muçulmanos fundamentalistas - como são - para sua própria religião falida de alguma forma ser validada quando eles estão cercados por clones de si mesmos. Os espíritos de miséria e solidão têm um único desejo - para infligir-se sobre todos os outros que isso não parece tão infeliz e solitário, quando todo mundo está no mesmo barco.

Tenho documentado o fato de que em outros lugares o controle de fanáticos não se limitam aos terroristas muçulmanos.
 Eles estão vivos e bem na igreja cristã - que muitas vezes oferece um refúgio para pessoas que gostam de autoridade perpetuada. Eles querem tirar a nossa liberdade para adorar a Deus em nossa própria maneira - como uma escolha de estilo de adoração, estilo musical, estilo de ensino e tradução da Bíblia. Eu reproduzo sem alterar os e-mails mordazes dos fanáticos da organização "King James Only", que querem forçar a igreja a usar apenas uma tradução. A falta do respeito de David Wilkerson, que recentemente lançou uma página de e-mails escritos por seus seguidores dirigidas a mim - porque os e-mails eram tão ruins - tão cheio de ódio, eles só serviram para desacreditar sua validade como um líder cristão! O fruto foi a sua produtora de ministério - fruto da semelhança de Cristo, ou o fruto amargo que eu estava recebendo? Também recebi e-mail após e-mail de tolos que não se preocupam em ler o site inteiro, e me fizeram perder meu tempo relendo os mesmos velhos argumentos cansados ​​que já responderam como se fossem a única palavra de Deus sobre o assunto. Assim como os terroristas muçulmanos estão tentando tirar a nossa liberdade de culto - são esses fanáticos, que querem tirar as nossas escolhas na adoração!

Numa época em que nosso país está em um estado de luto nacional, a única coisa apropriada para estações cristãs no país a fazer é enviar a mensagem da restauração, da provisão de Deus no tempo da angústia.
 Se é uma estação de doutrina cristã, uma estação de hino, ou uma estação de rock cristão - todos se uniram em um acordo para acalmar uma nação profundamente ferida por aqueles que não têm tolerância de nosso modo de vida. Cada estação de rock cristão do país compartilha o profundo espírito de luto, de oração, de arrependimento, de restauração - e está fazendo todo o possível para ministrar para suas audiências. Mas - num momento em que todos nós devemos estar chegando juntos no Senhor, falando ombro a ombro com cada um com raiva, o justo Deus contra o opressor - sabe que o que chega ao meu email? Uma declaração flagrante de desunião. Uma declaração de fanatismo, que tenta atacar e invalidar a fé daqueles de nós que preferem o estilo de rock cristão de música, aqueles que o executam profissionalmente, e aqueles que o transmitem. Numa altura em que os cristãos de todos os gostos musicais eram supostamente para estar em união, louvando a Deus e pedindo a sua bênção sobre a nossa nação no conflito que vem, recebi o seguinte (reproduzida na íntegra, sem alterações):

