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segunda-feira, 2 de abril de 2018

Origem do rock cristão e subgêneros - Parte II

Como prometido no post anterior... hora de continuar o serviço, e nesse post da série vou tentar traçar um pouco das origens do punk cristão e do heavy metal cristão.


PUNK E NEW WAVE


Normalmente o punk é lembrado por ser por muitos o "som do anticristo e da anarquia" (uma visível influência de "Anarcky in U.K." dos Sex Pistols e John Lydon cantando "I am the antichrist!"), mas o que poucos devem imaginar é que o cristianismo poderia ser cantarolado pelas diversas vertentes desses subgêneros. Aliás, imaginar que bandas como U2 e Pixies seriam influenciadas por Larry Norman parece pra muitos inacreditável, quiçá impossível. Mas é real, e é perceptível em letras de ambas bandas, em especial os primeiros álbuns da U2 e o "Doolittle" da Pixies com sua temática obscura e apocalíptica. E ambos líderes das bandas, Bono Vox e Black Francis, declararam-se fãs de Larry. As letras por vezes controversas do pai do rock cristão, como "The Great American Novel" (sobre a hipocrisia política americana) por exemplo podem ter tido um impacto em diversos artistas de meados dos anos 70 e início dos 80 que acabaram por formar o som punk e a new wave/pós punk.

Falando de bandas declaradamente cristãs e de punk, provavelmente a precursora é a The Predators do Reino Unido. Surgidos em 1978, já faziam um som que fundia influências dos Ramones e do The Clash, com canções como "Plastic Surgeon", "Don't Burn the Cross" (contra o Ku Klux Klan) e "Nasty Video" (sobre a violência excessiva em filmes de terror - isso porque eles não eram dos anos 2000, imagina aí eles vendo "Jogos Mortais" xD), entre outras. Lançaram apenas três álbuns, "Predators" "Offense" e "Social Decay", este último causou polêmica pela capa - pelo motivo mais inacreditável possível: a capa é um desenho de uma mão normal apertando a mão de uma caveira. Acredite se quiser, por tão pouco esse disco chegou a ser banido de lojas cristãs à época... Outras precursoras da Grã-Bretanha incluam-se Crowd Control, The Graphics e The Magnetics, que com outras chegaram a participar de uma coletânea "Shots in the Dark", em 1981, a primeira coletânea de sons cristãos de punk, ska e new wave.


Outras bandas que foram construindo o cenário punk/new wave e alternativo no mundo cristão foram The Writz, Techno Twins/The Technos (todas projetos de um membro da Fish Co., na linha do synthpop/new wave), Altar Boys (punk), Lifesavors/Lifesavers Underground (pós punk/gótico), Idle Novell (gótico), Scaterd-Few (reggae punk/hardcore), One Bad Pig (punk e hardcore), Nobody Special (punk/alternative rock), The 77s (alternative), Squad Five-O (skapunk), The Lead (thrashcore), The Crucified (crossover), Vomitorial Corpulence (grindcore), Lust Control (thrashcore), Foco Nocivo (crust punk), Grammatrain (grunge) e Jesus Skins (Punk Oi!), entre muitas outras que surgiram nesse cenário, que continua firme e forte até os dias de hoje.


HEAVY METAL CRISTÃO


Muito antes de a indústria musical fabricar o termo "white metal", o heavy metal clássico já trazia letras no mínimo curiosas, como "Dream On" (Aerosmith), "Jesus" (Queen) e outras bandas de hard/protometal já falavam acerca de Deus e da fé cristã sem denegrir ou anular sua existência. Mas se queremos um atestado de que esse papo de que "metal é do diabo e sempre será" apregoado por muitos cristãos (e não-cristãos também, em especial os "tr00s from hell 666 'morte aos falsos posers uáiti' " da vida) é uma balela insensata, que tal pegarmos o atestado de validade com os chamados "pais do metal", os "cavaleiros do apocalipse"? Sim, estamos falando do Black Sabbath.

