quinta-feira, 11 de abril de 2019

Marcela Taís


O chamado Novo Movimento da música cristã brasileira (as vezes chamado de "crossover"), nascido nos anos 2000, trouxe novidades em diversos elementos. Musicalidade (em geral mais folk/indie do que rock de fato), mas também letras bem livres, sem aquelas letras tão "diretamente evangelísticas", mas trazendo poesia, simplicidade, situações do dia a dia, tudo sob a ótica da fé cristã, o que já era uma tendência na música americana a muitos anos. Assim, cantores e bandas como Aeroilis, Palavrantiga, Marcos Almeida, Tanlan, Os Arrais, Eduardo Mano, Os Oitavos, Beatrix, Lorena Chaves, Crombie, Morada, Days are Nights, Tehilim, Resgate, Hibernia, Hidrante, Pimentas do Reino e Quarto Fechado, dentre outras, ampliaram os caminhos que outros precursores como Janires, Sérgio Pimenta, Novo Som, Berith, Catedral e Fruto Sagrado já vinham fazendo em sua época e ao seu modo. De todos os participantes dessa safra criativa, provavelmente Marcela Taís é uma das mais famosas. A cantora, nascida em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul (terra onde meu pai e sua família atualmente moram), traz um cadinho de influências de folk, pop, reggae, blues e rock, sendo também uma das que popularizou o uso do ukulele na música cristã - mas não, ela não é a "Clarice Falcão" cristã, ok? (KKKKKKKKKKKK).

Cabelo Solto (2011/12)

01 - Cabelo Solto
02 - Declaro Paz
03 - Pra Você Sorrir
04 - Ainda há Tempo
05 - És o meu Dono
06 - Não Tenho o Dom
07 - Naquela Rua
08 - Isso se Chama Milagre
09 - Reggae Não Vaidade
10 - Menina Não Vá Desanimar
11 - Escolhi te Esperar (bônus)


Um passeio na simplicidade poética de Marcela Taís é o que esse disco proporciona. O clima acústico e pop do álbum casa com a voz suave da cantora, e já começa com a envolvente faixa-título. O resto do disco é perfeito para inspirar poesias a Deus de maneira absurdamente criativa. "Não Tenho o Dom" traz justamente essa ideia. O clima do disco pode afastar boa parte dos fãs de "rock mais pesado", mas não deveria de forma alguma afugentar quem gosta de letras criativas, escritas e compostas pela cantora e poetisa entre dezembro de 2008 e agosto de 2011 (no encarte cada uma delas aparece com seu respectivo mês e ano de criação, algo muito legal de acompanhar).

A faixa bônus (presente no relançamento pela Sony Music - originalmente o disco era independente) , que inclusive ganhou um videoclipe, é uma homenagem ao movimento Eu Escolhi Esperar (que apesar de eu hoje em dia não ser um entusiasta deles como outrora fui, admiro muito a luta deles por relacionamentos cristãos mais sérios e sem sexualidade).


Moderno à Moda Antiga (2015)

01 - Ame +, Julgue -
02 - Moderno à Moda Antiga
03 - Muita Calma Nessa Alma
04 - Risco
05 - Quando é Amor
06 - Sou Diferente
07 - Voar
08 - Partir
09 - Naufrágio
10 - Homem de Verdade
11 - Conselho de Amiga
12 - Espera por Mim
13 - Pequenas Alegrias

O arrebatador começo da folk "Ame Mais, Julgue Menos" traz uma qualidade de produção muito superior pra esse segundo disco, produzido entre 2013 a 2015. A ajuda precisa do mestre Michael Sullivan (The Fevers), o maior compositor do Brasil, foi realmente determinante pra superioridade desse disco.

As letras desse passaram a ser ainda mais femininas - mas não feministas, antes de mais nada - além de bem mais intimistas, a julgar por "Moderno à Moda Antiga", uma canção genial sobre a vida simples "à moda antiga", sem seguir as modinhas e pós-modernidades, temática também vista em "Sou Diferente" e "Voar" (essa última também focando a diminuição da mensagem do arrebatamento da igreja). "Homem de Verdade" é uma das mais iradas canções focando o conceito da cantora sobre o que deve ser um homem. Já "Naufrágio" é um blues muito bem construído. As participações de Paulo César Baruk, Salomão do Reggae e Anaylle Sullivan trouxeram um brilho que fecha o disco muito bem.


#SML (2016)

01 - Ame Mais, Julgue Menos
02 - Risco
03 - Moderno à Moda Antiga
04 - Voar
05 - Muita Calma Nessa Alma








Como parte do projeto Sony Music Live, Marcela Taís lançou esse EP, com músicas selecionadas do álbum "Moderno à Moda Antiga", e todas receberam videoclipes para divulgar seu trabalho. Não há muito o que falar, pois são as mesmas canções do disco anterior. Enfim, um bom apanhado de músicas.


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