sábado, 1 de junho de 2019

Virtud



Virtud, originalmente conhecida como Kadesh, é uma banda brasiliense de rock, com influências principalmente do hard rock, mas também do pop/rock. O principal membro do grupo até hoje é o guitarrista Fernando Modesto, além do vocalista Ricardinho Brandão e do baixista Júnior Rapa que entraram na banda em 1998, quando ela já se chamava Virtud, mas nos primórdios da banda passaram também JT (atualmente Metal Nobre), Kenney Gouveia (ex-Metal Nobre e Akza) e Jack (tecladista que já tocou também com o Metal Nobre), além de participações de um certo Jean Carllos (sim, o tecladista do Oficina G3).


Versão original da Koinonya
e da Bompastor (?)

Kadesh - Imagem (1993)
Versão de relançamento de 1998
pela Salmus

01 - Tribo de Guerra
02 - Tudo Faz Sentido
03 - Blues "121" (Sl. 121)
04 - Barquinho
05 - Imagem
06 - Babilônia Blues (Sl. 137)
07 - Pedra Viva
08 - Desenho

OBS: Nas versões de relançamento, as quatro primeiras músicas viram as quatro últimas, na mesma ordem.

Em pé: Fernando, Eudes e Marcelo
Abaixo, JT e Jack

O vocal de JT é uma das coisas mais belas sem dúvidas desse disco. Mas é impressionante a qualidade das guitarras do Fernando Modesto, além dos outros membros que faziam parte da banda à época (Jack nos teclados, Eudes na bateria e Marcelo no baixo), com músicas que traziam influências do hard rock/AOR e do blues (esse último ritmo em especial aparece de maneira clara nas faixas "Babilônia Blues" e "Blues 121"). A balada "Imagem" é um dos melhores momentos do disco, além do hard irado de Tribo de Guerra e o heavy metal simplesmente impressionante de "Desenho". Os AORs "Tudo faz Sentido" e "Pedra Viva" são momentos muito bons, inclusive pelo fato de a música cristã nacional ter pouco explorado esse gênero, com raríssimas exceções em faixas isoladas de um ou outro artista como Raízes, Novo Som e Fruto Sagrado no primeiro álbum principalmente. O disco deixou duas faixas de herança pra outros lançamentos: Imagem ganhou uma versão repaginada no álbum de 1998 do Virtud e "Blues 121" foi reaproveitada pelo JT no terceiro álbum da Metal Nobre. Uma coisa curiosa é que o disco, embora de uma banda brasiliense, foi gravado em Belo Horizonte, com produção de Moisés di Souza (Banda Azul). Bem, como Minas e Brasília não são tão distantes assim uma da outra, dá pra aceitar de boa haha.

Curiosidade: Não é muito difícil alguém dizer equivocadamente que Kadesh foi a banda onde o Metal Nobre nasceu - baseando-se apenas no JT, claro, mas o Metal Nobre surgiu de outro projeto do JT, o "JT e Banda", que ele formou em 1997 quando saiu da Kadesh. Entretanto, no relançamento do disco pela Salmus ele faz uma belíssima dedicatória à sua primeira banda.



Será que é pra adivinhar
quem é quem da banda aí? kkkkk
Sempre (2001 - apesar de a Wikipédia erradamente dizer 1998)

01 - Talvez
02 - Verdadeira Razão (part. Fábio - Juízo Final)
03 - Nome Incomum
04 - Sempre
05 - Imagem
06 - Sonhos e Promessas
07 - Ele Vai Voltar
08 - Mesmo Só
09 - Consolador
10 - + D 1000 Razões
11 - Ele É...
12 - Consolador (versão para rádios)


Hard rock com pegadas bem modernas, me lembrando muito discos do Aerosmith e do Bon Jovi de meados dos anos 1990, "Sempre" tem faixas com muitos efeitos, mas nada que comprometa o resultado, com os solos irados de Fernando Modesto (como os exibidos em "Verdadeira Razão" e "Nome Incomum"). Um rap bem executado em "Verdadeira Razão" aliás torna essa uma das melhores músicas do disco - Fábio sempre mandou muito bem nas rimas. Kenney Gouveia participa aqui tocando gaita em "Mesmo Só" e em "Nome Incomum", dando uma pegada meio hard blues nessa faixa (uma das que mais ouvi desse disco na vida). Entretanto, o maior destaque desse disco sem dúvida foram as baladas. "Sempre", a regravação iradíssima de "Imagem" - com um efeito de gaita de foles escocesa que até hoje me deixa doido hahaha - e "Ele É..." tocavam a rodo nas rádios, em especial na Manchete Gospel FM. Quando adolescente eu pirei de cara nos sons da banda. O vocal de Ricardinho aqui está fantástico. "Mesmo Só" foi uma das primeiras faixas românticas cristãs que ouvi na vida, eu confesso que até hoje escuto direto. Estranhamente Consolador ganhou uma versão extra pra "tocar nas rádios", mas sinceramente não me recordo sequer de ter ouvido essa faixa algum dia rolar numa rádio kkkkk - independente aliás da versão.

Curiosidade: No livro "A Música Dentro e Fora da Igreja" do Atilano Muradas (livro de 2003) ele cita no capítulo "Como gravar um CD" (página 193) que um dia ele foi a uma discoteca (não a balada, uma loja de LPs e CDs mesmo kkkkkk) e se deparou com um CD com um monte de bebês na capa. Achando ser um disco de música "gospel" infantil, botou no player e... ERA ROCK! Ele comenta que acha que essa capa não seria muito atrativa pra fãs de rock - e eu tenho meio que admitir, essa capa realmente não é a coisa mais rock'n'roll que já vi na vida, muito pelo contrário kkkkkkkk



Na Terra das Aparências (2003)

01 - Tarde Demais
02 - Viver Assim (part. DJ Alpiste)
03 - O Poder do Amor
04 - Entrega (part. Jean Carllos - Oficina G3)
05 - Fred
06 - Mais um Dia (Tentar Viver)
07 - Todas as Canções
08 - Na Terra das Aparências
09 - Pronto pra Te Ouvir
10 - A Saída
11 - Dizer Adeus
12 - Not Alone


Seguindo uma pegada muito mais influenciada pelo pop punk de bandas como Offspring e MXPX, além de alguns elementos do Nu Metal, "Na Terra das Aparências" segue uma linha mais moderna, com letras enfocadas não só na fé cristã, mas também na sociedade, como "Tarde Demais" (e seu videoclipe irado), "Fred" e "Na Terra das Aparências". Viver Assim tem a participação especialíssima do maior rapper cristão brasileiro, DJ Alpiste (ex-Kadoshi), e a balada Entrega, uma das mais tocadas na Gospel FM, tem os teclados comandados pelo Jean Carllos do Oficina G3. Sem dúvidas um belo disco, com uma bela capa que eu demorei um tempão pra notar que os "girassóis" na verdade eram dionéias (as populares plantas papa-moscas). Não duvido que seja inspirado na capa de "Flytrap" da banda Whitecross, mas o resultado dá de dez a zero na esquisita capa do álbum da banda americana.

Virtud faz falta demais na cena, apesar de ainda estarem na ativa, nunca mais lançaram um disco novo. Faz muita falta mesmo. Torço que um dia saia algo novo deles.

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Ver também

Metal Nobre
Akza
Oficina G3



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