domingo, 14 de julho de 2019

Guardian




Guardian, originalmente chamada de Fusion e posteriormente de Gardian (escrito assim mesmo com sete letras, acredite, tinha um significado a lá Stryper, lance de 7, perfeição e coisa e tal...) surgiu na profícua cidade de Los Angeles, Califórnia, a terra do glam metal e do thrash metal, em 1982. Comandada pelo baixista David Bach, único membro original da banda até os dias de hoje, tinha no início a companhia de James Isham nas guitarras (substituído em 1985 por David Caro e em 1988 pelo mestre Tony Palacios), Rikk Hart nas baquetas e Paul Cawley nos vocais. Nessa fase da carreira eles chegaram a gravar o EP "Rock in Victory" e a demo "Voyager" (posteriormente lançada só com o nome "Gardian Demo" pra revistas locais), além de participar da coletânea California Metal I de 1987. Seu som era mais na linha do heavy metal, com letras meio "espaciais", além de vestimentas nessa linha, meio que "guerreiros do metal", levando muitos a chamar eles de Power Rangers do Metal Cristão ou coisa do gênero. Sério, essas coisas são curiosas, mas naqueles tempos não eram tão incomuns e esquisitas assim kkkkk, tanto que bandas como as cristãs Stryken e Thunder Rider, e as seculares Armored Saint e Warrior curtiam usar. Após a apresentação irada da banda no festival Metal Mardi Gras, eles conseguiram contrato com a Enigma (mesma gravadora do Stryper, Barren Cross e Tyrant, além de diversos conjuntos seculares) e enfim lançaram seu primeiro trabalho, "First Watch" em 1989, mais na linha do metal melódico. Com mais uma mudança na formação, entram Karl Ney na bateria e Jamie Rowe nos vocais, advindo da banda de heavy/glam metal Tempest (além de posteriormente cantar nas bandas Adriangale e outras), assumindo um som mais hard rock/glam/pop metal na linha do Bon Jovi. Mudanças sonoras posteriores foram descaracterizando o lado metálico da banda, os levando pra um som mais comercial, alternativo a partir de meados dos anos 1990. Em 2001 entraram em um hiato longuíssimo, mas voltaram em 2009 com a adição de Jamey Perrenot na segunda guitarra e seguem até hoje.

Uma curiosidade é a quantidade enorme de discos e EPs em espanhol. A banda conseguiu com o público latino algo parecido com o que o Bride conquistou aqui no Brasil, uma base enorme de fãs até aos dias de hoje, chegando até a ter um fã clube virtual (Guardian Latino) e uma campanha mundial pra banda voltar! Deve ter dado certo, diga-se de passagem hehe. Outra curiosidade: O Whiplash (site de rock e heavy metal famoso aqui do Brasil) tem uma lista de matérias só sobre hard rock que não fizeram tanto sucesso, tendo inclusive uma dessas matérias só sobre bandas de hard rock cristãs como Angelica, Joshua Perahia e X-Sinner, porém o Guardian não foi incluída nessa seção e sim entre as bandas de hard rock em geral. Daí você vê o respeito que a banda tem ante a crítica especializada.


Versão de 2009 da Retroactive
First Watch (1989)

01 - I'll Never Leave You
02 - Mystery Man
03 - Livin' For the Promise
04 - Miracle
05 - Saints Battalion
06 - Kingdom of the Rock
07 - The Good Life
08 - One of a Kind
09 - World Without Love
10 - Rock in Victory
Bônus:

11 - Hyperdrive (a partir do primeiro relançamento em CD pela Roadrunner)
12 - Marching On (a partir do primeiro relançamento em CD pela Roadrunner)
13 - Spiritual Warfare (California Metal version, a partir de 2009)
14 - Marching On (California Metal version, a partir de 2009)