“Sei que isso soa sarcástico, mas é realmente significou para nos fazer pensar sobre a ‘verdadeiramente reconfortante’ mensagem de padrão para a música cristã - Eu acho que eu tenho que admitir que nunca escutei nenhuma música rock cristão que pudesse consolar uma pessoa de luto, mas
 então eu não ouvi muito de seu rock cristão, então talvez não sou o melhor juiz. Considere um cenário como este:
À luz da tragédia ocorrida em Nova York, talvez alguns ‘Rock cristãos’ iriam confortar essas pessoas?
 Deus me livre de usar qualquer um dos ‘velhos, lentos, sombrios’ hinos que transmitiu a ‘Fé dos nossos Pais’ - é tão ultrapassado, como poderia trazer conforto - talvez os fogos de artifício trariam um sorriso ao rosto de um cristão e os ajudariam a esquecer o que acabamos de ver - Ou será que uma canção como ‘Amazing Grace’, ‘O Deus da Montanha ainda é Deus no Vale’, ‘Castelo Forte é Nosso Deus’ são consideradas ‘muito singular e fora do lugar, porque estamos em 2001’? - Não, mil vezes não - precisamos desses hinos, mesmo neste dia, como eles falam ao coração, como rock cristão nunca poderia - em tempos de grande necessidade, eu acho que você vai encontrar o coração humano anseia por um pouco de calma, uma sobriedade pouco, um pouco de humildade diante de um Deus Todo-Poderoso e permitirá que o adorador de ‘Aquietai e sabei que eu sou Deus.’ Esses hinos têm resistido ao teste do tempo - e se essa carnificina continua, pode ser CULPA dos gostos musicais dos jovens, então, retornemos ao que é verdadeiramente significativo e não apenas uma ‘moda passageira’, que é o que eu acredito que o rock cristão seja - eu acredito mesmo que você teria que admitir que na maioria dos casos, quando você enfrentar as tempestades de sua vida, música cristã de Rock, com as referências minúsculas sobre as Escrituras, e, principalmente, show e emoção, não são suficientes para manter e incentivar nos momentos de grande tristeza - na minha opinião, de qualquer maneira, estou muito certo de sua posição não mudou e você ainda acredita que Christian Rock é o que as pessoas precisam – considere então a seguinte escritura - e, também, pensar que a América é dirigida e onde o mundo está indo e o que precisamos - realmente precisa - é rock cristão apenas um ‘luxo’ a medida em que a música está na causa, ou ele preenche a necessidade interior de profundidade espiritual do homem? Peça a Deus - Eu sei como me sinto sobre isso, eu já lhe disse e posso te dizer que eu não conheço ninguém que escuta rock cristão para o conforto neste momento - talvez você conheça pessoas que fazem - se assim for, acho que a sua necessidades internas são um pouco diferentes do que as pessoas que são de Deus há muito tempo.

II Pedro 3:11-12 ‘Visto que tudo será assim desfeito, que tipo de pessoas é necessário que você sejam? Vivam de maneira santa e piedosa, esperando o dia do Deus e apressando a Sua vinda. Naquele dia os céus serão desfeitos pelo fogo e os elementos se derreterão pelo calor.’

Não me importo de lhe dizer - Eu estava indignado com essa expressão de intolerância de um - adivinhem?
 – seguidor de David Wilkerson. Olhe para a última frase "suas necessidades interiores são um pouco diferentes do que as pessoas que são a Deus há muito tempo" - o que um insulto, literalmente, centenas de pessoas tementes a Deus, cristãos jovens que tenho conhecido ao longo dos anos no ministério da juventude! Essa pessoa se ofendeu ao extremo por eu ter compararado sua intolerância ao dos fanáticos muçulmanos. Eu posso ver algumas semelhanças reais, no entanto! Estes fanáticos anti-rock não acreditam que você está salvo. Eles não podem conceber que são comprados por Deus. Eles iriam ‘limpar’ cada um de vocês da igreja - talvez eles não vão soltar aviões em edifícios para se livrar de você, mas seus corações estão cheios de ódio por seu estilo escolhido da música de adoração, independente se VOCÊ tem ou não verdadeira fé! Você não iria ser valorizado na sua igreja para ter cargos de responsabilidade, liderança, ou mesmo um serviço sequer. Eu ouvi de um jovem que não tinha permissão para esfregar SANITÁRIOS - por causa de seu estilo escolhido da música de adoração! Gostaria de lembrar a todos vocês - e do escritor do e-mail acima - que este tipo de espírito de ódio é o mesmo que o espírito de assassinato. O presidente George W. Bush disse que não fará distinção entre aqueles que cometem os atos, e aqueles que os abrigam. DEUS não faz distinção entre aqueles que odeiam, e aqueles que cometem assassinato:

Romanos 13:9 Os mandamentos: "Não adulterarás", "Não matarás", "não furtarás", "Não cobiçarás", e se há algum outro mandamento, se resumem nesta regra: "Amai a teu próximo como a ti mesmo."

