domingo, 22 de março de 2020

No Longer Music



Antes de mais nada... você conhece a Steiger International? É um ministério incrível voltado pra missões urbanas de impacto, treinando pessoas para utilizar-se inclusive de arte e cultura para isso, todas as formas de arte possíveis, com vistas a atingir a sociedade pós-moderna que já vinha se estabelecendo desde o final dos anos 1980. Um dos fundadores desse projeto com bases em vários países, inclusive aqui no Brasil já tem bases em São Paulo (Projeto 242 de Sandro Baggio) e em Curitiba (Comunidade Gólgota de Volmir "Pipe" Bastos) - e até uma banda brasileira filha desse projeto, a Alegorica -, se chama David Pierce. O cantor e músico holandês teve essa visão durante um show do U2 (banda dos cristãos Bono Vox, The Edge e Larry Mullen Jr.), com o desejo de em qualquer show que ele fizesse, onde estivesse, ainda que fosse ameaçado de morte por conta disso, ele sempre falaria algo de sua fé em Cristo. Assim ele formou a No Longer Music, que ganhou esse curioso nome quando pessoas que viram os ensaios do grupo disseram "isso não é mais música", como se dissessem que eles tocavam mal. Ignorando essas críticas iniciais, eles seguiram em frente com o projeto, e assim a NLM chegou a tocar até mesmo em locais como um distrito hippie de Cristiania em Copenhague (local onde a única igreja existente à época era um TEMPLO SATÂNICO!), numa reunião de terroristas do ETA (grupo separatista basco, localizado em Bilbao, na Espanha),  em clubes de satanistas na Holanda, para vários muçulmanos no Cazaquistão, na Sibéria, na Mongólia, enfim, onde houver pessoas que NÃO ESTEJAM DISPOSTAS A OUVIR O EVANGELHO, ELES IRÃO PRA FALAR DELE! Por exemplo, em 1991 eles foram a primeira banda da história saída do Ocidente a tocar na Mongólia e no Uzbequistão, países extremamente fechados pra cultura ocidental cristã e muito voltados ao islamismo. Assim sendo, o NLM continua até hoje, com apresentações chocantes, incríveis, mostrando quem realmente Jesus é a uma geração que só o conhece de ouvir falar e do que ouviram apenas têm nojo. E ainda por cima é multicultural literalmente, já que têm membros dos mais diversos lugares do mundo, como Nova Zelândia, Austrália, Alemanha, EUA, Índia, dentre outros países.

Já a algum tempo todos os anos tá rolando Conferência Steiger em SP, vale a pena conhecer a turma, bem como ministérios correlatos como a JOCUM (Jovens com uma missão) e outros projetos.

PRA OUVIR ENQUANTO LÊ A REVIEW: SPOTIFY DA BANDA!


Bustin Thru' (demo, 1987)
Não consegui ouvir esse em lugar algum kkk

Thank You, Good Night, We Love You!! (1989)

01 - Bustin Thru'
02 - Who's Child?
03 - One Day
04 - I Will Call Upon the Lord
05 - Run
06 - Jesus Says This
07 - I Call
08 - Hey... You Don't Know?
09 - Drone
10 - Fire
11 - God's Not Dead
12 - Yeah Song
13 - God Fixed My Brain
14 - Nothing
15 - Too Dead



Cara, é difícil definir o quão irado é o som desse disco. Mistura genial de elementos do punk clássico, hardcore, pós-punk, gótico e rock alternativo. As letras são bem desafiadoras, como "Hey..." (que fala do uso estúpido de elementos de satanismo por várias bandas pra fazer sucesso, sem nem acreditar no diabo e nem imaginar o quão profundo estão entrando no mal) e "God's Not Dead" (hardcore furioso). O final, uma música em que rola a participação direta do público, deitados no chão como "mortos", bem a ideia de "Too Dead", essa já mostra a ideia da banda de interagir diretamente com as pessoas e mostrar sua mensagem de maneira bem conectada mesmo com todos.