Pois é, chega a ser, para os leigos, um espanto saber que os membros da banda nunca se disseram satanistas, bruxos ou mesmo detratores da fé cristã. Aliás, a música que nomeou a banda "Black Sabbath" é feita no ponto de vista de um cristão, que ao se deparar com um ritual de magia negra, horrorizado clama a Deus para que o ajude e o tire daquele lugar (a banda de gothic metal Type O Negative chegou a fazer inclusive a fazer uma outra versão dessa música, "Black Sabbath (from the satanic perspective)", para enfatizar que a versão original de satânica não tem nada). Mesmo assim, o trítono (um intervalo entre alturas de duas notas musicais que possua exatamente três tons inteiros, uma dissonância tão complexa na música ocidental que levou a má fama na Idade Média de levar pessoas a terem contato com o diabo), e todo o visual em si da banda acabaram por afastar deles a credibilidade de qualquer cristão praticamente, que viram neles a "imagem do mal". Curioso que as cruzes que eles andavam nada de místico tinha, e sim apenas uma crença que teriam a proteção divina contra certas visões dos satanistas que a todo tempo os rodeavam em turnês.

Além de "Black Sabbath", músicas como "War Pigs", "After Forever", "Heaven and Hell", "Children of Grave", "Cardinal Sin", "TV Crimes", "Trashed", "Jerusalem", "Anno Mundi", "Symptom of the Universe" e "God is Dead?" possuem várias referências a fé cristã. Aliás, "After Forever" seria facilmente confundida com um "white metal" pros mais desavisados com toda certeza. Chegou a ser coverizada pelas bandas Stryper, Deliverance e Troglodyte Dawn (essa última reverteu a escrita do título - Forever After - e alterou as letras para dar uma perspectiva mais clara da fé) e chegou a nomear uma banda - não-cristã curiosamente - de gothic metal.




Indo pro lado cristão de facto da coisa, as origens do heavy metal cristão estão nas bandas REZ Band (ou Resurrection Band) (músicas como "Midnight Son" e "Military Man"), Jerusalem (Suécia) ("In His Majestic Service"), Barnabás ("Directory Assistance", "Destroy After Use", "Stormclouds" e outras), 100% Proff ("New Way for Livin'") e Messiah Prophet, essa última inclusive foi a que realmente se desconectou do hard rock e passou completamente pro heavy metal. Surgidos na Pennsylvania em 1979, eles provavelmente foram a primeira banda cristã a fazer heavy metal raiz. Lançaram infelizmente só 3 álbuns: "Rock the Flock" de 1984, "Master of the Metal" de 1986 e "Colours" de 1996, além de uma split tardia e póstuma com as seculares Powerlord e Maxx Warrior em 2003.




Em acompanhamento a esses precursores surgiriam diversas outras como Saint, Bloodgood, Barren Cross, Neon Cross, Philadelphia, Force 3, Creed (da Alemanha, não a de pós-grunge americana), Crossforce, Leviticus, Rosanna's Riders, Light Force, Gardian (futura Guardian), Matryx (futura Bride), Soldier, Stryken, entre muitas outras, e, claro, a que elevou o gênero ao patamar que lhe é devido, a mais afamada de todas as bandas cristãs de metal: Stryper.

Nascida como Roxx Regime em 1980, originalmente era uma banda não-cristã, até a conversão dos irmãos Michael (vocais e guitarra) e Robert Sweet (bateria) em 1983, na igreja do pastor Jimmy Swaggart (que ironicamente passaria a atacar a fé da banda constantemente anos mais tarde - e que seria apanhado em vários casos de prostituição que desmoralizaram seu ministério), e assim eles refizeram as letras da demo "The Yellow and Black Attack!", o que agradou a gravadora, que no entanto sugeriu uma troca de nome. Assim, inspirados nas listras que eles mesmos desenvolveram ao pintar roupas listradas brancas e pretas de amarelo nas faixas brancas, o nome "Stryper" (listras em inglês). Apesar da simplicidade do significado original, eles também deram outros significados, como "pisaduras" de Isaías 53:5 (referente ao sacrifício de Cristo), versículo que eles passaram a usar junto com a logo da banda, e também como sigla pra expressão "Salvation Through Redemption Yielding Peace, Encouragement and Righteousness" ("Salvação através da redenção que nos traz paz, encorajamento e correção").