1 João 3:15 Qualquer que odeia a seu irmão é assassino, e vocês sabem que nenhum assassino tem a vida eterna nele.

Então eu acho que a minha analogia com os terroristas está CORRETA.
 Agora você vê o verdadeiro espírito por trás dos fanáticos que odeiam rock cristão. É o desejo de tirar a sua liberdade para adorar a Deus em sua própria maneira. O desejo de tirar a sua individualidade, a sua liberdade de pensamento. É o desejo de destruir cada gravação de rock cristão existente, o desejo de bani-lo das ondas de rádio, para parar o seu desempenho. É o desejo de forçar a uniformidade na adoração através da placa em igrejas cristãs. É um ódio da juventude, um ódio de idéias novas e criativas, um ódio de mudança - um desejo completamente auto-centrado para estar no controle final - a ser um ditador religioso e voz da "verdade" - o desejo de legislar fora a existência de alguém que quer adorar de uma forma diferente. É o espírito de assassinato, de acordo com as escrituras. E estou indignado, com raiva, pelo Santo e Justo Nome do Senhor.


segunda-feira, 15 de julho de 2019

"Pode Deus usar o Rock'n'Roll?" por Keith Green (em português)

"Can God Use Rock Music?" é um famoso panfleto escrito pelo saudoso Keith Green no final dos anos 1970 em defesa do uso da música rock para evangelização, embora o texto em si evoque algumas críticas importantes para que o uso dessa ferramenta musical seja feita de maneira adequada e sadia, evitando os abusos que o orgulho e o egoísmo podem levar a nós que trabalhamos nesse meio a cometer tais excessos. Temos que ter nosso enfoque, nossas vidas e motivações totalmente nas mãos capazes do Senhor, ou as consequências podem ser fatais para nós e nosso ministério.

Fiz essa tradução que desde 2014 queria fazer e acabei tolamente esquecendo de fazer (desculpem-me kkkkkk), mas enfim, até que um dia trazendo para todos vocês esse inspirador texto!


Pode Deus Usar o Rock'n'Roll?
por Keith Green
Introdução
Esse é um artigo difícil para mim escrever, muito por conta do meu medo de pessoas pensarem que minhas opiniões podem ser prejudicadas pelo fato de eu estar envolvido na (como muitos chamam) “Música Cristã Contemporânea”. Como dá pra imaginar, o título desse artigo não é uma pergunta nova para mim. Desde que eu mesmo me tornei de alguma forma “culpado” por usar o meio do rock, tenho ouvido diversas opiniões sobre isto – e recebido ilimitados alertas, exortações ou outros meios de repreensão de pessoas de boa fé inclusive. Desde que eu recebo severamente diversas correspondências bem negativassempre lendo cada carta corretiva e negativa como uma possível palavra ou advertência de Deus – eu tenho buscado ouvir cada argumento de maneira precisa – orando e meditando em cada coisa profunda contida lá tendo sempre os valores eternos em mente.

Embora eu sempre desejasse dirigir ao público essas considerações, em geral eu respondia tudo isso de maneira privada, para de certo modo evitar novas controvérsias, mas agora eu acredito que chegou a hora de pôr essas questões abertamente, muito disso porque o Senhor tem me ensinado recentemente sobre motivações e como alguns querem colocar um ponto final em tudo isso!

Por favor entendam que essas são apenas minhas opiniões, e eu decerto não sou nenhuma autoridade nas Escrituras Sagradas – ou na música (exceto talvez as que eu mesmo faço). Essas são apenas algumas respostas que obtive ao longo dos anos e estudos com temor e tremor ante o Senhor. Mas como todo o resto, você pode buscar no próprio Senhor por si mesmo para ter suas respostas em questões difíceis. Eu espero apenas dar a vocês algumas coisas que eu mesmo penso sobre essa questão.