Pros que estão mais acostumados à voz rasgada de Jamie Rowe, ouvir a suavidade vocal de Paul Cawley deve causar estranheza. O fato é que esse vocal dele encaixava-se bem com a proposta da banda à época, um som muito mais metal melódico, com alguns lances de hard rock e glam metal, lembrando bandas como Dokken e Icon, além obviamente das cristãs Holy Soldier e Stryper (essa última a produção do guitarrista Oz Fox não deixaria dúvidas, obviamente). Difícil dizer a melhor música do disco original, e quando acrescentam as faixas bônus o assunto fica ainda mais complicado. Sem dúvidas First Watch é um clássico oitentista que merece muito ser explorado, pois que muitas vezes é meio apagado em meio aos avassaladores três discos seguintes, já com o Jamie Rowe. As faixas heavy metal mais "propriamente dito" aqui são Saints Battalion, Kingdom of the Rock (que daria nome a uma coletânea da banda) e "Rock in Victory", além de "Marching On" das duas bônus. Mais melódicas, como a bônus Hyperdrive, World Without Love e a belíssima balada Miracle (repaginada de uma antiga canção espacial da banda que apareceu nas demos) são peças obrigatórias. As duas bônus de 2009 advém de 1987, e são mais heavy metal do que melódicas, incluindo aí a versão enérgica de Marching On e a espacial Spiritual Warfare. Recomendo bastante pros fãs de clássicos perdidos no tempo.

Paul Cawley e Rikk Hart muitos anos depois formariam o Guardian1 que seguiria com um som próximo ao que eles faziam à época do First Watch. Posteriormente falarei desse projeto.

MARCHING ON On through the years, through the pain and tears, hold the Truth up high, MARCHING!!!

I'll Never Leave You/Kingdom of Rock (single, 1989)

Fire and Love (1990)

01 - Power of Love
02 - Send a Message
03 - Time Stands Still
04 - Forever and a Day
05 - Takin' on the World
06 - Fire and Love
07 - Turnaround
08 - Time and Time Again
09 - The Rain
10 - Never Say Goodbye
Bônus 2017: Take Up Your Cross


Sem dúvidas o disco mais querido da banda (eu mesmo amo doentemente esse que foi o primeiro deles que ouvi completo na vida - embora divida esse amor doentio com o First Watch), a banda decidiu atacar com um som muito mais comercial, com a voz raspada de Jamie Rowe lembrando absurdamente a do grande Jon Bon Jovi, não haveria dúvidas de pra onde a banda seguiria. Puxando bastante pra essa linha, com um bocado de blues também na jogada, o som tende bastante pra uma fusão de Skid Row, Bon Jovi e Tesla, também lembrando as cristãs Love Life/Fear Not e The Brave. É muito irado ouvir faixas como Power of Love (que ganhou um clipe inesquecível), Takin' on the World, Time Stands Still, Send a Message, Turnaround e as baladas inesquecíveis Forever and a Day e Never Say Goodbye, músicas que fazem qualquer um, até quem conhece a banda agora.

A faixa bônus é uma faixa meio perdida no tempo/espaço que a banda cantava em muitos shows e que apareceu na coletânea Sunday Best (não tenho essa infelizmente, mas dá pra achar no Youtube da vida), mas me lembrou muito o som de "Wanted Dead or Alive" do Bon Jovi. Sem dúvidas a banda estava muito inspirada nessa época.

Karl, Jamie, David e Tony
Miracle Mile (1993)

01 - Dr. Jones & The Kings of Rhythm
02 - Shoeshine Johnny
03 - Long Way Home
04 - I Found Love
05 - Sweet Mystery
06 - Let It Roll
07 - Mr. Do Wrong
08 - Curiousity Killed the Cat
09 - Sister Wisdom
10 - The Captain
11 - You & I
12 - Do You Know What Love Is? (Bônus)






Sucesso absoluto, Miracle Mile traz a banda em sua melhor forma. O disco é quase o "Against the Law" do Guardian, com a diferença que não rolou nenhuma polêmica. Com letras bem elaboradas e variadas, como "Dr. Jones & The Kings of Rhythm" e "Long Way Home", por exemplo. A romântica "You & I" também mostra esse lado comercial de maneira legal e bem elaborada.