O curioso é que a banda, embora tenha sido uma das maiores divulgadoras do heavy metal cristão em geral, a partir do segundo lançamento, "Soldiers Under Command" passaram a sair mais do som heavy metal tradicional, indo para um som mais hard rock/glam metal, que inclusive era o que mais rolava naquela década nos EUA, em especial na sua área, Califórnia. Num documentário recente sobre a época do glam hard rock californiano, Stryper e Barnabas são lembrados (inclusive a vocalista dessa última, NancyJo Mann, aparece nesse doc).

O visual agressivo e andrógino de glam chocou - e ainda choca com certeza - muitos cristãos conservadores, que logo torceram o nariz para a banda, que entretanto jamais negou sua fé, tendo inclusive elevado isso a níveis impressionantes em suas letras, como "Surrender", "Soldiers Under Command", "From Wrong to Right" (sobre bandas que cantam pro diabo mesmo sem nele crerem, sem saberem o perigo que estão correndo por isso), "Loud and Clear", "Reach Out", "To Hell With the Devil" (o hino mais famoso da banda - o álbum homônimo chegou a ser indicado ao Grammy!), "I Believe in You" (que chegou a virar trilha sonora da novela brasileira "O Salvador da Pátria" de 1989, da Rede Globo - sim, essa foi a primeira música cristã a tocar numa novela global), "Believe" (que virou "Ondas Violentas" por Paulinho Makuko), "Always There For You" (que virou "Sempre Vou Te Amar" da banda Raízes), "God", entre muitas outras que mostram que eles jamais negaram a fé, apesar de terem passado por momentos bem controversos no final dos anos 80/início dos 90, na época do polêmico álbum "Against the Law", álbum esse em que além deles mudarem seu visual para um mais sóbrio, as letras ficaram menos conectadas à fé deles, o que rendeu muitas acusações de que a banda tinha se desviado, etc e tal. Com esses problemas e também outros em 1992 a banda anunciou seu fim, e os membros seguiram seus rumos com outros projetos, como as carreiras solo dos irmãos Sweet, e bandas como DBeality, Subdux/Titanic, Final Axe, King James e Sin Dizzy.

Em 2000 uma esperança do retorno deles surgiu com a Stryper Expo 2000, gravada em vídeo inclusive, mas só em 2003 a banda efetivamente voltou, e continua até os dias de hoje, com diversos lançamentos desde seu retorno, e incrivelmente sempre melhores. Aliás, do "The Covering" de 2011 pra cá a banda tem retornado às origens, com uma mescla de heavy metal clássico com o hard rock que eles fizeram muito bem, e vários covers incríveis pra músicas como "Jesus is Just Allright" e "After Forever". Influenciaram diversas bandas do gênero, que se espalharam pelos EUA e pelo mundo, inclusive com hábitos como lançar bíblias do palco para a plateia (prática imitada inclusive pela brasileira Calvário, uma das precursoras da cena nacional de metal cristão).



Próximo post vamos falar das origens do gótico cristão e de vários subgêneros do metal cristão.

quinta-feira, 29 de março de 2018

Origem do rock cristão e subgêneros - Parte I

Vou aqui delinear um resumo base da origem (ou possíveis origens) do rock cristão e outros subgêneros dentro do rock cristão. Espero que curtam e caso queiram sugerir correções/ampliações/sugestões, fiquem a vontade nos comentários!

PRELÚDIOS

Os sons negros a Cristo nos EUA nos séculos XVIII e XIX, os spirituals, foram a base de toda a cultura musical deles. Jazz, Blues, R&B (Ritmo and Blues), Gospel, Soul, Rock-a-Billy, todos foram originados dos cânticos negros. No caso do rock, houve o acréscimo do country, ritmo mais aparentado com os brancos protestantes de origem inglesa, e que também provém de sons tocados em igrejas, como o bluegrass.

O termo "rock and roll" costumeiramente é atribuído por muitos como uma gíria pra sexo fora do casamento. Na verdade, "rockin' and rolling" é um termo que primeiro apareceu numa música cristã de 1916 do quarteto masculino The Camp Meeting Jubilee. A frase "We've been rockin' an' rolling in your arms / Rockin' and rolling in your arms / In the arms of Moses" ("Nós estamos agitando e rolando em seus braços / Agitando e rolando em seus braços / Nos braços de Moisés.") foi provavelmente a primeira vez que os verbos "rock" e "roll" apareceram juntos numa rádio, num contexto claramente cristão (obrigado ao irmão Luís Fernando Vulcanis pela contribuição).