As Opiniões Prevalecentes
Podemos ver duas diferentes e opostas opiniões e escolas sobre se Deus poderia ou não usar algo tão questionável como o rock and roll como ferramenta evangelística ou até (me perdoem!) na adoração.

Uma questão comumente levantada pelos contrários ao rock para crer que ele, seja secular ou o “dito cristão”, não deve ser sequer ouvido ou mesmo usado como meio de nada pelos cristãos, é porque o rock é “do diabo”. Possuem diversas estatísticas e “provas” usadas para demonstrar que o som do rock por si mesmo é a causa direta de toda forma de mal: do uso abusivo de drogas à gravidez precoce. E muitas pessoas sinceras acreditam através de tudo isso que qualquer um que use o rock em qualquer forma não pode realmente ser usado ou abençoado por Deus.

Já a outra escola de pensamento diz que Deus pode redimir ou usar qualquer coisa – e justamente pelo fato do rock ser tão prevalente no mundo que o povo de Deus deve usar o mesmo meio para alcançar esses perdidos no mundo. Nisso, os que defendem tal posição dizem “cristãos estão no mundo, ainda que não façamos parte dele”¹ e “não foi o próprio Paulo que disse para nos tornarmos tudo para salvar a alguns?”²
A Visão Sobre os “do Rock”
Óbvio que sempre tomarei o partido da segunda escola de pensamento, porém acredito que esse grupo em alguns momentos estão indo um pouco longe demais, fazendo em nome da “liberdade” coisas que acredito serem ofensivas ao Senhor, por isso é necessário rever alguns pontos. Nunca devemos esquecer que Paulo também disse “não tornem sua liberdade em oportunidades para a carne.”³

É justamente por alguns desses abusos que eu escolhi permanecer em silêncio nesse assunto. Não posso tomar minha caneta pra defender os “roqueiros cristãos” porque, francamente, eu tenho me ofendido com certas coisas que tenho ouvido tanto quanto uma doce senhorinha cristã que acidentalmente caia em algum desses shows ditos cristãos.

Não é a batida que me incomoda, nem o volume – é o ESPÍRITO DA COISA! Parece uma atitude de “OLHE PARA MIM!” que vejo em cada show, ou aquela síndrome de “NÃO VÊ QUE EU POSSO SER TÃO BOM QUANTO O MUNDO?” que escuto em cada disco do gênero. Jesus não quer que sejamos tão bons quanto o mundo, ELE QUER QUE SEJAMOS MELHORES! E isso não tem nada a ver com ter um som, estilo ou talento de excelência – coisas que vão além do valor em si -, e sim na nossa motivação sempre que subimos num palco, em nossas razões em cantar nossas canções, e especialmente em PRA QUEM nós estamos cantando! Se há algo errado ou mundano no autodenominado “rock cristão” é o espírito de auto-exaltação e a atitude de sempre querer soar mais alto e claro (a si mesmos e não a Deus – Acréscimo do Tradutor) contidas em muitos dos discos e shows de hoje em dia.

(Por favor não me entenda mal, eu não quero aparentar ser um religioso, nem estou dizendo que “todos músicos e artistas envolvidos no rock têm que seguir exatamente meu exemplo de atitudes e motivações!” Acredite em mim, eu passo pelas mesmas coisas por muitos anos e essas coisas Deus me cobra em minha própria vida e ministério público).
E sobre essas estórias do “ritmo das selvas”?
Provavelmente você já ouviu algumas dessas eEstórias sobre uma família de missionários que foi a uma tribo de canibais, guerreiros vudus? Bem, pelo que dizem essas historinhas, o missionário levou diversos jovens que amavam ouvir “rock cristão” que na verdade, pelo que conta a versão mais famosa dessa história, era um K7 do ministro de louvor Ralph Carmichael – se realmente esses louvores contém o “mal” em si mesmos, a maioria dos cultos cristãos estão amaldiçoados! - Nota do Tradutor baseado em BAGGIO, Sandro “Música Cristã Contemporânea”, p. 82, nota 2). Certo dia, quando tocavam um desses discos bem alto, um xamã veio correndo da selva e disse “vocês estão tentando evocar os demônios com essa música? Não sabem que esse é o mesmo ritmo que usamos pra evocar demônios nos nossos rituais?” Eu ouvi essa história diversas vezes de diversas formas, mas sempre com o intuito de provar “É isso! O rock é criação do inferno, mesmo que ele apareça travestido de “rock cristão”.