No Sex (1991)

01 - Animal Rights
02 - Truth
03 - Friend
04 - AK 47
05 - Sink
06 - Cry
07 - No Sex
08 - New Age
09 - Thank You
10 - Siberia
11 - Jesus Cheer
12 - Aaron's Song

Mais voltado pro gótico, esse disco contém músicas iradíssimas e desafiadoras (ainda mais né haha). Animal Rights mesmo já mostram a contradição de alguns que defendem direitos pros animais, mas curiosamente são a favor do aborto (lembrando que eu sou a favor dos direitos animais também - não igual vegan, porque eu não consigo deixar de comer uma boa proteína animal kkkk, porém sou contra maus tratos, caça esportiva, uso indevido de peles em moda, maus tratos em circos e zoológicos, dentre outros -, ser a favor de um não deve te levar a ser do outro, e se você é a favor de aborto, sinto muito por você, tá?). E segue com mais canções como "No Sex", "New Age" e "AK 47", mostrando como eles não têm papas na língua mesmo, falam tudo sem dó pra turma.


Hang by Your Feet and Sing (1993)

01 - Freedom
02 - Soft Distorted Music
03 - God We Thank You
04 - At The Movies
05 - Forgiveness (Pain in my Neck)
06 - No Chances
07 - Agony
08 - Join
09 - Singapore
10 - War of the Animals
11 - Cold as Buddha
12 - Whine Like a Mule

Musicalmente esse disco já segue mais a tendência do rock alternativo noventista, embora ainda mantendo elementos mais próximos do punk clássico e do pós-punk, como dá pra ouvir em "God We Thank You For Send Us Jesus". Realmente um senhor disco. Nesse tempo a banda ainda tava mais no formato banda mesmo, mas sem perder o foco desafiador (o nome do disco e a capa deixam isso bem claro, uma homenagem aos mártires que mesmo torturados não negavam a fé nem deixavam de falar do Senhor). A música "Cold as Buddha" é uma das mais geniais sem dúvidas, não só pela obviedade que um ídolo não tem vida e é "gelado", mas ao comparar certas pessoas sendo "tão geladas quanto uma estátua de Buda".


Passion (An Act Of..) (1997)

01 - Turn this Guitar Into Bread
02 - (On Your Knees)
03 - Faithful
04 - Touch It (Baby)
05 - Who Are You?
06 - Runaway
07 - Robot
08 - Faithful (Reprise)
09 - Celebrate Party Time Mardis Gras Happy Hour
10 - Fire
11 - This is Not Jazz
12 - Mother
13 - Rape
14 - Alone
15 - I Love You
16 - Angels
17 - Die Die Die
18 - I Won
19 - Untitled Nº 20
20 - (Come Inside)

Praticamente um disco conceitual sobre a paixão de Cristo de uma maneira bem pouco conceitual. Esse disco tornou-se a principal apresentação da banda, e nesse período é que o grupo chegou ao estilo mais amplo que se tornaram, fundindo com dança, teatro, etc. As representações da banda nos shows tornaram-se muito mais fortes. Vide por exemplo a música "Rape" que mostra bem uma moça sendo estuprada - de maneira cênica, óbvio - pelo próprio pai; e depois "Alone" mostrando o estado de abandono que as vítimas desse crime ficam. A seguir "I Love You" mostra Jesus tomando-a em seus braços, e posteriormente indo à cruz por ela (e a crucificação, nas apresentações do grupo, é sem dúvidas forte ao extremo, de deixar qualquer um sem ar!). Sem dúvidas uma evolução incrível do grupo, servindo como um verdadeiro exército em nome do Senhor pra essa geração atual.



Primordial (1999)

01 - Rat
02 - Dog
03 - Brain
04 - Navel
05 - Virtual
06 - Explode
07 - Inverted
08 - Make
09 - Hate
10 - Escape


Numa linha completamente nova, Primordial apresenta uma No.Longer.Music (usando esses pontinhos pela primeira e única vez pra se identificar) mais próxima do eletrorrock, trip-hop e industrial rock. Esse experimentalismo foi muito bem vindo, trazendo um som mais "ambient" em alguns momentos (como em "Dog"), noutros mais rappeado (como em "Brain"). Esse disco passou a ser muito utilizado em momentos mais "ambient" das apresentações da banda, o que é compreensível, e foi perfeito. Uma curiosidade é que os títulos das músicas todos são formados por uma única palavra, que representa bem a sonoridade de cada música já no seu título.