Musicamente a banda seguiu na linha anterior, só que com pitadas de funk-o-metal e influências mais fortes de hard rock comercial, como uma fusão de Extreme com Guns'n'Roses e Mötley Crüe só pra citar um exemplo próximo. A faixa "Shoeshine Johnny" é uma das que mais segue essa pegada. Sem dúvidas um discaço super recomendável, ao ponto de naquela lista do Whiplash que citei lá acima esse ser o disco colocado como maior recomendação.

Curiosidades: A romântica "Do You Know What Love Is?" (faixa-bônus) é uma boa pedida pra mandar pra sua paixão, seja ela quem for, só tome cuidado com a faixa escondida no final dela, até hoje não entendi que danado era aquilo kkkkkk. Já o título do disco não aparece em nenhuma faixa aqui, porém é citado na faixa de abertura do próximo álbum de estúdio da banda, a música "The Way Home Back".


Streets of Fire (VHS, 1993)
VHS com clipes, entrevistas e bastidores de shows.

Like the Sun / Endless Summer (single, 1994)
Antecipando o som que estavam preparando pro álbum.
Contém duas versões de Like the Sun, Endless Summer
e a faixa The Little Girl and The Dreadful Snake

Swing Swang Swung (1994)

01 - The Way Home Back
02 - Endless Summer
03 - C'mon Everyone
04 - Like the Sun
05 - Rich Man Over the Line
06 - Your Love
07 - Don't Say That It's Over
08 - See You in Heaven
09 - Let the Whole World
10 - Preacher and the Bear
11 - Still on my Mind
12 - Why Don't Me?

Irado disco de hard rock acústico, "Swing Swang Swung" é um disco que foi ainda mais longe no quesito letras criativas. Um belo projeto experimental que surgiu numa época em que os "UnPlugged MTV" ainda estavam começando a virar tendência, logo esse disco era uma experiência muito única naqueles tempos - ainda mais por ser um disco acústico só de inéditas! Os clipes de "The Way Home Back" e da belíssima "See You in Heaven" (uma faixa em homenagem à mãe do Tony Palacios, que morreu quando ele ainda era uma criança) passaram à exaustão em programas de videoclipes cristãos e até na MTV americana. Apesar do caráter mais acústico, faixas como "Endless Summer" ganham umas guitarras elétricas, além da ultraexperimental "Preacher and the Bear", que mais parece música circense. Último grande disco da banda, marcando o fim de uma era pra banda.

(Veja AQUI um pedaço de um doc da banda falando sobre a música See You in Heaven e o videoclipe)

Nunca te Diré Adiós (1995)

01 - Que el mundo de Su Gloria Llene (Let the Whole World)
02 - Todos Vamos Ya (C'mon Everyone)
03 - Te Veo en el Cielo (I See You in Heaven)
04 - El Capitán (The Captain)
05 - ¿Sabes qué es amor? (Do You Know What Love Is?)
06 - Nunca te Diré Adiós (Never Say Goodbye)
07 - Toma Tu Cruz (Take Up Your Cross)
08 - Uno para El Otro (You & I)
09 - Como El Sol (Like the Sun)
10 - Creo en Ti (Forever and a Day)


Mostrando o primeiro trabalho da banda em homenagem aos seus fãs latinos, Nunca te Diré Adiós traz faixas de sua melhor fase, os três primeiros discos com Jamie Rowe nos vocais, em espanhol perfeito. Algumas adaptações nas letras, mas basicamente são as mesmas faixas, numa outra língua apenas. A qualidade é simplesmente impecável, mostrando realmente um cuidado em agradar seus fãs latinos (isso se repetiria nos anos e lançamentos posteriores).


As Seen on TV (VHS, 1995)
VHS de bastidores e videoclipes, incluíndo
de duas novas músicas "Lead The Way" e "This Old Man",
do álbum Buzz.
Uma curiosidade bizarra é essa brincadeira com
o Pé Grande (ser lendário) mandando uma
mensagem alienígena pra Michael Jackson e Lisa Marie Presley
(que à época tinham se casado, mas já tinham se separado após vários escândalos)




Buzz (1995/6)

01 - This Old Man

02 - Lead the Way

03 - State of Mine

04 - The Lions Den

05 - Are You Gonna Keep Your Word?