Agora, eu sempre me divirto tentando pensar se essa história começou com algum missionário que ficou em campo por mais de 20 anos – e quando voltou pra sua terra deve ter morrido ao ouvir as mais recentes canções cristãs. (Ou isso, ou o xamã saiu da selva e acabou entrando num seminário evangélico ultraconservador!)

Mas sinceramente, eu duvido que essa história seja real – e até se for, isso não faz que ouvir “músicas com batida” faça com que sua família precise de um exorcista. O que precisamos agora é olhar essa questão: Realmente existe isso de “música maligna”? Para essa questão, eu devo responder um definitivo “SIM”!, mas as minhas razões para chamar uma música de “maligna” podem te surpreender.
O que é a “música maligna”?
"Eu sei, e estou certo no Senhor Jesus, que nada é de si mesmo imundo, a não ser para aquele que assim o considera; só para ELE é imundo."4

Não acredito que qualquer estilo musical possa ser “mal” por si mesmo. Eu creio que nenhum tipo de ritmo ou estrutura musical ou linhas melódicas possa nascer no inferno. A ideia de que o diabo tenha inventado certos estilos musicais para capturar almas de jovens inocentes da atualidade não só não tem fundamento, mas é o mesmo nível de ridículo de dizer à juventude das igrejas como se dizia a um tempo atrás “masturbação causa cegueira” (no Brasil diziam que criava pelos e bolhas nas mãos – Nota do Tradutor). Por que tentar amedrontar os garotos pra que façam o que é certo? Por que não combater o problema real – O EGOÍSMO!

A sugestão de que haja algo como “música boa ou ruim”é absurda pra mim. Eu estou envolvido em todo aspecto musical em toda minha música e tenho testemunhado os vários efeitos que ela causa em mim e outras pessoas, e eu tenho de dizer, nunca vi NENHUM CASO em que a música tenha sido a causa direta de uma vida pecaminosa ou destruída em pessoa alguma.

Por outro lado, vejo a música como ferramenta de egoísmo e egocentrismo nas pessoas (até em mim mesmo). Eu vejo também ela ser usada para criar sensualidade nas pessoas com luxúria e manipulação em suas mentes. Vejo grupos de rock admitirem ser adoradores de satã ou praticantes de magia negra (embora em muitos casos seja apenas para ter fama, não sendo realmente praticantes disso – Nota do Tradutor) que emprega a música como ferramenta para iludir seus espectadores. Sim, eu tenho que admitir que um observador casual pode considerar qualquer um envolvido com o rock nessa podridão, usando o conceito de “culpado por associação”.

Mas todos os exemplos mencionados mostram somente as motivações dos corações, não a música em si mesma! Isso porque creio que a música em si mesma é uma força neutra. Deixe-me dar um exemplo.

Pegue uma faca. Com ela você pode cortar pão, entalha uma escultura, solta alguém preso por cordas, ou você pode usar isso para roubar ou até mesmo matar alguém. Em outras palavras, você pode com ela fazer algo criativo e produtivo, ou algo destrutivo e assassino. A faca em si, se colocada num ambiente de pessoas perigosas, vira uma arma. Mas colocada numa cozinha, torna-se uma ferramenta que é útil, sempre que necessário, para a preparação da nutrição de sua família.