Ao longo das décadas, vários artistas cristãos foram forjando o que tornar-se-ia o estilo chamado rock: Joshua White (ou Pinewood Tom), Mahalia Jackson, Blind Willie Johnson (criador de várias canções, entre elas "Nobody's Fault But Mine", regravada por muitos - inclusive pelo Led Zeppelin), Gary Davies, Washington Phillips, Arizona Dranes, Johnny Blakey, The Blue Chips, Charles Beck, entre outros artistas que trouxeram através de sua música desafios pras igrejas cristãs à época, além de renovação musical, elementos que num momento não muito distante levariam ao nascimento do ritmo chamado rock.



ROCK CRISTÃO


Muitos lembram de primeira mão o "Pai do Rock Cristão" Larry Norman como um dos precursores, outros citariam Mind Garage, Elvis Presley (!) ou B.B. King. Tsc tsc tsc...

A origem do rock cristão basicamente seria quase a ORIGEM DO PRÓPRIO ROCK. Uma das primeiras vozes a tocar um som que aposteriori seria considerado rock foi a cantora negra de música gospel Sister Rosetta Tharpe (20/03/1915 - 09/10/1973). Esposa do pastor Thomas Thorpe, da Igreja de Deus em Cristo, essa cantora natural de Arkansas foi a primeira a fundir o gospel com ritmos como blues, jazz e country, o que levou nesse cadinho a definir as bases do rock. Seu auge de popularidade foi entre os anos 30 e 40, chegando a sair em turnês pelos EUA e nos anos 1960 pelo Reino Unido com vários cantores como Muddy Waters e Gary Davis (esse último um dos primeiros blueseiros cristãos).


Sua música "Strange Things Happening Every Day", gravada em 1944, é considerada por muitos o primeiro rock gravado na história, chegando à época a parar no Top 10 da Billboard, a lista de músicas mais ouvidas em rádios estadunidenses.

Em 2007 ela foi introduzida ao Hall da Fama do Blues, e dez anos depois, ao Hall da Fama do Rock'n Roll, devido sua importância e pioneirismo, que influenciou diversos artistas, como Elvis Presley, Johnny Cash, Little Richard (todos esses com álbuns cristãos também na carreira), Jerry Lee Lewis, Carl Perkins, Chuck Berry e boa parte da velha guarda do rock, sendo também uma das pioneiras no uso da distorção em guitarras elétricas!


Entretanto a igreja conservadora americana quando o rock surgiu como movimento na década de 1950 tratou de demonizá-lo, ignorando as origens eclesiásticas do mesmo (muito devido também ao facto dele ter surgido como canção negra, o que num país em que o racismo é tamanho como os EUA, contribuiu pra sua demonização direta), e também ignorando muitos artistas que nasceram na igreja, como os já citados Elvis, Lewis, Perkins, Cash, Richard, King, entre outros (alguns desses inclusive mantendo sua fé e fazendo ótimos álbuns com letras cristãs, como o fantástico "How Great Thou Art" de Elvis, de 1967). Ainda assim corajosos com o grupo A Man Dies, The Sound Generation, The Crusaders, Mind Garage e The Sons of Thunder intentaram fazer um som de rock com letras cristãs ao longo da década de 1960.


E em meio a esses precursores surgiu o chamado Movimento de Jesus no final dos anos 60, em que vários artistas surgiram para levar um som jovial para as novas gerações, que à época estavam cada vez mais indo para o flower power, movimento hippie, como uma reação ao conservadorismo cego que imperava na sociedade ocidental e que destoava da verdadeira imagem do Cristianismo como Cristo e os apóstolos e pais da igreja ensinaram nos primórdios.