06 - One Thing Left to Do

07 - Hand Of The Father

08 - Psychedelic Runaway

09 - Even It Out

10 - Lift Me Up

11 - Short

12 - Lullaby

13 - Them Nails

Ah, a maldição de meados dos anos 1990! Quantas bandas iradas de hard rock e heavy metal, seculares e cristãs, sucumbiram a ti? Pois é, Guardian foi mais uma delas. Infelizmente. Ok, não é um disco ruim, é uma ótima pedida para alguns fãs da banda mais guiados por essa pegada moderna (aliás, das bandas que acabaram recaíndo pra essa levada, Guardian foi curiosamente uma das mais bem sucedidas - a despeito da ira de fãs da fase mais metálica da banda), mas decerto muitos fãs clássicos torceram o nariz pra esse disco. Algumas faixas, como Lead the Way, Psychedelic Runnaway e State of Mine trazem um lado mais legal de se ouvir, já outras como "Are You Gonna..." parecem um grunge meio arrastado e pouco divertido de se ouvir, próximo - mas nem tanto - de um Alice in Chains. "One Thing Left to Do" traz o Jamie cantando as estrofes iniciais meio similar ao saudoso Chris Cornell (vocalista das seculares Soundgarden e Audioslave), mas depois se manda no seu vocal clássico, ficando uma combinação até interessante. É um disco aceitável, em comparação com o próximo álbum de estúdio, mas passa longe de ser um dos melhores discos da banda, como alguns fãs mais hardcores da banda alegam. Em 2006 pelo selo próprio G-Man eles relançariam com uma capa nova, mas não achei essa capa, que aliás nem deve ser grande coisa quando se lembra da criatividade insana que foi essa capa original de 1995/6 (alguns lugares dizem que o disco é de 1995, outros de 1996 - por isso a dúvida), com quatro capas diferentes, cada uma de alguma forma remetendo ao "Buzz" do título (o zumbir de abelhas, o cochichar, Edwin "Buzz" Aldrin - o segundo homem a pisar na Lua -, e o som de uma máquina de cortar cabelo). Já ouvi alguém dizer por aí que quando a banda investe demais numa capa ao ponto de fazer variações pra uma mesma capa numa mesma edição isso pode indicar um disco de qualidade meio questionável. Bem, acho que se isso for verdade, aqui não foi uma exceção...


Delicious Bite-Size Meat Pies (1996)

01 - Dr. Jones & The K.O.R.
02 - Sister Wisdom
03 - Fire and Love
04 - Let it Roll
05 - Shoeshine Johnny
06 - Curiosity Killed the Cat
07 - The Rain
08 - Power of Love
09 - I Found Love
10 - Never Say Goodbye
11 - The Captain
12 - Forever and a Day
13 - Time Stands Still

Após algumas bootlegs (tenho pelo menos três em MP3 aqui - uma de 1987, uma de Cornerstone 1992 e uma de Bogotá, Colômbia de 1994), a banda finalmente manda um disco ao vivo oficial. DBSMP entretanto não é um show ao vivo e sim uma compilação de apresentações da banda ao redor do mundo (deu pra identificar que um dos lugares foi Melbourne, Austrália), não sei precisar o ano delas. A qualidade da gravação é muito variante, em algumas faixas foi feita uma ótima captação de áudio, em outras o som sai um bocado abafado, mas nada que afete de fato a audição, tornando esse disco uma raridade pra quem o possui original - queria eu! - já que é um disco edição limitada feito pela própria banda. O foco aqui são faixas dos discos Fire and Love e Miracle Mile, ou seja, a era de ouro da banda, o que torna esse disco ainda melhor pros fãs clássicos. A energia da banda é impressionante, dá pra ver isso por exemplo em Power of Love. Forever and a Day e Time Stands Still aqui foram apresentadas em forma acústica, dando um ar muito legal pras músicas. Seria interessante um dia a banda lançar um acústico com seus maiores sucessos, eles mandam bem nesse gênero musical.