Outro exemplo: vejamos a “dança de Davi”. A Bíblia diz que o Rei Davi “dançou ante a majestade do Senhor”. Mas atualmente pessoas dançam em bares e discotecas (atualmente em casas de shows, raves e similares – Nota do Tradutor), e depois muitos se satisfazem em embriaguez alcoólica, drogas e sexo ilícito. Teria a dança em si poder de produzir desejo por drogas, sexo e embriaguez? Você e eu sabemos que sim, alguns movimentos do corpo podem excitar algumas pessoas. Mas alguns têm esses desejos perversos em quaisquer outras formas de estimulação pra começar com isso. Eu vejo cristãos “dançando no Espírito” e alguns também dançando “na carne”. Isso não torna a dança em si maligna, ou a música que é dançada, mas sim as atitudes e motivações do coração.
Precisam os mexicanos aprenderem inglês??
Agora, nós não precisamos obrigar os mexicanos a aprender inglês antes de pregar o Evangelho pra eles, ou sim? A única razão de se usar música contemporânea em meu ministério é devido minha crença de que essa é a “linguagem” dos jovens. Após receber pilhas de cartas dizendo coisas do tipo “eu nunca iria dar ouvidos ao que você diz se não tivesse sido antes atraído pela sua música – eu estou seguro de que o único meio de alcançar esses amantes de música é em SUA PRÓPRIA LINGUAGEM!

Já ouviu falar de como John e Charles Wesley pegaram populares “canções de bar” do seu tempo e colocaram letras cristãs nelas? E nem dá pra imaginar o sucesso deles em alcançar pecadores com essas canções – ainda que muitos da própria igreja deles deplorassem seus métodos!

E quando o Exército da Salvação surgiu, e a quantos enervaram ao colocarem hinos em marchas de forças armadas – e eles seguirem em tocar e cantar essas “canções sensuais” (como as igrejas tradicionais da época que eles surgiram chamavam suas canções) pelas ruas nos domingos! Eles seguiram os passos dos irmãos Wesley, pegando cantorias de tavernas e as “convertendo” em coros de adoração, ou em toques de apelo para pessoas renderem suas vidas a Cristo! E nunca houve tantas pessoas “comuns” convertidas na Inglaterra como na época desses “Soldados da Salvação”.

Ó, quão inofensivas essas melodias hoje soam nos ouvidos de seus avós. Mas esses avós em outros tempos seriam acusados de soltarem, através do próprio diabo em pessoa, “demônios-musicais”!

Estes são que hoje em dia continuam a dizer que só se pode usar músicas suaves e “saudáveis” para alcançar jovens. De outra forma (dizem eles), nós apenas estaremos os estimulando à rebelião pecaminosa, e que veremos depois que as ditas conversões através do rock não seriam realmente autênticas. Um evangelista bem conhecido recentemente (na época da nota. Não achei o autor da frase, mas creio ter sido David Wilkerson, que anos mais tarde pediria perdão por tanto agredir cristãos fãs de rock – Nota do Tradutor) foi mais longe ao dizer “Ninguém JAMAIS será abençoado através dessa música cristã contemporânea!”