Live in Stuttgart, Germany (Live EP, 2006)


01 -  Monkey Jumping
02 - White Weeding
03 - Cold as Buddha
04 - Special Love Song
05 - Brainsucker
06 - Love Instead




Não é tão difícil achar no Youtube apresentações ao vivo da banda (como a apresentação em Minneapolis de 2014 que inclusive virou DVD oficial deles), porém esse foi o único que saiu em EP. Com algumas faixas novas, traz consigo um resumo básico do que a banda vinha fazendo ao longo dos anos. Minha única reserva é ser um EP, bom seria um disco completo ao vivo deles!

OBS: Brainsucker é a mesma "Brain" do álbum Primordial, só que com novo título.

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(Pra conferir os diversos EPs e lançamentos do grupo a partir da sua segunda fase, vejam o novo Spotify do grupo: No Longer Music NLM)


Out of Time (EP, 2013)


01 - Lying Dead
02 - One, Two
03 - Take a Chance
04 - I'll Go Too
05 - Come With Me
06 - Carry You




Vários anos sem novos lançamentos, período em que o David e a NLM, juntamente com a Steiger, trabalharam bastante abrindo novas filiais do projeto, expandindo, realizando as Conferências Steiger, as Steiger Schools, etc. Todos esses permanecem ocorrendo atualmente, mas em 2013 eles decidiram lançar um novo disco do grupo. Um novo vocalista e com uma pegada nova, mostram ser realmente versáteis em atingir novos públicos. Com uma pegada indietrônica e dance-pop que remete muito bandas mais recentes no cenário rock, como Foster the People e Daft Punk, uma evolução genial, além de manter a qualidade lírica, ainda desafiadora pacas. Ok, meu lado mais rock clássico e gótico prefere a fase original, mas não dá pra negar, essa nova fase do grupo é tão boa quanto, e vale a pena sacar.

(Abaixo alguns dos singles. Pra sacar todos os outros, vá no novo Spotify deles)


Gonna Give Up (single, 2016)

Single do EP "Set Me Free", que evidencia a renovação da banda, com um novo vocalista inclusive. Misturando elementos de eletrorrock e rock alternativo, traça bem os novos rumos do projeto.


No Getting Any Better (single, 2016)

Oficialmente esse single antecipa o que seria o novo EP da banda, "Set Me Free" (que pode ser visto no site da banda). O som é bem mais alternative rock que qualquer outro lançado antes por eles. Têm duas versões, a original e uma que eles tocam junto com a banda brasileira Medulla (esse último o clipe foi gravado numa comunidade "favela" de São Paulo com a autorização e proteção de um líder de gangue local, mostrando de maneira forte a realidade de nossa nação que os cartões-postais e propagandas do governo sempre esconderão).


What Are We Dying For? (single, 2018)

Single do novo EP de mesmo nome. Muito mais voltada pra electrodance, é um som perfeito para invadir raves com um questionamento "pelo que morreríamos?". Bem ao estilo Moby, esse som é pros amantes de música eletrônica sem sombra de dúvidas.

Rescue My Restless Heart (single, 2018)

Mais uma do single "What Are We Dying For". Musicalmente segue os passos

A Filtered Lie (single, 2019)

Mais uma da safra de canções nova do grupo, com um questionamento que me remete à "Everybody's Fool" do Evanescence: mentiras filtradas, aparência que esconde realidades duras.



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Outras mídias: Os livros "Rock Priest" e "Revolutionary!", ambos do David Pierce, mostrando um pouco de seu testemunho e ministério no primeiro e dicas para bandas cristãs realmente atingirem esse nosso mundo complicado.

"Se você tem uma ideia que acha que é idiota, vai lá e faça!"
- PIERCE, David, Rock Priest.

Conheça mais do ministério dos caras nesse documentário legendado em português.

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