Lead the Way (VHS, 1996)
Clipe da faixa lançado de maneira isolado

Kingdom of Rock 1982-1989 (compilação, 1996)

01 - Kingdom of Rock
02 - Mystery Man
03 - I'll Never Leave You
04 - Miracle
05 - Rock in Victory
06 - Saints Battalion
07 - Spiritual Warfare
08 - Marching On
09 - Hyperdrive
10 - Voyager


Apesar do nome pomposo indicar trazer gravações de 1982 a 1989, essa compilação traz basicamente 6 faixas do disco "First Watch" original e à época já fora de catálogo (só em 2009 seria relançado pela primeira vez), além das duas faixas da coletânea California Metal de 1987 e apenas UMA música demo, "Voyager", da demo de mesmo nome de 1987 (Hyperdrive aqui acredito ser a versão demo que posteriormente sairia como bônus em First Watch ainda em 1989, só que com qualidade melhorada). Apesar disso, é um disco legal de se ouvir, bom pr'aqueles que não conheciam ainda a fase com Paul Cawley nos vocais, ainda que seja uma compilação bem fraquinha ao meu ver. As fotos da capa acabam valendo mais, principalmente por mostrar a banda naquela fase meio "Super Sentai/Power Rangers" no quesito figurino (kkkkkkkkkkk).


Bottle Rocket (1997)

01 - Are We Feeling Comfortable Yet?
02 - Bottle Rocket
03 - Coffee Can
04 - Revolution
05 - What Does it Take?
06 - Babble On
07 - Blue Light Special
08 - Break me Down
09 - The Water is Fine
10 - My Queen Esther
11 - Hell to Pay
12 - Fear the Auctioneer
13 - Harder than it Seems
14 - Salvation

Aqueles discos que as vezes o título pode até não denunciar, mas a capa sim. O aviso de "Perigo" deveria alertar quem se aventura a ouvir esse disco. Quase nada de hard rock, muito rock alternativo de qualidade visivelmente forçada e pouco legal, Bottle Rocket traz o pior do Guardian. Sinto muito se você curte esse gênero - e eu até curto um pouco -, mas no caso desse disco eu acho bem forçado o som. Curioso como fãs da banda mais hardcores amam desesperadamente esse disco e o Buzz, porque eu não vejo nada muito de relevante nele. Fraquinho demais, sorry. A faixa "Coffee Can" sem dúvidas é a mais chata desse disco, cruz credo!

Promesa (1997)

01 - Tu Amor
02 - Dios no Guarda Score ni Marcador
03 - Se Mi Guia
04 - Levantame
05 - Acamo Podra Hacerte Ver?
06 - Dulce Misterio (Sweet Mystery)
07 - Promesa (Livin' for the Promise)
08 - Una Tonta Realidad
09 - Esther (My Queen Esther)
10 - No Llores Más


Que capa horrorosa, na época que vi pela primeira vez pensei que era uma boy band. É o segundo disco em espanhol da banda, mas dessa vez não tive nem saco pra ficar procurando (ou colocando) quais músicas eram (exceto as que eu já tive certeza de cara). Curiosamente, apesar de seguir o estilo menos hard e mais alternativo dos dois discos anteriores, até que esse ficou legal todo em espanhol. Vai ver a língua ajudou dessa vez, sei lá kkkkkkkkkkkkkk até o rearranjo da clássica "Livin' For the Promise" do primeiro disco ficou boa aqui, embora não tão boa como a original.