Esse tipo de raciocínio é similar à limitação feita pelos primeiros missionários na China. Eles achavam que o melhor caminho para “cristianizar” o povo de lá era os ensinar o modo de vida e de vestir dos europeus, e assim estariam “civilizando” os pagãos – invés de os converter (um erro que se repetiu nas catequizações dos colonizadores portugueses, espanhóis e ingleses na América como um todo com os ameríndios – Nota do Tradutor). Mas um jovem e zeloso missionário chamado Hudson Taylor mudou isso – ele sabia que o único modo de alcançar o povo era com a verdade do Evangelho. E ele sabia que era errado inserir QUALQUER aculturação ou conformação de “verdades de fora” que ele acreditava. Assim ele descartou suas vestimentas europeias e passou a se identificar com o povo para tentar os alcançar, vestindo-se como eles e adotando seus costumes. Embora a princípio ridicularizado e evitado pelos outros missionários que estavam com ele, seu sucesso final provou que Deus de fato o comandou a tudo que ele fizera.7
Colocando as pessoas “debaixo da lei”
Sabemos que Paulo teve os mesmos problemas “culturais” na igreja primitiva, onde os crentes judaizantes tentavam levar os novos convertidos gentios a primeiro abraçar a lei judaica e seus costumes antes de serem considerados cristãos.8 Creio que tentar mudar o gosto musical das pessoas, antes de ensiná-los a verdade, é tão errado quanto os judeus tentando circuncidar os gentios como um pré-requisito necessário pra vida eterna. A Bíblia é clara quanto a nos exortar a de maneira alguma colocar obstáculos no caminho das pessoas que receberam o divino e precioso dom da salvação!
Conclusão: Tudo depende da motivação!
Estou convencido de que o potencial de alcançar pessoas para Jesus por todos os meios – por discos, rádio, filmes ou televisão (e internet também nos dias atuais – Nota do Tradutor) – é monumental, simplesmente porque são as coisas que prendem e que continuam a prender a atenção popular. Eu realmente acredito que os cristãos que entregaram completamente suas vidas a Deus, usando essas ferramentas, podem levar pessoas a dobrarem seus joelhos em arrependimento e levarem estas a levantarem suas mãos ao Salvador. Porém se suas vidas NÃO estiverem totalmente entregues a Deus – ou se suas motivações forem CONFUSAS e seus corações DIVIDIDOS – eu vejo somente vergonha e ridicularização para o Evangelho. E sendo isto o caso em boa parte dos casos, isso dificulta as coisas e brilha mais como uma luz ruim – mesmo naqueles que têm corações limpos e motivações puras.

Eu também quero dizer por fim que sim, eu acredito que o Espírito Santo está entristecido com muito do que se passa hoje em dia como “ministério musical” ou “música cristã” - nem tanto pela batida ou conteúdo, mas pela falta de compromisso e unção. Mas ainda que pessoas de corações malignos usem o rock como meio de rebelião e auto-exaltação não significa que esse estilo não pode ser usado por pessoas submissas a Deus para capturar a atenção dos pecadores; e levar estes a largarem seus próprios “eus” - e lançarem-se ante o trono de Cristo!

Após tudo, muitos não usam a MESMA BÍBLIA que nós acalentamos ser a Santa Palavra de Deus, e a distorce e torcem “para sua própria destruição?E o próprio diabo não usou as Escrituras pra Jesus?¹Como você pode ver, um coração perverso pode perverter até a mais sagrada e bela das coisas. E do mesmo modo, Deus pode pegar o vaso mais sujo e usá-lo para Sua glória.¹¹ (Basta ver você e eu mesmo!) Acredite em mim, se seu coração estiver correto, sua música será correta também. Mas se seu coração estiver coberto de egoísmo e orgulho, ainda que você cante o hino mais doce de todos, sua cantoria trabalhará somente morte e não vida. Pois...

"Um homem bom tirará do bom tesouro que há em seu coração somente coisas boas, mas o homem mau, de seu tesouro mau só trará coisas más, assim sua boca falará somente aquilo que preenche o seu coração.”¹²

 Notas de referência:
1) João 17:11, 15-16.
2) I Cor
íntios 9:22
3) G
álatas 5:13
4) Roman
os 14:14
5)
Boa ou má em si mesma
6) II Samuel 6:14
7) Hudson Taylor's Spiritual Secret, by Dr. and Mrs. Howard Taylor; Moody Press, Chicago, IL 60610.
8) Gálatas 5:1-1
9) II Pedro 3:16b
10) Mateus 4:6, Salmos 91: 11-12
11)
II Timóteo 2:20
12) Lucas 6:45
Traduzido por João "Johnnÿ" Dias em 15/07/2019.