O Movimento de Jesus foi o momento que a Jesus Music surgiu com mais força, revelando diversos talentos de rock cristão, como as bandas Agape, Joshua, 2 Chapter of Acts, Love Song, A Band Called David, Fish Co., Petra, Last Call of Shiloh, Sweet Comfort Band, Gospelfolk, Godsquad, entre outras, além de cantores como Nancy Honeytree, John Michael Talbot, Dallas Holm, Malcolm and Alwin, Graham Kendrick, Keith Green, Amy Grant, Mark Heard, Bruce Cockburn, Charlie Peacock, Mylon LeFevre, Randy Stonehill, Darrell Mansfield, Randy Matthews, Sandy Patty, Russ Taff, Talbot Brothers, Wilson McKinley, Edwin Hawkins, Andrae Crouch, e claro, LARRY NORMAN (08/04/1947 - 24/02/2008), o mais prolífico de todos, que em toda sua carreira lançou mais de 50 discos, inclusive o considerado marco zero do rock cristão oficialmente falando, "Upon this Rock", de 1969, além da fantástica trilogia "Only Visiting this Planet", "So Long Ago the Garden" e "In Another Land", que marcaram com letras geniais como "Why Should the Devil Have All the Good Music?", "Righteous Rocker", "Why Don't You Look Into Jesus?", "Fly Fly Fly", "U.F.O.", "I Wish We'd All Be Ready" e "The Rock That Doesn't Roll", entre outras. Controverso, genial, precursor, chegou a ser citado como influência até por membros do movimento punk.



HARD ROCK



As origens do Hard cristão remetem ao movimento de Jesus. De lá surgiram grande parte das primeiras bandas do subgênero. A mais antiga provavelmente é a banda Out of Darkness, que no final dos anos 60 já fazia um som na linha de Jimi Hendrix, um acid/hard rock fantástico. Infelizmente lançou somente dois álbuns, "Out of Darkness" de 1970, e "The Celebration Club Sessions" de 1972.

Além dessa, podemos citar várias precursoras, como Azitis, Fraction, The Excursiones, Servant, Jerusalem (da Suécia), All Saved Freak Band, Agape, Vatten, Daniel Band, Petra (apesar de esta ter começado num som mais southern rock em seus três primeiros álbuns, acabou por aderir ao hard rock sem volta a partir de 1979 com o álbum "Never Say Die"), e claro, a mais afamada, Resurrection Band (ou REZ).

A REZ Band começou no início dos anos 70 e viviam realmente como hippies, fazendo turnês num trailer no qual eles viajavam pelos EUA, e faziam no início da carreira um som bem a lá Led Zeppelin, Deep Purple e Black Sabbath, sendo portanto também precursores do heavy metal cristão. Ao longo de sua existência (1973-1998) lançaram diversos discos e passaram por várias fases: hard clássico e folk rock (1973-1983), new wave (1984-1986), hard blues (1987-1994) e experimentalismo (1995-1998), cruzando diversas sonoridades e com letras não só de cunho evangelístico e louvor a Deus, mas também de protesto e consciência social, e trazendo clássicos como "Awaiting Your Reply" (título do primeiro LP, que em 2001 ficou em 91º lugar na lista dos 100 maiores discos da música cristã contemporânea da revista CCM americana), "Broken Promises", "Shadows" (sobre suicídio), "Mommy Don't Love Daddy Anymore" (sobre divórcio e traumas dos filhos - situação vivida pelo vocalista e líder da banda Glenn Kaiser), "Afrikaans" (primeira música da história a denunciar o sistema sul-africano de Apartheid, muito antes da canção "Biko" de Peter Gabriel), "White Noise", "Silence Screams" (sobre politicagem), "80.000 Underground" (sobre escravidão), "Military Man" (contra o militarismo e as guerras), "Colours" (sobre racismo), "Paint a Picture", entre muitas outras fantásticas canções deles.

A muitos anos a banda acabou, mas continuam mantendo viva sua congregação, a Jesus People USA, bem aos moldes das comunidades alternativas que surgiram com o Movimento de Jesus, além do festival Cornerstone, que ocorre todos os anos nos EUA, e o vocalista Glenn Kaiser seguiu carreira solo de blues com a Glenn Kaiser Band.





Semana que vem venho passar mais alguns subgêneros: Punk e Heavy Metal, aguardem!