The Yellow and Black Attack is Back! (Homenagem ao Stryper, EP, 1998)

01 - Loud and Clear
02 - From Wrong to Right
03 - You Know What To Do
04 - Co'mon Rock
05 - You Won't Be Lonely
06 - Loving You




Discos de covers sempre são fantásticos, mas nada é tão excitante quanto fazer uma homenagem a um disco inteiro (Dream Theater que o diga, que já homenageou diversos discos clássicos de rock e metal). Nesse sentido, o Guardian ARREBENTOU! Senhor discaço, com os arranjos muito próximos dos da versão original do Stryper, com os vocais do Jamie Rowe mostrando uma ideia completamente nova. Definitivamente os lançamentos independentes do Guardian à época valiam mais à pena do que as chatisses que lançavam pela Myrrh Records. Simplesmente ouça! Mesmo o divertido e zoado falsete no início de Loud 'N' Clear serve pra gente ver uma forma divertida deles de levar o som.

Curiosidade: A capa é praticamente idêntica à original da primeira versão do EP do Stryper, mas com algumas diferenças, a primeira, mais óbvia, o nome da banda, que aqui é a Guardian (mas todo em amarelo e preto), o segundo porque o nome do disco acrescenta o "is Back!" como óbvia referência a ser uma nova versão, e claro, nos mísseis cada um tem as iniciais dos membros da banda (D.avid B.ach, K.arl N.ey, J.amie R.owe e T.ony P.alacios).

Curiosidade minha: Tentei fazer algo parecido com um dos meus projetos fracassados, o Tesouro Maior, com o nome "The Yellow and RED Attack!", mas obviamente não tenho o talento necessário pra isso kkkkk


Live! (1999/2000)

01 - Bottle Rocket
02 - Coffee Can
03 - Lion's Den
04 - What Does it Take?
05 - Psychadelic Runaway
06 - Lead the Way
07 - This Old Man
08 - Revelation
09 - Babble On
10 - My Queen Esther
11 - Salvation
12 - Pride (In the Name of Love) (U2 cover)

Bom disco ao vivo, focado em especial nessa fase "mais ou menos" da banda. Ao vivo eles conseguiam imprimir mais qualidade mesmo em faixas tão chatinhas como "My Queen Esther". O cover deles pra "Pride (In the Name of Love)" ficou bem legal, melhor momento do disco.

Smashes: The Best of Guardian (1999)

Coletânea da Myrrh que a banda renegou.
Vale a menção pelos cinco remixes - e só.



Sunday Best (1999)

01 - Take Up Your Cross
02 - Awful Dreadful Snake (Billy Monroe cover)
03 - C'mon Everyone (live)
04 - Curiosity Killed the Cat
05 - Time Stands Still
06 - I Found Love
07 - Sweet Mystery
08 - You & I
09 - Like the Sun
10 - Preacher and the Bear
11 - See You in Heaven (live)
12 - The Rain
13 - Power of Love
14 - Never Say Goodbye
15 - Take Up Your Cross (live)


Diferente da compilação anterior, essa foi toda feita pela própria banda pelo seu selo independente G-Man (mais uma vez provando que interferências de gravadoras são perniciosas, porque essa dá de dez a zero na Smashes). A coletânea deles realmente traz as melhores músicas da banda (ou pelo menos algumas das melhores) com o Jamie nos vocais. Legal também ouvir uma faixa completamente nova, Awful Dreadful Snake, uma versão muito louca do clássico country de Billy Monroe. Era uma das minhas prediletas que tocavam no saudoso site Máxima Voltagem. A seleção de músicas no geral foi fantástica, incluíndo as faixas ao vivo. Provando que a banda tinha ciência - ou não - de qual foi sua melhor fase, nessa coletânea tem nada dos discos mais alternativos da banda (embora o Smashes seja muito focado nestes). Boa compilação, recomendo.

Curiosidade: Já ouvi em algum lugar uma versão de I See You in Heaven em espanhol com o título "Te Veo en Cielo", acredito que foi no bootleg de Bogotá. Curioso jamais terem lançado essa faixa nos discos em espanhol da banda.



Live at Cornerstone (2001)

01 - Lead the Way
02 - Psychedelic Runaway
03 - Shoeshine Johnny
04 - Curiosity Killed the Cat
05 - Bottle Rocket
06 - Salvation
07 - The Rain
08 - Power of Love
09 - Encore
10 - This Old Man
11 - Never Say Goodbye


Sabe aquela festa que te convidaram e você achou que era festa à fantasia, só que não era? Bem, acho que isso meio que se encaixa com o Guardian aqui. Os caras não mandaram absolutamente NENHUMA MÚSICA dos anos 1980 aqui - e o evento é um evento de retrô oitentista. Enfim, as faixas da fase hard rock aqui presentes valem a ouvida - já as alternativas empolgam um pouco. Enfim, é um ótimo disco ao vivo, com uma produção irada, embora passe longe de se encaixar na proposta do festival. O que é difícil de entender essa omissão de músicas do First Watch. Se procurarmos bootlegs de 1991 até 1993 não é difícil ver Jamie cantando faixas do álbum oitentista da banda, e ele manda bem demais nelas. Bem, fazer o que né...


Dime (2001)

01 - Dime, Dime
02 - Tu Nombre Alabo Hoy
03 - Santo Dios
04 - Si a Mi Lado Tu Estás
05 - Llevame
06 - Eres Dios
07 - Un Dia
08 - Loco Debo Estar
09 - Si Perdera El Camiño
10 - Angelina


Pop puro (até demais) e em espanhol. Não é um disco ruim, mas se você esperava um "Nunca Te Diré Adiós" (ou até mesmo um Promesa, sei lá), se enganou feio. O disco é tão estranho que a capa definitivamente parece uma capa do Westlife ou do Backstreet Boys (a aparência dos membros da banda também não ajuda em nada mudar essa impressão kkkkkkkkk). Acredito sinceramente que o membro principal da banda, David Bach, o baixista e líder da banda, simplesmente não apareceu nesse disco nem na capa nem gravando nada ao ver o quão pop ia sair. A banda já estava à época entrando numa crise severa para manterem-se juntos - nada de tretas internas, apenas interesses diversos que estavam tornando suas agendas inconciliáveis. Pouco depois Jamie assumiria os vocais da Adriangale, Tony virou produtor, David virou executivo da gravadora EMI e Karl passou a gerenciar a carreira de artistas de Nashville. Lembro de uma entrevista deles na Revista Gospel 01 (Novembro/2001) dizendo para os fãs daqui do Brasil não perderem as esperanças pois ainda poderíamos ver o Guardian um dia de novo (eles tinham vindo no SOS da Vida V de 1995 e no VI de 1996). Bem, até hoje não vieram de novo kkkkk afora que demorou viu pra voltarem!

Curiosidade: Não estou bem certo, mas acredito que quem faz os back vocais nesse disco é a Jaci Velásquez, cantora cristã americana de ascendência mexicana que ficou muito famosa no meio cristão com suas músicas em inglês e em espanhol.


Gardian - Voyager & Fusion (compilação, 2002)

01 - Instrumental intro
02 - Voyager
03 - Across the Universe
04 - Run into the Light
05 - In a World Without Love
06 - I am Here
07 - Prisioners Zone
08 - Look to the Future
09 - Hyperdrive
10 - When the Time is Right
11 - Marching On
12 - Spiritual Warfare
13 - Miracle of the Galaxy
14 - Living for the Promise
15 - Eclipse
16 - Rock in Victory
17 - Step to the Light
18 - Armored Defense
19 - Your Love Looks to the Future

Maravilhosa compilação da Millenion Eight (de compilações eles são verdadeiros mestres), trazendo ao mundo faixas do EP "Rock in Victory" de 1984 e da demo "Voyager" de 1987. A pegada mais heavy metal presente aqui, além de alguns toques de Space Rock (letras como "Prisioners Zone", "Miracle of the Galaxy" e "Armored Defense" refletem isso) tornam esse disco uma das coisas mais lindas do mundo. A fala de David Bach sobre essa época da banda é muito boa, faz a gente se inserir naqueles anos loucos da banda em seus tempos de "Power Rangers do Metal". Também é legal de se ouvir versões antigas de faixas da banda que acabariam indo pro primeiro disco deles, inclusive as curiosas "Miracle of the Galaxy" (versão original de "Miracle") e "Run into the Light" e "Step to the Light" (versões anteriores do que seria a "One of a Kind"). A qualidade das gravações varia um bocado, sendo que as provenientes do EP demonstram ser mais bem produzidas que as da demo. A faixa "I Am Here" é a mais curiosa desse disco, pois é a única da história da banda cantada pelo Tony Palacios! Pros fãs de raridades, é uma ótima pedida. Única coisa chata nesse disco é não ter as letras =(

Capa sem o selo da M8 ao redor


... Anos de silêncio, embora a banda nunca tivesse realmente acabado, estavam paradões ... até 2009!

House of Guardian Vol. 1 (EP, 2009)
Regravações ao vivo, com a participação do novo membro, Jamey Perrenot,
guitarrista da famosa cantora secular Taylor Swift

La Casa de Guardián, Volumen Uno (EP, 2009)
Basicamente a mesma proposta do anterior, voltada pro público espanhol


Rockin' in the Free World (single, 2010)
Hard rock de primeira qualidade, ótimo aviso do que
a banda estava preparando. Versão iradíssima
do sucesso do cantor de southern rock secular Neil Young.

Three to Get Ready (¿Estás Listo?) (EP, 2011)

01 - Ready
02 - All You Got
03 - Rearching
04 - No Abandones Tus Sueños (Reaching)
05 - ¿Estás Listo? (Ready)
06 - Tienes que Entregarte (All You Got)





Hard Rock de primeira. Só tenho isso a dizer. Tão bom ver quando bandas voltam e voltam com desejo de fazer o que faziam de melhor. "3 To Get Ready" (ou ¿Estás Listo?) traz realmente a banda de volta às origens - ou pelo menos à fase mais hard da banda, e com estilo. O EP como o nome sugere é feito com três músicas para "estar pronto!" Junto a elas mais três faixas, que nada mais são do que as mesmas anteriores em espanhol. Vale muito a pena a ouvida.

The Real Me (single, 2013)
Antecipando o disco que viria a seguir, ótimo single



Capa extra
Me lembra muito "New Jersey"
de Bon Jovi
Almost Home (2014)
 
01 - Boom She Said
02 -The Real Me
03 - Little Things
04 - Wonderful
05 - California Rain
06 - Show Us What You Got (Interlude)
07 - King of Fools
08 - The Calling (Interlude)
09 - Paranoia Kills
10 - Price We Pay
11 - Free
12 - Requiem Calavera (Interlude)
13 - Almost Home

Disco muito aguardado, Almost Home traz um Guardian renovado, com tudo de bom que eles faziam nos anos 1990 na fase hard rock/glam, com pitadas de som moderno, mas sem soar pedante ou "alternativo". Influências de gêneros como o country aqui aparecem de maneira mais suave em comparação com faixas como "Take Up Your Cross" ou o cover de "Awful Dreadful Snake" (basta conferir a belíssima "California Rain" pra constatar isso - essa faixa também tem um quê de música latina, lembrando a banda secular Maná). A combinação dos talentos de Tony Palacios e Jamey Perrenot nas guitarras é um achado que torna esse disco ainda mais inesquecível para aqueles que ansiavam por uma volta deles ao som mais pesado. Basta ouvir "King of Fools" ou "Paranoia Kills" pra avaliar a qualidade impressionante que eles obtiveram nisso. Bom demais também perceber que o Jamie Rowe continua com seus vocais nas alturas, mandando bem até demais. Uma coisa divertida desse disco são os interlúdios, que deram um clima bem legal pro disco. O que será que o futuro reserva pro Guardian e pra nós fãs seus? Vamos aguardar, mas se seguir os caminhos do Almost Home é receita certa pro sucesso!

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Guardian participou de poucas coletâneas, a mais importante foi a California Metal Vol. 1, que já falei na seção de coletâneas em Regency Records.

Ver também:

Guardian1
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